Boehme: Deus

“A Ciência não pode abolir a fé no oniciente DEUS, sem adorar em Seu lugar o intelecto cego. A verdadeira fé ocorre quando o espírito da alma entra com sua vontade e deseja naquilo que não vê e não sente”. (Quatro Complexões…, 85)

“Não digo que o homem não deva investigar as ciências naturais, e adquirir experiências relacionadas as coisas externas. Com certeza, esse estudo é útil, mas o raciocínio do homem, não deve ser a base de seu conhecimento. O homem não deve ter a sua conduta guiada meramente pela luz da razão exterior, mas deve sim, com todo seu raciocínio e todo o seu ser, curvar-se em profunda humildade diante de DEUS”. (Quietude…, 1. 35).

“O homem natural nada sabe sobre os mistérios do reino de DEUS, porque ele está fora e não dentro do estado da divindade, sendo provado diariamente pela ação dos filósofos que brigam por causa dos atributos e da vontade de DEUS; de fato, eles não conhecem a DEUS, porque não ouvem a palavra de DEUS dentro de suas próprias almas”. (Cartas, XXXV. 5).

“Quando a razão externa comanda as coisas deste mundo; como o infortúnio recai sobre o piedoso e o descrente, e como todas as coisas estão condenadas à morte e à destruição — se a razão acreditar que nada salvará o virtuoso do pesar e da dor, mas que tanto ele, como o fraco entra, dolorosamente, no vale da morte, então a razão do homem pensa que todas as coisas se devem ao puro acaso, e que não há DEUS para cuidar daqueles que sofrem”. (Contemplation, I,1).

“Todos aqueles que desejam falar ou ensinar os mistérios divinos devem possuir o Espírito de DEUS. O homem deve reconhecer em si a luz divina da verdade, e nessa luz as coisas que ele deseja apresentar como sendo verdade. Ele nunca deve estar sem esse auto conhecimento divino, e nem fazer com que a força de seus argumentos dependa meramente do raciocínio externo ou de interpretações literais da Bíblia”. (Encarnação de Cristo…, I. I, 3).

“Os filhos de DEUS falam através do Espírito Santo. Portanto, suas palavras permanecem um mistério aos homens da terra; e mesmo que esses imaginem que as compreendem, eles só vêem o sentido externo”. (Cartas, XI. 40). 20

“A verdadeira compreensão deve vir da fonte interior e penetrar a mente do Verbo vivo de DEUS, dentro da alma. A menos que isso ocorra, todo ensinamento sobre as coisas divinas é inútil e desprezível”. (Cartas, XXXV. 7).

“Não estou coletando meus conhecimentos das letras e livros, mas do meu próprio ser; porque o céu e a terra, com todos os seus habitantes, e mais que tudo, o próprio DEUS, está no homem”. (Tilken… II. 297).

“O espírito do homem não veio meramente das estrelas e dos elementos; ele traz oculta em si uma centelha da luz e do poder de DEUS. Não é à toa que Moisés (Gênesis I) diz: “DEUS criou o homem à Sua própria imagem. Para ser Sua própria imagem Ele o criou”. (Aurora, Prefácio, 96).

“Ó, quão perto está DEUS de todas as coisas. No entanto, nada pode compreendê-lo, a menos que esteja tranquilo e entregue sua vontade própria à Ele. Se isso for realizado, então a vontade de DEUS estará agindo através da instrumentalidade de todas as coisas, como o sol que age por todo o mundo”. (Mysterium Magnum…, 45).

“Por que não podemos ver a DEUS? Este mundo e o demônio (bem pervertido) na cólera de DEUS nos impedem de ver com os olhos de DEUS. Não há outro impedimento. Se alguém diz: ‘Não posso ver nada divino’, precisa compreender que a carne e o sangue e as artimanhas do demônio (desejos pervertidos) consistem um obstáculo e impedimento para ele. Se ele pretende penetrar a nova vida, caminhar sob a cruz de Cristo, é preciso ter certeza de ver o Pai, seu redentor, o Cristo e também o Espírito Santo”. (Encarnação de Cristo…, II,7).

“Não há centelha de vida divina naquele que está sem DEUS. Não se deve culpar à DEUS por isso, mas a própria pessoa. Tais pessoas tem a si mesmas, e por vontade própria, entraram em tal estado, abafando a consciência elevada, enquanto que a jóia preciosa, embora desconhecida deles, continua oculta no centro. Deixe, portanto, que eles saiam novamente da ignorância intencional ou malignidade, por vontade própria, e entrem novamente na vontade de DEUS”. (Encarnação de Cristo…, 3, 5).

DEUS”, segundo Boehme, é “a vontade da sabedoria eterna”. Se fortalecer em DEUS é se fortalecer naquela vontade à qual se entrega o sábio. Esta é a verdadeira fé, da qual Boehme diz que: “não se trata apenas de um certo método de pensar, ou a crença em certas ocorrências históricas, mas no recebimento do espírito e poder de Cristo no ser”. (Cartas, XLVI. 39).

“Essa luz e esse poder de Cristo surge em Seus filhos dentro da fundação interior e ilumina a totalidade de suas vidas. Dentro dessa fundação encontra-se o reino de DEUS no homem” (Communion, V. 18).

“Tua própria audição, vontade e visão te impede de ver e ouvir à DEUS. Através do exercício de tua vontade própria tu te separas da vontade de DEUS; pelo exercício de tua visão própria, tu vês apenas dentro de teus próprios desejos, enquanto que teu desejo obstrui a tua audição, fechando teus ouvidos com aquilo que pertence as coisas materiais e terrestres. Tudo isso te encobre, de modo que não podes ver o que está além de sua própria natureza humana e supersensual. Mas se ficares quieto, desistir de pensar e sentir com seu próprio ser pessoal, então a audição, a visão e a palavra eterna serão revelados a ti, e DEUS irá ver e ouvir e perceber através de você”. — (Vida Suprasensual…, 1-5).

“O único e verdadeiro caminho através do qual DEUS pode ser percebido em Sua Palavra, Essência e Vontade, é quando o homem alcança um estado de unidade consigo mesmo, e quando — não só em sua imaginação, mas em sua vontade, possa deixar tudo o que é eu pessoal, ou o que pertence ao eu: dinheiro e bens, pai e mãe, irmão e irmã, esposa e filhos, corpo e vida, quando o seu próprio eu se transforma num nada. Ele deve entregar tudo e se tornar mais pobre que um pássaro no ar, que possui um ninho. O homem não deve ter um ninho para o seu coração neste mundo. Não que se deva fugir de casa, abandonar esposa, filhos ou parentes, cometer suicídio, ou jogar fora suas propriedades, a fim de não estar corporalmente presente; deve-se matar e anular a vontade própria, aquela que clama por todas essas coisas como sua possessão. O homem deve entregar tudo isso ao seu Criador, e dizer com todo consentimento de seu coração: ‘Senhor, tudo é seu’! Sou indigno de governar tudo isso, mas como Tu me colocastes ali, devo cumprir meu dever entregando minha vontade a Ti, de forma total e completa. Aja através de mim da forma que quiseres, a fim de que a Sua vontade seja feita em todas as coisas e em tudo que eu seja chamado a fazer para o benefício de meus irmãos, a quem sirvo segundo o teu mandamento. Aquele que penetra neste estado de resignação suprema entra em união divina com Cristo, a fim de ver ao Próprio DEUS. Ele fala com DEUS e DEUS fala com ele, ele sabe qual é a Palavra”, a. “Essência, e a Vontade de DEUS”. (Mysterium, XLI. 54-63).

“Siga meu conselho, deixe de buscar o conhecimento de DEUS, através da sua vontade egoísta e de teu raciocínio; jogue fora tua razão imaginária, aquela que teu eu mortal pensa que possui, então tua vontade será a vontade de DEUS. Se Ele encontrar a Sua vontade como sendo a sua vontade na Dele, então a Sua vontade irá se manifestar em sua vontade, como se fosse em Sua própria propriedade. Ele é Tudo, e o que quer que desejes saber no Tudo está Nele. Não há nada oculto diante Dele, e tu verás em Sua própria luz.” (Quarenta Questões…, I.36).

“Tudo o que se busca e se investiga sobre os mistérios divinos num espírito de egoísmo é inútil. A vontade própria não pode compreender nada de DEUS, porque essa vontade não está em DEUS, mas é externa à Ele. A vontade num estado de tranquilidade divina, compreende o divino, porque é um instrumento do Espírito, e é o espírito em que a vontade é tranquila que tem a faculdade de tal compreensão. Há muitas coisas, sem dúvida, que podem ser investigadas, aprendidas e compreendidas num espírito de egoísmo, mas a concepção assim formada pela mente não passa de uma aparência externa, e não há compreensão do fundamento essencial.” (Assinatura… 15,33)

“A vontade deve buscar ou desejar nada mais do que a misericórdia de DEUS no Cristo; deve entrar continuamente no amor de DEUS, e não permitir que nada a afaste deste objetivo. Se a razão externa triunfa e diz: ‘Eu tenho o verdadeiro conhecimento’ então a vontade deve fazer a razão carnal curvar-se à terra, fazendo com que entre num estado mais elevado de humildade, e com que repita sempre para si mesma as palavras: ‘És tola. Tu nada possuis senão a misericórdia de DEUS’. Tente penetrar essa misericórdia e tornar-se um nada em si mesmo, e afaste-se de todo o seu próprio conhecimento e desejo egoísta, reconhecendo-os como algo inteiramente impotente. Então a vontade própria natural, irá entrar num estado de abandono, e o Espírito Santo de DEUS irá tomar uma forma viva dentro de ti, inflamando a alma com suas chamas de amor divino. Assim, o conhecimento elevado e a ciência do Centro de todo ser irá surgir. O eu humano irá começar a perceber o Espírito de DEUS, tremulamente e na alegria da humildade, e será capaz de ver o que está contido no tempo e na eternidade. Tudo está perto de uma alma nesse estado, pois a alma não é mais propriedade sua, mas um instrumento de DEUS. Em tal estado de calmaria e humildade a alma deve permanecer, como uma fonte permanece em sua própria origem, ela deve, sem cessar, atrair e beber daquele poço, e nunca mais desejar deixar o caminho de DEUS”. (Quietude…, 1, 24).

“É de se lamentar como os homens são guiados de forma tão cega por aqueles cegos, e que a verdade é impedida de se manifestar em sua glória e pureza por causa de nossas concepções das formas e figuras externas; pois quando o poder divino em todo o seu esplendor se torna manifesto e ativo no fundamento interior da alma, a ponto do homem desejar sinceramente abandonar os caminhos desprovidos de DEUS e sacrificar todo o seu ser por DEUS, então toda a Divindade trina estará presente na vida e na vontade da alma, e o céu, onde DEUS reside, se abrirá para essa alma.” (Mysterium Magnum…, LX. 43).

“O Cristo diz: O Filho do Homem não faz nada além do que vê o Pai fazendo. Se o Filho do Homem tornou-se o nosso corpo e Seu espírito o nosso próprio espírito, seria possível não conhecermos à DEUS? Se vivemos no Cristo, o Espírito de Cristo verá através de nós e em nós aquilo que deseja, e aquilo que o Cristo deseja veremos e conheceremos Nele. O mundo dos anjos é mais simples e mais claramente compreensível para o homem regenerado do que o mundo terrestre. Ele também vê no céu, e observa a DEUS e a eternidade”. (Encarnação de Cristo…, II. 7,3).

“A nossa visão e o nosso conhecimento estão em DEUS. Ele revela a todos neste mundo, segundo a Sua vontade, e na medida em que sabe ser útil para ele. Não estamos em possessão de nosso próprio ser. Nada sabemos sobre DEUS. O DEUS Propriamente dito é o nosso conhecimento e visão. Não somos nada, a fim de que Ele possa ser Tudo em nós. Devemos ser cegos, surdos e mudos, e não saber nada, não tomar conhecimento de vida que seja propriedade nossa, a fim de que Ele possa ser a nossa vida e a nossa alma, e a fim de que nossa obra possa ser a Sua”. (Encarnação de Cristo…, II. 7,9).

“Quando meu espírito, cheio de sofrimento, movimentando-se como que numa grande tormenta, sinceramente surgiu em DEUS, carregando consigo todo o meu coração e minha mente, com todos os meus pensamentos e com toda a minha vontade; quando eu não podia mais parar de lutar contra o amor e a misericórdia de DEUS, a menos que sua Benção descesse sobre mim — ou seja, a menos que Ele iluminasse minha mente com Seu Espírito Santo, para que eu pudesse compreender a Sua vontade e me livrar de minha dor, então a luz do Espírito rompeu das nuvens. Enquanto que em meu fervor, lutava poderosamente contra os portais do inferno, como se tivesse mais forças do que as que estavam em minha posse, desejando arriscar a própria vida (que teria sido insuportável, sem o auxílio de DEUS); após duras lutas contra os poderes das trevas, meu espírito rompeu as portas do inferno, e penetrou a essência mais íntima da Divindade recém-nascida, onde foi recebida com grande amor, tal qual aquele oferecido por uma noiva ao receber seu amado noivo. As palavras não podem expressar a grande satisfação e triunfo que experimentei então; tampouco poderia comparar tal satisfação com qualquer outra coisa, senão com o estado no qual a vida nasce da morte, ou com a ressurreição do morto. Durante este estado, meu espírito imediatamente viu através de todas as coisas, e reconheceu à DEUS em todas as coisas, até mesmo nas ervas e nas pragas, e soube o que era DEUS e qual era a Sua vontade. Então, minha vontade cresceu rapidamente nessa luz, e recebi um forte impulso de descrever o estado divino.” (Aurora, XIX. 4).

“Eu nunca desejei saber nada sobre os mistérios divinos, nem compreendo como posso busca-los ou encontrá-los. Tudo o que busquei foi o coração de Jesus Cristo (o centro da verdade), onde devo me ocultar e encontrar a proteção da temível cólera de DEUS; peço a DEUS sinceramente que me conceda o Seu Espírito Santo e a Misericórdia, que Ele possa me abençoar, conduzir e afastar de mim tudo o que nos separa, a fim de que eu não viva em minha vontade própria, mas na Dele. Engajado nessa busca e nesse desejo sincero, a porta me foi aberta, de modo que em um quarto de hora, vi e aprendi mais do que se estivesse estudado por muitos anos nas universidades.” (Cartas, XII 6,7).

“Não sou um mestre da literatura ou das ciências deste mundo, mas um homem de mente simples. Nunca desejei aprender ciência alguma, mas desde tenra idade busquei a salvação de minha alma, e descobrir como poderia herdar ou possuir o reino do céu. Encontrei em meu interior um poderoso contrarium, ou seja, os desejos pertencentes ao corpo e ao sangue; Ingressei numa árdua batalha contra a minha natureza corrupta, e com o auxílio de DEUS, decidi superar a vontade demoníaca que havia herdado, vencê-la e penetrar totalmente no amor de DEUS no Cristo. Daquele momento em diante, resolvi considerar-me como um morto quanto a minha forma herdada, até que o Espírito de DEUS tomasse forma em mim, para que Nele e através Dele, pudesse conduzir a minha vida. Isso era praticamente impossível, mas permaneci firme em minha sincera resolução, travando uma dura batalha contra mim mesmo. Enquanto buscava e lutava, com o auxílio de DEUS, uma luz maravilhosa surgiu em minha alma. Era uma luz completamente estranha à minha natureza descontrolada; nela reconheci a verdadeira natureza de DEUS e do homem, a relação existente entre eles, algo que nunca havia compreendido, e que nunca teria buscado”. (Tilken… 20-26).

“Centenas de vezes já orei à DEUS, implorando para que Ele tirasse de mim todo conhecimento, caso esse não servisse para a Sua glorificação e para o melhoramento das condições de meus irmãos, e para que Ele apenas me mantivesse junto ao Seu amor. Mas quanto mais eu oro, mais o fogo interno se inflama, e em tal estado de ignição registro meus escritos”. (Cartas, XII.60).

“O entendimento nasce de DEUS. Não é produto de escolas onde a ciência humana é ensinada. Não condeno o aprendizado intelectual, e se eu tivesse obtido uma educação mais elaborada, com certeza isso seria uma vantagem para mim, quando minha mente recebia o dom divino; mas agrada à DEUS, transformar a sabedoria deste mundo em tonteira, e dar Sua força ao fraco, a fim de que todas as coisas se curvem diante Dele”. (Quarenta Questões…, XXXVII 20).

“Digo isso diante de DEUS, e testemunho diante de Seu julgamento, onde todas as coisas devem aparecer, que no meu eu humano, nada sei do que devo escrever; mas quando escrevo o Espírito dita aquilo que devo escrever, e me mostra tudo com tão maravilhosa clareza, que nunca sei se tenho minha consciência neste mundo ou não. Quanto mais eu busco, mais eu encontro, estou continuamente penetrando mais profundamente; sempre penso que minha pessoa pecadora era muito inferior e indigna para receber o conhecimento de mistérios tão exaltados e elevados; mas em tais momentos, o Espírito levanta o seu estandarte, dizendo: “Olhe! Aqui deves viver eternamente e ser coroado. Por que estais aterrorizado?” (Cartas, II. 10).

“Assim como o relâmpago surge no centro, e num momento desaparece novamente, o mesmo ocorre com a alma. Quando durante sua batalha ela penetra as nuvens, vê a face de DEUS como um raio de luz; mas as nuvens do pecado logo se juntam à sua volta, encobrindo sua vista”. (Aurora, XI. 76).

“Parte da natureza da alma tem sua origem na natureza, parte em DEUS. Na natureza há o bem e o mal; o homem, através de suas tendências pecadoras, tornou-se sujeito ao que é ígneo na natureza; sua alma tornou-se diária e a cada momento marcada pelo pecado. Portanto, o poder da alma de reconhecer a verdade eterna não é perfeita”. (Aurora, Prefácio, 100). 28

“Enquanto DEUS me guia com Sua mão protetora, entendo aquilo que escrevi; mas quando Ele se oculta, não reconheço meu próprio trabalho; isso prova a impossibilidade de penetrar os mistérios de DEUS sem o auxílio do Espírito Santo”. (Cartas, X. 29).

“Esses escritos transcendem o horizonte do raciocínio intelectual, e seu significado interior não pode ser alcançado através da especulação e da argumentação; é preciso que a mente esteja num estado semelhante à DEUS, iluminado pelo Espírito da Verdade”. (Cartas, XVIII. 9).

“Acima de tudo, examine consigo mesmo, o propósito de conhecer os mistérios de DEUS, e se estais preparado a empregar aquilo que receber para a glorificação de DEUS e para o benefício do próximo. Você está pronto para morrer inteiramente para sua vontade terrestre e egoísta, e desejas, sinceramente ser um com o Espírito? Aquele que não tiver tais propósitos elevados, e busca apenas um conhecimento que satisfaça o seu eu, ou para ser admirado pelo mundo, não está apto a receber tal conhecimento”. (Clavis, II. 3).

“Quem lê esses escritos e não pode compreendê-los, não deve colocá-los de lado, imaginando que nunca serão compreendidos. Deve buscar mudar a sua vontade, elevar sua alma à DEUS, rogando-lhe a graça e a compreensão, e então ler novamente. Com certeza, irá perceber mais verdade do que antes, até que por fim o poder da vontade de DEUS se manifeste nele, atraindo-o para as profundezas, para o fundamento supranatural — isto é dizer, na eterna unidade de DEUS. Então ele irá ouvir as reais mas inexprimíveis palavras de DEUS, que irão conduzi-lo através da radiação divina da luz celestial, mesmo com as formas mais grotescas da matéria terrestre, e daí novamente de volta para DEUS; e o Espírito de DEUS irá buscar todas as coisas nele e com ele”. (Clavis, Prefácio, 5).

“Ouça, Ó homem cego! Vives em DEUS e DEUS está em ti. Se vives santamente, então serais tu mesmo DEUS, eonde quer que olhes, haverá DEUS”. (Aurora, XXII,46).

“Não posso descrever a totalidade da divindade como se fosse um círculo, porque DEUS é imensurável; no entanto, a Divindade não é inconcebível ao espírito que repousa no amor de DEUS. Tal espírito pode atingir a verdade eterna, de parte em parte e desta forma, acabará compreendendo a totalidade”. (Aurora, X. 26).

“Se tenho que tornar compreensível a geração eterna, a revelação ou a evolução de DEUS, fora de Seu próprio ser sou obrigado a usar uma maneira diabólica (sabidamente errônea), como se a Luz eterna tivesse se se inflama nas trevas, e como se a Divindafe tivesse um princípio. Não posso instrui-los de outra forma, se pretendo que vocês adquiram uma concepção aproximada da Divindade. Não há nada primeiro e nada depois na geração e evolução, mas ao descrevê-la tenho que colocar uma coisa depois da outra”. (Aurora, XXIII. 17-33).

“Não pretendo dizer que a Divindade teve um princípio; só desejo mostrar como a Divindade revelou-se através da natureza. DEUS não tem princípio no tempo; Ele tem um princípio eterno e um fim eterno”. (Assinatura…, III. 1).

“Dentro do não fundamento (que alguns escritores denominam de ‘Não-Ser’ — um termo sem nenhum significado) não há nada senão tranquilidade eterna, um eterno repouso sem começo e sem fim. É verdade que mesmo ali DEUS tenha uma vontade, mas essa vontade não pode ser objeto de nossa investigação, já que qualquer tentativa de investigá-la produziria pura confusão em nossa mente. Concebemos essa vontade como constituindo o fundamento da Divindade. Ela não tem origem, mas concebe a si mesma em si mesma”. (Encarnação de Cristo…, XXI. 1).

DEUS é a vontade da sabedoria eterna, a sabedoria eternamente gerada Dele, em Sua revelação. Essa revelação ocorre através de um espírito ternário. Primeiro através da Vontade eterna, em seu aspecto de Pai; depois, através da Vontade eterna em seu aspecto de amor divino, o centro ou o coração do Pai; e finalmente através do Espírito, o poder que emana da vontade e do amor.” (Mysterium I. 2,4).

“A primeira vontade inconcebível, sem qualquer origem, gera em si mesma o único e eterno DEUS — uma vontade conceptível, sendo o filho da vontade sem causa, mas igualmente eterna com a primeira. Esta outra vontade é a sensibilidade e conceptibilidade da vontade primordial, pela qual aquilo que não é nada se encontra como sendo algo. Ao fazer isso, a vontade inconcebível sem causa, emerge o que encontrou eternamente, penetrando um estado de meditação eterna sobre seu próprio ser. A primeira vontade sem causa é chamada de Pai eterno; a vontade concebida e gerada do não fundamento é seu Filho congênito; a emissão da vontade insondável através do Filho concebido é o Espírito. Assim, a vontade única do Absoluto, através da concepção primeira, eterna e sem princípio, manifesta uma atividade ternária, mas permanece sendo uma vontade indiferenciada”. (Grace, I 5-12).

“A primeira atividade em DEUS é a contemplação divina ou sabedoria, pela qual o Espírito de DEUS, com seus poderes exalados, atua como um poder único e uniforme. Não tem começo nem fim, mas é infinito, e seu poder formativo não tem limites”. (Grace, I. 14).

“A sabedoria coloca-se diante de DEUS como um espelho ou reflexo, onde a Divindade vê seu próprio ser e todas as grandes maravilhas da eternidade, que não tem começo, nem fim, no tempo, cujo princípio e o fim são eternos. A sabedoria é uma revelação da Santíssima Trindade; isso não deve ser compreendido como se ela revelasse a si mesma à DEUS, através de seu próprio poder ou escolha, mas o centro divino, o coração e essência de DEUS, torna-se revelado nela. Ela é como um espelho da Divindade, e como qualquer outro espelho, simplesmente permanece quieta; ela não produz imagem alguma, mas simplesmente a concebe”. (Encarnação de Cristo…, I, 1, 12).

“A sabedoria é a panavra revelada do poder divino, conhecimento e santidade, uma antítese da insondável unidade na essencialidade, onde o Espírito Santo forma uma imagem. Ela é passiva, mas o Espírito de DEUS é ativo, como a alma no corpo”. (Clavis, V. 18).

DEUS em seu aspecto primitivo não deve ser concebido como um ser, mas como um poder ou inteligência constituindo a potencialidade para ser — uma vontade insondável e eterna, onde tudo está contido e que embora sendo tudo é um, mas desejoso de revelar-se e de entrar num estado de ser espiritual. Isso ocorre através do fogo no desejo do amor, ou seja, no poder da luz”. (Mysterium, VI 1).

“Não temos porque falar que DEUS é três pessoas, nesse ponto, mas Ele é ternário em sua evolução eterna. Ele dá nascimento a Si mesmo na trindade; nesse desdobramento eterno continua sendo um ser, nem o Pai, nem o Filho, nem o Espírito Santo, mas unicamente a vida eterna ou DEUS. A vontade ternária torna-se compreensível em Sua eterna revelação, só quando Ele revela a Si mesmo por meio da natureza eterna — ou seja, na luz através do fogo”. (Mysterium, VII 9 — 12).

“Aquilo que é tranquilo e sem ser, repousa em si mesmo, não contém as trevas, mas é uma felicidade lúcida, clara e calma. Isso é, pois a eternidade, sem nada mais, e significa acima de tudo DEUS. Mas como DEUS não pode existir sem um ser, Ele concebe em Si mesmo uma vontade, e essa vontade é amor”. (A Vida Tríplice…, II 75).

“A Sabedoria, a virgem eterna, a companheira de DEUS para Sua honra e alegria, torna-se cheia de desejo de observar as maravilhas de DEUS, contidas em si mesma. Devido a esse desejo, as essências divinas dentro dela tornam-se ativas e atraem o santo poder; é assim que a sabedoria entra num estado de ser permanente; sua inclinação repousa no Espírito Santo. Ela simplesmente movimenta-se diante de DEUS com a finalidade de revelar as maravilhas de DEUS”. (Três Princípios…, XIV. 87).

“A corporalidade de DEUS resulta de Sua essencialidade. Essa essencialidade não é espírito, mas é como se fosse uma impotência, se comparada com o poder onde o Três reside. Essa essencialidade é o elemento de DEUS, onde está a vida, mas não a inteligência”. (A Vida Tríplice…, V . 53).

DEUS introduz Sua vontade na natureza, a fim de revelar Seu poder na luz e na majestade, para constituir um reino de alegria. Se não houvesse uma natureza originando-se na unidade eterna, não haveria nada mais do que a tranquilidade eterna. A natureza entra num estado de dor, a tranquilidade transforma-se em movimento, e os poderes tornam-se audíveis como as palavras”. (Grace, II . 16).

“A majestade de DEUS não se revelaria com todo poder, alegria e magnificência, se não fosse pela atração causada pelo desejo. Do mesmo modo, não haveria luz, se o desejo não fosse penetrante e obscurecedor, criando um estrado de trevas, que cresce até que ocorra a ignição do fogo”. (Grace, II. 14)

“Em DEUS há dois estados, eternos e sem fim, a luz eterna e as trevas eternas. A luz é DEUS, e nas trevas não haveria dor se não fosse pela presença da luz. A luz faz com que as trevas anseiem pela luz e com isso sofra a angústia”. (Três Princípios…, IX.30)

“A vontade é como uma vida insensível, mas encontra o desejo, e querendo o desejo se constitui num ser. A vontade é superior ao desejo, pois embora o desejo seja uma causa excitante para a vontade, a vontade é uma vida sem uma causa e é também inteligência. É, portanto, senhor do desejo. Ela rege a vida do desejo e o usa como convém. Essa vontade-espírito eterna, sabemos ser DEUS, mas a vida ativa do desejo é a natureza eterna”. (Inner Mysterium Magnum…, I I, III 2).

DEUS é desde a eternidade Poder e Luz, e é chamado DEUS por causa disso, mas não de acordo com o espírito-ígneo. Quanto a esse, não falamos dele como DEUS, mas como ‘a cólera de DEUS’ e a parte de Seu poder que consome. A luz de DEUS também possui a qualidade do fogo, mas em nela a cólera é transformada em amor; ódio e amargor doem numa humilde beneficência e doce desejo ou satisfação”. (Encarnação de Cristo…, I 5-16).

“Todos os sete espíritos de DEUS nascem um nos outros. Um dá origem ao outro; não há primeiro ou último. O último gera o primeiro, assim como o primeiro gera o segundo, o terceiro gera o quarto, até o último. Todos os sete são igualmente eternos”. (Aurora, X.2).

“Cada um desses princípios é fortemente definido com relação à sua natureza; mo entanto, não há antipatia entre eles. Todos se regozijam em DEUS, como um só espírito. Cada um ama o outro, e não há nada entre eles senão alegria e felicidade. A evolução desses princípios é um eterno um, e não qualquer outro”. (Aurora, X. 51).

“Os três primeiros princípios não são DEUS propriamente dito, apenas a Sua revelação. O primeiro destes três estados, sendo um princípio de toda força e poder, origina-se da qualidade do Pai; o segundo, sendo a fonte de toda atividade e diferenciação, surge da qualidade do Filho; e o terceiro, sendo a raiz de toda vida, origina-se na qualidade do Espírito Santo”. (Grace, VI. 9).

“O fogo é originalmente, trevas, aspereza, frio eterno e secura, e não há nada nele, senão uma fome eterna. Como então se transforma em fogo? O Espírito de DEUS, em seu aspecto de luz eterna, vem em auxílio da fome-ígnea. A fome origina-se da luz, porque quando o poder divino espelha-se nas trevas, essas se tornam cheias de desejo da luz, e esse desejo é a vontade (da natureza eterna). Mas a vontade ou o desejo na secura, não podem atingir a luz, consistindo então de angústia e súplica pela luz. Essa angústia e essa súplica persistem até que o Espírito de DEUS entre como que um raio de luz”. (Três Princípios…, XI.45).

“Como o sol no plano terrestre transforma a amargura em harmonia, do mesmo modo age a luz de DEUS nas formas da natureza eterna. Essa luz brilha dentro delas e fora delas; a luz incendeia as formas, a fim de que obtenham sua vontade e se rendam à ela completamente. As formas então, abandonam sua própria vontade e tornam-se como se não tivessem poder algum, desejando unicamente o poder da luz”. (Seis Pontos Teosóficos…, V. 3). Pela união do fogo e da luz o terceiro princípio conquista a substancialidade.

“A Quinta Qualidade é o verdadeiro fogo-amor, que na Luz separa-se do fogo doloroso, e onde o amor divino aparece como um ser substancial. Ele tem consigo todos os poderes da sabedoria divina; é o tronco ou o centro da árvore da vida eterna, onde DEUS, o Pai, revela-se em Seu Filho através do Verbo pronunciado”. (Grace, III. 26).

“Na luz de DEUS, no reino dos céus (a consciência do espírito), o som é muito sutil, doce e amoroso, de forma que se comparado com o barulho terrestre, é como uma perfeita quietude. No entanto, no reino da glória é, de fato, um som compreensível, e há uma linguagem ouvida pelos anjos — uma linguagem que só faz parte da natureza do mundo angélico”. (Mysterium, V. 19).

“O Sétimo Princípio é a compreensão corpórea das outras qualidades. É chamado de “Sabedoria Essencial” ou “O Corpo de DEUS”. O terceiro princípio aparece nas sete formas da natureza desde que eles tenham sido trazidos para a compreensibilidade no sétimo. Esse princípio ou estado de ser é santo, puro e bom, É chamado de eterno céu incriado ou de reino de DEUS, e emerge do primeiro princípio, do obscuro mundo-fogo e do santo mundo-amor de luz flamejante”. (Grace, IV. 10).

“A Sétima forma é o estado de ser onde todas as outras manifestam sua atividade, como a alma no corpo. É chamada de Natureza, e também de eterna e essencial sabedoria de DEUS”. (Tabulae Principice, I.49).

“O sétimo espírito de DEUS é o corpo, que nasce dos outros seis espíritos, e nele todas as figuras celestiais tomam forma. Dele surge toda beleza, toda satisfação. Se esse espírito não existisse DEUS seria imperceptível”. (Aurora, XI. I).

“A linguagem terrestre é inteiramente insuficiente para descrever o que há de satisfação, felicidade e de amor contidos nas maravilhas internas de DEUS. Mesmo se a Virgem Eterna as mostrassem em nossas mentes, a constituição do homem é muito fria e escura para ser capaz de expressar mesmo uma centelha sobre elas em sua linguagem”. (Três Princípios…, XIX. 90).

“Não é a sabedoria, mas o Espírito de DEUS, o centro ou o revelador. Como a alma está manifestando-se num corpo através da carne, e como a carne não teria poder algum se não fosse habitada por um espírito vivo, da mesma forma a sabedoria de DEUS é a corporalidade do Espírito Santo, através da qual ele adquire substancialidade, a fim de manifestar-Se. A sabedoria dá à luz, mas isso não seria possível se o Espírito não atuasse nela. Ela revela sem o poder da vida-fogo, ela não possui desejo ardente, mas sua satisfação encontra sua perfeição na manifestação da Divindade, e, portanto é chamada de virgem em castidade e pureza diante de DEUS”. (Tilken…, II 64).

“A luz e o poder do sol revelam os mistérios do mundo externo através da produção e crescimento de vários seres. Da mesma forma DEUS, representando o Sol eterno ou o único e eterno Bem, não se revelaria sem a presença de sua natureza espiritual eterna, único lugar em que pode manifestar seu poder. Somente quando o poder de DEUS se torna diferenciado e relativamente consciente, de modo que haja poderes individuais combatendo entre si durante seu jogo de amor, se abrirá Nele o grande, imensurável fogo de amor, através da aproximação da Santíssima Trindade”. (Grace, II.28).

“Quando o Pai pronuncia Seu Verbo — ou seja, quando Ele gera Seu Filho — o que é feito contínua e eternamente, esse Verbo tem sua origem, em primeiro lugar, na primeira qualidade adstringente, onde se torna concebido. Na segunda qualidade ou qualidade doce recebe sua atividade; na terceira, se movimenta; no calor ele surge e acende o doce fluxo do poder e do fogo. Todas as qualidades são feitas para queimar pelo fogo aceso, e o fogo é por elas alimentado; mas esse fogo é só um, não muitos. Esse fogo é o verdadeiro Filho de DEUS, que continua nascendo de eternidade em eternidade”. (Aurora, VIII. 8 I).

“Nós, Cristãos, dizemos que DEUS é ternário, mas um em essência; isso é mal interpretado pelo ignorante ou pelo mal informado, pois DEUS não é uma pessoa, exceto em Cristo. DEUS é um poder gerado eternamente e o reino com todos os seres”. (Myst. Magn., VII. 5).

“Ele gera a si mesmo num aspecto ternário, e nessa geração eterna deve-se compreender uma única essência e geração; nem o Pai, nem o Filho; mas unicamente a Vida eterna, ou DEUS”. (Myst. Magn., VII . II).

DEUS criou os santos anjos, não através de alguma substância estranha a seu próprio ser; Ele os criou de seu próprio ser, de Seu poder e sabedoria eterna”. (Aurora, IV. 26).

“É dito que DEUS é tudo, que Ele está no céu e na terra, e também no mundo externo; tal afirmação é verdadeira, de certa forma; porque tudo se origina em DEUS e de DEUS. Mas de que serve essa doutrina, que não é uma religião? Tal doutrina foi aceita pelo demônio, que queria se manifestar e ser poderoso em todas as coisas”. (Tilken… I.140).

“O mundo externo não é DEUS, e não será DEUS em toda eternidade. O mundo é meramente um estado de existência onde DEUS está manifestando a Si próprio. (Stief, II. 316)”. 46

“Sempre haverá que se fazer uma distinção entre a Divindade e a humanidade, entre a vontade humana e a vontade de DEUS”. (Stief, II. 95).

“Se um homem diz a si mesmo: ‘Eu, o verbo vivo de DEUS, realizo isso e aquilo, nessa santa carne e osso’, ele desonra o sagrado nome de DEUS; Isso também vai contra a doutrina da Bíblia; pois, sempre que o intelecto de um homem foi escolhido para a profecia, o profeta não dizia: ‘Eu, Fulano de Tal, digo isso ou aquilo, mas ‘Assim fala o Senhor!’. Isso significa que o Senhor fala nesse homem e através desse homem, que é Seu intermediário e Seu instrumento”. (Stief., I.84).

“Não imagine DEUS como sendo um poder cego, existindo ou movimentando-se no céu ou além e acima do céu, desprovido de razão ou conhecimento, comparável ao sol, que gira em torno de sua órbita, emitindo luz e calor, sem se importar se isso beneficia ou não a terra e suas criaturas. Não! O Pai não é isso; mas Ele é onipotente, sábio, o DEUS que tudo sabe; Nele mesmo, Ele é bom, generoso e misericordioso, alegre e regozija-se em si mesmo”. (Aurora, III. II).

“Se o leitor considerar a profundeza do céu, as estrelas, os elementos e a terra, não irá, com certeza, ver com seus próprios olhos, a Divindade pura e cristalina, embora DEUS esteja ali, dentro de tudo isso; mas se você elevar seus pensamentos e direcionar sua mente a DEUS, que em Sua santidade governa com o Todo, estará então penetrando o céu e alcançando o próprio coração sagrado de DEUS”. (Aurora, XXIII. II).

“Não podemos supor racionalmente qualquer formação ou diferenciação existente no eterno UM da qual, ou de acordo com a qual (formação) algo poderia ser feito; pois se tal forma ou predisposição de fazer uma forma existisse, haveria de ter outra causa, além de DEUS, de onde a forma resultaria, então haveria algo mais (outro DEUS) e não o Um e eterno DEUS”. (Baptism, I.I).

“A criação nada mais é do que a revelação do DEUS insondável e essencial, e tudo o que existe em sua própria evolução eterna, que não tem princípio, também está nessa criação. Mas a criação está para DEUS, assim como uma maçã está para a árvore. A maçã não é a árvore, mas cresce pelo poder da árvore. Do mesmo modo tudo tem sua origem no desejo divino; o desejo é o que o faz entrar num ser. No princípio não havia nada para produzir o todo, exceto o mistério da geração eterna (evolução)”. (Assinatura…, XVI.I).

“Como é que DEUS movimentou-se para produzir a criação, sendo Ele imutável, não se sabe, e qualquer tentativa de descobrir, só produziria confusão na mente”. (Encarnação de Cristo…, I.2,5).

“Não podemos dizer como é que aquilo que estava eternamente na essencialidade de DEUS entrou em movimento, pois não havia nada que pudesse ter feito DEUS se movimentar, e a vontade de DEUS é eterna e imutável. Só podemos dizer que o Três estava desejoso de ter filhos de sua própria espécie”. (Quarenta Questões… I. 273).

“Com a luz e o coração de DEUS, como tais, nada pode ser criado; porque, a luz é o fim da natureza e não possui qualidade. Portanto, ela não pode mudar ou tornar-se algo, mas permanece sempre a mesma na eternidade”. (Três Princípios…, X 41).

“O DEUS Trino e eterno criou todas as coisas através do Verbo, de Seu próprio Ser, ou seja, de Seus dois aspectos ou qualidades: a natureza eterna, a fúria ou cólera, e de Seu amor, através do qual, a cólera ou ‘natureza’ era pacificada. Assim, Ele tudo criou, fazendo com que tudo adquirisse uma existência”. (Stief. II. 33).

“A semelhança de DEUS, tendo sido vista na sabedoria de DEUS desde toda eternidade, e na qual DEUS criou o Homem, era sem vida e sem substancialidade antes do princípio dos tempos deste mundo. Era um mero reflexo da imagem onde DEUS viu como Ele seria numa imagem”. (Stief, II. 123).

“O Homem não existe desde a eternidade; mas apenas como uma sombra de uma imagem, onde DEUS em Sua sabedoria soube de todas as coisas desde a eternidade, no espelho de Sua própria sabedoria”. (Stief, II 143).

“As espécies e criaturas são tão variadas quanto os pensamentos eternos na sabedoria de DEUS”. (Três Princípios… IX.37).

“Nenhum espírito criado pode existir sem o mundo-ígneo. Até mesmo o amor de DEUS não existiria, se a cólera de DEUS, ou o mundo do fogo, não existisse Nele; pois a cólera ou o fogo de DEUS é a causa da luz, força, poder e onipotência. (Stief. II. 4)”.

“Ainda hoje, o ato de criação continua, e não terá fim até a chegada do Julgamento de DEUS. Então, aquilo que cresceu na santa árvore da vida irá separar-se das ervas e espinhos”. (Três Princípios… XXIII.25).

“Se DEUS irá ou não criar algo mais de Sua vontade, após o fim desses tempos, não é perceptível pelo meu espírito, pois ele não vai além do próprio centro onde habita, e ali é o paraíso e o reino do céu”. (Princípios, IX. 41).

DEUS, constituindo a Si mesmo um ser criado, assumiu o aspecto de um ser com relação à sua trindade; e como essa trindade é o mais elevado e grandioso em DEUS, Ele também criou três princípios de anjos (reflexos divinos de Sua própria imagem), superiores a todos os outros”. (Aurora, XII 88).

“Michael representa DEUS o Pai. Ele não era DEUS, o Pai propriamente dito; mas há entre os seres criados (os anjos) um que representa DEUS, o Pai. O círculo ou espaço onde ele e seus anjos são criados é o seu reino; ele é um filho amado de DEUS, uma alegria para seu Pai. Não o compare com o coração ou a luz de DEUS, que está na totalidade do Pai, e o qual não tem começo nem fim, assim como o Pai. Esse príncipe é um ser criado, e como tal tem um princípio; mas ele está em DEUS o Pai, e se curva a Ele no amor. Portanto, ele usa sobre sua cabeça a coroa da honra, poder e força, e a não ser o próprio DEUS em Sua trindade, não se pode encontrar nada no céu que seja maior, ou mais bonito ou poderoso que ele”. (Aurora, XII 86).

“Assim como Michael fora criado segundo o tipo e a beleza de DEUS o Pai, Lúcifer fora criado segundo o tipo e a beleza de DEUS o Filho, unido à Ele em amor; seu coração repousava no centro da luz, como se fosse o próprio DEUS”. (Aurora, XII 101).

“O terceiro rei, Uriel, é formado segundo o tipo e o caráter do Espírito Santo. Ele é um magnífico e belo príncipe de DEUS, também unido em amor com os outros príncipes, como num só coração”. (Aurora, XII III).

“Há sete qualidades principais no Poder divino, de onde o centro de DEUS nasce; da mesma forma há alguns poderosos príncipes angélicos criados, cada um, de acordo com sua qualidade principal, sendo um regente no exército ao qual pertence. Cada um deles está ao lado de seu rei ou arcanjo, o comandante de outros anjos subordinados”. (Aurora, XII 7).

DEUS também chamou à existência outros príncipes dos anjos, correspondendo a sete espíritos, tais como Gabriel, Rafael, etc.” (Aurora, XII 88).

“Os anjos possuem entre si uma única vontade-amor. Nenhum deles inveja o outro por causa de sua beleza, se reconhecem ente si como os espíritos de DEUS. Eles amam uns aos outros, e nenhum deles sequer imagina superar o outro em beleza; cada um se regozija na beleza e na graça do resto”. (Aurora, XII 17).

“Quando os espíritos de DEUS surgem em sua glória divina, não podem estar amarrados de forma a evitar que se misturem uns com os outros, e os anjos não se limitam pela localidade em que residem. Os espíritos de DEUS surgem perpetuamente uns dentro dos outros, e em sua geração eterna, desfrutam de uma contínua troca de amor. Assim, os santos anjos movimentam-se uns nos outros e vão juntos em todos os três reinos, de onde cada um recebe de outro, beleza de forma, graça e virtude, felicidade suprema; mas cada um mantém a posição que lhe pertence (seu centro de gravidade) que em seu aspecto, como um ser criado, lhe fora transmitido como sua própria propriedade especial”. (Aurora, XII 57).

“Quando DEUS criou os anjos, o príncipe do fogo e da luz se manifestou. Seu espírito ou vida-angústia (consciência) tem sua origem no fogo. Ele foi então passado pela luz, tornando-se ali a angústia do amor, através da qual a cólera foi extinta”. (Encarnação de Cristo…, I 3-10).

“Todos os anjos foram criados no primeiro princípio, formados e corporificados pelo Espírito em movimento e iluminados pela luz de DEUS”. (Três Princípios…, IV 67).

“Desde toda eternidade a luz de DEUS era clara, doce e graciosa; mas quando DEUS movimentou-se para criar, a matriz (o fundamento), com suas qualidades, amarga, ácida, obscura e ígnea, tornou-se manifesta; os anjos foram criados desta matriz para a luz, tornando-se corpóreos pelo Espírito em movimento”. (Aurora, V 24).

DEUS, o eterno Um, rege todas as coisas através da atividade dos anjos. O poder e a ação são de DEUS; os anjos, Seus instrumentos”. (Questões Teosóficas, VI.7). 55

“Saiba que o demônio sempre luta com os anjos. Quando a alma do homem está segura em DEUS, então o demônio deseja entrar, mas ele é impedido, não podendo realizar a sua vontade. Sempre que a alma imagina, fazendo com que surjam os desejos luxuriantes, ocorre a vitória do demônio”. (A Vida Tríplice…, XIV.13).

“Cada anjo que deseja viver na luz e poder de DEUS deve abandonar o egoísmo da dominação do fogo no desejo; deve render a si e tudo o que lhe pertence à vontade de DEUS; deve morrer com relação à sua vontade própria e desdobrar-se na luz do amor, como um fruto do amor divino, a fim de que a vontade-espírito (a vontade espiritual) de DEUS comande sua vida”. (Stiefel 11. 49).

“O demônio era um anjo; seu dever era colocar sua imaginação (fé) na luz de DEUS. Nesse caso teria recebido a substancialidade divina em sua imaginação e sua luz permaneceria luminosa. A fonte fogo teria permanecido naquela essência e qualidade; ele teria permanecido um anjo”. (Tilk I. 187).

“Quando Lúcifer viu que era tão bonito, e quando percebeu seu nascimento elevado, e grande poder, o espírito que ele havia gerado em si (ou seja, sua própria vontade livre) manifestou-se e desejou triunfar sobre o divino nascimento, e exaltar-se acima do coração de DEUS”. (Aurora, XIV. 13, 32).

“Quando Lúcifer encontrava-se em tal forma majestosa, em tão alta glória, ele deveria ter se movimentado em DEUS, assim como DEUS se movimentava nele; mas isso ele não fez, pois depois que seus espíritos de origem foram tomados por tão gloriosa luz, foram preenchidos por tanta satisfação, que se revoltaram contra o direito natural (a lei), e desejaram uma qualificação ainda maior, mais magnificente e suprema do que o próprio DEUS. Ocorreu então, que a qualidade adstringente contraiu sua essência a um tal estado de solidez que a água doce que ali existia se secou. Simultaneamente, o raio de luz ficou tão claro, que se tornou intolerável aos espíritos emergentes; isso porque o raio de luz foi até a qualidade adstringente de forma tão terrível, como se quisesse explodi-los repentinamente com grande satisfação”. (Aurora, XIII. I. 16).

DEUS não criou um inferno ou um estado especial de sofrimento para atormentar as criaturas que dele desertaram; mas tão logo os demônios deixaram a luz e tentaram governar através do poder do fogo sobre a beatitude no coração de DEUS, no mesmo momento foram para fora de DEUS, penetrando as quatro qualidades inferiores da natureza eterna. Com isso, foram mantidos aprisionados no abismo do inferno”. (A Vida Tríplice…, II.53).

“Os quatro princípios inferiores sem a luz eterna são o abismo, a cólera de DEUS, e inferno. A luz desses princípios é o terrível raio de luz, onde devem despertar a si próprios”. (A Vida Tríplice…, II. 50).

“Se os espíritos que surgiam (em Lúcifer) tivessem interagido pacificamente e segundo a vontade de DEUS, teriam gerado um filho, o qual seria como o Filho de DEUS e seu amado irmão; mas quando surgiram num estado de absoluta ignição, geraram um filho triunfante, auto planejado, que, de acordo com a primeira qualidade, era duro, áspero, frio e escuro; e de acordo com o segundo princípio, de uma aparência ígnea, ardente e amarga. O som nele era um duro som-fogo, e no lugar do amor havia um inimigo orgulhoso. Assim, na sétima forma da natureza apareceu um monstro orgulhoso que fantasiou estar acima de DEUS, como não havia outro igual. O amor esfriou; o coração de DEUS não podia mais tocar esse ser pervertido. Sempre que aquele coração, cheio de benevolência e graça, movimentava-se para encontrá-lo, o coração do monstro aparecia escuro, frio, duro e ígneo”. (Aurora, XIII. 40-47).

“A qualidade adstringente foi a primeira assassina, ao perceber que o ser gerava uma bela luz, ela se contraiu de forma ainda mais dura do que quando DEUS a criou. A segunda qualidade, a segunda assassina, partiu com grande força para a qualidade adstringente, como se quisesse transformar seu corpo em pedaços. O calor ou o terceiro espírito assassino matou sua mãe, a água doce. O som surgiu tão furioso que soou como um trovão; pretendia com isso, provar sua própria nova divindade; o fogo surgiu como um terrível raio de luz. Assim, o corpo todo se transformou num vale escuro; não houve conforto, nem ajuda. O amor transformou-se em inimigo, e o anjo da luz tornou-se um escuro demônio de trevas”. (Aurora, XIV. 19-25).

Lúcifer viu a criação e conhecia seu fundamento. Portanto, ele também quis ser um DEUS, e governar em todas as coisas pelo poder do fogo. Ele quis trazer para a forma seus próprios pensamentos, e não aquilo que o Criador desejou. Assim, tornou-se um inimigo de DEUS, e desejou destruir o que fora formado pela ação de DEUS com o propósito de colocar em seu lugar seus próprios efeitos e figurações”. (Questões Teosóficas, X.I).

“O reino escuro da fantasia e a criatura que está constituída pelos anjos caídos, são uma coisa só, uma vontade, um ser; e como essa vontade rebelada não quis residir e governar sozinha na fantasia, mas quis governar também no santo poder, onde apareceu de imediato, o santo poder repeliu-o para fora de si e se ocultou, logo em seguida — isso quer dizer, o céu interior se fechou, fora de seu próprio estado, a fim de que ele não visse a DEUS. Assim é que morreu para o reino da boa vontade”. (Graça, IV. 46).

“O céu está no inferno, e o inferno está no céu, e, no entanto, nenhum deles está revelado ao outro. Mesmo se o demônio estivesse viajando por muitos milhares de quilômetros, a fim de chegar ao céu, ele permaneceria sempre no inferno. Assim, os anjos não enxergam as trevas; eles só enxergam a luz do poder divino; mas os demônios só enxergam as trevas da cólera de DEUS”. (Mysterium, VIII. 28).

“Há sempre dois reinos (estados a serem distintos nos elementos) em um reina o amor emanado de DEUS, e no outro Sua cólera. Os demônios residem unicamente no reino da cólera, onde estão encerrados com a noite eterna, e não podem entrar em contato com os bons poderes dos elementos”. (Questões Teosóficas, XIII. 7).

“Se nos lançarmos no desejo terrestre, seremos por ele capturado, e a angústia do abismo será o nosso senhor. Mas se pelo poder de nossa vontade nos elevarmos acima deste mundo, então o mundo da vida irá capturar nossa vontade, e DEUS será nosso Senhor”. (Pontos Teosóficos, VI.5)

“Quer dizer que Lúcifer não sabia sobre o julgamento de DEUS e sobre a queda? Sim, ele sabia muito bem; mas esse conhecimento não estava em seu “sentimento” (ele não o percebeu como uma experiência real); o que ele possuía era apenas uma ciência, um conceito intelectual”. (Mysterium, IX.9).

Lúcifer sabia que não era DEUS, também conhecia a extensão de seu poder; mas ele quis uma experiência totalmente nova, ele quis ser maior que DEUS, elevando seu poder acima de todos os reinos, e de toda Divindade”. (Aurora, XIV. 14).

“A imagem do ser criado foi vista na sabedoria, com seus aspectos de cólera e amor. Aqui também o Espírito de DEUS, emanando eternamente da luz e do fogo do Pai, previu a queda, ou seja, que essa imagem, moldada num ser corporal, seria atraída pela cólera, e perderia seu esplendor divino”. (Considerações Stiefel III. 58).

“Pode ser que se pergunte: Por que DEUS não restringiu Lúcifer do desejo maligno? Mas como isso poderia ser feito? Se esse ser de fogo fosse levado ainda mais para a humildade e para o amor, sua luz gloriosa se manifestaria ainda mais para ele, e sua ígnea vontade própria cresceria ainda mais com isso. Deveria Ele educá-lo punindo-o? O Objetivo de Lúcifer já era o de excitar em si a fundação mágica, e brincar com o centro das qualidades”. (Mysterium, IX.14).

“Se Lúcifer quiser novamente se tornar um anjo, terá que extrair novamente da unidade e do amor de DEUS; seu fogo-vida terá que ser consumido pelo amor, transformado-se em humildade; mas isso o fundamento infernal (a vontade) nos demônios recusa a permitir”. (Questões Teosóficas, VII.5).

“Antes dos tempos da cólera, havia no lugar desse mundo as seis fontes espirituais, gerando a sétima de forma suave e doce, como ainda acontece no céu, e não crescia ali nem sequer uma gota de cólera. Tudo o que existia era luz e transparência, sem a necessidade de outra luz, pois a fonte do amor com o coração de DEUS estava iluminando tudo. A natureza era então muito etérea, e tudo permanecia num grande poder. Mas tão logo se deu o início da guerra dos demônios orgulhosos, tudo tomou uma outra forma e modo de ação. A luz se extinguiu na geração externa; consequentemente, o calor tornou-se aprisionado na corporalidade, não podendo mais gerar sua própria vida. Por causa disso, a morte penetrou a natureza e a natureza se degenerou. Uma nova criação da luz se fez necessária, sem o que a terra teria permanecido na morte eterna”. (Aurora, XVII. 2 IV.15).

“Quando o Verbo eterno se movimentou, por causa da malícia de Lúcifer, e a fim de expulsar esses parasitas demoníacos de sua residência, rumo as trevas eternas, a essência se compactou (coagulou). DEUS não queria mais deixar os poderes manifestados sob o comando de Lúcifer, no lugar em que reinava como um príncipe, e fez com que penetrassem um estado de coagulação, guspindo-os em seguida para fora de ali”. (Mysterium, X.13).

“Nisso consiste a queda de Lúcifer; ele despertou a mãe do fogo e quis governar sobre a benevolência, no coração de DEUS. Esse fogo é agora seu inferno; mas esse inferno foi capturado por DEUS através do céu, ou seja, a mãe da água. Pois enquanto a localidade desse mundo dera para queimar por conta própria, DEUS movimentou-se para criar, e criou a água. Disso resultou o oceano e a insondável profundeza aquosa. Foi o que ocorreu em Sodoma e Gomorra, pois quando o pecado era grande e o demônio habitava ali, desejando manifestar seus poderes, DEUS permitiu que o príncipe desse mundo acendesse aqueles cinco reinos, para ali ser senhor e ter sua morada. DEUS pensava em destruir seu orgulho; Ele fez com que a água chegasse até lá, e desta forma extinguiu sua glória”. (A Vida Tríplice… VIII. 24).

“A cólera não tocou o coração de DEUS, mas o amor benevolente emanou de Seu coração, penetrando a mais externa geração da cólera, extinguindo-a. Ele disse: ‘Que haja a Luz’”. (Aurora, 85).

“Quando DEUS pronunciou: ‘Que haja a Luz’, a essência, o ser dentro da qualidade da luz, não se movimentou apenas na terra, mas em toda a profundeza, com grande poder; com isso, o sol foi criado no quarto dia, quer dizer, foi aceso”. (Mysterium, XII.13).

“Quando DEUS se movimentou para criar esse mundo, não foi só uma parte que se movimentou, enquanto a outra repousava, mas tudo se movimentou ao mesmo tempo”. (Aurora, XXII. 122).

“Esse movimento durou seis dias e seis noites, quando todos os sete espíritos de DEUS estavam em geração móvel e completa; o coração de todos os espíritos e o salitre da terra também giraram seis vezes dentro da grande roda”. (Aurora, XXI. 123).

“As obras do dia referem-se as sete qualidades; seis delas pertencem ao atual regimento, mas a sétima, ou a essencialidade, é aquela em que as outras repousam; pois essas qualidades foram pronunciadas por DEUS e tornaram-se visíveis”. (Mysterium, XII. 2).

“Quando observo a água exterior, sou forçado a dizer: ‘Aqui, na água de baixo do firmamento, está contida a água de cima do firmamento’. Mas o firmamento é o meio, a ligação (linha divisória) entre tempo e eternidade, de modo que nenhuma das duas é a outra. Aos olhos externos, ou deste mundo, só vejo a água abaixo do firmamento, mas a água acima do firmamento é aquela que DEUS instituiu para o batismo da regeneração em Cristo”. (Mysterium, XII. 26).

“No segundo dia, DEUS separou o mercúrio ígneo do aquoso, e chamou o ígneo de firmamento do céu. Então, no espírito da natureza externa originou-se a espécie macho e fêmea, ou seja, no Mercúrio ígneo o masculino e no aquoso o feminino”. (Clavis, 86).

“Até o terceiro dia depois da ignição da cólera de DEUS no mundo, a natureza permaneceu na ansiedade, e era um vale de trevas na morte; mas no terceiro dia, quando a luz das estrelas começou a se acender na água da vida, a vida rompeu a morte, e uma nova geração teve início”.(Aurora, XXIV. 41).

“Depois que o céu foi feito, para a distinção entre a luz de DEUS e o corpo corrupto deste mundo tudo mudou; o mundo corrupto era uma vale de trevas, sem luz, onde todos os poderes encontravam-se capturados, como que na morte; era uma situação muito difícil, até que se tornasse iluminado no meio de todo o corpo. Mas quando isso ocorreu o amor na luz de DEUS rompeu aquele céu da divisão e acionou o calor”. (Aurora XXV 68).

DEUS, a luz eterna e a vontade eterna, brilha nas trevas e as trevas capturaram a vontade (recebeu sua atividade). Nessa vontade surgiu a ansiedade, e nela está o fogo, e no fogo a luz. Assim, as estrelas foram produzidas do fogo; o sol, do poder dos céus”. (Três Princípios… VIII. 22).

“No quarto dia, DEUS criou de Sua sabedoria eterna, o senhor do terceiro princípio (o mundo visível), o sol e as estrelas. Vê-se aqui claramente a Divindade e a sabedoria eterna de DEUS, como num espelho claro. Esse ser, visível diante de nossos olhos, não é DEUS propriamente dito, mas um DEUS no terceiro princípio, que irá finalmente retornar ao seu éter e ter um fim”. (Três Princípios… VIII.13).

DEUS fez uma sólida fundação (firmamento) chamada ‘céu’, entre a geração mais externa e mais interna, entre a Divindade clara e a natureza corrupta, através da qual deve surgir o querer de cada um de ir para DEUS. Sobre essa fundação é dito que mesmo os céus não são puros diante de DEUS, mas no dia do julgamento a cólera será arrancada de lá”. (Aurora, XX.41).

“No tempo da criação de uma nova luz, o sol foi despertado nesse mundo tornado corrupto por Lúcifer, o que afastou o esplendor do demônio. Ele foi enclausurado nas trevas como um prisioneiro, entre o reino de DEUS e o reino deste mundo; ele não tem mais o que governar nesse mundo, exceto na Turba, onde a cólera e a fúria de DEUS estão despertadas”. (Encarnação de Cristo…, I. 2).

“No sol do mundo externo, e através dele, DEUS despertou um rei, ou como chamaria simbolicamente, uma divindade natural, junto com seis conciliadores, para serem seus assistentes, ou seja, o sol e os seis outros planetas, pronunciados das sete qualidades do lócus (lugar ou centro) do sol. O sol recebe seu esplender da tintura do mundo ígneo e o mundo da luz, sendo manifestado como um ponto revelado com relação ao mundo de fogo”. (Mysterium, XIII. 16).

“Na morte, no centro, no corpo ou ainda na substância corporal da terra, DEUS despertou a tintura, com seu brilho, esplendor e luz, onde está contida a vida da terra; mas na profundeza acima do centro Ele deu o sol, que é uma tintura de fogo, e que com seu poder, alcança a liberdade fora e além da natureza, e de onde a natureza recebe seu esplendor. Ele é a vida de todo o círculo das estrelas, e todas essas estrelas são Seus filhos. Não que ele contenha suas essências, mas a vida deles surgiu de seu centro, no princípio”. (A Vida Tríplice… IV. 27).

“O sol está no meio das profundezas, ou seja, na luz ou no coração das estrelas, extraído de todos os seus poderes pelo poder de DEUS, trazido para a forma. Portanto, ele é a luz clara de tudo, e pelo seu brilho e calor acende todas as estrelas, cada um de acordo com sua própria e especial qualidade e poder”. (A Vida Tríplice… VII.40).

“Depois de DEUS ter desenvolvido as estrelas e os quatro elementos, foram produzidas as criaturas em todos esses quatro elementos, tais como pássaros na constelação do ar, peixes na constelação da água, animais e seres de quatro patas na constelação da terra e espíritos na constelação do fogo”. (Mysterium XLIV I).

“Pelo poder de Seu Verbo, o Fiat, DEUS fez com que todos os seres surgissem da matriz da natureza no quinto dia, cada um segundo suas qualidades; os peixes na água, os pássaros no ar, e outros animais sobre a terra. Eles receberam sua corporalidade da fixidez (rigidez) da terra, e seu espírito do Spiritus Mundi”. (Grace, V 20).

DEUS quis criar um exército angélico. Para tanto, criou Adão, que deveria gerar de seu próprio corpo, criaturas de sua mesma espécie; mas no meio tempo, deveria nascer do corpo de um homem o Rei de todos os homens; Ele deveria tomar posse do novo reino como um governante destes seres criados, no lugar do degenerado e banido Lúcifer”29. (Aurora, XXIV 18).

“Adão deveria ser um perfeito símbolo de DEUS, criado da Magia eterna, a substância de DEUS; ele era para ser algo feito do nada, do espírito — o ideal — para um corpo”. (Encarnação de Cristo… I.5).

“Os anjos são criados de dois princípios, mas a alma com o corpo da vida exterior é criada de três princípios. Portanto o homem é superior aos anjos, contanto que permaneça em DEUS”. (Quarenta Questões… I 263).

“Na vida do homem há três estados que devem ser distinguidos um do outro — primeiro, o mais interno, ou seja, DEUS eternamente oculto no fogo; segundo, a parte do meio, que desde a eternidade permanece como uma imagem ou semelhança nas maravilhas de DEUS, comparável a uma pessoa que se vê no espelho; terceiro, essa imagem viva que recebe ainda um outro espelho na criação, onde se observou, ou seja, o espírito do mundo externo, ou o terceiro princípio, que também é uma forma (estado) do Eterno”. (A Vida Tríplice…, XVIII. 4)

“Se um homem, como imagem de DEUS, deve governar os peixes, aves, animais e toda a terra, assim como as essências de todas as estrelas, então ele deve ser parte dos três, pois cada espírito só pode governar em sua mãe, onde tem sua origem”. (Mysterium, XIV 8).

“Como DEUS reside em Si mesmo e penetra todas as Suas obras, incompreensíveis a si próprias, e sem Ser afetado por nada, do mesmo modo Sua imagem (homem) originou-se do puro elemento. Ele também foi criado neste mundo; mas o reino deste mundo não era para compreende-lo, mas ele governaria poderosamente neste mundo através das essências do elemento puro”. (Três Princípios…, XXII 15).

“Se Moisés diz que DEUS criou o homem de um monte de barro, e que soprou nele o sopro da vida, não se deve compreender com isso que DEUS tenha atuado de maneira pessoal — como se fosse um homem tomando um punhado de barro para fazer um corpo; mas o Fiat, ou seja, o desejo do Verbo, estava contido no modelo do homem percebido eternamente, que permaneceu no espelho da sabedoria, e que extraiu os Ens (o princípio) de todas as qualidades da terra (matéria) num corpo, e essa era a quinta-essência feita dos quatro elementos”. (Grace, V. 27).

“Os espíritos originais, no todo, não podiam ser imediatamente inflamados pela alma, pois a alma era apenas uma semente no todo, oculta no coração de DEUS em seu céu, até que o criador expandisse o todo pelo Seu sopro. Então os espíritos originais inflamaram a alma, fazendo com que corpo e alma vivessem imediatamente. A alma realmente possuía sua vida antes que o corpo existisse; mas ela encontrava-se no coração de DEUS, oculta no todo e no céu, e nada mais era do que uma semente santa, um centro de poder em DEUS”. (Aurora, XXVI. 126).

“Todos os seres humanos são fundamentalmente somente um homem. Este Homem é o tronco, o resto são os ramos, recebendo todo seu poder do tronco, e produzindo fruto de uma mesma raiz. Que loucura é isto, então, se o ramo quer ser uma árvore ele mesmo, como se o ramo próximo a ele não fosse do mesmo tronco. DEUS deu ao homem somente uma vida, e a vida de todos os homens vêm deste único Homem”. (Mysterium Magnum, XXIV, 15).

“O espírito de DEUS reside de eternidade em eternidade unicamente no céu, ou seja, em Sua própria essência, no poder da majestade. Quando ele foi soprado na imagem de um homem, surgiu o céu no homem; pois, DEUS quis revelar-Se no homem, como numa imagem criada à Sua própria semelhança, e manifestar as grandes maravilhas de Sua sabedoria eterna”. (Cons. Stiefel…, I. 36).

“Simultaneamente à introdução de Sua divina imagem, Adão recebeu também a palavra viva de DEUS (inteligência espiritual) para fornecer alimento à sua alma”. (Encarnação de Cristo…, I 3 24).

DEUS criou Adão para (desfrutar) a vida eterna, no Paraíso, num estado de perfeição paradisíaca. O amor divino iluminava o seu interior, assim como o sol ilumina o mundo” (Cons. Stiefel…, I. 36).

“O elemento puro penetra o homem externo e subjuga os quatro elementos; além do mais, o poder do calor e do frio estava na carne. Mas, como a luz de DEUS brilhava ali, estavam numa harmonia equilibrada, de forma que nenhuma delas se manifestava diante da outra. Assim, DEUS o Pai, é chamado de DEUS colérico e ciumento, um fogo consumidor; Ele é realmente tudo isso com relação as suas qualidades; mas destas qualidades nada se torna manifestado na Sua luz”. (Cons. Stiefel…, XI 75).

“O homem primordial ainda fixo no Paraíso, encontrava-se num estado tal como o tempo está diante de DEUS e DEUS no tempo. Assim como o tempo é um mero espetáculo diante de DEUS, a vida externa do homem era um espetáculo diante do homem santo e interior, a verdadeira imagem de DEUS”. (Mysterium, XVI 8).

“O corpo interior era um lugar onde a Divindade podia habitar, uma imagem da divina substancialidade. Naquele corpo, a alma tinha a sua brandura, e seu fogo havia se tornado brando, pois ela havia recebido o amor e a brandura de DEUS”. (Tilken… I 233).

“O homem interior permanecia no céu; suas essências estavam no Paraíso; seu corpo era indestrutível. Ele conhecia a linguagem de DEUS e dos anjos, e a linguagem da natureza, como se pode perceber ao vermos Adão dando nomes a todas as criaturas, cada uma segundo sua própria essência e qualidade”. (Quarenta Questões, IV 7).

“Adão, depois de ter sido criado por DEUS, encontrava-se no Paraíso num estado de satisfação, glorificação e beleza, pleno de conhecimento. DEUS então, trouxe diante dele, como senhor do mundo, todos os animais, a fim de que os observasse e desse um nome a cada um, segundo a essência e poder específico. Adão sabia que ele estava dentro de cada criatura, e deu a cada um seu nome apropriado. DEUS pode ver nos corações de toda as coisas, e o mesmo podia ser feito por Adão.”38 (Três Princípios…, X 17).

“Sendo DEUS um Senhor de todas as coisas, o homem no poder de DEUS deveria ser o senhor deste mundo”. (Encarnação de Cristo…, I 4, 7).

“A alma no poder de DEUS penetra todas as coisas, e é poderosa sobre tudo, como o próprio DEUS; pois ela vive no poder de Seu coração”. (Três Princípios…, XXII 17).

“Assim como o ouro é incorruptível no fogo, o homem não estava subjugado a nada, somente ao DEUS Único que nele habitava e Se manifestava pelo poder de Seu ser santo”. (Mysterium, XVI 12).

“’Éden’, quer dizer a localidade, mas ‘Paraíso’ é o fluxo ou a vida de DEUS na harmonia divina”. (Cartas, XXXI 28).

“No Paraíso há plantações, assim como neste mundo, mas não com a mesma tangibilidade. Lá o Céu está no lugar da terra, a Luz de DEUS, no lugar do sol e o Pai Eterno no lugar do poder das estrelas”. (Três Princípios…, IX 20).

“O mundo tangível ou natureza, antes da cólera de DEUS, era tênue, etéreo, amoroso e claro, de modo que os espíritos originais pudessem olhar através de todas as coisas e nelas penetrar. Não havia ali nem terra, nem pedras, não havia a necessidade da luz criada, tal como é agora; mas a luz foi gerada em todas as coisas no meio de cada coisa, e tudo se encontrava na luz”. (Aurora, XVIII 29).

“Todo o mundo seria um só Paraíso se não tivesse sido corrompido por Lúcifer. Mas como DEUS sabia que Adão iria cair, produziu em um só lugar, onde o homem pudesse encontrar uma morada apropriada e ali fosse fortificado”. (Mysterium, XVII 7).

DEUS viu e sabia que o homem iria cair, por isso o Paraíso não floresceu e gerou frutos em todo o mundo por meio da terra, embora estivesse manifestado em todo lugar, mas apenas no Jardim do Éden, onde Adão foi tentado, é que ele se tornou revelado em sua total magnificência”. (Cartas, XXXIX 28).

“Em Adão estava manifestado o reino da graça, a vida divina, porque vivia na temperatura (harmonia) das qualidades, mas ele não sabia que DEUS estava revelado nele. Do mesmo modo sua vontade-própria não sabia o que era bom, pois até então não havia experimentado mal algum. Como poderia haver qualquer satisfação se nenhuma dor era conhecida?” (Grace, IX 15).

“A alma encontrava-se em sua própria essência na eternidade, mas como algo criado, foi formada para representar a imagem de DEUS no momento da criação do corpo. No entanto, ela não é, per se, a verdadeira imagem, mas apenas um fogo essencial para a sua produção”. (Tilken… I 8 I).

“A alma do homem, soprada por DEUS, é do Pai Eterno; mas ela ainda não apreendeu o nascimento do Filho, onde é o fim da natureza, e de onde nenhum ser criado emana”. (Três Princípios…, IX 13).

DEUS possui a eterna e imutável vontade para gerar Seu Coração e seu Filho, e assim a alma deveria colocar sua vontade imutável no coração de DEUS. Então ela estaria no céu e no Paraíso, desfrutando da felicidade inexprimível de DEUS o Pai, a que Ele desfruta no Filho; a alma ouviria então as palavras inexpressíveis no coração de DEUS”. (Três Princípios… X 14).

“Adão foi concebido no amor de DEUS e nasceu neste mundo. Tinha posse de uma substancialidade divina e sua alma era de vontade, o primeiro princípio, a qualidade do Pai. Essa vontade deveria ser dirigida, juntamente com sua imaginação, no coração do Pai, ou seja, no Verbo e no Espírito do amor e da pureza. A alma humana reteria então, a substância de DEUS no Verbo da Vida”. (Encarnação de Cristo…, I 10 2).

“Se a alma mergulha sua vontade na humildade, ou seja, na obediência de DEUS, torna-se uma fonte do coração de DEUS, recebe o poder divino e todas as suas essências tornam-se angélicas e deleitosas. Suas essências ásperas também se tornam úteis, aparecendo-lhe mais humildes e úteis do que se tivessem sido inteiramente doce e humilde desde sua origem”. (Três Princípios… XIII 31).

“A luz e o poder da luz é um desejo, e quer possuir a nobre imagem feita à semelhança de DEUS, porque foi criada para o mundo da luz. O mundo das trevas ou a cólera aguda deseja o mesmo, pois o homem tem todos os mundos em si, e há uma grande batalha ocorrendo dentro dele. Aquele princípio com o qual ele se identifica em seu desejo e vontade, é o que o governará”. (Tilk I 38 I).

“Sendo a alma essencial e sua substância um desejo, fica claro que está em dois tipos de Fiat. O primeiro é sua própria propriedade-alma; o outro pertence ao segundo princípio, emanado da vontade de DEUS na alma. A alma deseja DEUS, a fim de se tornar Sua imagem e semelhança; esse desejo de DEUS atua como um Fiat em seu próprio centro; pois o desejo de DEUS quer possuir a alma. Por outro lado, ela própria deseja possuir o centro no poder do fogo, onde a vida da alma se origina”. (Eye, VII).

“A vontade da alma é livre, e ela pode mergulhar no nada de si mesma e se conceber como o nada, quando irá despontar como um ramo da árvore da vida divina, e provar do amor de DEUS; ou poderá em sua vontade-própria surgir no fogo e desejo de se tornar uma árvore separada”. (Quarenta Questões… II. 2).

“O Homem era uma individualidade mista, destinada a ser uma imagem de acordo com o mundo interior e também de acordo com o mundo exterior; mas como o símbolo de DEUS, deveria governar com a consciência interior sobre a consciência exterior”. (Menchwerdung I 3 13).

“A alma de Adão poderia ter governado poderosamente sobre o princípio externo, caso tivesse entrado novamente com sua vontade no coração de DEUS, na palavra do Senhor”. (Quarenta Questões… IV 2).

“O mundo externo também é de DEUS e pertence à DEUS; o homem foi criado ali, para que pudesse trazer novamente o externo para o interno; o fim para o princípio”. (Cartas, XI 18).

“O Homem foi criado no Paraíso, que brotou sobre a terra, e da terra do paraíso foi criado o corpo de Adão, pois ele era um senhor da terra; ele estava destinado a revelar as maravilhas da terra. Se esse não fosse seu propósito, DEUS o teria dotado de um corpo angélico; mas nesse caso o ser substancializado com suas qualidades maravilhosas não seria revelado”. (Encarnação de Cristo…, II 12).

“O homem permanecia nos três princípios, que se encontravam em igual concordância dentro dele, mas não fora dele; pois o mundo de trevas tinha um desejo diferente daquele do mundo de luz; da mesma forma, o mundo externo tinha um desejo diferente daquele do mundo de trevas e do mundo de luz. Assim, a imagem de DEUS estava entre os três princípios, onde todos em seu desejo eram condutores àquela imagem. Cada um deles queria se manifestar em Adão, para tê-lo em seu próprio regimento ou como governador, e para manifestar suas maravilhas através dele”. (Mysterium, XVII 34).

“No homem primordial, antes da queda, as qualidades para a diferenciação e auto satisfação estavam em igual poder-vontade, e o desejo de cada uma era introduzido na unidade de DEUS. Isso provocou a inveja do demônio e ele enganou as sete qualidades da vida, despertando nelas um desejo pervertido, persuadindo-as de que eram boas, e que se tornariam sábias, se as qualidades de cada uma de acordo com sua espécie, entrasse em harmonia própria, e que nesse caminho o espírito provaria e reconheceria o bem e o mal”. (Tabulae Principice, 68).

“A alma queria conhecer como seria se a temperatura se separasse, ou seja, se dividisse, como o calor e o frio, a umidade e a secura, a dureza e a moleza, o azedo e o doce, o amargo e o salgado; ela queria provar estas e as outras qualidades separadamente, embora isso tivesse sido proibido a Adão, por DEUS”. (Grace, III 34).

“A Razão (o raciocínio do homem) diz: ‘Por que DEUS permitiu que Adão extraísse a árvore da tentação da terra, através de sua imaginação?’ O Cristo diz: ‘Se você tiver fé do tamanho de uma semente de mostarda, e disser à montanha: mova-se para o mar; assim será feito’. A alma-espírito (alma espiritual) foi produzida da onipotência divina, do centro da natureza eterna, onde todos os seres foram criados. Por que então não seria ela poderosa? Ela era uma centelha de fogo emanada do poder de DEUS, mas depois de ter sido reunida num ser criado (individualizada como um organismo) deu passagem a seu próprio desejo egoísta, rompendo-se com o todo, causando corrupção em si mesma. O poder da alma, antes da invasão da vaidade, era tão grande que não podia ser subjugado a nada; o mesmo ocorreria agora, hoje mesmo, se a compreensão não tivesse sido retirada”. (Mysterium, XVII 41).

“A previsão divina reconheceu que o demônio estava preste a separar a humanidade, introduzindo-a no desejo demoníaco; portanto, DEUS colocou diante dela a árvore da vida e a do conhecimento do bem e do mal; com isso deu-se início à ruptura (morte) do corpo externo. Ele assim o fez para que o homem buscasse o centro do mundo de trevas”58 (Mysterium, XVII 38).

“Uma pessoa razoável perceberá facilmente que não haveria sono em Adão enquanto ele permanecesse na imagem de DEUS, pois naquele tempo ele era uma imagem como nós seremos na ressurreição dos mortos. Não necessitaremos então dos elementos, nem do sol, nem da lua, nem de sono algum; nossos olhos estarão abertos para ver a glória de DEUS, sempre e eternamente”. (Três Princípios… XII 17).

“A imagem de DEUS não dorme. Nela não há tempo. Com o sono, o tempo se manifesta no homem. Ele adormeceu no mundo angélico, e despertou relativamente para o mundo externo”. (Mysteerium, XIX 4).

“Quando Adão deixou DEUS e penetrou o egoísmo, DEUS permitiu que um grande sono caísse sobre Adão. Se não fosse por estas circunstâncias, ele poderia, em todo seu egoísmo, ter até mesmo se tornado um demônio, pelo poder do fogo”. (Cons. Stiefel… II 363).

“Quando o demônio viu que a luxúria residia em Adão, ele agiu ainda mais poderosamente sobre o Salitre em Adão, e o infectou mais fortemente. Era tempo de DEUS construir-lhe uma esposa, quem mais tarde faria com que o pecado fosse cometido, aquela que comeu do fruto do pecado. Ao contrário, se Adão houvesse comido da árvore antes da mulher ter sido feita dele, teria sido bem pior”. (Aurora, XVII 21)

“Não havia má formação em Eva, sua forma era amorosa; no entanto, ela também carregava os sinais (da corrupção), e não podia ser mais nada além de esposa de Adão. Ambos ainda estavam no Paraíso, e se não tivessem provado do fruto, mas tivessem se voltado para DEUS, mudando a imaginação, eles teriam permanecido no paraíso”. (Três Princípios… XIII 36).

“O santo Verbo de DEUS, após a Trindade da Divindade insondável, concedeu à inteligência ígnea da alma o mandamento: ‘Não comerás da árvore do conhecimento do bem e do mal; se assim o fizerem irão morrer na imagem de DEUS, no mesmo dia’. Quer dizer, ‘a alma ígnea irá perder sua luz; a mortalidade, qualidade do mundo de trevas, do centro dos três primeiros princípios, irá se aproximar e se manifestar na árvore, engolindo o Reino de DEUS’” (Grace, VI 17).

“O demônio introduziu sua imaginação venenosa na qualidade humana. Daí resultou no homem o ardente desejo de provar do bem e do mal e de viver na vontade-própria; quer dizer, sua vontade deixou a harmonia da unidade e foi para a multiplicidade das qualidades. O demônio, através da serpente, representou à ele que seria como DEUS, e que seus olhos se abririam; isso realmente ocorreu na queda, de modo que agora ele reconhece, prova, vê e sente o bem e o mal”69 (Mysterium XVII 37).

“O demônio misturou mentiras e verdades, e disse aos primeiros seres humanos que seriam como DEUS. Ele deixou isso claro, segundo o primeiro princípio da cólera; mas sobre o paraíso ele nada falou”. (Três Princípios… XVII 96).

“A substância da serpente, seu aspecto celestial, era um grande poder, assim como havia um grande poder no demônio, pois ele era um príncipe de DEUS. Desta forma, ele introduziu sua esperteza e mentiras num forte estado de vontade, a fim de que a humanidade se iludisse e o visse como se fosse seu próprio DEUS”. (Mysterium XX 16).

“O demônio disse-lhe que o fruto não iria prejudicá-la, mas que os olhos de sua compreensão se abririam, e ela seria como DEUS. Ela pensou que seria bom ser uma deusa e consentiu. Ao consentir, caiu da harmonia, da paz e da fé divina, penetrando com seu desejo na serpente e na astúcia, o desejo e a vaidade do demônio”. (Mysterium, XX 25).

“O terceiro princípio, espírito e tormento deste mundo, estava oculto desde a eternidade na natureza eterna; ele foi revelado pelo espírito de luz-flamejante na sabedoria de DEUS e na tintura divina. Então a divindade movimentou-se de acordo com a natureza da mãe produtiva, surgiu então, o grande Mysterium, contendo tudo que está no poder da natureza eterna. Isso, contudo, era apenas um Mysterium e não tinha semelhança a nenhum ser criado. Ali tudo estava junto (misturado), como uma nuvem de poeira”. (Encarnação de Cristo… I I 10).

“Se considerarmos corretamente a criação deste mundo e o espírito do terceiro princípio, ou o espírito do grande mundo com suas estrelas e elementos, encontramos ali as qualidades do mundo eterno como que num estado de mistura; onde DEUS quis manifestar as maravilhas eternas até então ocultas, trazendo-as para uma existência objetiva”. (Seis Pontos Teosóficos… II 6).

“A Divindade, a luz divina, é o centro de toda vida, e como na manifestação de DEUS o sol é o centro da vida”. (Assinatura…, IV 17).

DEUS o Pai gera amor através de Seu coração, e o sol simboliza o coração eterno de DEUS, que dá toda sua força a todos os seres e existência”. (Assinatura…, IV 39).

DEUS deu ao mundo externo a luz, soprando Seu poder através dos raios de Sua luz, e com o sol e a lua governa com as coisas deste mundo. As estrelas tomam a luz do sol e da lua, da radiação se derrama de Sua luz, e por meio dessa mesma luz DEUS ornamenta a terra com belas plantas e flores e torna belo tudo que vive e cresce”. (Oração…, XLVII).

“Este mundo possui um DEUS natural que lhe é próprio, o sol; mas ele toma sua existência do fogo de DEUS, e este da luz de DEUS. Assim, o sol oferece seu poder aos elementos, e os elementos dão sua força as criaturas e eras da terra”. (Seis Pontos Teosóficos…, V. 13).

“Tudo o que é poderoso na essência do mundo santo está oculto na cólera e na maldição de DEUS na qualidade do mundo de trevas; mas floresce através do poder do sol e da luz da natureza externa através da maldição e da cólera”. (Mysterium, XXI 8).

“O sol não é tão diferente da água; a água possuía a qualidade e a essência do sol. Sem isso a água não receberia sua luz. Embora o sol seja um corpo que possui uma forma, sua essência também está na água, mas não manifestada. De fato, reconhecemos que o mundo como um todo é um sol, e que seu lugar seria em todos os lugares se DEUS quisesse inflamá-lo e torná-lo manifesto, pois toda existência começa na luz do sol”84 (Seis Pontos Teosóficos, VI 10).

“O ouro está intimamente ligado á substancialidade divina ou corporeidade celestial. Isso seria visto se pudéssemos dissolver o corpo morto do ouro e o tornássemos volátil, espírito ativo, mas isso só é possível através do poder de DEUS”. (Assinatura… III 39).

“Antes da queda, o paraíso florescia por todas as árvores e frutos que DEUS criou para o homem. Mas quando a terra foi amaldiçoada, essa maldição penetrou todos os frutos, tornando todas as coisas boas e más. Houve morte e podridão em tudo o que anteriormente encontrava-se na única árvore, chamada de árvore do conhecimento do bem e do mal”. (A Vida Tríplice… IX 15).

“Os frutos da terra não estão inteiramente na cólera de DEUS, pois a palavra incorporada, sendo imortal e imperecível, estava florescendo novamente no corpo da morte, produzindo frutos do corpo mortificado da terra”. (Aurora, XXI 24).

“A alma em sua substância é um fluxo mágico de fogo da natureza de DEUS, o Pai. A alma é um desejo ardente pela luz. Assim, DEUS o Pai, deseja seu coração, o centro de luz, de forma muito forte e desde toda a eternidade; Ele a gera em Sua vontade desejante, da qualidade do fogo”. (Quatro Complexões…, II).

DEUS também produz o segundo princípio em Seu amor, de onde gera, de eternidade em eternidade Seu coração e verbo eterno, e o espírito inflama o elo da natureza, e a torna luminosa no amor e na vida de Seu coração, pelo poder da luz. Da mesma forma, a alma do homem deseja penetrar o segundo princípio e manter sua ânsia no poder de DEUS”. (A Vida Tríplice…, I II-13).

“A alma possui as sete qualidades do mundo espiritual interior (modificadas) segundo a natureza; mas o espírito não tem qualidade alguma; ele está fora da natureza e na unidade de DEUS. Através de sua natureza ígnea, o espírito se manifesta na alma, pois é a verdadeira semelhança de DEUS, uma ideia através da qual o próprio DEUS age e reside, providenciando que a alma penetre com seu desejo em DEUS, rendendo-Lhe a sua vontade. Se isso não ocorre, então essa ideia, ou espírito, permanece mudo e inativo, como uma pintura no espelho que some e não tem substância, como foi o caso de Adão em sua queda”. (Tabulae Principice, 66).

“Não se deve supor que o Ego celestial do homem se tornou um nada. Ele permaneceu com ele, mas em sua vida (pessoal) ficou como que um nada. Estava oculto em DEUS e inconcebível ao homem, sem vida (manifestada)”. (Mysterium XX 28).

“A essência da alma, que emana da vontade insondável, não morreu. Nada pode destruí-la. Ela permanece para sempre um vontade livre. Mas perdeu o estado divino, onde queimava a luz de DEUS e o fogo de Seu amor. Não que esse amor havia se tornado um nada, embora isso tenha ocorrido na alma criada (não manifestada) e inconsciente; mas o santo poder, ou seja, o espírito de DEUS, que era a vida ativa ali, tornou-se oculto” (Grace, VI 2).

“A alma é per se um fogo-tortura, e contém em si o primeiro princípio, a acidez áspera, que tem por seu objeto o fogo. Se deste nascimento (evolução) for extraída da alma a humildade e o amor de DEUS, ou se ela tornar-se fortemente contaminada pela matéria (desejo material grosseiro) ela permanecerá sendo uma dureza severa, consumindo-se e, no entanto, gerando continuamente nova ânsia em sua vontade própria”. (Encarnação de Cristo…, I 2).

“Depois que Adão perdeu sua imagem bela e pura, sua alma permaneceu apenas na qualidade do Pai, ou seja, na natureza eterna, a qual, aparte da luz de DEUS, é uma cólera e um fogo consumidor”. (Tilk I 285).

“A queda abriu no homem uma porta para a cólera de DEUS, conhecida como, inferno. As garras do demônio se abriram; o reino da ilusão fora criado”. (Grace, VII 7).

“Se investigarmos a substância da alma e suas essências, veremos que é o que há de mais áspero no homem; ela é ígnea, ácida e amarga. Se ela perde inteiramente a virgem do poder divino que a acompanha, e da qual a luz de DEUS (na alma) nasce, então começa a ser um demônio”. (Três Princípios…, XIII 30).

“Depois que o homem penetrou o reino da satisfação egoísta, afastando sua vontade de DEUS, começou a produzir figuras infernais, tais como a mentira, a blasfêmia e a maldição”. (Oração…, 53).

“Nós, pobres filhos de Eva, temos que sentir em nós mesmos, num grande sofrimento, pesar e miséria, como que a cólera nos movimenta, guia e atormenta, a ponto de não mais caminharmos junto ao amor de DEUS, mas, cheios de veneno, inveja, assassínio e animosidade, perseguimos uns aos outros, denunciando, desonrando e maldizendo, desejando morte e todo tipo de mal uns aos outros, apreciando a miséria do outro”. (Tilk I 4).

DEUS fez a alma penetrar a carne e o sangue, a fim de que não pudesse ser, tão facilmente, receptiva à cólera. Assim, (durante a existência terrestre) ela aprecia a si mesma no espelho do sol, e está satisfeita em sua essência sideral”. (Seis Pontos Teosóficos…, VII 19).

“Não foi por nada que DEUS soprou nas narinas de Adão o espírito externo, a vida externa. Adão teria se tornado um demônio, tal como Lúcifer, mas o espelho externo evitou tudo isso”. (Quarenta Questões… XVI 2).

“Aquilo que a imaginação do espírito penetra se torna expresso na forma corporal através da impressão do desejo espiritual. Portanto, DEUS ordenou a Adão, quando ele ainda estava no Paraíso, para não se alimentar, com sua imaginação, da árvore do conhecimento do bem e do mal, para que não mergulhasse no sofrimento e na morte, morrendo para o reino do céu, como tem ocorrido atualmente”. (Baptism I 22).

DEUS deu ao homem um corpo constituído de poder puro e essencial, depois deu a natureza da alma, que se comparada com a grosseira substância terrestre, pode ser considerada como sendo um corpo espiritual”. (Mysterium, XVI 3).

“Não podemos dizer que o homem, no princípio, estava enclausurado no tempo. No Paraíso estava envolvido na eternidade. DEUS o criou à Sua imagem; mas quando caiu, ficou sujeito à limitação do tempo”. (Grace VII 51).

“Foi através da queda do homem, com relação ao corpo externo, que ele se tornou o animal dos animais; ou seja, ele se tornou a imagem animal de DEUS, onde a palavra de DEUS tornou-se manifestada de uma maneira terrestre. Desta forma, ele passou a ser o mestre e rei de todos os animais; mas, no entanto, apenas um animal, dotado de um intelecto mais elevado do que as meras formas animais”. (Grace, VII 6).

“A serpente (do desejo) disse a Eva: ‘Você não irá morrer, mas teus olhos serão abertos, e você será como DEUS’. Que seus olhos se abriram, é verdade; contudo, seus olhos celestiais se fecharam”. (Cons. Stiefel… I 44).

“Se DEUS houvesse criado o homem para esta vida animal, doentia, de pavorosa perversão, corruptível e terrestre, Ele não o teria colocado no Paraíso. Se Sua intenção original fosse que a humanidade se procriasse como os brutos, Ele os teria feito homem e mulher desde o princípio”. (Mysterium, XVIII 5).

“A soma de toda humanidade constitui o Adão único e original. DEUS o criou único, e deixou com ele a produção de outros seres. Ele deveria ter entregado sua vontade inteiramente a DEUS, e com DEUS gerado outros homens em conformidade e a partir de si mesmo”. (Mysterium, lxxi 31).

“Adão era uma completa imagem de DEUS, macho e fêmea, não separados, mas puro como uma casta virgem. Ele tinha em si o desejo (poder) do fogo e da luz, a mãe do amor e da cólera, e o fogo dentro dele amava a luz, recebendo dela quietude e beneficência; enquanto que a luz amava o fogo como sendo a sua vida, do mesmo modo que DEUS,em Sua qualidade de Pai, ama o Filho e o Filho ama o Pai”. (Cons. Stiefel…, II 35 I).

“Se o homem tivesse resistido à tentação um ser humano teria nascido do outro, do mesmo modo que Adão em seu estado virginal fora projetado na objetividade como um ser humano e imagem de DEUS, porque aquilo que é do eterno também pode procriar (multiplicar) de acordo com a lei da eternidade”. (A Vida Tríplice…, XVIII 7).

“O desejo de conjunção nos homens e mulheres resulta da separação da tintura do fogo e da luz em Adão. Esses princípios em sua própria essência são ainda mais nobres e puros que a carne. É verdade que agora estão separados, e não contém a verdadeira vida; mas estão cheios de desejo por aquela vida verdadeira, e quando se encontram novamente na unidade de todos os seres, despertam a verdadeira vida para qual seu desejo está direcionado. Querem ser novamente o que eram na imagem de DEUS quando Adão era homem e mulher” (Cons. Stiefel…, II 388).

“A vontade chamada à ação, durante o ato conjugal é ternária. Primeiro surge entre os pais da criança o desejo animal que se mistura, e durante essa mistura o centro do amor se abre, mesmo se tivessem insatisfeitos um com o outro. Esse amor participa nas qualidades de um elemento, e esse elemento com o paraíso; mas o paraíso está diante de DEUS”. (Três Princípios…, XV 30).

“Na medida em que cada um dos pais possui a essencialidade de DEUS conectada em sua alma, a semente não será introduzida na Turba; pois o Cristo diz: ‘Uma boa árvore não pode produzir maus frutos’.” (Quarenta Questões…, X 5).

“Mesmo que uma criança tenha bons pais, pode mais tarde entrar na Turba. Do mesmo modo, uma criança nascida de maus pais pode se converter através de sua imaginação, e penetrar o Verbo do Senhor. Isso raramente ocorre, mas é possível. DEUS não se desfaz de nenhuma alma, a menos que a própria alma se perca. Cada alma julga a si mesma”. (Quarenta Questões…, X 6-8).

“O elemento interno que sustenta todo o corpo deste mundo tornou-se o eterno corpo de Cristo; pois, a Divindade em sua totalidade, na palavra e coração de DEUS, penetrou ali na eternidade; e a mesma Divindade tornou-se um ser criado; mas tal criatura pode estar em todo lugar, como a própria Divindade”. (Princ. XXIII 20).

“Adão teria se perdido eternamente se o coração de DEUS com a palavra da promessa, não tivesse penetrado sua alma, despertando a esperança espiritual que o manteve”. (Quarenta Questões…, VIII 5).

DEUS deseja que toda a humanidade seja salva. Ele não deseja a morte do pecador, mas que ele se transforme, e volte-se novamente para DEUS, encontrando Nele a vida”. (Três Princípios…, Preface, I 6).

“A razão (superficial) representa DEUS como um ser sem misericórdia, ensinando que Ele lançou sua cólera sobre o homem, e o amaldiçoou com a morte, pois descobriu no homem a desobediência. Não se deve acreditar nisso. DEUS é amor e bondade. Nele não há pensamento de raiva. O homem estaria bem se não tivesse punido a si mesmo”. (Três Princípios…, X 24).

“Quando a alma afastou-se da Luz de DEUS e penetrou o espírito deste mundo, deu-se início ao tormento do primeiro princípio. Ela viu e sentiu que não estava mais no reino de DEUS, até que o coração de DEUS veio e se colocou entre ela e o reino divino, possibilitando-o penetrar ali e regenerar-se”. (Três Princípios…, IX 6).

“A alma separou sua vontade da vontade do Pai g penetrou na luxúria desta vida. Não haveria outra forma de redenção, exceto que a vontade pura do Pai penetrasse outra vez em sua substância trazendo-a novamente ao estado que ocupava primeiramente, de modo que sua vontade fosse novamente direcionada para o coração e luz de DEUS”. (Três Princípios…, XXII 67).

“Para auxiliar a alma, o coração de DEUS com sua luz, e não o Pai propriamente dito, tinha que penetrá-la, pois no Pai ela já estava de qualquer modo; mas encontrava-se afastada da entrada para a geração do coração (o início da auto consciência divina) de DEUS, e seus desejos estavam direcionados para o mundo externo”. (Três Princípios…, XXII 68).

“A palavra que DEUS pronunciou com relação ao poder que esmagaria a cabeça da serpente, era uma centelha de luz do divino coração de DEUS, e ali o Pai, desde a eternidade, viu e elegeu a humanidade. Nesta centelha de luzamor divino todo o mundo deveria viver, e Adão já se encontrava ali quando ocorreu sua criação, como foi expresso por Paulo (Ep. I 13), dizendo que o homem foi eleito no Cristo antes que a fundação deste mundo fosse estabelecida”. (Três Princípios…, XVI 107).

“Desde toda eternidade estava o nome de Jesus em amor imóvel no homem como a imagem de DEUS. Mas quando a alma perdeu a luz, então o Verbo pronunciou o nome de Jesus naquilo que era móvel; nas enfraquecidas insígnias da substância do mundo celeste”. (Grace, VII 34).

“Antes da queda, Adão recebeu a luz divina de Iahweh , ou seja, do DEUS único, onde se encontrava oculto o nome de Jesus. Mas durante o tempo do sofrimento, quando a alma caiu, DEUS manifestou o tesouro de Sua glória e santidade, e por meio da viva voz do Verbo, Ele incorporou-Se com o fogo divino na imagem eterna, representando o estandarte da alma, o qual ela seguiria como a um guia. Mas se ela não fosse capaz de penetrar ali, sendo como morta com relação a DEUS, o sopro divino a penetraria, advertindo-a a interromper sua atividade maligna, a fim de que sua voz voltasse a ser ativa na alma”. (Grace, VII 32).

“Assim que Adão manifestou em si o centro da cólera, DEUS instituiu oposição ao demônio, e manifestou nele o poder que esmaga a cabeça da serpente, o qual, anteriormente, quando o pecado ainda não havia aparecido, encontrava-se oculto (latente) no poder de DEUS, e em Jesus como o amor de DEUS, na unidade divina”. (Cons. Stiefel…, II 161).

“A expressão interior do demônio, a que lhe deu origem, ocorreu em Adão enquanto ele ainda era homem e mulher, sem ser nem um nem outro, mas uma imagem de DEUS. De Adão penetrou em Eva, que começou a pecar. Ocorreu então a expressão interior de DEUS, primeiro em Eva, como mãe da humanidade, e através dela se opôs à consciência do pecado que havia começado a se manifestar em Adão”. (Grace, VII 47).

“Não foi através da tintura-fogo de Adão que esse evento ocorreu, mas em e através da tintura-luz de Adão, onde o amor estava queimando, que se separou dele para constituir a mulher, a mãe de toda a humanidade. Foi nela que a voz de DEUS prometeu introduzir novamente a viva e santa substância do céu, e gerar de forma nova e no poder divino a enfraquecida imagem de DEUS que estava contida ali”. (Grace, VII 18).

“Quando DEUS disse: ‘Eu colocarei inimizade, e a semente da mulher esmagará a cabeça da serpente’, então a santa voz partiu de Iahweh para a enfraquecida substância celestial da mulher com o propósito de introduzir ali um novo estado celestial e vivo, e conquistar a inflamada cólera de DEUS através do mais exaltado amor divino, fazendo com que a monstruosidade e seu desejo fosse inteiramente morto e exterminado”. (Mysterium, XXIII 29, 37).

“A voz de DEUS, falando a Eva, penetrou a semente da mulher; mas a verdadeira mulher era a virgem eterna, e essa virgem tornou-se revelada pelo poder da voz falando a ela em nome de Jesus, nome que se desenvolveu de Iahweh , e prometeu que quando o tempo se completasse, a santa e celeste essência-amor, seria novamente introduzida na imagem enfraquecida”. (Grace, VII 33).

DEUS falou na imagem de Adão, enfraquecida com relação à sua vida divina, Sua palavra santa, ‘A semente da mulher esmagará a cabeça da serpente’. Pela ação desta voz a alma destituída recuperou a vida divina, e essa mesma voz (consciência interna) foi perpetuada de homem a homem como o pacto da misericórdia”. (Grace, VII 16).

“Ouça e veja qual era o desejo de Adão e Eva antes e depois da queda. Eles desejaram o reino terrestre e a mente de Eva estava direcionada para as coisas terrestres. Quando ela deu à luz a Caim, disse: ‘Eu tenho o Homem, o Senhor’. Ela pensou que ele era aquele cujo calcanhar esmagaria a cabeça da serpente, afastaria o demônio. Ela não pensou que deveria morrer quanto a sua vontade carnal, terrestre e falsa e renascer na vontade divina. Tal vontade (egoísta) ela carregaria com sua semente, e Adão, da mesma forma, resultando a vontade na essência-alma.145 A árvore produziu um galho de sua própria natureza, pois os pensamentos de Caim tiveram a mesma propensão, tornando-se senhor desta terra. Quando Caim viu que Abel era maior do que ele no amor de DEUS, sua vontade animal livre surge com o propósito de matar Abel, pois ele preocupava-se apenas com a possessão do mundo externo, e de ser seu senhor, enquanto Abel procurava apenas o amor de DEUS”. (Mysterium, XXVI 23).

“O assassinato do corpo externo de Abel, por Caim, simboliza que o homem externo tem que ser mortificado na cólera de DEUS. A cólera tem que matar e consumir a imagem externa que cresceu na cólera, mas de sua morte surgiu a vida eterna”. (Mysterium, XXVIII 14).

“Pelo mandamento: ‘Sobre aquele que matar Caim a vingança será setenária’, o terrível vingador, o abismo do inferno, foi afastado de Caim, a fim de que ele não fosse vítima do desespero. Caim afastou-se de DEUS, mas, no entanto, o reino dos céus estava diante dele para permitir que voltasse e penetrasse o arrependimento. DEUS não quis rejeitar Caim, apenas seu assassínio fraco e sua falsa crença”. (Três Princípios…, XX I).

“A configuração de Sem desceu sobre Abraão e Isaac, pois o Verbo do pacto foi manifestado e continha em si o som; mas a configuração de Jafé passou pela sabedoria da natureza no reino da natureza, e daí originou-se os gentis (povo intelectual, mas não espiritual) que deram atenção (proeminentemente) à luz da natureza (coisas naturais). Assim, Jafé, ou seja, a alma destrutiva, aprisionada, pertencente à natureza eterna, vivia entre as “cabanas” de Sem, quer dizer, dentro do pacto, pois a luz da natureza vive na luz da graça, constituindo uma forma ou um estado concebido da luz informada de DEUS. A linha descendente de Ram encobriu o homem animal, formado do Limus da terra, onde está a maldição, de onde surgiu a raça sodomita semi-animal, que não presta atenção nem na luz da natureza nem na luz da graça, no pacto”. (Mysterium, XXXIV 14).

Noé disse: ‘Louvado seja o DEUS de Sem, e Jafé deve viver nas cabanas de Sem’. Pela expressão ‘DEUS de Sem’, compreende-se o Verbo santo no pacto, e como se manifestaria, de modo que os Jafitas ou gentis, aqueles que viviam apenas pela luz da natureza, chegariam à luz da graça, manifestada em Sem, penetrando assim a ‘morada de Sem’ e passariam a viver ali. Mas Ham, o espírito da luxúria carnal, deveria tornar-se um servo dos filhos da luz, segundo sua qualidade, porque os filhos de DEUS o forçariam a se tornar submisso à Ele, afastando sua desprezível vontade própria”151 (Mysterium, XXXIV. 31).

“Tanto Esaú como Jacó, além das suas raças descendentes, originaram-se de uma semente. O primeiro, procedendo unicamente da natureza Adâmica, era o maior, comparável ao primeiro homem que DEUS criou em sua própria imagem; imagem que se tornou corrupta e morta com relação a DEUS. O outro (Jacó) também procedeu da mesma natureza Adâmica; mas nesta natureza encontrava-se o reino da graça na essência da fé, constituindo um conquistador. Mesmo que o último fosse inferior, segundo a natureza Adâmica, no entanto, DEUS estava (mais) revelado em Jacó, de modo que o maior deveria servir e se subjugar ao menor. Não é mostrado que Esaú tenha se subjugado a Jacó, mas a história representa-nos um símbolo espiritual, mostrando como o reino da natureza no homem deveria subjugar-se e submeter-se em humildade ao reino da graça; mostra como se tornaria inteiramente submerso na humildade divina, e como desta humildade se tornaria regenerado”. (Mysterium, LII 29).

“De Esaú segue-se Jacó como a imagem do Cristo, concebido na essência da fé e assegurando-se no calcanhar de Esaú. A imagem Adâmica criada por DEUS havia primeiro que nascer e viver eternamente, mas não em seu estado animal e grosseiro de existência. Com a expressão ‘Jacó apegando-se ao calcanhar de Esaú’, está simbolizado que o outro Adão, ou seja, o Cristo, deveria nascer depois do primeiro Adão, e alcança-lo por trás, atraindo-o de volta da direção de sua vontade própria para a primeira matriz, onde a natureza originou-se, a fim de que renascesse”. (Mysterium, LII 37).

“A idolatria dos gentis consistia no abandono do DEUS único e no voltar-se para a geração mágica da natureza, selecionando falsos deuses dos poderes da natureza”. (Mysterium, XI 6).

“Os gentis adoravam o sistema planetário e os quatro elementos; eles tinham o conhecimento de que esses regiam a vida externa de todas as coisas. Assim, através da palavra concebida intelectualmente penetravam a igualmente a palavra concebida e formada (manifestada). Por outro lado, o espírito da palavra formada da natureza tornou-se parte deles, sendo que um intelecto passava para o outro. O intelecto humano movimentou a inteligência com a alma do mundo externo tão longe o desejo deste permitiu, e através desta inteligência (que reside na luz astral ou mente do mundo externo) o espírito profético para fora do Espírito de DEUS indicando a eles, como que nos tempos futuros a palavra formada da naturezxa externa se manifestaria na construção e na destruição dos reinos, etc. Fora desta alma do mundo, os gentis recebiam respostas através de suas imagens e ídolos, porque a fé que introduziram neles tão fortemente, os movimentavam; esta não foi, portanto, uma total obra do demônio, como”. supunham aqueles que, nada sabendo sobre os mistérios, tornam o demônio responsável por tudo, enquanto ignoram até mesmo o que DEUS e o diabo são”. (Mysterium, XXXVII 10-13).

“Os gentis ficaram com sua magia própria. Aqueles que deixaram o desejo da corrupção e penetraram a luz da natureza, porque não conheciam à DEUS, mas que, no entanto, viviam na pureza, eram filhos da vontade livre, e neles o espírito da liberdade desenvolveu grandes maravilhas, como pode ser visto nas obras da sabedoria que deixaram”. (Terrestrial and Celestial Mysterium, VIII.9).

“Os gentis não eram daquela semente de Abraão com a qual DEUS fez um pacto; mas o primeiro pacto, a palavra pronunciada na misericórdia, era como uma fundação neles. Portanto, diz Paulo (Rom. IX 24), que DEUS não havia chamado e eleito meramente os Judeus em seu pacto, mas também os gentis no pacto de Cristo, e que Ele chamou de “Meu Povo” e Meus “Bem-amados” aqueles que não O conheciam, e que, não O conhecendo, não eram seu povo num sentido externo. A proposição da graça, que havia se incorporado através do pronunciamento no Paraíso, após a queda, estava contida neles, e por causa disso DEUS os chamou de bem amados. Somente os filhos da cólera podem ser exceção, porque neles a incorporação do nome de Jesus não ocorre, somente a incorporação da cólera. Essa, no entanto, nunca estende-se sobre a totalidade das raças, mas meramente sobre aqueles indivíduos entre elas que são como a praga entre o milho”. (Grace, X 24).

“Antes da encarnação de Cristo a humanidade redimia-se através da palavra incorporada em nome de Jesus. Aqueles que direcionavam sua vontade em DEUS e para DEUS receberam a palavra da promessa, porque a alma foi aceita. Assim, toda a lei relacionada ao sacrifício nada mais é do que um antítipo da humanidade de Cristo. Aquilo que o Cristo fez como homem, quando através de seu amor reconciliou a cólera divina, foi feito (simbolicamente) através do sangue dos animais. A palavra da promessa estava no pacto, e no meio tempo DEUS concebeu uma figura (símbolo), e pelo poder do pacto fez com que fosse reconciliado simbolicamente, pois o nome de Jesus estava no pacto, e através da imaginação reconciliou a fúria e a cólera da natureza do Pai”. (Encarnação de Cristo…, I 7 12).

“Todo sacrifício sem fé e desejo divino é uma abominação diante de DEUS, e não alcança o portão da glória divina; mas se o homem penetrar ali com o poder da fé, renderá ao ato sua vontade livre e seu desejo, e através desta instrumentalidade, penetrará a vontade livre e eterna de DEUS”. (Mysterium, XXVII 13).

“Por que os irmãos (Caim e Abel) desejaram fazer sacrifício a DEUS, sendo que o pacto só é encontrado no sincero desejo pela misericórdia de DEUS, na oração e no convencimento do próprio homem da necessidade de abandonar sua vontade própria e demoníaca, da necessidade de transformar e arrepender-se e de trazer sua fé e esperança para a misericórdia de DEUS? A vontade livre da alma é tênue como um nada; ainda que seu corpo (material) esteja envolvido por algo (substancial), sua essência concebida e própria encontra-se num estado de falso desejo, devido ao pecado. Se, então, essa vontade livre, com seu desejo (acompanhada pelo) deve atuar em direção a DEUS, terá, em primeiro lugar, que se projetar de seu próprio algo ilusório, e toda vez que de lá se projetar, estará nua e impotente, e novamente dentro do nada original. Se a vontade deseja penetrar em DEUS, deve morrer para seu próprio egoísmo e deixar o (eu) ilusório; toda vez que a vontade abandona o eu, fica como que nada e não pode agir, lutar ou realizar nada. Se a vontade deseja mostrar seu poder, deve estar dentro de algo onde possa conceber e formar a si mesma, como é o caso da fé; pois, se há uma fé ativa, então essa fé deve conceber algo (ter algum objeto) onde possa agir. Até mesmo a vontade livre de DEUS concebeu a si mesma (tem como objeto) o mundo espiritual interno, através do qual atua. Assim, a vontade livre da alma do homem, tendo sua origem no abismo (a vontade incognoscível e primordial), deve conceber a si mesma em algo, a fim de manifestar-se e movimentar-se diante de DEUS”. (Mysterium, XXVII. I 4-6).

“O espírito do homem foi emanado de DEUS, e partiu de DEUS (o Eterno) através dos tempos; no temporal, tornou-se impuro. Agora, é preciso deixar essa impureza, e através do sacrifício penetrar novamente em DEUS”. (Mysterium, XXVII 34).

“O corpo de Adão foi criado do Limus da terra, e também do Limus do céu da santidade; mas o Limus do céu, onde a vontade livre poderia conceber-se numa forma celeste e assim mover-se, agir, pensar e orar diante de DEUS estava enfraquecido em Adão, e, portanto, os dois irmãos inflamaram (sacrificaram) os frutos da terra. Caim trouxe dos frutos da terra (matéria), mas Abel trouxe do primogênito seus rebanhos (do espírito), e isso foi inflamado através do fogo”. (Mysterium, XXVII 7).

“Embora madeira e animais haviam sido usados nos sacrifícios, o fogo usado ali não fora produzido por meios externos, mas originado da mais elevada tintura da fundação paradisíaca. Esse fogo santo consumiu as vítimas através da imaginação e inflamação de DEUS, e assim, a vontade humana, introduzida ali e que ainda estava inclinada à condição terrestre, foi (e ainda é) purificada no fogo e redimida do pecado. A grosseria dos elementos havia de ser consumida, e desta consumação pelo fogo deveria emanar a imagem espiritual, bela, pura e verdadeira, criada em Adão; a qual, enquanto contida no fogo da cólera divina, não podia aparecer em sua clareza através desse fogo santo”. (Batismo, II 2 16).

“Nos tempos do Antigo Testamento o acordo pelo sacrifício aconteceu através do fogo santo, que era um símbolo da cólera de DEUS. que haveria de consumir o pecado junto com a alma. A qualidade do Pai na cólera estava manifesta nesse fogo, e a qualidade do Filho, no amor e na humildade introduziu-se na cólera. Eles sacrificaram a carne dos animais, mas introduziram a imaginação e oração na graça de DEUS”. (Baptism, I 2, 23).

“Havia uma qualidade animal, a alma animal, originária dos planetas, anexada à mente do homem, em consequência da qual sua vontade e oração não eram puras diante de DEUS, portanto o fogo-cólera de DEUS consumiu esta vaidade animal dos homens através do sacrifício; mas a concebida imagem da graça seguiu com a oração para o fogo santo. Assim, os filhos de Israel foram reconciliados com DEUS e libertados de seus pecados de forma espiritual, e com relação a futuros, porque o Cristo estava por vir, tomar o estado humano e penetrar em DEUS como um sacrifício para o Seu fogo-cólera, transformando a cólera em amor”. (Baptism, II 25).

“A vítima, a madeira, a fumaça, tudo era terrestre, assim como o homem era terrestre, no que se refere ao seu corpo externo; mas depois que o objeto sacrifical fora inflamado (pelo fogo mágico) tornou-se de natureza espiritual, pois da madeira surgiu o fogo, que recebeu e consumiu o objeto. Desta consumação resultou a fumaça do fogo, seguida pela luz, e essa luz foi o símbolo em que a imaginação do homem e a de DEUS, produziram uma conjunção”.(Mysterium, XXVII 29 — 30).

DEUS desejou cheirar (durante o sacrifício) nada além do que a vontade do homem, ou seja, a vida humana, a qual, antes do tempo deste mundo encontrava-se dentro da palavra de DEUS — não ainda como um ser criado, mas como um poder, soprado na imagem criada. Isso é o que foi “cheirado” por DEUS através do sacrifício e na essência de Cristo ou a graça, comunicada ao homem e foi o que reajustou a vontade por meio da graça no fogo resultante da combinação do fogo-vida humano e do fogo-amor divino, constituindo assim um verdadeiro sacrifício do pecado e da restituição, porque o pecado foi sacrificado ao fogo da cólera divina, para que ali fosse consumido”. (Communion, I 32).

“A carne animal sacrificada ao Senhor e mais tarde comida, fora santificada pelo homem, porque a imaginação de DEUS penetrou ali, e, portanto Moisés a chamou de carne santa, e havia também um pão santo”. (Communion, I 33).

“O santo Espírito de DEUS formou a substancialidade Angélica, celestial em um só elemento, através da virgem; mas os planetas e elementos deste mundo formaram o homem externo, conferindo-lhe um corpo natural e uma alma exatamente igual a dos outros seres humanos, ambos em uma só pessoa. De modo que, cada forma possuía seu próprio estado particular de percepção e sensação, e o estado divino não se misturou a tal fórmula (com a forma terrestre) a fim de que a primeira diminuísse e permanecesse o que era (antes que a encarnação ocorresse), e se transformasse no que não era (através da encarnação), mas sem qualquer separação, diferenciação ou divisão do ser divino. Desta forma, o Verbo permanece no pai, o ser criado do santo elemento permaneceu diante do pai, e o estado natural humano ocorreu neste mundo, no ventre da virgem Maria”. (Três Princípios…, XX 86).

“Dizem que Maria era uma virgem eterna da Santíssima Trindade, e que dela nasceu o Cristo; pois, segundo Seu próprio testemunho, Ele não veio da carne e do sangue, mas do céu. É verdadeiro o que nosso Senhor disse, que veio de DEUS e a DEUS retornaria, e que ninguém iria para o céu exceto o Filho do Homem, vindo do céu e estando no céu; mas assim dizendo, falava, evidentemente, de Seu aspecto humano, e não meramente de Sua divindade; pois o DEUS eterno não poderia ter sido Filho do Homem, nem um filho do homem poderia surgir da Trindade; foi possível redimir o homem através de uma alma alheia, trazida do céu, onde se satisfez a necessidade da penetração e crucificação de DEUS em nossa forma (humana)”. (Três Princípios…, XXII, 6I).

“Não é verdade, como dizem alguns, que o Cristo tenha tomado uma alma para Si do Verbo na eterna virgem Maria, de modo que Cristo viria de DEUS e a alma em Sua natureza humana tivesse um princípio”. (Mysterium, LVI 19).

“A virgem pura e imaculada em quem DEUS nasceu está diante de DEUS e é uma virgem eterna. Ela era pura e sem culpa antes mesmo que o céu e a terra fossem criados; essa virgem pura incorporou-se em Maria, de modo que lhe conferiu um novo ser dentro do elemento santo de DEUS. Portanto, ela foi abençoada entre as mulheres, e DEUS estava com ela, como foi dito pelo anjo”. (Três Princípios…, XXII 38).

“Não podemos dizer que a virgem celeste ao penetrar Maria tornou-se terrestre por ordem de DEUS, mas dizemos que a alma de Maria tomou posse da virgem celeste, e esta adornou sua alma com a coroa pura do santo elemento, um ser humano regenerado, puro; ali Maria recebeu o Salvador do mundo, e deu à luz a Ele neste mundo”. (Três Princípios…, XXII 44).

“O verdadeiro ser da humanidade, que havia morrido e desaparecido (tornou-se latente) em Adão, despertou-se novamente para a vida em Maria; ela tornou-se altamente exaltada, como o homem antes da queda. Nada disso ocorreu por seu próprio poder, mas pelo poder de DEUS. Se o centro de DEUS não houvesse se movimentado dentro dela, ela não teria sido diferente de todas as outras filhas de Eva”. (Encarnação de Cristo…, I 8. 5).

Maria é chamada de virgem pura e santa apenas com referência à virgem celeste que dela tomou posse, e a revestiu do puro elemento do paraíso. Maria não se apoderou deste estado por poder próprio, como se nota quando o anjo lhe diz: ‘O Espírito de DEUS cairá sobre ti e serás revestida pelo poder Supremo; Assim sendo, o Santíssimo que de ti nascerá será chamado de Filho de DEUS’.” (Três Princípios…, XX 41).

“As palavras do anjo, ‘O Espírito de DEUS cairá sobre ti, e serás revestida pelo poder do Supremo’, significa: O Espírito Santo abrirá o centro fechado interno, na semente moribunda e a Palavra de DEUS penetrará com substancialidade vivificante e celestial naquela que se encontrava enclausurada na morte, tornando-se com ela uma só carne”. (Três Princípios…, XXII 41).

“A primeira coisa que uma criança (no ventre) recebe é a tintura de sua mãe. O mesmo aconteceu com o Cristo. Quando o anjo anunciou à Maria a futura encarnação de Cristo, foi a vontade da mãe, e a tintura que receberam o Limbus de DEUS que a impregnou e passou a lhe pertencer. Se, então, a alma da criança está na Santíssima Trindade, não pensam vocês que sua luz gloriosa ilumina maravilhosamente a mãe, e que esta mãe coloca, corretamente, seus pés sobre a Lua, ao ser exaltada acima de tudo o que é de natureza terrestre? Ela deu à luz o Redentor do mundo sem nenhum contato carnal, e dela originou-se o corpo que atraiu todos os membros, ou seja, os filhos de DEUS em Cristo, os filhos da Luz”. (Três Princípios…, XVIII 93-98).

“A Palavra prometida por DEUS no jardim do Éden veio a florescer na vida-luz da virgem; e quando o anjo Gabriel, por ordem do pai, veio a dar a ela um impulso, através da mensagem, a palavra penetrou um elemento da virgem casta, mas não inteiramente em sua alma e corpo a ponto de deidificar uma pessoa”. (Three Princípios, XVIII 89).

“Quando DEUS movimentou-se em Maria como Seu desígnio, ela foi então altamente abençoada, e nesta benção do Redentor ela se tornou impregnada. Ora, sabe-se que a semente do homem comunica suas qualidades ao corpo. Quando a vida divina penetra a essência da semente (poder) de Maria, seu corpo todo, que então envolvia o corpo da imagem (divina), tornou-se abençoado e vivificado por este maravilhoso movimento de DEUS. O reino externo deste mundo não foi com isso separado de Maria, ela ainda estava aprisionada ali; mas a tintura de seu sangue tornou-se iluminada com a tintura divina; ou seja, com a tintura da semente; comunicando suas qualidades à forma corpórea”. (Tilk I. 331).

“O Cristo tomou de Maria a semente interior, enfraquecida em Adão, e à ela foi anexada a semente externa da carne, mas elas não se misturaram, nem estavam separadas; mas eram, uma para a outra, como DEUS, que habita na terra, ainda que o mundo não seja DEUS”. (Cons. Stiefel…, II 204).

DEUS revelou-se na semente externa (princípio) de Maria, pois o Cristo não se diferenciou, enquanto esteve sobre a terra, de outros seres humanos, em forma, substância ou aparência externa. Naquela semente externa Ele não tomou a divindade; Sua forma externa era mortal, e através disso ele anulou a morte”. (Cons. Stiefel…, II 203).

“O Cristo atraiu verdadeiramente para Si as essências humanas enquanto no corpo da virgem Maria, e desta forma tornou-se nosso irmão. Mas as essências humanas não podem apreender Sua divindade eterna; só o novo homem, nascido em DEUS, é disso capaz, assim como o corpo apreende a alma”. (Três Princípios…, XXII 48).

“A Razão diz: ‘O corpo de Cristo está em um lugar; como poderia estar em todo lugar? Trata-se de uma criatura, e uma criatura não pode estar em todo lugar ao mesmo tempo’. Ouça, cara Razão: ‘Quando o verbo de DEUS tornou-se um ser humano, no corpo de Maria, não estava ele, ao mesmo tempo, acima das estrelas? Enquanto estava em Nazaré, não estava também em Jerusalém e em todo lugar? Ou pensas que DEUS, enquanto Se fez homem, tenha ficado confinado à sua forma humana?’ Isso constitui uma impossibilidade e assim, enquanto DEUS se tornou homem, Sua humanidade encontrava-se em todo lugar em que Sua divindade existisse”. (Três Princípios…, XXIII 8).

“O Cristo não se tornou homem apenas no corpo (terrestre) da virgem Maria, como se Sua divindade ou essencialidade divina tivesse sido capturada, aprisionada ou permanecida ali. Assim como um pouco de DEUS, que é a plenitude de todas as coisas, reside em apenas um lugar, pequeno foi o movimento de DEUS, em uma pequena porção (a do Verbo); pois Ele não é diferenciado, mas em todo lugar é um e o todo, e onde quer que se torne manifesto ali é Ele manifestado como um todo. Nem DEUS é mensurável, nem há lugar em que habite, a menos que Ele estabeleça para Si mesmo tal morada em uma de Suas criaturas; mas, mesmo assim Ele permanece um todo à parte e além de todo ser criado”. (Encarnação de Cristo…. I 8).

“Podemos comparar o sol à Cristo em Seu aspecto de ser criado, e toda a profundidade do espaço pode ser comparada ao Pai. Se observarmos então, que o sol brilha na total profundidade do espaço, enviando seu calor e poder a todo lugar, não podemos dizer então, que na profundidade o poder e a luz do sol estejam fora do corpo do sol; pois se a luz e a substância do sol não estivessem em toda parte, o espaço não receberia o poder da luz do sol. Dois poderes ou princípios de uma natureza similar são necessários para serem receptivos um ao outro. A profundeza (do espaço) contém sua luz de forma oculta (latente). Pela vontade de DEUS, toda a profundidade seria sol”. (Menschwerdu, I 8).

“Quando o Verbo penetra o elemento puro, a matriz virginal, Ele não se separa do Pai, mas permanece eternamente, e está em todo lugar, presente no céu do elemento em que penetrou, e onde se tornou uma nova criatura, chamadaDEUS’. Essa nova criatura naturalmente não nasceu da carne e do sangue da virgem (física), mas de DEUS, de Seu elemento (a virgem celeste, e no poder da Santíssima trindade, que permanece ali eternamente em sua plenitude). Mas a corporeidade do elemento daquele ser criado é inferior com relação à Divindade, pois Ela é espírito, e o elemento santo é nascido do verbo da eternidade. Desta forma, o Verbo penetrou a serva, o que fez com que todos os anjos do céu fossem tomados de surpresa. Trata-se do maior milagre já ocorrido desde toda eternidade, porque isso vai contra a natureza (humana), e só poderia ter acontecido por conta do amor divino”. (Três Princípios…, XVIII 42).

DEUS também vive no homem. Portanto, se amamos e buscamos, não mais que ao nosso (verdadeiro) ser, então amamos a DEUS. Aquilo que fazemos uns aos outros fazemos a DEUS. Aquele que busca e encontra seu irmão e irmã buscou e encontrou a DEUS. Nós estamos Nele, todos em um só corpo com muitos membros, sendo que cada um tem sua própria função”. (A Vida Tríplice…, XI 106).

“O espírito desse mundo capturou o corpo, tornando-o terrestre; o corpo e a alma tornaram-se corruptos. Desta forma, não mais estamos em posse do elemento puro necessário para a formação de um corpo (puro), mas de uma protuberância dos quatro elementos em combinação com a influência das estrelas. Este corpo não pertence à Divindade. DEUS não Se revela num corpo impuro, mas somente no homem santo (interiormente regenerado), na pura imagem que Ele criou no princípio. Nada mais havia de ser feito além de regenerar a imagem através do coração e da luz de DEUS”. (Três Princípios…, XXIII 21).

“O homem deve, novamente, deixar o espírito dos planetas e elementos e penetrar um novo nascimento, na vida de DEUS. Isso a alma não pode realizar pelo próprio e, portanto, a vida de DEUS que emana do amor e da misericórdia veio até nós em carne e tomou nossa alma humana novamente para si, na vida divina, no poder da luz; assim, nesta vida devemos ter um novo nascimento e penetrar em DEUS” (A Vida Tríplice…, I 17).

“Para o espírito humano (como tal) seria impossível sair da tormenta de angústia e penetrar a região do céu; DEUS teve que surgir novamente, no seio da humanidade e ajudar o espírito humano a romper as portas das trevas, a fim de poder penetrá-lo (revestido) de poder divino”. (A Vida Tríplice…, XXI 21).

“Foi da vontade de DEUS transmutar a humanidade numa qualidade celeste, após esta ter se tornado terrestre, transformar a terra humana (elemento material) em céu, fazer dos quatro elementos apenas um e transformar a ira de DEUS, na qualidade humana, em amor. Mas a ira de DEUS, tento sido inflamada no homem, era um poder de fogo e fúria, ao qual se deve resistir e transformar em amor, era necessário que o amor propriamente dito, penetrasse a ira, circundando-a totalmente. Não bastava para tanto, que DEUS permanecesse no céu (em Sua própria auto consciência divina) olhando para a humanidade de forma amorosa. Isso não teria subjugado o poder da fúria e da cólera, a humanidade tão pouco poderia penetrar um estado de amor”. (Assinatura…, XI. 7).

“A essência humana não poderia ser concebida na santidade de DEUS, sem a presença de um mediador apropriado; a vontade encontrava-se separada dessa essência. Portanto, DEUS tornou-se homem, a fim de que pudesse doar ou abençoar a humanidade com Sua divindade, e para que Ele pudesse ser concebido por nós”. (Baptism, II. 36).

“Como consequência do pecado, não havia salvação para o homem; a menos que o Verbo eterno, coração de DEUS, se tornasse humano e penetrasse o terceiro princípio, a carne e o sangue humano e tomasse para si (o estado de) uma alma humana, penetrando a morte de uma alma destituída, através da qual pudesse afastar da morte o seu poder e do inferno a sua picada terrível, conduzindo assim a alma para fora da morte e redimindo-a do inferno”. (A Vida Tríplice…, VII 39).

“A alma de Adão havia se afastado de DEUS e morrido com relação a essencialidade da luz. O segundo Adão trouxe novamente a alma para o fogo, ou seja, na fonte da cólera, e acendeu novamente a luz na morte. A luz foi portanto novamente manifestada nas trevas, e a morte morreu, e para a cólera ou inferno foi criada uma praga”. (Tilk I. 513).

“Quando os dois reinos, a cólera de DEUS e o amor de DEUS estavam lutando um contra o outro, o Cristo surgiu como herói. Desejando render-Se à cólera (ao sofrimento causado pelos princípios baixos despertados para a consciência em consequência do pecado), Ele a extinguiu com Seu amor. Ele veio de DEUS para este mundo e tomou nossa alma para Si, a fim de poder nos tirar do estado terrestre para Si próprio e nos conduzir à DEUS. Ele nos regenerou em Si próprio, para que fossemos capazes de viver novamente em DEUS, e para que pudéssemos colocar nossa vontade Nele. Com Ele fomos conduzidos ao Pai, à nossa primeira morada, ou seja, ao Paraíso, o qual Adão havia deixado”. (Encarnação de Cristo…, I II 6).

“Adão deveria tomar posse do trono real de Lúcifer, pois este havia se voltado contra DEUS. Daí resulta a grande inveja e rancor do demônio contra a humanidade. Dai origina-se também a tentação de Cristo no deserto, porque o Cristo deveria tomar posse do trono que o demônio exigia, para quebrar seu poder, e se tornar o juiz que o rejeitaria eternamente”. (Grace, VI 13).

“Depois que a alma de Cristo recebeu o pão celeste, era preciso observar se ela se manifestaria no poder do fogo da vaidade, ou, se plena de humildade, se manteria unicamente no coração e na vontade de DEUS, entregando Sua alma e se tornando um anjo da humildade. Nota-se aqui, a astúcia do demônio, pois ele toma as Escrituras e diz: ‘Os anjos irão conduzi-lo sobre suas mãos’. Esta passagem tem sido mal aplicada, pois não se refere ao corpo físico, mas à alma. Isso ele quis introduzir no orgulho, para que se confiasse em ‘ser carregado pelos anjos’; mas o Redentor disse: ‘Também está escrito: Tu não tentarás o Senhor teu DEUS’. Desta forma, ele venceu o orgulho do demônio para penetrar a humildade e o amor de Seu Pai celestial”. (Três Princípios…, XXII 108).

“Após o demônio ter falhado por duas vezes, ele se aproximou com a última e poderosa tentação (dizendo) que lhe daria todo o mundo se ajoelhasse e o adorasse. Adão já havia estado ansioso pela possessão deste mundo; ele desejou torná-lo seu; mas ao proceder desta forma, Adão afastou-se de DEUS e foi capturado pelo espírito deste mundo. Agora, o segundo Adão havia que se submeter à essa tentação do primeiro Adão. Havia que ser testado se a alma permaneceria com o homem novo, santo e celestial, vivendo na graça de DEUS ou no espírito deste mundo. Mas a alma de Cristo disse ao demônio: “Afasta-te de mim, Satã! Pois está escrito: ‘Deves adorar ao Senhor teu DEUS, e Servir à Ele unicamente!’. Assim, o valente guerreiro conquistou, e o demônio teve que partir; tudo o que é terrestre foi superado pelo Cristo. Agora o Senhor está acima da lua, e tem todo o poder no céu e no inferno; Ele é Mestre da vida e da morte. Ele deu início ao Seu reino sacerdotal com sinais e milagres. Ele transformou a água em vinho, tornou são o doente, fez com que o cego enxergasse, e o coxo andasse e até despertou o morto para a vida. Ele se sentou na cadeira de Davi e passou a ser o verdadeiro sacerdote na ordem de Melquisedeck”. (Três Princípios…, XXII 3).

“Na carne externa do Redentor encontrava-se a parte demoníaca, aquela que surgiu em Adão ao morrer para DEUS. Ora, esse produto tinha que ser novamente recebido no amor de DEUS, como Isaias afirmou sobre o Cristo: ‘Ele tomou todos os nossos pecados para Si’. O Adão amaldiçoado ficou pendurado na Cruz, como uma maldição, mas o Cristo o redimiu pela dor do sofrimento inocente e pelo derramamento de Seu sangue. O corpo de Adão morreu na Cruz e Cristo, nascido de Jesus e da semente santificada da mulher, o tingiu (abençoou) com Seu precioso sangue de amor”. (Cons. Stiefel…, II 494).

“Cristo, o homem interior, tomou nossos pecados para Si, e deixou o corpo, no qual havia derramado a maldição de DEUS, pendurando na Cruz como uma maldição de DEUS. Assim Ele morreu, e em Sua morte espalhou Seu sangue, o sangue do homem santo, na essência do homem externo, onde reside a morte. Mas quando seu sangue santo penetrou a morte (com a essência externa), então a morte se tornou terrificada diante da vida santa, e a cólera, terrificada diante do amor, e caiu em seu próprio veneno, como que morta ou aniquilada”. (Cons. Stiefel…, II 205).

“Quando o Verbo pronunciado de DEUS na qualidade humana aprisionou-se no Redentor, a essencialidade que havia morrido em Adão, mas que se tornou novamente viva em Cristo, clamou juntamente com a alma: ‘Meu DEUS! Meu DEUS! Por que me abandonastes?’ Isso significa que a cólera de DEUS havia penetrado, através da qualidade da alma, a imagem da essencialidade divina, e que havia absorvido a imagem de DEUS, porque era essa a imagem da serpente na alma ígnea, a cabeça da cólera de DEUS, para transformar seu poder ígneo na vida-sol eterna. Como uma vela se extingue ao queimar-se, e assim como desta morte surge a luz e o poder, da mortificação e da morte de Cristo havia que surgir o sol divino e eterno na qualidade humana. Assim, havia que morrer, neste caso, não só o egoísmo da qualidade humana, ou seja, a vontade-própria da alma com relação à (seu desejo pela) vida no poder do fogo, e se perder na imagem do amor; mas, essa mesma imagem do amor havia que penetrar a cólera da morte, a fim de que tudo mergulhasse na morte e através da morte e da humildade perfeita, e na vontade e misericórdia de DEUS, surgisse novamente na substancialidade paradisíaca, a fim de que o espírito de DEUS pudesse ser tudo em tudo”. (Assinatura…, XI 87).

“A humanidade de Cristo se entregou como sacrifício à cólera do Pai, penetrando inteiramente em Seu fogo-essência; o amor-espírito de DEUS venceu a essência colérica do fogo, de modo que esta não pode consumir a humanidade (a qualidade humana). Ele simplesmente retirou da humanidade sua vontade-própria, trazendo-a novamente para a vontade universal primordial, de onde a vontade foi originalmente concedida ao homem. A vontade humana veio novamente ao encontro da vontade do Pai, como se estivesse em sua primeira raiz (fonte ou origem)”. (Mysterium, XXXIX 24).

“A crença de que o Cristo teve uma morte natural em Sua qualidade humana não deve ser compreendida como se Sua alma criada houvesse morrido, e menos ainda que Ele houvesse perecido em Seu aspecto de ser divino, ou com relação à Sua essencialidade celeste e tintura celeste. Ele morreu unicamente com relação à Sua egoidade, ou seja, com relação à vontade e regime do mundo externo que governava no homem. Ele morreu com relação à vontade própria e aos poderes próprios da egoidade criada. Ele entregou tudo isso inteiramente nas mãos do Pai, o fim da natureza, o grande mistério do Pai; mas não para que isso fosse a morte, mas para que o Espírito de DEUS estivesse ali, com toda a sua vida, e o poder divino existisse na personalidade de Cristo”. (Assinatura…, XII I).

“A verdadeira essencialidade em Cristo não afastou a consciência terrestre, mas a penetrou como senhor e conquistador. A verdadeira vida deveria ser a primeira a ser conduzida à morte e à cólera de DEUS. Isso ocorreu na Cruz, ocasião em que a morte foi destruída e a cólera aprisionada e extinta pelo amor, consequentemente conquistada”. (Encarnação de Cristo…, IX 16).

“Quando Jesus venceu a morte em (Sua) humanidade e afastou o sentido do ego, Ele não descartou a qualidade humana, onde residia a morte e a cólera de DEUS, mas as aceitou na plenitude de sua extensão; isso quer dizer, foi só neste momento que Ele extraiu o reino externo do interno”. (Assinatura…, XI 41).

“A atividade externa e a vida sensível, onde a cólera de DEUS estava queimando, morreram, mas não que se tornaram um nada, apenas descenderam ao nada; ou seja, neste caso, na vontade de DEUS, em Sua ação e sentimento. Com isso, ela se tornou livre da vontade do mundo externo, cuja vontade é boa e má, e não mais viveu no mundo e nas constelações com os quatro elementos, mas buscou a natureza do Pai, no elemento puro e divino. Assim, a verdadeira vida humana veio novamente a ocupar a posição que havia sido perdida por Adão, e entrou novamente no Paraíso”. (Assinatura…, XII 5).

“Quando o Filho de DEUS derramou Seu sangue santo em Cristo, o veneno da cólera na carne, alma e espírito de Adão, que tomou para Si, foi santificado e transformado em amor. Assim, a inimizade cessou e DEUS tornou-se Emanuel; ou seja, homem com DEUS e DEUS com o homem. Então a carne de Adão foi tingida e preparada para a ressurreição”. (Cons. Stiefel… II 209).

“É errôneo supor que a alma de Cristo havia deixado o corpo e descendido ao inferno, e que ali, havia, no poder divino, atacado os demônios, atando-os com correntes, destruindo com isso o inferno. É melhor compreender que no momento em que o Cristo prostou o reino deste mundo, Sua alma penetrou a morte e a cólera de DEUS, e com isso a cólera foi reconciliada no amor. Os demônios e todas as almas descrentes na cólera foram aprisionadas em si mesmas, e a morte foi rompida; mas a vida floresceu através da morte”. (Três Princípios…, XXV 76).

“A morte estava lutando com o homem externo (com a vida do), pensando que agora, a alma deveria permanecer na Turba; mas havia um forte poder na alma, ou seja, o Verbo de DEUS. Esse verbo capturou a morte e a destruiu, extinguindo a cólera. Trava-se de um grande veneno para o inferno quando a luz o penetrou, e o Espírito de Cristo aprisionou o demônio, conduzindo-o da alma-fogo para as trevas, trancando-o ali, na dureza colérica e no amargor”. (Quarenta Questões…, XXXVII 13 — 15).

“Pelo poder da tintura celestial DEUS acendeu o fogo que havia se tornado escuro na essência da alma, dali por diante, aquele fogo passou a queimar num poder limpo, branco e majestoso, na luz e glória, e a cólera de DEUS foi extinta na essência da alma e foi feita amor”. (Tilk II 259).

“A alma de Cristo veio com a luz de DEUS para a cólera, e os demônios tremeram; pois a luz aprisionou a cólera, e Sua alma tornou-se um paraíso, enquanto que a cólera permaneceu no inferno. A luz encerrou o princípio do inferno, de modo que nenhum demônio tem a permissão de aparecer na luz. Mas isso ele também não vê, e a luz é seu terror e sua vergonha”. (Tree Princípios, XXV79).

“Os santos, que colocaram sua fé no Messias, receberam então o elemento puro para um novo corpo, de acordo com a promessa. Pois, como o herói prometido penetrou a morte através da vida, suas almas se revestiram do corpo de Cristo, como num novo corpo, e viveram Nele através de Seu poder. Eram eles os santos patriarcas e profetas, que neste mundo foram ungidos no poder do Verbo de DEUS, esmagando a cabeça da serpente e quem, pelo poder do Verbo havia profetizado e realizado milagres. Eles tornaram-se vivos no poder de Cristo”. (Três Princípios…, XXIV 52).

“Quando a terra recebeu o sangue de Cristo, tremeu e chacoalhou, pois a cólera de DEUS fora conquistada, e nela penetrou o sangue vivo, procedente do céu e da substancialidade de DEUS”. (Encarnação de Cristo…, I 10).

“A cólera do pai havia que consumir a vida de Cristo, na morte; mas quando a cólera engoliu a vida na morte, a vida santa do mais profundo amor de DEUS movimentou-se na morte e na cólera, engolindo a cólera. Então a terra começou a tremer, as pedras rolaram e as tumbas dos santos foram abertas”. (Mysterium, XXVIII 123).

“Depois que o Pai trouxe a alma do redentor, que havia penetrado Sua cólera, de volta ao amor, ou seja, na imagem do Paraíso, que havia desaparecido, o mundo tremeu no terror da morte, como se fosse um terror de alegria, alegria que penetrou os corpos mortos daqueles que haviam esperado pela vinda do Messias, e os despertaram para a vida. Foi esse mesmo terror que rasgou a cortina do Templo, ou seja, o véu de Moisés, pendurado diante da clara face de DEUS, a fim de que o homem não visse à DEUS”. (Assinatura…, XI 71).

“Não havia necessidade de remover uma pedra para liberar o corpo do Senhor da tumba. Isso ocorreu unicamente para mostrar aos judeus a tolice de imaginarem poder brecar DEUS, e também para os discípulos de pouca fé, para que pudessem ver que Cristo havia verdadeiramente se elevado”. (Três Princípios…, XXV 85).

“O fundamento mais interno no homem é Cristo; mas não de acordo com a natureza humana do homem, mas segundo a natureza de Cristo, a qualidade divina em Sua essência celestial, a qual Ele regenerou. O segundo fundamento é a alma, ou seja, a natureza eterna, onde o Crksto (a luz) se revelou; e o terceiro fundamento é o homem exterior, proveniente do limus da terra com as estrelas e os quatro elementos. No primeiro fundamento está a vida ativa do amor divino; no segundo fundamento está a vida-fogo natural da alma criada, onde DEUS é chamado de DEUS ígneo; e no terceiro, está a criação de todas as qualidades nas quais Adão permaneceu na temperatura, e que foi objetificada na queda”. (Grace, IV 37).

“É evidente, e não necessita de mais provas o fato de que somos todos feitos de carne e sangue, e que somos mortais. No entanto, nos é ensinado que somos templos do Espírito Santo, que habita em nós. Também nos é ensinado que o Cristo deve tomar forma em nós, e que Ele nos dará a Sua carne como alimento e o Seu sangue como bebida. Ele diz que aquele que não come da carne do Filho do Homem não terá a vida eterna. Portanto, devemos refletir seriamente que tipo de homem há dentro de nós mesmo, similar a DEUS e capaz de tornar-se divino”. (Regeneração, I).

“Pois, aquilo que é feito de carne mortal irá retornar a terra. Nela reside a vaidade deste mundo. A carne deseja o que não é de DEUS, e não pode ser considerado um Templo do Espírito Santo. Muito menos pode ocorrer ali uma regeneração espiritual da carne terrestre, porque ela morre e se dissolve, e é morada dos pecados. Mas o verdadeiro Cristão nasce de Cristo, e aquele que é regenerado é um templo do Espírito Santo que habita em nós”. (Regeneração, I).

“Para se produzir um verdadeiro Cristão, não basta satisfazer-se com uma crença meramente histórica e científica, no Filho de DEUS, que um dia viveu sobre a terra. Não seremos recompensado por uma espécie de DEUS externo, que nos atribuirá retidão, por conta de nossa confissão em tal crença; mas, o reconhecimento da verdade divina deve nascer e ser recebida dentro de nós de forma pueril. A carne está condenada à morte, e temos que nos tornar como uma criança que nada sabe, mas que se apega (instintivamente) a mãe que lhe deu à luz. Da mesma forma, a vontade do Cristão deve morrer para a sua vontade própria e auto afirmação, tornar-se como uma criança em Cristo. Então, se a vontade e o desejo da alma é dirigido unicamente à sua fonte, irá surgir do espírito de Cristo uma nova vontade e obediência na justiça divina, a partir da morte da vontade-própria; não mais será uma vontade pecadora”. (Regeneração, I).

“Observamos o mundo eterno com suas estrelas e os quatro elementos onde vivem os homens e todas as criaturas. Isso não é DEUS, e não é chamado de ‘DEUS’. DEUS habita ali, mas a essência do mundo externo não O compreende. Da mesma forma, a luz brilha nas trevas, e as trevas não a compreende”.

DEUS habita no mundo e preenche todas as coisas; no entanto, Ele nada possui. A luz habita nas trevas, mas não a possui; o dia habita na noite e a noite habita no dia, o tempo na eternidade e a eternidade no tempo; o mesmo ocorre com o homem. Ele próprio é o tempo, e vive com ele segundo seu aspecto externo; é desta mesma forma que o mundo externo existe no tempo; mas o homem interior é eternidade, mundo e tempo espiritual, tal como é criado na luz, de acordo com o amor de DEUS, e nas trevas de acordo com Sua cólera. Seu espírito vive naquele princípio que nele está manifestado, seja nas trevas, seja na luz. Cada um deles habita em si mesmo; nenhum deles possui o outro; mas, se um penetra o outro e deseja possuí-lo, este o outro irá perder sua supremacia e poder. Se a luz se manifesta nas trevas, então as trevas deixam de ser trevas; e se as trevas surgem na luz, então a luz e seu poder serão extintos. As trevas eternas da alma constituem o reino do inferno; a luz eterna na alma é seu céu. O homem, portanto, é criado e vive nos três mundos. Um é o mundo das trevas eternas que surge do centro da natureza — natureza eterna — onde nasce o fogo como o tormento eterno; o outro mundo, é o da luz eterna, onde reside a alegria e o Espírito de DEUS. É neste mundo de luz que o espírito de Cristo assume substancialidade humana. O terceiro mundo onde vive o homem, e do qual foi gerado, é o mundo visível externo, com seus quatro elementos, e as estrelas visíveis”. (Regeneração, I).

“A regeneração espiritual, não depende de aprendizado ou conhecimento científico; é preciso haver uma intensa e poderosa sinceridade, uma grande fome e sede pelo Espírito de Cristo. A ciência pura não é fé; a fé é uma intensa fome e sede por aquilo que desejo, de modo que se forma numa imagem dentro de mim, e pela avidez de minha imaginação torna-se minha propriedade. Essa fome e desejo moldam a substância de Cristo, sendo ele a substância celestial, na imagem enfraquecida, onde a palavra do poder de DEUS é a vida ativa”.

“No nome de Jesus, DEUS abriu para nós a porta de Seu ouvido; podemos ouvir a DEUS realmente falando em nós; em Sua misericórdia Ele fala através deste portal aberto do pensamento. A alma, também fala com DEUS através desta porta e durante esta conversa interior ela é nutrida, restaurada, iluminada e renovada pelo pronunciamento de DEUS”. (Oração…, XXXI).

“Para que a alma receba um real benefício e proveito da oração, então sua vontade deve se afastar de todas as criaturas e coisas terrestres e permanecer pura diante de DEUS. Que a carne com seus desejos não co-opere (na oração) a fim de que os desejos terrestres não sejam introduzidos no efeito divino na alma”. (Oração…, XXXIV).

“Cada oração que não encontra e toma o que pede é fria e insípida, obstruída por coisas temporais terrestres; ou seja, a alma não se aproxima de DEUS em pureza. Ela não deseja sacrificar a si mesma inteiramente à DEUS, mas busca os amores terrestres que a mantém aprisionada, não podendo alcançar o reino de DEUS”. (Oração…, XVIII).

“A vontade necessária para realizar a oração é fraca na medida em que estiver em nosso poder o fato de orarmos ou não, mas se ela atua pelo poder divino ela se torna desperta, ígnea, e cheia de desejo. Dentro deste desejo o próprio DEUS está atuando. Assim, o homem fala com DEUS em verdade, e DEUS fala em verdade com a alma do homem”. (Oração…, XXIX).

“Aquele que verdadeiramente ora co-opera com DEUS internamente, enquanto que externamente produz bons frutos”. (Oração…, XXIV).

“A mera repetição de palavras, sem a exaltação do pensamento e do desejo divino é unicamente algo externo. Nada agrada a DEUS exceto aquilo que Ele próprio faz”. (Oração…, I 2).

“Enquanto o Cristo se alimenta da fé e da oração de nossa alma, a fé humana, juntamente com a oração e o louvor a DEUS, torna-se corporal na palavra do poder; esse novo ser passa a ser um com a substância da corporeidade celestial de Cristo, o corpo eterno de Cristo”. (Mysterium, LXX).

“A pobre alma aprisionada, encerrada nas trevas da morte, é um fogo mágico faminto, que atrai da encarnação de Cristo, a substancialidade reaberta de DEUS, e deste engolir ou nutrição, produz um corpo similar ao da Divindade. Assim, a pobre alma será revestida com um corpo de luz, comparável ao fogo de um pavio”. (Cartas, XI 21).

“Através da introdução da vontade divina o homem reúne-se a DEUS e renasce em sua natureza emocional. Ele começa a morrer com relação ao egoísmo do falso desejo (dentro dele) e a se regenerar em novo poder. Ainda há a qualidade carnal atraída a ele, mas no espírito ele caminha com DEUS; desta forma, nasce no homem de carne terrestre um novo homem espiritual com percepções divinas e com uma vontade divina, matando dia após dia, a luxúria da carne, e pelo poder divino, começa a render o mundo, ou seja, a vida externa; Ele começa a fazer com que o céu, ou o mundo espiritual interior, se torne visível no mundo externo; DEUS torna-se homem e o homem DEUS, até que a árvore, finalmente, atinja a sua perfeição, quando a casca externa irá cair, e ela aparecerá como árvore espiritual da vida no jardim de DEUS”. (Mysterium, Supplement, VIII).

“Ninguém deve se imaginar seguro após ter obtido a coroa de pérolas, pois pode perdê-la novamente. A alma, durante sua vida terrestre, está acorrentada por três temerosas correntes. Primeiro pela severa cólera de DEUS, o abismo e as trevas do mundo, que é o centro da vida criada da alma, cuja raiz mais íntima é o desejo. A segunda corrente é a ânsia ígnea do demônio pela alma, que tenta a alma e busca, incessantemente, tirá-la do repouso da verdade divina para cair na vaidade, no orgulho, na avareza, na inveja e na raiva; através destas propensões malignas, ele procura ventilar o fogo na alma, a fim de que se afaste de DEUS e penetre o egoísmo. Mas a terceira e mais perigosa corrente é a do corpo e do sangue, corruptíveis, fúteis, terrestre e mortal, cheios de desejos e inclinações malignas, juntamente com a região astral (plano astral), onde, como num grande oceano, a alma está flutuando, o que a faz ser, diariamente, inflamada e infectada pelo pecado”. (Três Princípios…, XXV 7).

“Se uma pessoa está na ansiedade do inimigo, e a picada da morte e da raiva move-se dentro dele, tornando-o avarento, invejoso, raivoso e irritável, não se deve permanecer na essência maligna; é preciso parar, considerar e atrair (da fonte eterna) uma outra vontade, ou seja, a vontade de sair da malícia e penetrar na liberdade de DEUS, onde há perpétuo repouso e paz. Se sua angústia provar da liberdade, então a tortura da angústia ficará terrificada, e neste terror de morte, será destruída; pois esse terror serve de grande satisfação e consiste num assassinar a vida de DEUS. Por esse intermédio, o ramo de pérolas aparece, e o homem permanece numa alegria trêmula, mas também em grande perigo, pois a morte e a tortura da angústia são sua raiz; do mesmo modo, a angústia na natureza externa possui a qualidade que sai do demônio, ou seja, da angústia nasce grande vida. Da natureza, por exemplo, um belo ramo verde cresce, tendo, é claro, uma constituição, um odor e um estado diferente (de vida) daquele que o produziu” (Encarnação de Cristo…, XI 8).

“Não é a alma mortal, mas a alma interior (espiritual) do eterno Verbo de DEUS a que se casa com Sophia. A alma exterior está casada com a constelação (funções mentais) e elementos. Essa alma externa raramente lança um só olhar para a Sophia, pois contém em si a morte e a mortalidade. Passado este tempo ela deve ser novamente transformada na primeira imagem que DEUS criou em Adão”. (Mysterium, Lii 13).

“Enquanto a casa mortal existe, nossa alma não habita na fonte de DEUS, de modo a apreender essa fonte em si mesma. O sol brilha através de um vidro, provendo-o de luminosidade; no entanto, o vidro não se torna o sol. Ele simplesmente permanece (por um tempo) na luz e poder do sol, que brilha em sua substância e através de sua substância. O mesmo ocorre com a alma em seu estado terrestre”. (Mysterium, L II 3).

“Que ninguém pense que a árvore da fé Cristã possa ser vista ou conhecida no reino deste mundo. O homem externo não a reconhece, e mesmo que o Espírito Santo se manifestasse no espelho exterior, a vida externa tornar-se-ia satisfeita e tremeria de prazer, e pensaria ter recebido o convidado esperado; ela então acreditaria, ainda que não ocorra ali uma duração perfeita; o Espírito de DEUS não permanece constantemente na mente terrestre. Ele quer ter um vaso limpo, e sempre que retorna a seu princípio — sendo este a verdadeira imagem — o ser externo torna-se duvidoso e cheio de medos”. (Encarnação de Cristo…, CXI 8).

“As crianças iluminadas de DEUS são amedrontadas por grandes perigos; muitas das que desfrutaram da grande visão da santidade de DEUS, nas quais o triunfo da vida é alcançado, a razão carnal se espelha ali e busca introduzir seu egoísmo no centro interior, de onde a luz brilha. Disso resulta o orgulho miserável e o auto conceito; a razão egoísta — sendo, mais que nada, um reflexo da luz eterna — fantasia ser mais do que isso. Ela pensa agora poder fazer o que quer, e que, o que quer que faça, é a vontade de DEUS fazendo por ela, acredita ser um profeta. No entanto, ela não penetra lugar algum, senão com seu próprio ser, e se movimenta com seu próprio desejo, através do qual o centrum naturae logo começa a aparecer. Surge então, o demônio da bajulação e o homem se torna embriagado pelo auto conceito, persuadindo a si mesmo que é DEUS quem o compele a agir de tal forma. É assim que ele arruína o bom princípio, durante o qual a luz de DEUS começa a brilhar na Natureza, e a luz de DEUS o abandona. Nada fica, senão a luz da natureza exterior na criatura, mas o convencimento se manifesta e fantasia ser ela a luz original recebida de DEUS”. (Quietude…, I 8).

“A causa do antagonismo entre a carne e o espírito pode facilmente ser encontrada; o espírito interior tem o corpo de DEUS, nascido da doce essencialidade, e o espírito externo tem o corpo do espírito ígneo da cólera, que busca, continuamente, a cólera despertada; ou seja, as grandes maravilhas que estão no Arcanum, na inflexibilidade da alma. O amor-espírito interior protesta e não irá deixar o espírito externo surgir e incendiar a alma; pois isso seria perder sua própria felicidade e forma, que seriam destruídas pela cólera”. (Quarenta Questões…, XVII 14).

“Há dois tipos de vontade a serem distinguidas na constituição do homem. Uma surge com o lírio e cresce no reino de DEUS; a outra afunda nas trevas da morte e desejos pela terra, sendo ela sua mãe. Essa irá lutar contra o lírio, constantemente, e o lírio voa para longe de sua aspereza. Um broto cresce da terra, e assim a substância da qual é formada voa da terra e é atraída para a luz do sol até se tornar uma planta ou uma árvore. Então o Sol divino atrai o lírio humano, ou seja, o novo homem em seu poder, fora da substância do demônio, até que ele finalmente se torne uma árvore no reino de DEUS. Ele deixa a árvore má ou a casca cair na terra, sua mãe que tanto busca, para deixar crescer a nova árvore”. (Encarnação de Cristo…, XI 8).

“É uma grande tolice para o homem anelar o que não é seu (mas sim um mero atrativo para o ser com o qual está ligado durante sua carreira terrestre), e introduzir em seu desejo aquilo que o infecta de doenças, e que por último lhe conduz para longe de DEUS, excluindo-o em corpo e alma de seu estado celestial”. (Mysterium, XXIV 16).

“Devemos morrer continuamente em Cristo e continuamente matar o homem do pecado dentro de nós, a fim de que o novo homem possa viver; mas não podemos destruir completamente o primeiro; podemos meramente mantê-lo aprisionado, derramando sobre sua essência ígnea água da humildade de DEUS”. (Cons. Stiefel…, I 63).

“Se o homem penetra a regeneração ele pode ser bem sucedido na subjugação do homem externo, de modo que esse faça o que não deseja, porque o primeiro tira a força do segundo, e o penetra; mas como o ouro numa pedra bruta, e a aspereza da pedra não se torna ouro, o homem terrestre não se torna DEUS”. (Cons. Stiefel…, I 59).

“O homem interior mata continuamente o exterior através do amor e doçura de DEUS, a fim de que o externo não possa introduzir na alma-fogo seu desejo terrestre venenoso, que está infectado pelo demônio; mas o homem exterior não pode ser inteiramente destruído, pois se isso ocorresse o reino deste mundo o deixaria inteiramente”. (Cons. Stiefel…, I 51).

“Muitos santos dirigidos pelo Espírito de DEUS saíram deste estado de submissão, de volta para o egoísmo; ou seja, para seu próprio raciocínio e vontade própria”. (Quietude…, I 34).

“A vida do homem, durante a presente existência, é como uma roda viva; de repente ela vira para cima o que estava para baixo. A vida se inflama em cada substância e com isso se corrompe; mas, se purificada na água da humildade, onde se movimenta o coração de DEUS e sai de onde está, sua vida-fogo pode envolver a substância celestial”. (Six Mysterious Points, II 13).

“Um verdadeiro Cristão abomina a vontade da carne e a rejeita. Ele é, constantemente, seu próprio acusador, e considera-se indigno, e de todo coração desejará penetrar a misericórdia de DEUS. Nunca irá dizer coisas do tipo, ‘Sou um Cristão’; lutará para penetrar a misericórdia de DEUS e desejar Sua graça, a fim de se transformar num verdadeiro Cristão. Toda sua vida é um arrependimento contínuo, sempre desejando alcançar a graça divina, na medida em que essa graça o alcança”. (Communion, IV 27).

“Para o piedoso, a luz surge das trevas e o dia da noite. Para eles a fortuna resulta do infortúnio, e da maldição e da malícia deste mundo cresce para eles o paraíso. São Paulo diz: ‘Para aqueles que amam à DEUS, tudo acontece para o melhor’”. (Mysterium , LXVI).

“Sempre que DEUS conduz seus filhos para a turbulência e a angústia, eles ali estão para produzirem um novo ramo na árvore da fé. Sempre que o Espírito de DEUS aparece apresenta um novo crescimento, do qual a nobre imagem é extremamente satisfeita”. (Encarnação de Cristo…, CXI 8).

“O reino celeste nos santos é ativo e consciente em sua fé, por onde sua vontade se integra a DEUS; mas a vida natural é cercada pela carne e pelo sangue e está relacionada, ao contrário, à cólera de DEUS. Assim, a alma está sempre na angústia quando o inferno precipita-se sobre ela, desejando nela se manifestar; mas ela mergulha na esperança da graça divina, e permanece como uma bela rosa entre os espinhos, até que na morte do corpo o reino deste mundo dela se afasta. Só então, quando não há mais nada que a obstrua, ela será plenamente manifestada no reino de DEUS”. (Vida Suprasensual…, XXXIX).

“Não me alegro por viver em meu próprio senso do eu, mas porque no meu eu estou na morte de Cristo e estou morrendo perpetuamente, e desejo morrer inteiramente com relação ao meu egoísmo, e viver inteiramente em DEUS, a fim de nada ser, senão um instrumento de DEUS, e não querer saber mais nada sobre meu eu (separado)”. (Cons. Stiefel…, XI 527).

“Onde quer que o eu não habite, ali habita o amor. Na tranquilidade do fundo da alma, onde ela morre para si mesma, e onde ela nada deseja senão o que DEUS deseja (nela), ali reside o amor. Na medida em que a vontade própria morre, a mesma medida é ocupada pelo amor. No lugar onde antes se encontrava a vontade própria, agora não há nada, e toda vez em que não houver nada, só ali estará ativo o amor de DEUS”. (Supernatural Life, XXVIII).

“Um verdadeiro Cristão sabe ser um servo de DEUS, cujo dever é atender às Suas obras, apropriadamente. Ele não é propriedade seu, e o corpo terrestre que habita, não é seu verdadeiro lar. Ele pode buscar, plantar, cultivar, lutar e agir como quiser, mas está sempre consciente de que faz aquilo para DEUS, e que terá que prestar contas sobre isso. Ele deve lembrar-se sempre que entre essas obras é um estranho, uma visita, um servo”. (Assinatura…, XV 44).

“Aquele que espera realizar algo bom e perfeito, onde possa regozijar-se eternamente e disso desfrutar, que saia de seu egoísmo e vontade-própria e penetre a submissão na vontade de DEUS. Mesmo que o desejo terrestre pelo egoísmo o perseguir em sua carne e sangue, se sua vontade-alma não é infectada por aquele desejo do eu, tal eu não será capaz de produzir nada; pois a vontade interna da alma, repousando na submissão de DEUS, destrói continuamente a essência da auto afirmação, e desta forma a cólera de DEUS não pode alcançá-la. Se a cólera atingisse a essência, então a vontade submetida surgiria ali com seu poder, e permaneceria ali, firme, diante de DEUS, como um produto da vitória que irá herdar a infância”. (Quietude…, XI I).

“Cara alma, se desejas a luz de DEUS, e também a luz deste mundo, se desejas alimentar seu corpo (e mente), e (ao mesmo tempo) busca os mistérios de DEUS, faça aquilo que o próprio DEUS faz. Um olho de sua alma olha a eternidade, o outro a natureza. Esse busca continuamente no desejo e cria um espelho atrás do outro. Que assim seja. Assim deve ser, pois DEUS assim o quer. Mas o olho voltado para a eternidade não pode se voltar para o desejo (longe de DEUS); é através dele que se busca virar o outro para si mesmo, e não deixá-lo se desviar de ti; ou seja, não deixe ele se afastar do olho que mira a liberdade. Coloque sua vontade naquilo que está fazendo, lembrando de que é um servo da vinha de DEUS; quer dizer, do Eterno; mergulhe sua vontade a cada instante na humildade diante de DEUS; então sua imagem irá caminhar na humildade com sua vontade na majestade de DEUS, e será iluminada perpetuamente pela triunfante luz de DEUS”. (Quarenta Questões…, XII 28).

“No fim, todas as coisas devem ser uma e a mesma coisa para o homem. Ele deve ser um com a fortuna e com o infortúnio, com a pobreza e com a riqueza, com a alegria e com o pesar, com a luz e com as trevas, com a vida e com a morte. O homem passa então a ser um nada para si mesmo, pois está morto com relação a tudo em sua vontade. DEUS está em tudo e através de tudo, e, no entanto, Ele é um nada, e nada pode compreendê-Lo. Tudo se torna manifestado através Dele, e Ele próprio é tudo. No entanto ele nada tem (objetivamente), porque aquilo que está diante Dele, nada é em sua compreensão, pois não O compreende. Este será o estado de uma pessoa segundo sua vontade submetida, caso ela se renda totalmente à DEUS. Então sua vontade irá recuar para a vontade insondável de DEUS, de onde surgiu no princípio, adquirindo a forma da vontade insondável, onde DEUS reside e realiza Sua vontade”. (Mysterium, LXVI).

“A vontade, entregue a DEUS diz: ‘Senhor, se é Vosso desejo que eu esteja na prisão ou na miséria, assim desejarei estar. Se me levas ao inferno, convosco irei, pois Vós estais no Céu. Se eu tiver unicamente a Vós, porque me preocuparia com o céu ou com o inferno? Mesmo que meu corpo e minha alma pereçam, em Vós devo permanecer e Vós em mim. Ao Vos possuir, tenho tudo o que quero. Usa-me segundo a Vossa vontade”. (Mysterium, LXVI).

“Se não permitires que nada penetre teu desejo, serás livre de todas as coisas e terás poder sobre todas elas. Não terás nada em tua receptividade, e serás como um nada para todas as coisas, e todas as coisas serão como um nada para você, no mesmo sentido que DEUS governa sobre todas as coisas e tudo vê; mas, não há nada que o compreenda”. (Vida Suprasensual…, IX).

“A alma propriamente dita não é nada corporal; mas o corpo na tintura cresce tanto celestial como infernal. Não é um corpo tangível, num aspecto externo, mas um corpo de poder; o corpo de DEUS; o corpo celeste de Cristo”. (Quarenta Questões…, VII 18).

DEUS quis manifestar-Se nos três princípios, mas a ordem não permaneceu como havia sido originalmente instituída. O meio foi para o exterior, e o exterior para o meio. Essa não é a ordem da eternidade, e, portanto os princípios externos e internos devem ser separados”. (A Vida Tríplice…, XVIII 3). 148

“Quando uma pessoa neste mundo morre aparece diante do anjo que em sua espada carrega a morte e a vida, o amor e a cólera de DEUS. Ali sua alma passa pelo julgamento, nos portais do paraíso. Se foi capturada pela cólera de DEUS, não será capaz de passar pela porta, mas se é uma criança da virgem, nascida da semente da mulher (celestial), então ela passará. O anjo irá cortar de sua natureza, aquilo que fora gerado pela serpente, e a alma irá então servir a DEUS em seu santo templo no Paraíso, esperando ali pela ressurreição de seu corpo (celestial)”. (Mysterium, XXV 2).

“Não há três almas separadas no homem, mas apenas uma. Essa alma permanece em três princípios, ou seja, no reino da cólera, no reino do amor de DEUS e no reino deste mundo. Quando o ar do reino externo deste mundo deserta a alma, ela se manifesta ou no obscuro reino do fogo ou no santo reino da luz, que é o reino do fogo-amor, o poder de DEUS. Seja qual for o plano com a qual ela se envolveu durante sua existência terrestre, ali ela permanece depois que o reino externo a deixa”. (Mysterium, XV 24).

“O homem já está no céu o no inferno, neste mundo, onde quer que esteja corporalmente. Se seu espírito está em harmonia com DEUS, ele estará então espiritualmente no céu e sua alma encontra-se em DEUS. Se ele espiritualmente habita a cólera, então já está no inferno e em companhia dos demônios”. (Aurora, XX 86).

“Enquanto uma pessoa permanece numa vontade estranha a sua verdadeira natureza, e não quer ser curada, penetrando o Verbo santo, esse ser estranho vai tomando substância e mantendo a essência celestial na sujeição; essa permanece aprisionada após a morte e não pode alcançar o reino de DEUS, e disso resulta a morte eterna”. (Mysterium, XXIV 13).

“Cada um precisa simplesmente examinar sua própria qualidade e ver em que direção é carregado pela sua vontade. Então saberá a que reino pertence e se é realmente um homem (na imagem de DEUS), como ele fantasia ou pretende ser, ou uma criatura do mundo de trevas, um cachorro raivoso, um pavão vaidoso, um macaco luxurioso ou uma cobra venenosa. Se, então, a essência dos quatro elementos o deixarem na morte, nada irá permanecer com ele senão a consciência interna, má e envenenada”. (Seis Pontos Teosóficos…, VII 37).

“Se o espírito permanece não regenerado com seu princípio original, então irá aparecer na ruptura da forma tal criatura correspondente à qualidade da vontade (caráter) adquirido durante a vida terrestre. Se, por exemplo, durante a vida se tem a invejosa disposição de um cão, rancoroso com tudo e com todos, então este caráter do cão irá encontrar sua expressão numa forma correspondente após a morte do corpo; pois de acordo com isso, a alma (animal) toma (assume) sua forma, e esse tipo de vontade permanece contigo na eternidade, pois as portas das profundezas que levam à luz de DEUS são então fechadas diante de ti”. (Três Princípios…, XVI 50).

“Se durante sua vida terrestre, não iluminastes tua alma e o espírito eterno dado a ti pelo bem supremo, na luz de DEUS, a fim de que o espírito renasça naquela luz, na substancialidade divina, então a alma no Mysterium irá retornar ao centro da natureza, e penetrar na qualidade da angustia das quatro formas inferiores da natureza eterna. Ali ela estará na companhia de todos os demônios, e será obrigada a devorar aquilo que movimentou”. (Encarnação de Cristo…, XI 6).

“Se a alma-fogo não se tornou substancial no Espírito de DEUS, nem buscou esta substância em seu desejo, é então um fogo negro, queimando em grande angústia e terror, pois há em sua constituição apenas as quatro qualidades inferiores da natureza. Se a vontade nada tem do poder divino da verdadeira humildade, não poderá haver em nela penetração da vida através da morte; a alma fica como uma roda viva furiosa, buscando continuamente elevar-se, enquanto se afunda cada vez mais do outro lado. Há neste estado, com certeza, uma espécie de fogo, mas não uma combustão, pois ali governa uma severa dureza e amargor. O amargor busca o fogo e quer aumentá-lo; mas a acidez o mantém aprisionado, o que resulta uma terrível ansiedade que assemelha-se a uma roda viva, girando perpetuamente em torno de si mesma”. (Quarenta Questões…, XVIII 14).

“Se um descente deixou para traz um grande rastro de falsidade e engano, a tintura do inferno será invocada sobre sua tumba, e seu curso penetrará sua alma. Esse (curso) ele terá que engolir; pois, esse é o seu alimento, enviado a ele pela vida. Enviar tais cursos, contudo, não cabe aos filhos de DEUS; pois, cursando outro caminho, o homem lança sementes no inferno — na cólera de DEUS. Que todos fiquem alerta, pois irá colher aquilo que semeou”. (Quarenta Questões…, XXIV 4).

“Os próprios pecados do homem, sua depravação e vícios ao rejeitar a DEUS, constituem seu inferno-fogo, que o atormenta eternamente. Seu escárnio está agora diante de seus olhos, e ele não se atreve a deixar nem mesmo um bom pensamento penetrar sua alma; pois o bem é para ele como um anjo, e por causa de sua grande fraqueza não pode tocá-lo com sua alma, muito menos vê-lo através dela; só lhe resta engolir seu escárnio, juntamente com todos os seus vícios e pecados para sempre dentro de si mesmo, o que lhe causa um desespero eterno”. (Três Princípios…, XXIV 29).

DEUS também habita no abismo da alma descrente; mas ele não é reconhecido por ela de outra forma, senão pela cólera, e isso é o significado das seguintes palavras: ‘Com os santos tu és santo, e com os pervertidos tu és pervertido’”. (Mysterium, LX 44).

“A alma é como uma pessoa que sonha estar em grande angústia e tortura, buscando alguma coisa que a alivie, sem poder encontrar. Ela então se desespera, e não encontrando saída rende-se ao seu condutor (ao impulso interior que a conduz), para que este faça com ela o que quiser. Assim, a alma abandonada cai no poder do demônio, onde não pode, e nem lhe é permitido seguir suas inclinações; mas o que quer que o demônio faça, ela também é compelida a fazer. É desta forma que ela se torna um inimigo de DEUS, e facilmente ergue-se ali o orgulho e o fogo sobre o trono principesco dos anjos. Na terra e em seu corpo físico ela se fazia de tola; agora, ela continua sendo tola e traquina, e seja qual for a bobagem que cometeu na vida, é o que agora passará a representar. A própria tolice é seu tesouro, e isso é, como diz o Cristo, seu coração e sua vontade”. (A Vida Tríplice…, XVIII 10).

“As almas mais depravadas, contudo, são bastante audaciosas. Elas negam à DEUS e O amaldiçoam, e são Seu piores inimigos. Elas mentem para si mesmas, dizendo que estão certas, e se rebelam contra DEUS, e querem estar acima Dele e realizar milagres”. (Quarenta Questões…, XXII 21).

“Se a vontade interna batalha a cada instante, diariamente, contra as qualidades demoníacas que a aflige, apaziguando-as e não permite que tomem substância em si, ao mesmo tempo em que as qualidades malignas perturbam a pessoa, não permitindo que ela atue sempre com sua boa vontade, essa pessoa deve acreditar e saber, com certeza, que o fogo de DEUS está queimando dentro dela e tentando tornar-se luz; e quando quer que o corpo maligno com sua condição maligna é rompido, a fim de não mais impedir que a centelha flamejante queime, então o fogo divino, em sua essência, irá queimar numa chama, e a imagem divina será reconstituída de acordo com a qualidade mais forte que aquela pessoa tenha introduzido em seu desejo”. (Seis Pontos Teosóficos…, VII 41).

“Se um homem tem um desejo constante por DEUS; se seu desejo é tão poderoso a ponto de possibilitá-lo a parar e voltar-se para a humildade, as essências malignas, quaisquer que sejam, começarão a queimar; se ele puder resignar a todas as coisas que neste mundo brilham e enganam; se puder fazer o bem no lugar do mal; se é poderoso o bastante para dar aos necessitados tudo o que pertence ao exterior, seja dinheiro ou bens; e se está pronto a desertar todas as coisas por causa de DEUS, penetrando um estado de miséria com esperança certa no eterno; se nele surgir o poder divino, para que possa despertar ali o reino da alegria e provar DEUS; tal pessoa carrega consigo a imagem divina com a essência celestial mesmo durante sua vida terrestre, a imagem em que Jesus nasce da virgem. Ele não irá morrer eternamente, mas simplesmente irá deixar o reino terrestre abandoná-lo, este que foi, durante essa vida, uma oposição e um impedimento com o qual DEUS o cobriu”. (Seis Pontos Teosóficos…, VII 44).

“O princípio do pai dentro da alma tem sua base num fogo incandescente que origina a luz, e nesta luz repousa a nobre imagem de DEUS. Essa luz modera o fogo incandescente através da substancialidade do amor, tornando-o beneficente para a natureza e para a vida”. (Cartas, VIII 78).

“Aquelas almas sinceras que operaram as maravilhas de DEUS em Sua vontade aos pés da Cruz, tendo recebido o corpo de DEUS, ou seja, do Cristo, e que caminharam ali em justiça e verdade, todos os seus feitos também o seguirão, em sua forte vontade e desejo, e experimentam um enorme prazer no amor e misericórdia de DEUS, pelos quais estão continuamente rodeados. As maravilhas de DEUS são seu alimento; elas vivem na glória, poder, força e majestade além de qualquer descrição”. (A Vida Tríplice…, XVIII 12).

“Aquele que ajuda o degradado abençoa a si próprio, pois ele deseja tudo de bom, e ora à DEUS para abençoá-lo em corpo e alma. Assim seu desejo e benção retornam a quem doou no Mysterium, ele é por elas rodeado e seguido, como uma boa obra nascida em DEUS. Esse é o tesouro que o homem leva com ele; seus tesouros terrestres ele terá que deixar para trás”. (Encarnação de Cristo…, CXI 4).

“O homem é seguido por todas as suas obras, ele as tem eternamente diante de seus olhos e vive ali, a não ser que da malícia e falsidade nasça novamente pelo sangue de Jesus Cristo. Se isso ocorrer, ele rompe a imagem terrestre e infernal para penetrar uma imagem Angélica, vindo para um novo reino, ao qual suas imperfeições não podem acompanhá-lo, e assim a imagem de DEUS será restaurada, a partir da forma infernal e terrestre”. (Três Princípios…, XVI 47).

“Aquelas almas felizes que repousam no seio de Abraão, no Cristo, ou seja, na essencialidade celeste (Devachan) — não podem ser perturbadas por ninguém, a menos que queiram, caso estejam favoravelmente inclinadas a uma alma particular em harmonia consigo mesma. Elas não se incomodam com assuntos terrestres, a menos que seja pela glória de DEUS. Neste caso serão infatigáveis em revelar coisas de forma mágica”. (Quarenta Questões…, XXVI 22).

“As almas que partiram não reivindicam nada a DEUS por nós. Por que fariam isso? Nossa salvação não depende daquilo que imploram, mas da nossa penetração. Aquele que coloca sua vontade em DEUS será ajudado por Ele. Seus braços estão abertos, dia e noite, a fim de auxiliar o homem. Não seria muita prepotência de uma alma querer fazer de DEUS um Juiz severo, não desejoso de receber um pecador convertido?” (Quarenta Questões…, XXVI 23).

“O motivo pelo qual nossos antepassados aparecerem, de vez em quando,de forma maravilhosa, deve ser encontrado na fé dos vivos; pois a fé é um poder que move montanhas. A fé das pessoas vivas ainda era boa e pura, e elas não adoravam seus ventres ou o show terrestre. Portanto, a fé destas pessoas penetrou o céu; ou seja, o elemento único, os santos. Assim, uma fé alcança a outra; pois os santos também reagem a esta fé poderosa, especialmente aqueles que, sobre a terra, converteram muitos para DEUS. É desta forma que obras maravilhosas tem sido realizadas pela invocação da memória dos santos”. (Três Princípios.., XVIII 80).

“Uma fé alcança a outra. A fé do vivo pega a fé dos santos, e a fé realiza o milagre. A fé pode remover montanhas. Poderia destruir o mundo, se DEUS a dirigisse”. (Quarenta Questões…, XXVI).

“Não é possível descrever, por antecipação, o tipo de purgatório que tal alma terá que passar; através de sua pequena chama (de amor), ela pode penetrar na vida eterna. O mundo não acreditaria em tal descrição; o mundo é muito esperto, e muito cego para compreender. As pessoas sempre se apegam à letra. Desejo, por DEUS, que ninguém passe por essa experiência; Prefiro ficar quieto e não falar nada sobre o assunto”. (Quarenta Questões…, XVIII).

“A oração dos vivos para os mortos são úteis na medida em que os que oram sejam verdadeiros Cristãos (em seus corações), num estado de regeneração. Se a pobre alma não se tornou inteiramente brutalizada num verme ou animal, mas se ela ainda penetra em DEUS com seu desejo, estando, portanto conectada à Ele pelo fio da regeneração, e se a alma-espírito daqueles que oram, juntamente com a pobre alma volta-se para DEUS em fervoroso amor, então a primeira irá auxiliar a segunda no combate contra os elementos das trevas e romper as correntes do demônio. Isso é especialmente possível na hora”da separação do espírito do corpo, e eminentemente no caso de pais, filhos ou parentes de sangue; pois entre aqueles que estão ligados entre si pelo sangue as tinturas entram mais facilmente na harmonia necessária (co-vibração), e então o espírito fica mais propenso a entrar na batalha, havendo mais facilidade de conquistar do que se apenas estranhos estiverem presentes. Tudo isso é porém inútil, a menos que estas pessoas estejam, elas próprias num estado de regeneração, pois um demônio não pode destruir a outro. Se a alma do moribundo está inteiramente separada daquilo que a liga a Cristo, e se ela não alcança por seus esforços próprios está ligação. as orações dos outros não valem de nada”. (Três Princípios…, XIX 55).

“Sobre isso lamentamos que os ligados à Babel sejam tão cegos, e possuam tão pouco conhecimento de DEUS. Eles lançaram mão da Magia e da filosofia, e aceitaram o Anticristo. Agora, encontram-se desprovidos de compreensão. Possuem uma ciência, mas não o conhecimento real. Eles quebraram o espelho e olham através de óculos”. (Quarenta Questões…, XXI 16).

“A pedra-de-toque do Cristianismo é seu amor para com DEUS e a humanidade”. (A Vida Tríplice…, XIII 42).

“Aprenda a conhecer o guia do mundo interior e também o guia do mundo exterior, é conhecer a escola mágica dos dois mundos. Então nossa mente estará livre da desilusão, pois na desilusão não há perfeição. O espírito deve ser capaz de alcançar o mistério. O Espírito de DEUS deve ser o guia no desejo do homem. Sem isso o homem estará simplesmente no mistério exterior, no céu externo da constelação, que frequentemente incita e guia a alma humana; mas ele não possui a escola de magia divina, que só existe numa mente infantil e simples”. (Epistl. XI 62).

“A vontade de DEUS está aberta a todos os homens, seja qual for o nome que o homem é designado… De que vale crenças e opiniões para aqueles que alcançaram o auto conhecimento? Opiniões não constituem o Espírito de Cristo, que dá a vida, mas o Espírito de Cristo dá testemunho ao nosso espírito, de que somos filhos de DEUS. Ele está em nós, e não precisamos busca-Lo em opiniões”. (A Vida Tríplice…, XI 82).

“Não é preciso ir a lugar algum para encontrar o Espírito Santo; pois, desde o nascer e do brilho do sol, até o seu pôr, o Cristo brilha em todos os lugares e em todos os países, onde quer que o homem e a mulher evitem o pecado e penetrem a vontade de DEUS”. (A Vida Tríplice…, XI 88).

“O Homem-Cristo (aquele que se tornou um Cristo pelo Cristo que se faz homem) é Senhor de todas as coisas, e compreende em Si mesmo a totalidade da existência divina. Não há, portanto outro lugar onde reconhecer a DEUS, exceto na substância de Cristo (em nós), porque Nele reside a substancialidade a plenitude da divindade”. (Questions, I 153).

“Não há luz, nem deste mundo, nem de DEUS, apenas a luz da ignição de seu próprio fogo, sendo ele um terrível inimigo, a carne de sua cólera. O tipo de angústia destas almas diferem segundo à qualidade daquilo que a alma se carrega. Para tal alma não há auxílio; ela não pode penetrar a luz de DEUS; e mesmo que São Pedro tivesse deixado mil chaves sobre a terra, nenhuma delas abriria a porta, pois ela já rompeu o laço que a conectava com a Divindade”. (Veja: Três Princípios…, XIX).

“Está Escrito que é muito difícil um homem rico entrar no reino dos céus. Isso não se refere à posse de bens, mas a uma vida vã e avarenta; pois enquanto o homem engorda, DEUS é esquecido. Ninguém deve imaginar ser abençoado por ser pobre. Se ele é um incrédulo e descrente, está então no reino do demônio, além de sua pobreza. Nem o homem rico deve jogar fora seu dinheiro, nem dá-lo ao gastador, pensando com isso alcançar a benção eterna. O reino de DEUS está na verdade, na justiça, e no amor para com os necessitados. Ele não condena ninguém que use apropriadamente o que tem. Não se deve deixar o cetro e ficar num canto lamentando-se. Isso não passa de hipocrisia. Você pode servir muito melhor a lei da justiça e ao reino de DEUS, mantendo seu cetro, protegendo o fraco e oprimido e trabalhando pelo certo e pelo justo; não segundo sua avareza, mas no amor e temor de DEUS”. (Princípios, XXV 74).

“Se queres seguir o caminho (da luz), é preciso grande sinceridade. Não pode ser só palavras e pretensão, enquanto o coração encontra-se longe; pois deste modo nada conseguirás. É preciso unificar toda sua mente, com todos os seus sentidos e razão, em uma só vontade, se queres ser restaurado e sair de suas abominações. É preciso colocar seu sentido em DEUS, em Sua caridade, com plena confiança e segurança, então irás conseguir. Se o demônio em ti disser: ‘Não pode ser, és um grande pecador’, não se deixe aterrorizar, pois ele é um mentiroso, e o pai da dúvida”.

“Não há mais do que dois reinos movendo-se no homem. Um é o reino de DEUS, onde está o Cristo, desejando-o; o outro é o reino do inferno, onde está o demônio, desejando-o também. A pobre alma terá que batalhar, pois está no meio. Cristo oferece a ela o novo manto, e o demônio as roupas do pecado; sempre que o homem tem um bom pensamento ou desejo por DEUS, desejando entrar em verdadeira sintonia (tornar-se um com o Divino), esse pensamento, com certeza, não vem dele, mas do amor de DEUS, e a nobre virgem o chama para que venha, e para que não desistas de seus esforços. Mas, se neste caminho, o homem se depara com seus grandes pecados, que tentam dete-lo como montanhas, de modo que não encontra paz em seu coração, isso é, com certeza obra do diabo, que o faz pensar que DEUS não quer ouvi-lo. Nestes momentos não deixe que nada te detenha ou te terrifique; pois o demônio é teu inimigo. Está escrito que se os pecados dos homens fossem vermelhos como sangue eles se arrependessem verdadeiramente, os mesmos se tornariam brancos como a neve”. (Princípios, XXIV 34).

“O homem celeste e santo, oculto no homem monstruoso (externo), está tanto no céu quanto DEUS, e o céu está nele, e o coração e a luz de DEUS é gerada e nasce dentro dele. Assim, DEUS está nele e ele está em DEUS. DEUS está mais perto dele do que seu corpo bestial”. 166

“O corpo animal não é seu lugar de origem, próprio dele, onde está em casa; o verdadeiro homem, regenerado e recém-nascido em Cristo, não está neste mundo, mas no paraíso de DEUS; e embora o corpo animal morra, nada acontece ao novo homem, que surge da vontade contrária e da casa do tormento para o seu lugar de origem. Não há necessidade de remoção para qualquer lugar ou distância, pois DEUS encontra-se revelado em nele, por toda parte”. (The Epistles, XXV 13).

“O nada, onde o demônio reside. A dúvida é a negação daquela fé que é DEUS. É o resultado do egoísmo e da cegueira que não permite ao homem reconhecer a possessão do que ele já tem”. (A Vida Tríplice…, XIV 41).

DEUS é a unidade eterna, o imensurável bem único, não tendo nada antes ou depois dele que pudesse dotá-Lo de algo ou movimentá-Lo. Não há Nele qualquer inclinação ou qualidades, não há princípio no tempo, dentro de si apenas a unidade. É a própria pureza, sem nenhum contato; não necessita lugar ou localidade para sua habitação, estando ao mesmo tempo fora e dentro do mundo. Em sua profundidade nenhum pensamento pode penetrar, nem pode sua grandiosidade ser expressa em números, pois é infinito. Tudo o que pode ser contado ou medido é natural ou figurativo, mas a unidade de DEUS não pode ser definida. Ele é tudo, e tem sido reconhecido como bom, e é chamado “bom”, pois é eterna brandura e beneficência com a sensibilidade da natureza e da criatura, o mais doce amor. Pois, a unidade em seu aspecto bom, emana de si mesma, introduzindo-se em vontade e movimento. Ali, a unidade vive e penetra a vontade ou o movimento, os quais experimentam a brandura da unidade. Este é o fundamento do amor na unidade, do qual Moisés diz: ‘O Senhor ou DEUS é um DEUS santo, e não há outro além dele’” (Theosophical Questions I I).

DEUS é o centro do homem, mas ele reside apenas em si mesmo, a menos que o espírito do homem torne-se um espírito com DEUS; neste caso, ele se tornará manifesto na natureza humana, na alma, na mente e no desejo, por onde se tornará perceptível aos sentidos interiores do homem. A vontade envia os sentidos para DEUS, e DEUS grava os sentidos e se torna um ser com eles. Então, os sentidos passam a carregar o poder de DEUS para a vontade, e a vontade os recebe com gratidão, mas com tremor; pois reconhece ser indigna e sabe que vem de uma morada instável. Assim, ela recebe aquele poder ao mergulhar-se diante de DEUS e de seu triunfo surge a doce humildade. Essa é a verdadeira essência de DEUS, e essa essência concebida na vontade é o corpo celestial, e é chamado de fé verdadeira e justa, recebida pela vontade, no poder de DEUS. Ela mergulha na mente e reside no fogo da alma”. (Menschw. X 8).

“Na quinta qualidade a glória e majestade de DEUS manifesta-se como luz de amor. Está escrito que DEUS reside na luz, na qual ninguém pode penetrar. Isso significa que nenhum ser criado nasceu do fogo central do amor, pois este é o mais sagrado fogo, o próprio DEUS em Sua Trindade. Deste fogo santo foi emanado o JAH, um raio da unidade sensível. Este é o precioso nome de Jesus, redimindo a pobre alma do fogo-colérico, e ao tomar a natureza humana, abandona-se ao fogo central de DEUS na alma, na cólera de DEUS dentro da alma; acendendo-a novamente com o fogo-amor, e unindo-a à DEUS”. (Theos. Quest. III 25).

“Eleve tua mente no espírito, veja que toda a natureza, com todos os seus poderes, com sua profundidade, largura e peso, céu e terra, e tudo que ali se encontra e acima dos céus, é o corpo de DEUS, e os poderes das estrelas são as artérias do corpo natural de DEUS neste mundo”.(Aurora, II 16).

“A Natureza não é DEUS, não mais do que o corpo de um homem é o homem. A Natureza é o eco e a imagem da natureza eterna, manifesta pelos poderes do Verbo”. (Tabulae Principioe, li).

“Um princípio (início) nada mais é do que um novo nascimento, uma nova vida. Só há um princípio onde se encontra a vida ou a divindade eterna; esta não se manifestaria se DEUS não tivesse criado em si criaturas como os homens e anjos, que conhecem o laço indissolúvel, e como o nascimento da luz eterna em DEUS ocorre”. (Princípios, V 6).

DEUS não tinha outro material do qual criar algo, senão sua própria essência. Mas DEUS é um espírito, intangível, que não possui nem princípio, nem fim. Sua profundeza e grandeza é tudo. Um espírito nada faz senão que surge, incita-se, movimenta-se e dá à luz a si mesmo. Neste nascimento há especialmente três formas — o amargor, a adstringência e o calor; mas nestas três formas não há uma primeira, segunda ou terceira; mas todas as três são uma só, sendo que uma dá nascimento à outra”. (Princípios, L 3).

“A alma ígnea, pura como o ouro limpo, testada no fogo de DEUS, é o esposo da nobre Sophia, pois ela é a tintura da luz. Se a tintura do fogo é perfeitamente pura, então a Sophia se unirá à ela e Adão receberá novamente a noiva mais nobre, que foi dele afastada durante seu sono; ele a tomará em seus braços. Não se trata de homem ou mulher, mas um ramo na árvore de pérolas que encontra-se no paraíso de DEUS. Mas como a noiva recebe seu noivo na qualidade-ígnea clara e brilhante dele, e como lhe dá um beijo de amor, isso só será compreendido por aqueles que estiveram no casamento do Cordeiro. A todos os outros isso permanecerá um mistério”. (Mysterium Magnum, XXV 14).

“Qual o benefício do corpo (etéreo) se a alma alimenta-se da divindade pura? Pois sabes que a alma e o corpo não são um e a mesma coisa. A alma é espírito, e necessita do alimento espiritual. Ou pensas que podes alimentar o novo homem com o alimento terrestre? Se pensares assim, é porque estais longe do reino de DEUS”. (Princípios, XXIII 6).

“A palavra Sul e é a alma de algo; pois na palavra Súlfur ela é o óleo ou a luz, que nasce da sílaba Phur. É a beleza ou a bondade de algo; seu amor ou o amado. Na criatura é a inteligência e o sentido, é o espírito nascido da sílaba Phur. A palavra ou sílaba Phur é a Prima Matéria, penetrando o terceiro princípio em si mesmo, o Macrocosmo de onde nasce a essência ou o reino (terrestre) elemental; mas, no primeiro princípio é a essência da geração mais interna, de onde DEUS, o Pai, desde a eternidade dá nascimento a Seu Filho. No homem também é a luz que nasce do espírito sideral em outro centro do Microcosmo, mas no Spiraculum é um espírito-alma no centro interior. É a luz de DEUS, que por si só, possui aquela alma que está no amor de DEUS, pois ela é iluminada e soprada pelo Espírito Santo”. (Três Princípios…, II 7).

“Todo o poder do Pai se expressa nas qualidades do Verbo, ou seja, o Filho de DEUS. O mesmo verbo, ou o mesmo som, expressado pelo Pai expressa do Salniter, ou os poderes do Pai, e do Mercurius ou som do Pai. Assim, o Pai expressa o verbo de si mesmo, e o mesmo som é a glória de todos os seus poderes; depois que ele é expresso, não mais está contido nos poderes do Pai, mas soa e toca na totalidade do pai em todos os poderes. Esse poder expressado pelo pai tem tal força que o som do verbo imediatamente e rapidamente penetra por toda profundeza do Pai, e sua força é o Espírito Santo, pois, o verbo pronunciado permanece como uma glória ou um mandamento majestoso diante do rei; mas o som, emanando através do verbo, executa o mandamento do Pai pronunciado por Ele através do Verbo, e aqui ocorre o nascimento da Santíssima Trindade. O mesmo ocorre no homem ou no anjo. O poder na totalidade de seu corpo possui todas as qualidades como em DEUS o Pai”. (Aurora VI 2).

“Assim, cada criatura possui seu próprio centro para sua própria expressão ou o som do verbo formado em si mesmo, tanto nos seres temporais como eternos; tanto no homem racional como no irracional; pois o primeiro Ens foi pronunciado do som de DEUS, pela sabedoria, de seu centro no fogo e luz e foi formado no Fiat, e entrou em “compactação”. O Ens emana do eterno, mas a compactação emana do temporal; portanto, em todas as coisas há algo eterno oculto no tempo”. (Mysterium Magnum, XXII 2).

“Naquela qualidade em que cada palavra na voz humana no ato do pronunciamento se forma e se manifesta, até no amor de DEUS, assim como nos santos Ens, ou na cólera de DEUS; na mesma qualidade ele irá ser tomado novamente, após ter sido pronunciado. A palavra falsa torna-se infectada pelo demônio, e selada pelo (futuro) detrimento, e é recebida no Mysterium da cólera, como na qualidade do mundo de trevas. Cada coisa retorna com seu Ens para aquele lugar de onde teve sua origem”. (Mysterium Magnum, XXII 6).