Boehme: espírito

“A Ciência não pode abolir a fé no oniciente Deus, sem adorar em Seu lugar o intelecto cego. A verdadeira fé ocorre quando o ESPÍRITO da alma entra com sua vontade e deseja naquilo que não vê e não sente”. (Quatro Complexões…, 85)

“Todos aqueles que desejam falar ou ensinar os mistérios divinos devem possuir o ESPÍRITO de Deus. O homem deve reconhecer em si a luz divina da verdade, e nessa luz as coisas que ele deseja apresentar como sendo verdade. Ele nunca deve estar sem esse auto conhecimento divino, e nem fazer com que a força de seus argumentos dependa meramente do raciocínio externo ou de interpretações literais da Bíblia”. (Encarnação de Cristo…, I. I, 3).

“De que adianta ficar consultando a Bíblia, conhece-la de memória, mas não conhecer o ESPÍRITO que inspira os homens santos que escreveram aquele livro, nem a fonte da qual receberam tal conhecimento? Como posso esperar compreende-lo em verdade, se não possuo o mesmo ESPÍRITO que eles?” (Tilken… II. 55).

“Os filhos de Deus falam através do ESPÍRITO Santo. Portanto, suas palavras permanecem um mistério aos homens da terra; e mesmo que esses imaginem que as compreendem, eles só vêem o sentido externo”. (Cartas, XI. 40). 20

“O ESPÍRITO do homem não veio meramente das estrelas e dos elementos; ele traz oculta em si uma centelha da luz e do poder de Deus. Não é à toa que Moisés (Gênesis I) diz: “Deus criou o homem à Sua própria imagem. Para ser Sua própria imagem Ele o criou”. (Aurora, Prefácio, 96).

“Por que não podemos ver a Deus? Este mundo e o demônio (bem pervertido) na cólera de Deus nos impedem de ver com os olhos de Deus. Não há outro impedimento. Se alguém diz: ‘Não posso ver nada divino’, precisa compreender que a carne e o sangue e as artimanhas do demônio (desejos pervertidos) consistem um obstáculo e impedimento para ele. Se ele pretende penetrar a nova vida, caminhar sob a cruz de Cristo, é preciso ter certeza de ver o Pai, seu redentor, o Cristo e também o ESPÍRITO Santo”. (Encarnação de Cristo…, II,7).

Deus”, segundo Boehme, é “a vontade da sabedoria eterna”. Se fortalecer em Deus é se fortalecer naquela vontade à qual se entrega o sábio. Esta é a verdadeira fé, da qual Boehme diz que: “não se trata apenas de um certo método de pensar, ou a crença em certas ocorrências históricas, mas no recebimento do ESPÍRITO e poder de Cristo no ser”. (Cartas, XLVI. 39).

“Tudo o que se busca e se investiga sobre os mistérios divinos num ESPÍRITO de egoísmo é inútil. A vontade própria não pode compreender nada de Deus, porque essa vontade não está em Deus, mas é externa à Ele. A vontade num estado de tranquilidade divina, compreende o divino, porque é um instrumento do ESPÍRITO, e é o ESPÍRITO em que a vontade é tranquila que tem a faculdade de tal compreensão. Há muitas coisas, sem dúvida, que podem ser investigadas, aprendidas e compreendidas num ESPÍRITO de egoísmo, mas a concepção assim formada pela mente não passa de uma aparência externa, e não há compreensão do fundamento essencial.” (Assinatura… 15,33)

“A vontade deve buscar ou desejar nada mais do que a misericórdia de Deus no Cristo; deve entrar continuamente no amor de Deus, e não permitir que nada a afaste deste objetivo. Se a razão externa triunfa e diz: ‘Eu tenho o verdadeiro conhecimento’ então a vontade deve fazer a razão carnal curvar-se à terra, fazendo com que entre num estado mais elevado de humildade, e com que repita sempre para si mesma as palavras: ‘És tola. Tu nada possuis senão a misericórdia de Deus’. Tente penetrar essa misericórdia e tornar-se um nada em si mesmo, e afaste-se de todo o seu próprio conhecimento e desejo egoísta, reconhecendo-os como algo inteiramente impotente. Então a vontade própria natural, irá entrar num estado de abandono, e o ESPÍRITO Santo de Deus irá tomar uma forma viva dentro de ti, inflamando a alma com suas chamas de amor divino. Assim, o conhecimento elevado e a ciência do Centro de todo ser irá surgir. O eu humano irá começar a perceber o ESPÍRITO de Deus, tremulamente e na alegria da humildade, e será capaz de ver o que está contido no tempo e na eternidade. Tudo está perto de uma alma nesse estado, pois a alma não é mais propriedade sua, mas um instrumento de Deus. Em tal estado de calmaria e humildade a alma deve permanecer, como uma fonte permanece em sua própria origem, ela deve, sem cessar, atrair e beber daquele poço, e nunca mais desejar deixar o caminho de Deus”. (Quietude…, 1, 24).

“O Cristo diz: O Filho do Homem não faz nada além do que vê o Pai fazendo. Se o Filho do Homem tornou-se o nosso corpo e Seu ESPÍRITO o nosso próprio ESPÍRITO, seria possível não conhecermos à Deus? Se vivemos no Cristo, o ESPÍRITO de Cristo verá através de nós e em nós aquilo que deseja, e aquilo que o Cristo deseja veremos e conheceremos Nele. O mundo dos anjos é mais simples e mais claramente compreensível para o homem regenerado do que o mundo terrestre. Ele também vê no céu, e observa a Deus e a eternidade”. (Encarnação de Cristo…, II. 7,3).

“Quando meu ESPÍRITO, cheio de sofrimento, movimentando-se como que numa grande tormenta, sinceramente surgiu em Deus, carregando consigo todo o meu coração e minha mente, com todos os meus pensamentos e com toda a minha vontade; quando eu não podia mais parar de lutar contra o amor e a misericórdia de Deus, a menos que sua Benção descesse sobre mim — ou seja, a menos que Ele iluminasse minha mente com Seu ESPÍRITO Santo, para que eu pudesse compreender a Sua vontade e me livrar de minha dor, então a luz do ESPÍRITO rompeu das nuvens. Enquanto que em meu fervor, lutava poderosamente contra os portais do inferno, como se tivesse mais forças do que as que estavam em minha posse, desejando arriscar a própria vida (que teria sido insuportável, sem o auxílio de Deus); após duras lutas contra os poderes das trevas, meu ESPÍRITO rompeu as portas do inferno, e penetrou a essência mais íntima da Divindade recém-nascida, onde foi recebida com grande amor, tal qual aquele oferecido por uma noiva ao receber seu amado noivo. As palavras não podem expressar a grande satisfação e triunfo que experimentei então; tampouco poderia comparar tal satisfação com qualquer outra coisa, senão com o estado no qual a vida nasce da morte, ou com a ressurreição do morto. Durante este estado, meu ESPÍRITO imediatamente viu através de todas as coisas, e reconheceu à Deus em todas as coisas, até mesmo nas ervas e nas pragas, e soube o que era Deus e qual era a Sua vontade. Então, minha vontade cresceu rapidamente nessa luz, e recebi um forte impulso de descrever o estado divino.” (Aurora, XIX. 4).

“Eu nunca desejei saber nada sobre os mistérios divinos, nem compreendo como posso busca-los ou encontrá-los. Tudo o que busquei foi o coração de Jesus Cristo (o centro da verdade), onde devo me ocultar e encontrar a proteção da temível cólera de Deus; peço a Deus sinceramente que me conceda o Seu ESPÍRITO Santo e a Misericórdia, que Ele possa me abençoar, conduzir e afastar de mim tudo o que nos separa, a fim de que eu não viva em minha vontade própria, mas na Dele. Engajado nessa busca e nesse desejo sincero, a porta me foi aberta, de modo que em um quarto de hora, vi e aprendi mais do que se estivesse estudado por muitos anos nas universidades.” (Cartas, XII 6,7).

“Não sou um mestre da literatura ou das ciências deste mundo, mas um homem de mente simples. Nunca desejei aprender ciência alguma, mas desde tenra idade busquei a salvação de minha alma, e descobrir como poderia herdar ou possuir o reino do céu. Encontrei em meu interior um poderoso contrarium, ou seja, os desejos pertencentes ao corpo e ao sangue; Ingressei numa árdua batalha contra a minha natureza corrupta, e com o auxílio de Deus, decidi superar a vontade demoníaca que havia herdado, vencê-la e penetrar totalmente no amor de Deus no Cristo. Daquele momento em diante, resolvi considerar-me como um morto quanto a minha forma herdada, até que o ESPÍRITO de Deus tomasse forma em mim, para que Nele e através Dele, pudesse conduzir a minha vida. Isso era praticamente impossível, mas permaneci firme em minha sincera resolução, travando uma dura batalha contra mim mesmo. Enquanto buscava e lutava, com o auxílio de Deus, uma luz maravilhosa surgiu em minha alma. Era uma luz completamente estranha à minha natureza descontrolada; nela reconheci a verdadeira natureza de Deus e do homem, a relação existente entre eles, algo que nunca havia compreendido, e que nunca teria buscado”. (Tilken… 20-26).

“Agrada ao Supremo revelar seus segredos através do tolo, olhado pelo mundo como sendo um nada; percebe-se que seu conhecimento não procede destes tolos, mas Dele. Portanto, peço que considerem meus escritos como sendo os de uma criança a quem o Supremo manifestou Seu poder. Há tanto dentro deles, que nenhum tipo ou quantidade de argumentação ou raciocínio pode compreender ou alcançar; mas para os iluminados pelo ESPÍRITO, sua compreensão é fácil, e não passa de uma brincadeira de criança”. (Cartas, XV 10).

“Digo isso diante de deus, e testemunho diante de Seu julgamento, onde todas as coisas devem aparecer, que no meu eu humano, nada sei do que devo escrever; mas quando escrevo o ESPÍRITO dita aquilo que devo escrever, e me mostra tudo com tão maravilhosa clareza, que nunca sei se tenho minha consciência neste mundo ou não. Quanto mais eu busco, mais eu encontro, estou continuamente penetrando mais profundamente; sempre penso que minha pessoa pecadora era muito inferior e indigna para receber o conhecimento de mistérios tão exaltados e elevados; mas em tais momentos, o ESPÍRITO levanta o seu estandarte, dizendo: “Olhe! Aqui deves viver eternamente e ser coroado. Por que estais aterrorizado?” (Cartas, II. 10).

“Enquanto Deus me guia com Sua mão protetora, entendo aquilo que escrevi; mas quando Ele se oculta, não reconheço meu próprio trabalho; isso prova a impossibilidade de penetrar os mistérios de Deus sem o auxílio do ESPÍRITO Santo”. (Cartas, X. 29).

“Esses escritos transcendem o horizonte do raciocínio intelectual, e seu significado interior não pode ser alcançado através da especulação e da argumentação; é preciso que a mente esteja num estado semelhante à Deus, iluminado pelo ESPÍRITO da Verdade”. (Cartas, XVIII. 9).

“Acima de tudo, examine consigo mesmo, o propósito de conhecer os mistérios de Deus, e se estais preparado a empregar aquilo que receber para a glorificação de Deus e para o benefício do próximo. Você está pronto para morrer inteiramente para sua vontade terrestre e egoísta, e desejas, sinceramente ser um com o ESPÍRITO? Aquele que não tiver tais propósitos elevados, e busca apenas um conhecimento que satisfaça o seu eu, ou para ser admirado pelo mundo, não está apto a receber tal conhecimento”. (Clavis, II. 3).

“Se alguém deseja me seguir, que não seja intoxicado pelos pensamentos e desejos terrestres, mas que seja cingido pela espada do ESPÍRITO, pois terá que descer à terrível profundidade, por não dizer ao meio do reino do inferno. É muito duro lutar contra o demônio entre o céu e a terra, por ele ser um poderoso senhor. Durante tais batalhas passei por experiências amargas, que encheram meu coração de dor. Frequentemente o sol desaparecia da minha vista, mas depois surgia novamente e quanto mais o sol se punha, mais lindo, claro e magnífico era o seu raiar”. (Aurora, XIII. 20).

“Quem lê esses escritos e não pode compreendê-los, não deve colocá-los de lado, imaginando que nunca serão compreendidos. Deve buscar mudar a sua vontade, elevar sua alma à Deus, rogando-lhe a graça e a compreensão, e então ler novamente. Com certeza, irá perceber mais verdade do que antes, até que por fim o poder da vontade de Deus se manifeste nele, atraindo-o para as profundezas, para o fundamento supranatural — isto é dizer, na eterna unidade de Deus. Então ele irá ouvir as reais mas inexprimíveis palavras de Deus, que irão conduzi-lo através da radiação divina da luz celestial, mesmo com as formas mais grotescas da matéria terrestre, e daí novamente de volta para Deus; e o ESPÍRITO de Deus irá buscar todas as coisas nele e com ele”. (Clavis, Prefácio, 5).

“Somos todos um só corpo em Cristo e todos temos o ESPÍRITO de Cristo ao nosso alcance. Se, portanto, penetrarmos o Cristo, poderemos ver e conhecer todas as coisas pelo poder de Seu ESPÍRITO”. (Quarenta Questões…, XXVI. 5).

“Não posso descrever a totalidade da divindade como se fosse um círculo, porque Deus é imensurável; no entanto, a Divindade não é inconcebível ao ESPÍRITO que repousa no amor de Deus. Tal ESPÍRITO pode atingir a verdade eterna, de parte em parte e desta forma, acabará compreendendo a totalidade”. (Aurora, X. 26).

Deus é a vontade da sabedoria eterna, a sabedoria eternamente gerada Dele, em Sua revelação. Essa revelação ocorre através de um ESPÍRITO ternário. Primeiro através da Vontade eterna, em seu aspecto de Pai; depois, através da Vontade eterna em seu aspecto de amor divino, o centro ou o coração do Pai; e finalmente através do ESPÍRITO, o poder que emana da vontade e do amor.” (Mysterium I. 2,4).

“O Pai é a vontade do não fundamento (Absoluto). Essa vontade concebe em si mesma o desejo de manifestar-se. Esse amor ou desejo é o poder concebido pela vontade ou Pai, dentro de si — ou seja, o Filho, coração ou morada (a primeira fundação dentro da não fundação ou não fundamento), o primeiro princípio dentro da vontade. A vontade é falada através da concepção de si mesma, e essa emissão da vontade em fala ou respiração é o ESPÍRITO da Divindade”. (Mysterium, I.2).

“A primeira vontade inconcebível, sem qualquer origem, gera em si mesma o único e eterno Deus — uma vontade conceptível, sendo o filho da vontade sem causa, mas igualmente eterna com a primeira. Esta outra vontade é a sensibilidade e conceptibilidade da vontade primordial, pela qual aquilo que não é nada se encontra como sendo algo. Ao fazer isso, a vontade inconcebível sem causa, emerge o que encontrou eternamente, penetrando um estado de meditação eterna sobre seu próprio ser. A primeira vontade sem causa é chamada de Pai eterno; a vontade concebida e gerada do não fundamento é seu Filho congênito; a emissão da vontade insondável através do Filho concebido é o ESPÍRITO. Assim, a vontade única do Absoluto, através da concepção primeira, eterna e sem princípio, manifesta uma atividade ternária, mas permanece sendo uma vontade indiferenciada”. (Grace, I 5-12).

“A primeira atividade em Deus é a contemplação divina ou sabedoria, pela qual o ESPÍRITO de Deus, com seus poderes exalados, atua como um poder único e uniforme. Não tem começo nem fim, mas é infinito, e seu poder formativo não tem limites”. (Grace, I. 14).

“A sabedoria é a panavra revelada do poder divino, conhecimento e santidade, uma antítese da insondável unidade na essencialidade, onde o ESPÍRITO Santo forma uma imagem. Ela é passiva, mas o ESPÍRITO de Deus é ativo, como a alma no corpo”. (Clavis, V. 18).

“O ESPÍRITO ternário é uma unidade, um único ser; ou falando mais corretamente, não um ser, mas Razão eterna; consequentemente um mistério comparável à inteligência do homem, que também é incompreensível”. (Mysterium, I. 5).

“Não temos porque falar que Deus é três pessoas, nesse ponto, mas Ele é ternário em sua evolução eterna. Ele dá nascimento a Si mesmo na trindade; nesse desdobramento eterno continua sendo um ser, nem o Pai, nem o Filho, nem o ESPÍRITO Santo, mas unicamente a vida eterna ou Deus. A vontade ternária torna-se compreensível em Sua eterna revelação, só quando Ele revela a Si mesmo por meio da natureza eterna — ou seja, na luz através do fogo”. (Mysterium, VII 9 — 12).

“Sobre a eternidade não podemos falar de outra forma senão como de um ESPÍRITO, pois tudo era ESPÍRITO no princípio; mas esse ESPÍRITO também tem se envolvido num ser, desde toda a eternidade”. (Encarnação de Cristo… I 2).

“A Sabedoria, a virgem eterna, a companheira de Deus para Sua honra e alegria, torna-se cheia de desejo de observar as maravilhas de Deus, contidas em si mesma. Devido a esse desejo, as essências divinas dentro dela tornam-se ativas e atraem o santo poder; é assim que a sabedoria entra num estado de ser permanente; sua inclinação repousa no ESPÍRITO Santo. Ela simplesmente movimenta-se diante de Deus com a finalidade de revelar as maravilhas de Deus”. (Três Princípios…, XIV. 87).

“A corporalidade de Deus resulta de Sua essencialidade. Essa essencialidade não é ESPÍRITO, mas é como se fosse uma impotência, se comparada com o poder onde o Três reside. Essa essencialidade é o elemento de Deus, onde está a vida, mas não a inteligência”. (A Vida Tríplice…, V . 53).

“A vida-luz tem seu impulso e movimento próprio, assim como o fogo-vida; mas esse gera a primeira, que é o senhor da segunda. Se não houvesse fogo, não haveria nem luz, nem ESPÍRITO; e se não houvesse ESPÍRITO para soprar sobre o fogo, esse seria extinto e as trevas governariam. Nenhum dos dois seria nada sem o outro; ambos são dependentes um do outro”. (Quarenta Questões…, I. 62).

“A primeira e a sétima qualidade devem ser consideradas como uma, assim como a segunda e a sexta, e também a terceira e a quinta; mas a quarta é objeto de divisão. A primeira refere-se ao Pai, a segunda ao Filho e a terceira ao ESPÍRITO Santo”. (Clavis, IX 75).

“Não imaginem esses sete espíritos como as estrelas, vistas uma ao lado da outra no céu; todos são como que um ESPÍRITO. Da mesma forma, o corpo do homem possui vários órgãos, mas cada órgão participa do poder dos outros”. (Aurora, X.40).

“Sabe-se que um único ESPÍRITO não pode gerar outro, mas o nascimento de um ESPÍRITO resulta da cooperação de todos os sete. Seis deles sempre geram o sétimo, e se algum deles estivesse ausente os outros não poderiam estar presente”. (Aurora, X.21).

“Se às vezes descrevo somente dois ou três como ativos na geração de outro ESPÍRITO, é devido à minha fraqueza, pois em minha mente degenerada não posso reter a impressão da ação de todos os sete em sua perfeição. Vejo os sete, mas quando começo a analisar o que vejo, não posso alcançar os sete, mas um de cada vez”. (Aurora, X 22).

“Cada um desses princípios é fortemente definido com relação à sua natureza; mo entanto, não há antipatia entre eles. Todos se regozijam em Deus, como um só ESPÍRITO. Cada um ama o outro, e não há nada entre eles senão alegria e felicidade. A evolução desses princípios é um eterno um, e não qualquer outro”. (Aurora, X. 51).

“Cada qualidade do ESPÍRITO deseja a outra, e quando ela adquire esse objeto, torna-se como se tivesse sido transformada na outra; mas sua própria qualidade não se perde, simplesmente se adapta à outra, e manifesta um outro tipo de angústia (consciência), mas ambas mantém suas próprias qualidades especiais”. (A Vida Tríplice…, IV. 8).

“A terceira qualidade, a angústia, é desenvolvida da seguinte maneira: a adstringência é fixa, o movimento é volátil; uma qualidade é centrípeta, outra centrifuga; mas como são um, e não podem se separar uma da outra (nem do seu centro) tornam-se como uma roda giratória, onde uma força para cima e a outra força para baixo. A solidez fornece substancialidade e peso, enquanto o “amargor” (desejo em movimento) fornece ESPÍRITO (vontade de liberdade) e vida volátil. Tudo isso causa uma circulação dentro e para fora, sem no entanto, ter um destino. Aquilo que a atração do desejo faz com que se torne fixo, torna-se novamente volátil através da aspiração por liberdade. Ocorre então a grande inquietude, comparável a uma loucura furiosa, de onde surge uma terrível angústia”. (Mysterium, III. 15).

“Os três primeiros princípios não são Deus propriamente dito, apenas a Sua revelação. O primeiro destes três estados, sendo um princípio de toda força e poder, origina-se da qualidade do Pai; o segundo, sendo a fonte de toda atividade e diferenciação, surge da qualidade do Filho; e o terceiro, sendo a raiz de toda vida, origina-se na qualidade do ESPÍRITO Santo”. (Grace, VI. 9).

“Os antigos diziam que no sal, súlfur e mercúrio todas as coisas estão contidas. Isso não se refere tanto às coisas materiais, mas ao aspecto espiritual de todas as coisas, ou seja, ao ESPÍRITO das qualidades de onde surgem as coisas materiais. Pelo termo “sal”, compreendiam o desejo metálico e agudo na natureza; “mercúrio” simbolizava o movimento e diferenciação do primeiro, através do qual cada coisa torna-se objetiva e entra em formação. “Súlfur”, a terceira qualidade, significava a angústia da natureza”. (Clavis, 46).

“O fogo é originalmente, trevas, aspereza, frio eterno e secura, e não há nada nele, senão uma fome eterna. Como então se transforma em fogo? O ESPÍRITO de Deus, em seu aspecto de luz eterna, vem em auxílio da fome-ígnea. A fome origina-se da luz, porque quando o poder divino espelha-se nas trevas, essas se tornam cheias de desejo da luz, e esse desejo é a vontade (da natureza eterna). Mas a vontade ou o desejo na secura, não podem atingir a luz, consistindo então de angústia e súplica pela luz. Essa angústia e essa súplica persistem até que o ESPÍRITO de Deus entre como que um raio de luz”. (Três Princípios…, XI.45).

“Se a Divindade de acordo com o primeiro e segundo princípio é considerada apenas como um ESPÍRITO, sem qualquer essencialidade concebível, há nela, contudo, o desejo de envolver um terceiro princípio, onde repousa o ESPÍRITO dos dois primeiros princípios, onde se tornará manifestada como uma imagem”. (Seis Pontos Teosóficos…, I. 25).

“O fogo recebendo em si a essência do desejo como seu alimento, a fim de poder queimar, fornece um ESPÍRITO alegre e abre o poder da humilde essencialidade na luz”. (Seis Pontos Teosóficos…, I.57).

“O fogo, atraindo para si a humilde essencialidade da luz, emana, através da cólera da morte, o humilde ESPÍRITO que ali estava, o qual contém em si as qualidades da natureza”. (Tilken…, I. 171).

“Os primeiros três princípios são meramente qualidades condutoras da vida; o Quarto é vida propriamente dita, mas o quinto é o verdadeiro ESPÍRITO. Toda vez que esse poder se envolve do fogo, vive em todos os outros e transformando-os em sua própria natureza doce, de modo que a dor e a inimizade não podem ser encontradas ali, de forma alguma”. (Tabulae Principice, I. 46).

“Na luz de Deus, no reino dos céus (a consciência do ESPÍRITO), o som é muito sutil, doce e amoroso, de forma que se comparado com o barulho terrestre, é como uma perfeita quietude. No entanto, no reino da glória é, de fato, um som compreensível, e há uma linguagem ouvida pelos anjos — uma linguagem que só faz parte da natureza do mundo angélico”. (Mysterium, V. 19).

“O sétimo ESPÍRITO de Deus é o corpo, que nasce dos outros seis espíritos, e nele todas as figuras celestiais tomam forma. Dele surge toda beleza, toda satisfação. Se esse ESPÍRITO não existisse Deus seria imperceptível”. (Aurora, XI. I).

“A Sabedoria é a substancialidade do ESPÍRITO. O ESPÍRITO dela se reveste, como um ornamento, e assim se revela. Sem a sabedoria a forma do ESPÍRITO não seria conhecida; ela é a corporalidade do ESPÍRITO. Não se trata de um corpo de substância tangível, como os corpos dos homens, mas contém qualidades visíveis e substanciais que o ESPÍRITO per se não possui”. (A Vida Tríplice…, V. 50).

“Assim como a terra continua a produzir plantas, flores, árvores, metais e seres de várias espécies, um mais glorioso, forte e belo que o outro; e como no nosso plano terrestre uma forma aparece enquanto outras perecem, havendo um contínuo trabalho e envolvimento das formas, do mesmo modo a geração eterna com o santo mistério, continua ocorrendo com grande poder; em consequência dessa contorção de poderes espirituais, os frutos divinos aparecem um ao lado do outro, todos e cada um deles, numa radiação de belas cores. Tudo aquilo pelo qual estamos rodeados no mundo terrestre, não passa de um símbolo terrestre, que existe no reino celestial numa bela perfeição, num estado espiritual. Não existem ali meramente como um ESPÍRITO, uma vontade ou um pensamento, mas numa substancialidade corporal, em essência e poder, e aparece inconcebível se comparado com o mundo material externo” (Assinatura…, XVI. 18).

“Não é a sabedoria, mas o ESPÍRITO de Deus, o centro ou o revelador. Como a alma está manifestando-se num corpo através da carne, e como a carne não teria poder algum se não fosse habitada por um ESPÍRITO vivo, da mesma forma a sabedoria de Deus é a corporalidade do ESPÍRITO Santo, através da qual ele adquire substancialidade, a fim de manifestar-Se. A sabedoria dá à luz, mas isso não seria possível se o ESPÍRITO não atuasse nela. Ela revela sem o poder da vida-fogo, ela não possui desejo ardente, mas sua satisfação encontra sua perfeição na manifestação da Divindade, e, portanto é chamada de virgem em castidade e pureza diante de Deus”. (Tilken…, II 64).

“O Pai Eterno manifesta-se no fogo; o Filho manifesta-se na luz do fogo; o ESPÍRITO Santo manifesta-se no poder da vida e no movimento que emana do fogo e da luz”. (Assinatura…, XIV 34).

“O ESPÍRITO Santo revela a divindade na natureza. Ele estende o esplendor da majestade, a fim de que ele possa ser reconhecido nas maravilhas da natureza. Ele não é o esplendor propriamente dito, mas seu poder; ele introduz esse esplendor da majestade na substancialidade, onde a Divindade é revelada”. (A Vida Tríplice…, IV. 82; V. 39).

“O Pai, sendo a vontade primordial, pronuncia todas as coisas através do Verbo, do centro da liberdade; mas a emissão do Pai através do Verbo é o ESPÍRITO do poder, e esse ESPÍRITO dá forma àquilo que foi falado, a fim de que apareça como um ESPÍRITO”. (A Vida Tríplice… II. 63).

“Nenhum ESPÍRITO criado pode existir sem o mundo-ígneo. Até mesmo o amor de Deus não existiria, se a cólera de Deus, ou o mundo do fogo, não existisse Nele; pois a cólera ou o fogo de Deus é a causa da luz, força, poder e onipotência. (Stief. II. 4)”.

“Na eternidade, na Vontade eterna, havia uma natureza, mas ela existia ali apenas como um ESPÍRITO, e sua essencialidade não estava manifesta exceto no espelho daquela Vontade, ou seja, na sabedoria eterna”. (Assinatura…, XIV. 8).

“Sempre que algo nasce da Essência divina, é trazido para a forma, não meramente por um ESPÍRITO, mas por todos os setes”. (Aurora, X.4).

“Originalmente o ESPÍRITO é um fluxo mágico ou uma explosão de fogo, que deseja a substancialidade, ou seja, a forma. Essa é então causada pelo desejo, e continua a corporalizar o ESPÍRITO, e o ESPÍRITO passa a ser chamado de ser criado”. (Tilken… I 186).

“O centro de cada coisa é ESPÍRITO, coexistindo com o Verbo. A separação (diferenciação) de algo (através da qual esse algo se distingue do resto) está na qualidade de sua vontade, através da qual assume uma forma ou estado de ser de acordo com seu próprio desejo essencial (predominante)”. (Cartas, XLVII. 5).

“Se Deus irá ou não criar algo mais de Sua vontade, após o fim desses tempos, não é perceptível pelo meu ESPÍRITO, pois ele não vai além do próprio centro onde habita, e ali é o paraíso e o reino do céu”. (Princípios, IX. 41).

“Se desejas ouvir o ESPÍRITO Santo, manifestado pela boca de outro, é preciso primeiro que tu mesmo penetre com tua vontade no ESPÍRITO de santidade”. Jacob Boehme.

“O terceiro rei, Uriel, é formado segundo o tipo e o caráter do ESPÍRITO Santo. Ele é um magnífico e belo príncipe de Deus, também unido em amor com os outros príncipes, como num só coração”. (Aurora, XII III).

“Quando Deus criou os anjos, o príncipe do fogo e da luz se manifestou. Seu ESPÍRITO ou vida-angústia (consciência) tem sua origem no fogo. Ele foi então passado pela luz, tornando-se ali a angústia do amor, através da qual a cólera foi extinta”. (Encarnação de Cristo…, I 3-10).

“Todos os anjos foram criados no primeiro princípio, formados e corporificados pelo ESPÍRITO em movimento e iluminados pela luz de Deus”. (Três Princípios…, IV 67).

“Desde toda eternidade a luz de Deus era clara, doce e graciosa; mas quando Deus movimentou-se para criar, a matriz (o fundamento), com suas qualidades, amarga, ácida, obscura e ígnea, tornou-se manifesta; os anjos foram criados desta matriz para a luz, tornando-se corpóreos pelo ESPÍRITO em movimento”. (Aurora, V 24).

“Há uma vida superior à vida neste mundo, na eternidade. O ESPÍRITO deste mundo (a mente terrestre) não pode conceber a sua natureza. Ela contém em si todas as qualidades desta vida terrestre, mas não em essências inflamadas como no último. Verdadeiramente, ela também contém um fogo, e muito poderoso, mas que queima de forma diferente; ele é doce, humilde e sem dor; ele não consome, mas causa majestade e esplendor vivo, seu ESPÍRITO é puro amor e alegria”. (A Vida Tríplice…, VIII. I).

“Cada país possui seu ESPÍRITO guardião principal com suas legiões. Do mesmo modo, há anjos governando os quatro elementos — fogo, água, ar e terra”. (Mysterium, VIII. 9).

“No raio de luz, a quarta forma da natureza, está a origem da vida, ela contém a perfeição na constância do fogo. Aqui, no objeto da divisão, nasce o ESPÍRITO, que pode voltar e penetrar com sua imaginação em sua mãe, o mundo de trevas, ou ir em frente, e através da morte afundar-se na angústia do fogo, e explodir na vida. O ESPÍRITO é livre, e, portanto cada um desses dois caminhos estão dentro de sua escolha”. (Pontos Teosóficos, VII. 2).

“Quando Lúcifer viu que era tão bonito, e quando percebeu seu nascimento elevado, e grande poder, o ESPÍRITO que ele havia gerado em si (ou seja, sua própria vontade livre) manifestou-se e desejou triunfar sobre o divino nascimento, e exaltar-se acima do coração de Deus”. (Aurora, XIV. 13, 32).

“A qualidade adstringente foi a primeira assassina, ao perceber que o ser gerava uma bela luz, ela se contraiu de forma ainda mais dura do que quando Deus a criou. A segunda qualidade, a segunda assassina, partiu com grande força para a qualidade adstringente, como se quisesse transformar seu corpo em pedaços. O calor ou o terceiro ESPÍRITO assassino matou sua mãe, a água doce. O som surgiu tão furioso que soou como um trovão; pretendia com isso, provar sua própria nova divindade; o fogo surgiu como um terrível raio de luz. Assim, o corpo todo se transformou num vale escuro; não houve conforto, nem ajuda. O amor transformou-se em inimigo, e o anjo da luz tornou-se um escuro demônio de trevas”. (Aurora, XIV. 19-25).

“A imagem do ser criado foi vista na sabedoria, com seus aspectos de cólera e amor. Aqui também o ESPÍRITO de Deus, emanando eternamente da luz e do fogo do Pai, previu a queda, ou seja, que essa imagem, moldada num ser corporal, seria atraída pela cólera, e perderia seu esplendor divino”. (Considerações Stiefel III. 58).

“Os espíritos expulsos ainda se encontravam na qualidade do pai, e, portanto acenderam a qualidade da natureza através da imaginação, de modo que a substância transformou-se em terra e pedras, e o doce ESPÍRITO da água num céu incandescente. Depois disso ocorreu a criação deste mundo”. (Encarnação de Cristo…, I. 2-8).

“No segundo dia, Deus separou o mercúrio ígneo do aquoso, e chamou o ígneo de firmamento do céu. Então, no ESPÍRITO da natureza externa originou-se a espécie macho e fêmea, ou seja, no Mercúrio ígneo o masculino e no aquoso o feminino”. (Clavis, 86).

“Quando a luz contida na água doce penetrou o ESPÍRITO amargo, o raio de luz, inflamando-se na água, na qualidade morta, dura e amarga, provocou um movimento em todas as coisas, surgiu a mobilidade (a vida) na existência, não somente no céu acima da terra, mas também na terra. A vida começou a ser gerada em todas as coisas, e a terra produziu as plantas, ervas e árvores; dentro da terra se formaram a prata, o ouro e os metais de vários tipos”. (Aurora, XXI. 132; XX. 6).

“Pelo poder de Seu Verbo, o Fiat, Deus fez com que todos os seres surgissem da matriz da natureza no quinto dia, cada um segundo suas qualidades; os peixes na água, os pássaros no ar, e outros animais sobre a terra. Eles receberam sua corporalidade da fixidez (rigidez) da terra, e seu ESPÍRITO do Spiritus Mundi”. (Grace, V 20).

“Todas as criaturas, foram criadas da vida de baixo e da vida de cima. A matriz da terra forneceu o corpo e as estrelas, o ESPÍRITO”. (A Vida Tríplice… XI 7).

“Como o ESPÍRITO das estrelas, ou o ESPÍRITO na forma-ígnea, pelo poder de sua duração, misturou-se com o da água, de uma única essência surgiram duas essências. Uma, a masculina na forma ígnea, e a outra, a feminina na forma aquosa (estado)”28. (Três Princípios… VIII. 43).

“Adão deveria ser um perfeito símbolo de Deus, criado da Magia eterna, a substância de Deus; ele era para ser algo feito do nada, do ESPÍRITO — o ideal — para um corpo”. (Encarnação de Cristo… I.5).

“Na vida do homem há três estados que devem ser distinguidos um do outro — primeiro, o mais interno, ou seja, Deus eternamente oculto no fogo; segundo, a parte do meio, que desde a eternidade permanece como uma imagem ou semelhança nas maravilhas de Deus, comparável a uma pessoa que se vê no espelho; terceiro, essa imagem viva que recebe ainda um outro espelho na criação, onde se observou, ou seja, o ESPÍRITO do mundo externo, ou o terceiro princípio, que também é uma forma (estado) do Eterno”. (A Vida Tríplice…, XVIII. 4)

“A alma, ou o primeiro princípio, é encontrada no fogo da natureza eterna; o ESPÍRITO, ou o segundo princípio tem sua raiz na luz; e o corpo é o terceiro princípio, ou a substancialidade do mundo visível”31 (Tabulae Principice, 65).

“Se um homem, como imagem de Deus, deve governar os peixes, aves, animais e toda a terra, assim como as essências de todas as estrelas, então ele deve ser parte dos três, pois cada ESPÍRITO só pode governar em sua mãe, onde tem sua origem”. (Mysterium, XIV 8).

“O ESPÍRITO de Deus reside de eternidade em eternidade unicamente no céu, ou seja, em Sua própria essência, no poder da majestade. Quando ele foi soprado na imagem de um homem, surgiu o céu no homem; pois, Deus quis revelar-Se no homem, como numa imagem criada à Sua própria semelhança, e manifestar as grandes maravilhas de Sua sabedoria eterna”. (Cons. Stiefel…, I. 36).

“Adão foi concebido no amor de Deus e nasceu neste mundo. Tinha posse de uma substancialidade divina e sua alma era de vontade, o primeiro princípio, a qualidade do Pai. Essa vontade deveria ser dirigida, juntamente com sua imaginação, no coração do Pai, ou seja, no Verbo e no ESPÍRITO do amor e da pureza. A alma humana reteria então, a substância de Deus no Verbo da Vida”. (Encarnação de Cristo…, I 10 2).

“Não se pode permitir que a constelação (influências astrais) do macrocosmo governe o homem; ele possui em si sua constelação própria (o ESPÍRITO, a ideia), capaz de sintonizar-se à harmonia do alto e à evolução do mundo divino”. (Cartas, I 8).

“No homem primordial, antes da queda, as qualidades para a diferenciação e auto satisfação estavam em igual poder-vontade, e o desejo de cada uma era introduzido na unidade de Deus. Isso provocou a inveja do demônio e ele enganou as sete qualidades da vida, despertando nelas um desejo pervertido, persuadindo-as de que eram boas, e que se tornariam sábias, se as qualidades de cada uma de acordo com sua espécie, entrasse em harmonia própria, e que nesse caminho o ESPÍRITO provaria e reconheceria o bem e o mal”. (Tabulae Principice, 68).

“O ESPÍRITO de Adão buscava o fruto terrestre, pertencente à natureza da terra corrupta, portanto a natureza formou para ele uma árvore semelhante à terra corrupta; pois Adão era o coração na natureza; desta forma, ele auxiliou na formação dessa árvore, da qual desejava comer”. (Aurora, XVII 20).

“Depois que o brilho do ESPÍRITO deste mundo conquistou Adão, ele caiu no sono. Então seu corpo celeste tornou-se carne e sangue, e seu forte poder tornou-se rígidos ossos. A Virgem Celeste partiu para o éter celeste, para o princípio do poder”. (Três Princípios…, XIII 2).

Eva foi extraída de Adão, não como um mero ESPÍRITO, mas inteiramente substancial. Poderia se dizer que Adão recebeu uma fenda, e que a mulher está carregando o ESPÍRITO, a carne e o osso de Adão”. (Três Princípios…, XIII 14).

Adão e Eva ainda tinham uma consciência paradisíaca, mas ela encontrava-se misturada com o desejo terrestre. Eles estavam nus, e tinham órgãos animais para procriação; mas eles não sabiam disso, nem tampouco se envergonhavam, pois o ESPÍRITO do grande mundo ainda não tinha obtido o governo sobre eles antes de terem provado do fruto terrestre”. (Encarnação de Cristo… I 6 15).

“O princípio externo é a causa de um combate contínuo. Causa combates contínuos entre animais, pois todos os animais são um fruto do terceiro princípio, e têm a vida daquele princípio; tanto seu ESPÍRITO e corpo. Tudo que se move neste mundo, e também o homem, até onde concerne seu corpo visível e seu ESPÍRITO (mundano) em carne e sangue, é também um fruto daquele princípio, e nada mais”. (Seis Pontos, III, 53).

“O terceiro princípio, ESPÍRITO e tormento deste mundo, estava oculto desde a eternidade na natureza eterna; ele foi revelado pelo ESPÍRITO de luz-flamejante na sabedoria de Deus e na tintura divina. Então a divindade movimentou-se de acordo com a natureza da mãe produtiva, surgiu então, o grande Mysterium, contendo tudo que está no poder da natureza eterna. Isso, contudo, era apenas um Mysterium e não tinha semelhança a nenhum ser criado. Ali tudo estava junto (misturado), como uma nuvem de poeira”. (Encarnação de Cristo… I I 10).

“Se considerarmos corretamente a criação deste mundo e o ESPÍRITO do terceiro princípio, ou o ESPÍRITO do grande mundo com suas estrelas e elementos, encontramos ali as qualidades do mundo eterno como que num estado de mistura; onde Deus quis manifestar as maravilhas eternas até então ocultas, trazendo-as para uma existência objetiva”. (Seis Pontos Teosóficos… II 6).

“Dentro de toda natureza há uma contínua luta, batalha e consumação, de modo que este mundo pode ser verdadeiramente chamado de ‘vale de dor’, cheio de problemas, perseguições, sofrimentos e trabalho; pois, quando o ESPÍRITO da criação foi para o meio, teve que formar o mundo do meio do reino do inferno” (Aurora, XVIII 112).

“A natureza, até o dia do julgamento, tem duas qualidades inerentes; uma é amorosa, celestial e santa; a outra, colérica e demoníaca. A qualidade boa trabalha com grande diligência a fim de produzir bons frutos sob a influência do ESPÍRITO Santo; do mesmo modo, a qualidade demoníaca trabalha com o propósito de produzir frutos demoníacos, recebendo poder e incitamento do demônio”. (Aurora, Preface X 10).

“O sol é o centro da constelação (sistema solar) e a terra é o centro dos elementos. Ambos, se comparados, são como ESPÍRITO e corpo, homem e mulher. Mas a constelação possui uma outra mulher, onde lança sua substância, ou seja, a lua, esposa de todos os planetas, mas especialmente do sol”. (Mysterium XI 31).

“A constelação é a causa das artes e da ciência, assim como de toda ordem e harmonia neste mundo, pois desperta as árvores e metais, permitindo que cresçam. Na terra estão todas as coisas contidas nas estrelas; a constelação inflama a terra, e tudo isso junto é senão um ESPÍRITO”88 (A Vida Tríplice…, VII 48).

“A terra está girando porque possui dois fogos, o fogo frio e o quente, e aquilo que está embaixo sempre deseja elevar-se em direção ao sol, porque a terra recebe ESPÍRITO e poder unicamente do sol. Portanto, ela está girando. O fogo, seu desejo de luz, a faz girar, pois ela deseja ser inflamada e ter vida própria. Tendo, contudo que permanecer na morte, até que deseje e atraia a vida que está acima, abrindo seu centro para sempre receber a tintura e fogo do sol”. (A Vida Tríplice… XI 5).

“O ouro está intimamente ligado á substancialidade divina ou corporeidade celestial. Isso seria visto se pudéssemos dissolver o corpo morto do ouro e o tornássemos volátil, ESPÍRITO ativo, mas isso só é possível através do poder de Deus”. (Assinatura… III 39).

“Como o ESPÍRITO está em uma coisa, assim é a tintura, pois a tintura emana do ESPÍRITO e é sua luz”. (Três Princípios…, XIII 45).

Deus também produz o segundo princípio em Seu amor, de onde gera, de eternidade em eternidade Seu coração e verbo eterno, e o ESPÍRITO inflama o elo da natureza, e a torna luminosa no amor e na vida de Seu coração, pelo poder da luz. Da mesma forma, a alma do homem deseja penetrar o segundo princípio e manter sua ânsia no poder de Deus”. (A Vida Tríplice…, I II-13).

“A alma possui as sete qualidades do mundo espiritual interior (modificadas) segundo a natureza; mas o ESPÍRITO não tem qualidade alguma; ele está fora da natureza e na unidade de Deus. Através de sua natureza ígnea, o ESPÍRITO se manifesta na alma, pois é a verdadeira semelhança de Deus, uma ideia através da qual o próprio Deus age e reside, providenciando que a alma penetre com seu desejo em Deus, rendendo-Lhe a sua vontade. Se isso não ocorre, então essa ideia, ou ESPÍRITO, permanece mudo e inativo, como uma pintura no espelho que some e não tem substância, como foi o caso de Adão em sua queda”. (Tabulae Principice, 66).

“A essência da alma, que emana da vontade insondável, não morreu. Nada pode destruí-la. Ela permanece para sempre um vontade livre. Mas perdeu o estado divino, onde queimava a luz de Deus e o fogo de Seu amor. Não que esse amor havia se tornado um nada, embora isso tenha ocorrido na alma criada (não manifestada) e inconsciente; mas o santo poder, ou seja, o ESPÍRITO de Deus, que era a vida ativa ali, tornou-se oculto” (Grace, VI 2).

“Não foi por nada que Deus soprou nas narinas de Adão o ESPÍRITO externo, a vida externa. Adão teria se tornado um demônio, tal como Lúcifer, mas o espelho externo evitou tudo isso”. (Quarenta Questões… XVI 2).

“Através da análise de nós mesmos descobrimos que, no geral, o ESPÍRITO externo (nossa natureza humana) é muito útil. Muitas almas se tornariam corruptas se o ESPÍRITO animal não mantivesse o fogo capturado e apresentasse o fogo-espírito terrestre, a ocupação animal e a satisfação, com as quais podem se divertir até obter novamente um lapso de sua nobre imagem, e começar a buscá-la novamente”. (Quarenta Questões… XVI 10).

“A pobre alma de Adão foi feita cativa pelo ESPÍRITO e princípio deste mundo, e permitiu que sua tintura nela penetrasse”. (A Vida Tríplice…, VIII 63).

“Aquilo que a imaginação do ESPÍRITO penetra se torna expresso na forma corporal através da impressão do desejo espiritual. Portanto, Deus ordenou a Adão, quando ele ainda estava no Paraíso, para não se alimentar, com sua imaginação, da árvore do conhecimento do bem e do mal, para que não mergulhasse no sofrimento e na morte, morrendo para o reino do céu, como tem ocorrido atualmente”. (Baptism I 22).

“Quando o homem deixou o Paraíso penetrando uma nova geração, a saber, o ESPÍRITO deste mundo, na qualidade do sol, planetas e elementos, então sua percepção paradisíaca se extinguiu”. (Três Princípios…, XIV.2).

“A alma penetrou com Adão uma habitação estranha, ou seja, o ESPÍRITO deste mundo. Há, de fato, quatro habitações nas quais aquela jóia preciosa está aprisionada. Destas quatro, há sempre uma especialmente manifestada na pessoa, não as quatro, de acordo com os quatro elementos que se encontram dentro do homem; um deles sempre predomina na vida da pessoa. Esses quatro estados, formas ou temperamentos são conhecidos como: colérico ou bilioso, sanguíneo, fleumático ou linfático e o melancólico ou nervoso. No temperamento colérico está manifestada a natureza e qualidade do fogo; no sanguíneo, a do ar; no fleumático, a da água e no melancólico, a qualidade do elemento terra”. (Quatro Complexões…, I.6).

“Há agora uma forte atração sexual nas criaturas. O ESPÍRITO masculino busca o filho amado na fêmea, e o feminino o busca no masculino”. (Três Princípios…, VIII 44).

“A alma não é toda vez criada nova e soprada no corpo, mas reproduzida de acordo com a lei natural humana, como um galho que cresce do tronco da árvore, ou como um grão ou semente que é plantada. Assim, a alma é plantada para que possa crescer e ser um ESPÍRITO e corpo”. (Quarenta Questões…, X 4).

“O coração é a verdadeira origem da alma, e no sangue interior do coração (a vontade) está a alma, o fogo, enquanto que na tintura a alma é seu ESPÍRITO (sua luz); o ESPÍRITO flutua sobre o coração, e comunica-se ao corpo e a todos os órgãos”. (Quarenta Questões…, XI 3).

“Quando a alma afastou-se da Luz de Deus e penetrou o ESPÍRITO deste mundo, deu-se início ao tormento do primeiro princípio. Ela viu e sentiu que não estava mais no reino de Deus, até que o coração de Deus veio e se colocou entre ela e o reino divino, possibilitando-o penetrar ali e regenerar-se”. (Três Princípios…, IX 6).

Noé disse: ‘Louvado seja o Deus de Sem, e Jafé deve viver nas cabanas de Sem’. Pela expressão ‘Deus de Sem’, compreende-se o Verbo santo no pacto, e como se manifestaria, de modo que os Jafitas ou gentis, aqueles que viviam apenas pela luz da natureza, chegariam à luz da graça, manifestada em Sem, penetrando assim a ‘morada de Sem’ e passariam a viver ali. Mas Ham, o ESPÍRITO da luxúria carnal, deveria tornar-se um servo dos filhos da luz, segundo sua qualidade, porque os filhos de Deus o forçariam a se tornar submisso à Ele, afastando sua desprezível vontade própria”151 (Mysterium, XXXIV. 31).

“Os gentis adoravam o sistema planetário e os quatro elementos; eles tinham o conhecimento de que esses regiam a vida externa de todas as coisas. Assim, através da palavra concebida intelectualmente penetravam a igualmente a palavra concebida e formada (manifestada). Por outro lado, o ESPÍRITO da palavra formada da natureza tornou-se parte deles, sendo que um intelecto passava para o outro. O intelecto humano movimentou a inteligência com a alma do mundo externo tão longe o desejo deste permitiu, e através desta inteligência (que reside na luz astral ou mente do mundo externo) o ESPÍRITO profético para fora do ESPÍRITO de Deus indicando a eles, como que nos tempos futuros a palavra formada da naturezxa externa se manifestaria na construção e na destruição dos reinos, etc. Fora desta alma do mundo, os gentis recebiam respostas através de suas imagens e ídolos, porque a fé que introduziram neles tão fortemente, os movimentavam; esta não foi, portanto, uma total obra do demônio, como”. supunham aqueles que, nada sabendo sobre os mistérios, tornam o demônio responsável por tudo, enquanto ignoram até mesmo o que Deus e o diabo são”. (Mysterium, XXXVII 10-13).

“Os gentis ficaram com sua magia própria. Aqueles que deixaram o desejo da corrupção e penetraram a luz da natureza, porque não conheciam à Deus, mas que, no entanto, viviam na pureza, eram filhos da vontade livre, e neles o ESPÍRITO da liberdade desenvolveu grandes maravilhas, como pode ser visto nas obras da sabedoria que deixaram”. (Terrestrial and Celestial Mysterium, VIII.9).

“O ESPÍRITO do homem foi emanado de Deus, e partiu de Deus (o Eterno) através dos tempos; no temporal, tornou-se impuro. Agora, é preciso deixar essa impureza, e através do sacrifício penetrar novamente em Deus”. (Mysterium, XXVII 34).

“O corpo de Adão foi criado do Limus da terra, e também do Limus do céu da santidade; mas o Limus do céu, onde a vontade livre poderia conceber-se numa forma celeste e assim mover-se, agir, pensar e orar diante de Deus estava enfraquecido em Adão, e, portanto, os dois irmãos inflamaram (sacrificaram) os frutos da terra. Caim trouxe dos frutos da terra (matéria), mas Abel trouxe do primogênito seus rebanhos (do ESPÍRITO), e isso foi inflamado através do fogo”. (Mysterium, XXVII 7).

“O santo ESPÍRITO de Deus formou a substancialidade Angélica, celestial em um só elemento, através da virgem; mas os planetas e elementos deste mundo formaram o homem externo, conferindo-lhe um corpo natural e uma alma exatamente igual a dos outros seres humanos, ambos em uma só pessoa. De modo que, cada forma possuía seu próprio estado particular de percepção e sensação, e o estado divino não se misturou a tal fórmula (com a forma terrestre) a fim de que a primeira diminuísse e permanecesse o que era (antes que a encarnação ocorresse), e se transformasse no que não era (através da encarnação), mas sem qualquer separação, diferenciação ou divisão do ser divino. Desta forma, o Verbo permanece no pai, o ser criado do santo elemento permaneceu diante do pai, e o estado natural humano ocorreu neste mundo, no ventre da virgem Maria”. (Três Princípios…, XX 86).

Maria é chamada de virgem pura e santa apenas com referência à virgem celeste que dela tomou posse, e a revestiu do puro elemento do paraíso. Maria não se apoderou deste estado por poder próprio, como se nota quando o anjo lhe diz: ‘O ESPÍRITO de Deus cairá sobre ti e serás revestida pelo poder Supremo; Assim sendo, o Santíssimo que de ti nascerá será chamado de Filho de Deus’.” (Três Princípios…, XX 41).

“As palavras do anjo, ‘O ESPÍRITO de Deus cairá sobre ti, e serás revestida pelo poder do Supremo’, significa: O ESPÍRITO Santo abrirá o centro fechado interno, na semente moribunda e a Palavra de Deus penetrará com substancialidade vivificante e celestial naquela que se encontrava enclausurada na morte, tornando-se com ela uma só carne”. (Três Princípios…, XXII 41).

“O Verbo vivo que habitava a virgem eterna atraiu para si a carne de Maria, ou seja, as essências corporais de Maria, e assim cresceu ali, em nove meses, um ser humano completo, com alma, ESPÍRITO e carne”. (A Vida Tríplice…, VI 79).

“Quando o Verbo penetra o elemento puro, a matriz virginal, Ele não se separa do Pai, mas permanece eternamente, e está em todo lugar, presente no céu do elemento em que penetrou, e onde se tornou uma nova criatura, chamadadeus’. Essa nova criatura naturalmente não nasceu da carne e do sangue da virgem (física), mas de Deus, de Seu elemento (a virgem celeste, e no poder da Santíssima trindade, que permanece ali eternamente em sua plenitude). Mas a corporeidade do elemento daquele ser criado é inferior com relação à Divindade, pois Ela é ESPÍRITO, e o elemento santo é nascido do verbo da eternidade. Desta forma, o Verbo penetrou a serva, o que fez com que todos os anjos do céu fossem tomados de surpresa. Trata-se do maior milagre já ocorrido desde toda eternidade, porque isso vai contra a natureza (humana), e só poderia ter acontecido por conta do amor divino”. (Três Princípios…, XVIII 42).

“O ESPÍRITO desse mundo capturou o corpo, tornando-o terrestre; o corpo e a alma tornaram-se corruptos. Desta forma, não mais estamos em posse do elemento puro necessário para a formação de um corpo (puro), mas de uma protuberância dos quatro elementos em combinação com a influência das estrelas. Este corpo não pertence à Divindade. Deus não Se revela num corpo impuro, mas somente no homem santo (interiormente regenerado), na pura imagem que Ele criou no princípio. Nada mais havia de ser feito além de regenerar a imagem através do coração e da luz de Deus”. (Três Princípios…, XXIII 21).

“O homem deve, novamente, deixar o ESPÍRITO dos planetas e elementos e penetrar um novo nascimento, na vida de Deus. Isso a alma não pode realizar pelo próprio e, portanto, a vida de Deus que emana do amor e da misericórdia veio até nós em carne e tomou nossa alma humana novamente para si, na vida divina, no poder da luz; assim, nesta vida devemos ter um novo nascimento e penetrar em Deus” (A Vida Tríplice…, I 17).

“Para o ESPÍRITO humano (como tal) seria impossível sair da tormenta de angústia e penetrar a região do céu; Deus teve que surgir novamente, no seio da humanidade e ajudar o ESPÍRITO humano a romper as portas das trevas, a fim de poder penetrá-lo (revestido) de poder divino”. (A Vida Tríplice…, XXI 21).

“Os piedosos se revestiram em Cristo antes de Sua encarnação, no pacto da promessa, não em substância, mas meramente em poder; não na carne, mas meramente no ESPÍRITO”. (Cons. Stiefel…, II 442).

“Após o demônio ter falhado por duas vezes, ele se aproximou com a última e poderosa tentação (dizendo) que lhe daria todo o mundo se ajoelhasse e o adorasse. Adão já havia estado ansioso pela possessão deste mundo; ele desejou torná-lo seu; mas ao proceder desta forma, Adão afastou-se de Deus e foi capturado pelo ESPÍRITO deste mundo. Agora, o segundo Adão havia que se submeter à essa tentação do primeiro Adão. Havia que ser testado se a alma permaneceria com o homem novo, santo e celestial, vivendo na graça de Deus ou no ESPÍRITO deste mundo. Mas a alma de Cristo disse ao demônio: “Afasta-te de mim, Satã! Pois está escrito: ‘Deves adorar ao Senhor teu Deus, e Servir à Ele unicamente!’. Assim, o valente guerreiro conquistou, e o demônio teve que partir; tudo o que é terrestre foi superado pelo Cristo. Agora o Senhor está acima da lua, e tem todo o poder no céu e no inferno; Ele é Mestre da vida e da morte. Ele deu início ao Seu reino sacerdotal com sinais e milagres. Ele transformou a água em vinho, tornou são o doente, fez com que o cego enxergasse, e o coxo andasse e até despertou o morto para a vida. Ele se sentou na cadeira de Davi e passou a ser o verdadeiro sacerdote na ordem de Melquisedeck”. (Três Princípios…, XXII 3).

“Quando o Verbo pronunciado de Deus na qualidade humana aprisionou-se no Redentor, a essencialidade que havia morrido em Adão, mas que se tornou novamente viva em Cristo, clamou juntamente com a alma: ‘Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonastes?’ Isso significa que a cólera de Deus havia penetrado, através da qualidade da alma, a imagem da essencialidade divina, e que havia absorvido a imagem de Deus, porque era essa a imagem da serpente na alma ígnea, a cabeça da cólera de Deus, para transformar seu poder ígneo na vida-sol eterna. Como uma vela se extingue ao queimar-se, e assim como desta morte surge a luz e o poder, da mortificação e da morte de Cristo havia que surgir o sol divino e eterno na qualidade humana. Assim, havia que morrer, neste caso, não só o egoísmo da qualidade humana, ou seja, a vontade-própria da alma com relação à (seu desejo pela) vida no poder do fogo, e se perder na imagem do amor; mas, essa mesma imagem do amor havia que penetrar a cólera da morte, a fim de que tudo mergulhasse na morte e através da morte e da humildade perfeita, e na vontade e misericórdia de Deus, surgisse novamente na substancialidade paradisíaca, a fim de que o ESPÍRITO de Deus pudesse ser tudo em tudo”. (Assinatura…, XI 87).

“A crença de que o Cristo teve uma morte natural em Sua qualidade humana não deve ser compreendida como se Sua alma criada houvesse morrido, e menos ainda que Ele houvesse perecido em Seu aspecto de ser divino, ou com relação à Sua essencialidade celeste e tintura celeste. Ele morreu unicamente com relação à Sua egoidade, ou seja, com relação à vontade e regime do mundo externo que governava no homem. Ele morreu com relação à vontade própria e aos poderes próprios da egoidade criada. Ele entregou tudo isso inteiramente nas mãos do Pai, o fim da natureza, o grande mistério do Pai; mas não para que isso fosse a morte, mas para que o ESPÍRITO de Deus estivesse ali, com toda a sua vida, e o poder divino existisse na personalidade de Cristo”. (Assinatura…, XII I).

“Quando o Cristo morreu, Ele não jogou fora o corpo que havia estado em Sua possessão sobre a terra, nem o deixou ser consumido pelos quatro elementos, mantendo (ou tomando) um corpo totalmente estranho (para a forma terrestre); Ele simplesmente repousou o sofrimento (a consciência exterior) deste mundo, e Se revestiu da imortalidade, a fim de que Seu corpo pudesse viver no poder divino, e não no ESPÍRITO deste mundo”. (Três Princípios…, XXV 53).

“Quando o Filho de Deus derramou Seu sangue santo em Cristo, o veneno da cólera na carne, alma e ESPÍRITO de Adão, que tomou para Si, foi santificado e transformado em amor. Assim, a inimizade cessou e Deus tornou-se Emanuel; ou seja, homem com Deus e Deus com o homem. Então a carne de Adão foi tingida e preparada para a ressurreição”. (Cons. Stiefel… II 209).

“A morte estava lutando com o homem externo (com a vida do), pensando que agora, a alma deveria permanecer na Turba; mas havia um forte poder na alma, ou seja, o Verbo de Deus. Esse verbo capturou a morte e a destruiu, extinguindo a cólera. Trava-se de um grande veneno para o inferno quando a luz o penetrou, e o ESPÍRITO de Cristo aprisionou o demônio, conduzindo-o da alma-fogo para as trevas, trancando-o ali, na dureza colérica e no amargor”. (Quarenta Questões…, XXXVII 13 — 15).

“Os patriarcas judeus não conheceram o Cristo na carne, mas apenas em seu protótipo, e se revestiram unicamente do poder que possuíam, procedente do primeiro pacto incorporado e verbo; mas agora se revestiram em Sua substância, pois todos aqueles que colocaram sua fé Nele e se revestiram do pacto no ESPÍRITO, nestes o pacto fora preenchido com substância celestial. Portanto, muitos se elevaram com Ele após a sua ressurreição, e se fizeram visto em Jerusalém, para testemunharem de que foram elevados em Cristo”. (Grace, X 45)

“É evidente, e não necessita de mais provas o fato de que somos todos feitos de carne e sangue, e que somos mortais. No entanto, nos é ensinado que somos templos do ESPÍRITO Santo, que habita em nós. Também nos é ensinado que o Cristo deve tomar forma em nós, e que Ele nos dará a Sua carne como alimento e o Seu sangue como bebida. Ele diz que aquele que não come da carne do Filho do Homem não terá a vida eterna. Portanto, devemos refletir seriamente que tipo de homem há dentro de nós mesmo, similar a Deus e capaz de tornar-se divino”. (Regeneração, I).

“Pois, aquilo que é feito de carne mortal irá retornar a terra. Nela reside a vaidade deste mundo. A carne deseja o que não é de Deus, e não pode ser considerado um Templo do ESPÍRITO Santo. Muito menos pode ocorrer ali uma regeneração espiritual da carne terrestre, porque ela morre e se dissolve, e é morada dos pecados. Mas o verdadeiro Cristão nasce de Cristo, e aquele que é regenerado é um templo do ESPÍRITO Santo que habita em nós”. (Regeneração, I).

“Para se produzir um verdadeiro Cristão, não basta satisfazer-se com uma crença meramente histórica e científica, no Filho de Deus, que um dia viveu sobre a terra. Não seremos recompensado por uma espécie de Deus externo, que nos atribuirá retidão, por conta de nossa confissão em tal crença; mas, o reconhecimento da verdade divina deve nascer e ser recebida dentro de nós de forma pueril. A carne está condenada à morte, e temos que nos tornar como uma criança que nada sabe, mas que se apega (instintivamente) a mãe que lhe deu à luz. Da mesma forma, a vontade do Cristão deve morrer para a sua vontade própria e auto afirmação, tornar-se como uma criança em Cristo. Então, se a vontade e o desejo da alma é dirigido unicamente à sua fonte, irá surgir do ESPÍRITO de Cristo uma nova vontade e obediência na justiça divina, a partir da morte da vontade-própria; não mais será uma vontade pecadora”. (Regeneração, I).

Deus habita no mundo e preenche todas as coisas; no entanto, Ele nada possui. A luz habita nas trevas, mas não a possui; o dia habita na noite e a noite habita no dia, o tempo na eternidade e a eternidade no tempo; o mesmo ocorre com o homem. Ele próprio é o tempo, e vive com ele segundo seu aspecto externo; é desta mesma forma que o mundo externo existe no tempo; mas o homem interior é eternidade, mundo e tempo espiritual, tal como é criado na luz, de acordo com o amor de Deus, e nas trevas de acordo com Sua cólera. Seu ESPÍRITO vive naquele princípio que nele está manifestado, seja nas trevas, seja na luz. Cada um deles habita em si mesmo; nenhum deles possui o outro; mas, se um penetra o outro e deseja possuí-lo, este o outro irá perder sua supremacia e poder. Se a luz se manifesta nas trevas, então as trevas deixam de ser trevas; e se as trevas surgem na luz, então a luz e seu poder serão extintos. As trevas eternas da alma constituem o reino do inferno; a luz eterna na alma é seu céu. O homem, portanto, é criado e vive nos três mundos. Um é o mundo das trevas eternas que surge do centro da natureza — natureza eterna — onde nasce o fogo como o tormento eterno; o outro mundo, é o da luz eterna, onde reside a alegria e o ESPÍRITO de Deus. É neste mundo de luz que o ESPÍRITO de Cristo assume substancialidade humana. O terceiro mundo onde vive o homem, e do qual foi gerado, é o mundo visível externo, com seus quatro elementos, e as estrelas visíveis”. (Regeneração, I).

“A regeneração espiritual, não depende de aprendizado ou conhecimento científico; é preciso haver uma intensa e poderosa sinceridade, uma grande fome e sede pelo ESPÍRITO de Cristo. A ciência pura não é fé; a fé é uma intensa fome e sede por aquilo que desejo, de modo que se forma numa imagem dentro de mim, e pela avidez de minha imaginação torna-se minha propriedade. Essa fome e desejo moldam a substância de Cristo, sendo ele a substância celestial, na imagem enfraquecida, onde a palavra do poder de Deus é a vida ativa”.

“Através da introdução da vontade divina o homem reúne-se a Deus e renasce em sua natureza emocional. Ele começa a morrer com relação ao egoísmo do falso desejo (dentro dele) e a se regenerar em novo poder. Ainda há a qualidade carnal atraída a ele, mas no ESPÍRITO ele caminha com Deus; desta forma, nasce no homem de carne terrestre um novo homem espiritual com percepções divinas e com uma vontade divina, matando dia após dia, a luxúria da carne, e pelo poder divino, começa a render o mundo, ou seja, a vida externa; Ele começa a fazer com que o céu, ou o mundo espiritual interior, se torne visível no mundo externo; Deus torna-se homem e o homem Deus, até que a árvore, finalmente, atinja a sua perfeição, quando a casca externa irá cair, e ela aparecerá como árvore espiritual da vida no jardim de Deus”. (Mysterium, Supplement, VIII).

“Enquanto o homem terrestre viver a alma estará em contínuo perigo, pois o demônio tem uma inimizade com ela, lançando seus raios com uma falsa imaginação no ESPÍRITO das estrelas e dos elementos; ele alcança, assim o fogo-alma, e deseja envenená-la com um desejo terrestre e demoníaco. A nobre imagem deve, neste caso, (na consciência interna do homem) levantar-se em defesa; muita luta pela coroa dos anjos se faz necessária, e sempre surge ali, dentro do velho Adão, dúvidas e descrenças”. (Encarnação de Cristo…, XI. 6).

“Que ninguém pense que a árvore da fé Cristã possa ser vista ou conhecida no reino deste mundo. O homem externo não a reconhece, e mesmo que o ESPÍRITO Santo se manifestasse no espelho exterior, a vida externa tornar-se-ia satisfeita e tremeria de prazer, e pensaria ter recebido o convidado esperado; ela então acreditaria, ainda que não ocorra ali uma duração perfeita; o ESPÍRITO de Deus não permanece constantemente na mente terrestre. Ele quer ter um vaso limpo, e sempre que retorna a seu princípio — sendo este a verdadeira imagem — o ser externo torna-se duvidoso e cheio de medos”. (Encarnação de Cristo…, CXI 8).

“A causa do antagonismo entre a carne e o ESPÍRITO pode facilmente ser encontrada; o ESPÍRITO interior tem o corpo de Deus, nascido da doce essencialidade, e o ESPÍRITO externo tem o corpo do ESPÍRITO ígneo da cólera, que busca, continuamente, a cólera despertada; ou seja, as grandes maravilhas que estão no Arcanum, na inflexibilidade da alma. O amor-espírito interior protesta e não irá deixar o ESPÍRITO externo surgir e incendiar a alma; pois isso seria perder sua própria felicidade e forma, que seriam destruídas pela cólera”. (Quarenta Questões…, XVII 14).

“A vontade, quando reta, é fé, e como tal pode dar ao corpo uma nova forma, de acordo com o ESPÍRITO externo; pois o homem interior é o senhor do exterior; este tem que obedecer o primeiro, e o interior pode colocá-lo sob nova forma, mas não permanentemente”. (Quarenta Questões…, VI 10).

“Muitos santos dirigidos pelo ESPÍRITO de Deus saíram deste estado de submissão, de volta para o egoísmo; ou seja, para seu próprio raciocínio e vontade própria”. (Quietude…, I 34).

“Sempre que Deus conduz seus filhos para a turbulência e a angústia, eles ali estão para produzirem um novo ramo na árvore da fé. Sempre que o ESPÍRITO de Deus aparece apresenta um novo crescimento, do qual a nobre imagem é extremamente satisfeita”. (Encarnação de Cristo…, CXI 8).

“As essências corporais retornam a terra; o ESPÍRITO elemental, o ar, retorna ao ar; a água e o sangue são recebidos pela água e terra (verrestres), e do homem externo nada fica. Ele deixa de existir. Ele teve um início e um fim”. (A Vida Tríplice…, XVIII 8).

“O homem já está no céu o no inferno, neste mundo, onde quer que esteja corporalmente. Se seu ESPÍRITO está em harmonia com Deus, ele estará então espiritualmente no céu e sua alma encontra-se em Deus. Se ele espiritualmente habita a cólera, então já está no inferno e em companhia dos demônios”. (Aurora, XX 86).

“Se o ESPÍRITO permanece não regenerado com seu princípio original, então irá aparecer na ruptura da forma tal criatura correspondente à qualidade da vontade (caráter) adquirido durante a vida terrestre. Se, por exemplo, durante a vida se tem a invejosa disposição de um cão, rancoroso com tudo e com todos, então este caráter do cão irá encontrar sua expressão numa forma correspondente após a morte do corpo; pois de acordo com isso, a alma (animal) toma (assume) sua forma, e esse tipo de vontade permanece contigo na eternidade, pois as portas das profundezas que levam à luz de Deus são então fechadas diante de ti”. (Três Princípios…, XVI 50).

“Se durante sua vida terrestre, não iluminastes tua alma e o ESPÍRITO eterno dado a ti pelo bem supremo, na luz de Deus, a fim de que o ESPÍRITO renasça naquela luz, na substancialidade divina, então a alma no Mysterium irá retornar ao centro da natureza, e penetrar na qualidade da angustia das quatro formas inferiores da natureza eterna. Ali ela estará na companhia de todos os demônios, e será obrigada a devorar aquilo que movimentou”. (Encarnação de Cristo…, XI 6).

“Se a alma-fogo não se tornou substancial no ESPÍRITO de Deus, nem buscou esta substância em seu desejo, é então um fogo negro, queimando em grande angústia e terror, pois há em sua constituição apenas as quatro qualidades inferiores da natureza. Se a vontade nada tem do poder divino da verdadeira humildade, não poderá haver em nela penetração da vida através da morte; a alma fica como uma roda viva furiosa, buscando continuamente elevar-se, enquanto se afunda cada vez mais do outro lado. Há neste estado, com certeza, uma espécie de fogo, mas não uma combustão, pois ali governa uma severa dureza e amargor. O amargor busca o fogo e quer aumentá-lo; mas a acidez o mantém aprisionado, o que resulta uma terrível ansiedade que assemelha-se a uma roda viva, girando perpetuamente em torno de si mesma”. (Quarenta Questões…, XVIII 14).

“Voz perguntais por coisas sobre as quais não posso saber, para isso eu mesmo deveria estar entre as almas que partiram, e o ESPÍRITO da alma deveria estar comigo; mas, como todos nós temos um corpo e um ESPÍRITO em Cristo, portanto, todos nós devemos ver no Cristo em um ESPÍRITO e desfrutar Seu conhecimento. Assim, nossa alma estará relacionando-se com as almas dos mortos. Elas não podem vir até nós, mas nós podemos penetrá-las”. (Quarenta Questões…, XXV I).

“As almas que ainda não alcançaram o céu possuem o estado humano, com seus feitos, apegando-se à eles e portanto muitas almas deste tipo retornam em sua forma sideral, assombrando suas casas, e são vistas em forma humana. Ela pode pedir por uma coisa ou outra, e pensa ser possível obter a benção dos santos para seu repouso (ela pede oração); ela pode também preocupar-se com filhos e amigos. Tudo isso, contudo, só dura enquanto seu ESPÍRITO astral for consumido, depois ela entra em repouso. Depois disso todo seu pesar e sofrimento acaba, e a alma não mais tem conhecimento sobre ele; tudo o que vê está nas maravilhas, na magia (do ESPÍRITO)”. (Quarenta Questões…, XXVI 8).

“A oração dos vivos para os mortos são úteis na medida em que os que oram sejam verdadeiros Cristãos (em seus corações), num estado de regeneração. Se a pobre alma não se tornou inteiramente brutalizada num verme ou animal, mas se ela ainda penetra em Deus com seu desejo, estando, portanto conectada à Ele pelo fio da regeneração, e se a alma-espírito daqueles que oram, juntamente com a pobre alma volta-se para Deus em fervoroso amor, então a primeira irá auxiliar a segunda no combate contra os elementos das trevas e romper as correntes do demônio. Isso é especialmente possível na hora”da separação do ESPÍRITO do corpo, e eminentemente no caso de pais, filhos ou parentes de sangue; pois entre aqueles que estão ligados entre si pelo sangue as tinturas entram mais facilmente na harmonia necessária (co-vibração), e então o ESPÍRITO fica mais propenso a entrar na batalha, havendo mais facilidade de conquistar do que se apenas estranhos estiverem presentes. Tudo isso é porém inútil, a menos que estas pessoas estejam, elas próprias num estado de regeneração, pois um demônio não pode destruir a outro. Se a alma do moribundo está inteiramente separada daquilo que a liga a Cristo, e se ela não alcança por seus esforços próprios está ligação. as orações dos outros não valem de nada”. (Três Princípios…, XIX 55).

“Digo aberta e publicamente que toda conclusão extraída da fantasia e opiniões, sem que se tenha auto conhecimento divino, nada mais é do que Babel, não sabedoria; pois a obra tem que ser feita, não pela aparência e fantasia, mas pelo auto conhecimento no ESPÍRITO Santo”. (Epistoll. XI 39).

“O ESPÍRITO deste mundo não conhece seu próprio ser, a menos que seja aquela outra luz que brilha no ESPÍRITO — a luz em que a mente pode repousar e conhecer seu próprio ser”. (A Vida Tríplice…, V 28).

“Aprenda a conhecer o guia do mundo interior e também o guia do mundo exterior, é conhecer a escola mágica dos dois mundos. Então nossa mente estará livre da desilusão, pois na desilusão não há perfeição. O ESPÍRITO deve ser capaz de alcançar o mistério. O ESPÍRITO de Deus deve ser o guia no desejo do homem. Sem isso o homem estará simplesmente no mistério exterior, no céu externo da constelação, que frequentemente incita e guia a alma humana; mas ele não possui a escola de magia divina, que só existe numa mente infantil e simples”. (Epistl. XI 62).

“A vontade de Deus está aberta a todos os homens, seja qual for o nome que o homem é designado… De que vale crenças e opiniões para aqueles que alcançaram o auto conhecimento? Opiniões não constituem o ESPÍRITO de Cristo, que dá a vida, mas o ESPÍRITO de Cristo dá testemunho ao nosso ESPÍRITO, de que somos filhos de Deus. Ele está em nós, e não precisamos busca-Lo em opiniões”. (A Vida Tríplice…, XI 82).

“Não é preciso ir a lugar algum para encontrar o ESPÍRITO Santo; pois, desde o nascer e do brilho do sol, até o seu pôr, o Cristo brilha em todos os lugares e em todos os países, onde quer que o homem e a mulher evitem o pecado e penetrem a vontade de Deus”. (A Vida Tríplice…, XI 88).

“A alma, em sua vestimenta astral, flutuando nas portas da profundeza, passa por grandes dificuldades, devido ao seu estado terrestre, e pelo poder que pertence à sua constituição astral, ela pode reaparecer em sua forma corpórea prévia, pedindo algo, tal como era seu desejo antes da morte, buscando obter repouso; ela pode também ir a lugares assombrados e tentar manifestar sua presença na luz, de acordo com seu ESPÍRITO sideral, produzindo ruídos de várias espécies”.

“Tudo o que fazemos, pensamos e desejamos em nosso ser exterior é obra do ESPÍRITO deste mundo, atuando em nossa constituição; pois o corpo nada mais é do que o instrumento daquele ESPÍRITO onde opera, e como todos os outros instrumentos que nascem do ESPÍRITO deste mundo, irá, por fim, se desfazer e se decompor. Portanto, nenhum homem deve desprezar ou condenar outro homem, caso este não possua as mesmas qualidades que ele; pois o céu natural (a constelação) constrói cada homem segundo a natureza das influências regentes. Ele fornece a cada pessoa seus caminhos, modos e caracteres, além de seus desejos e intintos, e isso não pode ser arrancado do homem externo enquanto o céu externo não romper sua constituição animal. Mas se o homem externo não faz o que o ESPÍRITO do mundo externo deseja nele, mas é forçado a abandonar o que é falso e ilusório, então tal poder não procede do céu externo, mas do novo homem interior, que precede da eternidade e batalha contra o homem terrestre”; normalmente ele alcança uma vitória sobre o segundo”. (Três Princípios…, XXV 6).

Deus é o centro do homem, mas ele reside apenas em si mesmo, a menos que o ESPÍRITO do homem torne-se um ESPÍRITO com Deus; neste caso, ele se tornará manifesto na natureza humana, na alma, na mente e no desejo, por onde se tornará perceptível aos sentidos interiores do homem. A vontade envia os sentidos para Deus, e Deus grava os sentidos e se torna um ser com eles. Então, os sentidos passam a carregar o poder de Deus para a vontade, e a vontade os recebe com gratidão, mas com tremor; pois reconhece ser indigna e sabe que vem de uma morada instável. Assim, ela recebe aquele poder ao mergulhar-se diante de Deus e de seu triunfo surge a doce humildade. Essa é a verdadeira essência de Deus, e essa essência concebida na vontade é o corpo celestial, e é chamado de fé verdadeira e justa, recebida pela vontade, no poder de Deus. Ela mergulha na mente e reside no fogo da alma”. (Menschw. X 8).

“Eleve tua mente no ESPÍRITO, veja que toda a natureza, com todos os seus poderes, com sua profundidade, largura e peso, céu e terra, e tudo que ali se encontra e acima dos céus, é o corpo de Deus, e os poderes das estrelas são as artérias do corpo natural de Deus neste mundo”.(Aurora, II 16).

“Nem no céu, nem na terra; nem dentre as estrelas ou elementos, podemos encontrar algum caminho que nos leve ao repouso. Mal entramos na vida, e depois disso é o fim, quando nosso corpo nascerá de volta na terra e todas as nossas obras, trabalhos, ciências e glórias serão herdadas por outros, que também se incomodam por um tempo, com as mesmas coisas, e então nos seguem (para a morte). Isso ocorre desde o princípio do mundo até o seu fim. Durante nossa miséria nunca poderemos saber onde permanece nosso ESPÍRITO quando o corpo cai e se torna cadáver, a menos que sejamos recém-nascidos, fora deste mundo; de modo que, embora vivamos neste mundo, em nosso corpo, habitamos na nossa alma e ESPÍRITO em outra vida, nova, perfeita e eterna. Ali, um novo homem será encontrado em nosso ESPÍRITO e alma, e ali deverá ele viver eternamente. Somente nesta nova forma aprenderemos a conhecer o que somos e onde está nossa verdadeira casa”. (Princípios, XXII 5).

Deus não tinha outro material do qual criar algo, senão sua própria essência. Mas Deus é um ESPÍRITO, intangível, que não possui nem princípio, nem fim. Sua profundeza e grandeza é tudo. Um ESPÍRITO nada faz senão que surge, incita-se, movimenta-se e dá à luz a si mesmo. Neste nascimento há especialmente três formas — o amargor, a adstringência e o calor; mas nestas três formas não há uma primeira, segunda ou terceira; mas todas as três são uma só, sendo que uma dá nascimento à outra”. (Princípios, L 3).

“O homem é a cabeça; ele possui o regimento superior, com a tintura do fogo, e em sua tintura, possui a alma que deseja Vênus como sua matriz corporal. A alma deseja ter ESPÍRITO e corpo, e isso está na matriz mulher. Mas o regimento inferior é o feminino, e seu regimento encontra-se na Lua; pois o Sol fornece o calor, Vênus a tintura, não de natureza ígnea, mas aquosa”.

“Se te dizes um Cristão, por que então não acreditas nas palavras de Cristo, quando diz: ‘Eu estarei contigo até o final do mundo’; diz ainda que Ele nos dará seu corpo por alimento e Seu sangue como bebida. Tu perguntas: ‘O Cristo foi para o céu, como poderia estar neste mundo?’ Talvez concordes com o fato de que Ele esteja presente conosco em Seu ESPÍRITO Santo. Mas o que seria do homem recém-nascido em ti, se fosse alimentado unicamente pelo ESPÍRITO, sendo esse unicamente alimento para a alma? Cada vida alimenta-se de sua própria mãe. A alma é ESPÍRITO, como do alimento espiritual; o homem recém-nascido prova do elemento puro, e o homem externo daquilo que provém dos quatro elementos”.

“Qual o benefício do corpo (etéreo) se a alma alimenta-se da divindade pura? Pois sabes que a alma e o corpo não são um e a mesma coisa. A alma é ESPÍRITO, e necessita do alimento espiritual. Ou pensas que podes alimentar o novo homem com o alimento terrestre? Se pensares assim, é porque estais longe do reino de Deus”. (Princípios, XXIII 6).

“A palavra Sul e é a alma de algo; pois na palavra Súlfur ela é o óleo ou a luz, que nasce da sílaba Phur. É a beleza ou a bondade de algo; seu amor ou o amado. Na criatura é a inteligência e o sentido, é o ESPÍRITO nascido da sílaba Phur. A palavra ou sílaba Phur é a Prima Matéria, penetrando o terceiro princípio em si mesmo, o Macrocosmo de onde nasce a essência ou o reino (terrestre) elemental; mas, no primeiro princípio é a essência da geração mais interna, de onde Deus, o Pai, desde a eternidade dá nascimento a Seu Filho. No homem também é a luz que nasce do ESPÍRITO sideral em outro centro do Microcosmo, mas no Spiraculum é um espírito-alma no centro interior. É a luz de Deus, que por si só, possui aquela alma que está no amor de Deus, pois ela é iluminada e soprada pelo ESPÍRITO Santo”. (Três Princípios…, II 7).

“O Sal é a Prima Materia, adstringência. Na adstringência forte surge o amargor; pois, a poderosa atração surge na dificuldade do ESPÍRITO. Por exemplo, se uma pessoa se torna raivosa, seu ESPÍRITO atrai aquilo que a faz ficar amargurada e trêmula; e se ela não resiste e se abate, então o fogo da cólera se acende em seu interior, a fim de que queime na malícia. Então, em sua mente e alma isso se torna substancial, um ser”. (Três Princípios…, I 9).

“Mercúrio, um fogo-sulfur-água amargo adstringente; o mais terrível de todos os estados; mas não o imagine como sendo uma Matéria ou algo tangível; trata-se de ESPÍRITO e a fonte do primeiro princípio da natureza”. (Três Princípios…, I 10).

“Todo o poder do Pai se expressa nas qualidades do Verbo, ou seja, o Filho de Deus. O mesmo verbo, ou o mesmo som, expressado pelo Pai expressa do Salniter, ou os poderes do Pai, e do Mercurius ou som do Pai. Assim, o Pai expressa o verbo de si mesmo, e o mesmo som é a glória de todos os seus poderes; depois que ele é expresso, não mais está contido nos poderes do Pai, mas soa e toca na totalidade do pai em todos os poderes. Esse poder expressado pelo pai tem tal força que o som do verbo imediatamente e rapidamente penetra por toda profundeza do Pai, e sua força é o ESPÍRITO Santo, pois, o verbo pronunciado permanece como uma glória ou um mandamento majestoso diante do rei; mas o som, emanando através do verbo, executa o mandamento do Pai pronunciado por Ele através do Verbo, e aqui ocorre o nascimento da Santíssima Trindade. O mesmo ocorre no homem ou no anjo. O poder na totalidade de seu corpo possui todas as qualidades como em Deus o Pai”. (Aurora VI 2).

“No ESPÍRITO do verbo é que se deve compreender a divindade como um todo, com todos seus poderes e efeitos, e com toda sua essência; é sua admiração, penetração e transformação; toda a ação e toda a geração”. (Aurora XIX 72).