“Todos aqueles que desejam falar ou ensinar os mistérios divinos devem possuir o Espírito de Deus. O homem deve reconhecer em si a luz divina da verdade, e nessa luz as coisas que ele deseja apresentar como sendo verdade. Ele nunca deve estar sem esse auto conhecimento divino, e nem fazer com que a força de seus argumentos dependa meramente do raciocínio externo ou de interpretações literais da Bíblia”. (Encarnação de CRISTO…, I. I, 3).
“Por que não podemos ver a Deus? Este mundo e o demônio (bem pervertido) na cólera de Deus nos impedem de ver com os olhos de Deus. Não há outro impedimento. Se alguém diz: ‘Não posso ver nada divino’, precisa compreender que a carne e o sangue e as artimanhas do demônio (desejos pervertidos) consistem um obstáculo e impedimento para ele. Se ele pretende penetrar a nova vida, caminhar sob a cruz de CRISTO, é preciso ter certeza de ver o Pai, seu redentor, o CRISTO e também o Espírito Santo”. (Encarnação de CRISTO…, II,7).
“Não há centelha de vida divina naquele que está sem Deus. Não se deve culpar à Deus por isso, mas a própria pessoa. Tais pessoas tem a si mesmas, e por vontade própria, entraram em tal estado, abafando a consciência elevada, enquanto que a jóia preciosa, embora desconhecida deles, continua oculta no centro. Deixe, portanto, que eles saiam novamente da ignorância intencional ou malignidade, por vontade própria, e entrem novamente na vontade de Deus”. (Encarnação de CRISTO…, 3, 5).
“Deus”, segundo Boehme, é “a vontade da sabedoria eterna”. Se fortalecer em Deus é se fortalecer naquela vontade à qual se entrega o sábio. Esta é a verdadeira fé, da qual Boehme diz que: “não se trata apenas de um certo método de pensar, ou a crença em certas ocorrências históricas, mas no recebimento do espírito e poder de CRISTO no ser”. (Cartas, XLVI. 39).
“Essa luz e esse poder de CRISTO surge em Seus filhos dentro da fundação interior e ilumina a totalidade de suas vidas. Dentro dessa fundação encontra-se o reino de Deus no homem” (Communion, V. 18).
“O único e verdadeiro caminho através do qual Deus pode ser percebido em Sua Palavra, Essência e Vontade, é quando o homem alcança um estado de unidade consigo mesmo, e quando — não só em sua imaginação, mas em sua vontade, possa deixar tudo o que é eu pessoal, ou o que pertence ao eu: dinheiro e bens, pai e mãe, irmão e irmã, esposa e filhos, corpo e vida, quando o seu próprio eu se transforma num nada. Ele deve entregar tudo e se tornar mais pobre que um pássaro no ar, que possui um ninho. O homem não deve ter um ninho para o seu coração neste mundo. Não que se deva fugir de casa, abandonar esposa, filhos ou parentes, cometer suicídio, ou jogar fora suas propriedades, a fim de não estar corporalmente presente; deve-se matar e anular a vontade própria, aquela que clama por todas essas coisas como sua possessão. O homem deve entregar tudo isso ao seu Criador, e dizer com todo consentimento de seu coração: ‘Senhor, tudo é seu’! Sou indigno de governar tudo isso, mas como Tu me colocastes ali, devo cumprir meu dever entregando minha vontade a Ti, de forma total e completa. Aja através de mim da forma que quiseres, a fim de que a Sua vontade seja feita em todas as coisas e em tudo que eu seja chamado a fazer para o benefício de meus irmãos, a quem sirvo segundo o teu mandamento. Aquele que penetra neste estado de resignação suprema entra em união divina com CRISTO, a fim de ver ao Próprio Deus. Ele fala com Deus e Deus fala com ele, ele sabe qual é a Palavra”, a. “Essência, e a Vontade de Deus”. (Mysterium, XLI. 54-63).
“A vontade deve buscar ou desejar nada mais do que a misericórdia de Deus no CRISTO; deve entrar continuamente no amor de Deus, e não permitir que nada a afaste deste objetivo. Se a razão externa triunfa e diz: ‘Eu tenho o verdadeiro conhecimento’ então a vontade deve fazer a razão carnal curvar-se à terra, fazendo com que entre num estado mais elevado de humildade, e com que repita sempre para si mesma as palavras: ‘És tola. Tu nada possuis senão a misericórdia de Deus’. Tente penetrar essa misericórdia e tornar-se um nada em si mesmo, e afaste-se de todo o seu próprio conhecimento e desejo egoísta, reconhecendo-os como algo inteiramente impotente. Então a vontade própria natural, irá entrar num estado de abandono, e o Espírito Santo de Deus irá tomar uma forma viva dentro de ti, inflamando a alma com suas chamas de amor divino. Assim, o conhecimento elevado e a ciência do Centro de todo ser irá surgir. O eu humano irá começar a perceber o Espírito de Deus, tremulamente e na alegria da humildade, e será capaz de ver o que está contido no tempo e na eternidade. Tudo está perto de uma alma nesse estado, pois a alma não é mais propriedade sua, mas um instrumento de Deus. Em tal estado de calmaria e humildade a alma deve permanecer, como uma fonte permanece em sua própria origem, ela deve, sem cessar, atrair e beber daquele poço, e nunca mais desejar deixar o caminho de Deus”. (Quietude…, 1, 24).
“O CRISTO diz: O Filho do Homem não faz nada além do que vê o Pai fazendo. Se o Filho do Homem tornou-se o nosso corpo e Seu espírito o nosso próprio espírito, seria possível não conhecermos à Deus? Se vivemos no CRISTO, o Espírito de CRISTO verá através de nós e em nós aquilo que deseja, e aquilo que o CRISTO deseja veremos e conheceremos Nele. O mundo dos anjos é mais simples e mais claramente compreensível para o homem regenerado do que o mundo terrestre. Ele também vê no céu, e observa a Deus e a eternidade”. (Encarnação de CRISTO…, II. 7,3).
“A nossa visão e o nosso conhecimento estão em Deus. Ele revela a todos neste mundo, segundo a Sua vontade, e na medida em que sabe ser útil para ele. Não estamos em possessão de nosso próprio ser. Nada sabemos sobre Deus. O Deus Propriamente dito é o nosso conhecimento e visão. Não somos nada, a fim de que Ele possa ser Tudo em nós. Devemos ser cegos, surdos e mudos, e não saber nada, não tomar conhecimento de vida que seja propriedade nossa, a fim de que Ele possa ser a nossa vida e a nossa alma, e a fim de que nossa obra possa ser a Sua”. (Encarnação de CRISTO…, II. 7,9).
“Eu nunca desejei saber nada sobre os mistérios divinos, nem compreendo como posso busca-los ou encontrá-los. Tudo o que busquei foi o coração de Jesus CRISTO (o centro da verdade), onde devo me ocultar e encontrar a proteção da temível cólera de Deus; peço a Deus sinceramente que me conceda o Seu Espírito Santo e a Misericórdia, que Ele possa me abençoar, conduzir e afastar de mim tudo o que nos separa, a fim de que eu não viva em minha vontade própria, mas na Dele. Engajado nessa busca e nesse desejo sincero, a porta me foi aberta, de modo que em um quarto de hora, vi e aprendi mais do que se estivesse estudado por muitos anos nas universidades.” (Cartas, XII 6,7).
“Não sou um mestre da literatura ou das ciências deste mundo, mas um homem de mente simples. Nunca desejei aprender ciência alguma, mas desde tenra idade busquei a salvação de minha alma, e descobrir como poderia herdar ou possuir o reino do céu. Encontrei em meu interior um poderoso contrarium, ou seja, os desejos pertencentes ao corpo e ao sangue; Ingressei numa árdua batalha contra a minha natureza corrupta, e com o auxílio de Deus, decidi superar a vontade demoníaca que havia herdado, vencê-la e penetrar totalmente no amor de Deus no CRISTO. Daquele momento em diante, resolvi considerar-me como um morto quanto a minha forma herdada, até que o Espírito de Deus tomasse forma em mim, para que Nele e através Dele, pudesse conduzir a minha vida. Isso era praticamente impossível, mas permaneci firme em minha sincera resolução, travando uma dura batalha contra mim mesmo. Enquanto buscava e lutava, com o auxílio de Deus, uma luz maravilhosa surgiu em minha alma. Era uma luz completamente estranha à minha natureza descontrolada; nela reconheci a verdadeira natureza de Deus e do homem, a relação existente entre eles, algo que nunca havia compreendido, e que nunca teria buscado”. (Tilken… 20-26).
“Somos todos um só corpo em CRISTO e todos temos o Espírito de CRISTO ao nosso alcance. Se, portanto, penetrarmos o CRISTO, poderemos ver e conhecer todas as coisas pelo poder de Seu Espírito”. (Quarenta Questões…, XXVI. 5).
“Dentro do não fundamento (que alguns escritores denominam de ‘Não-Ser’ — um termo sem nenhum significado) não há nada senão tranquilidade eterna, um eterno repouso sem começo e sem fim. É verdade que mesmo ali Deus tenha uma vontade, mas essa vontade não pode ser objeto de nossa investigação, já que qualquer tentativa de investigá-la produziria pura confusão em nossa mente. Concebemos essa vontade como constituindo o fundamento da Divindade. Ela não tem origem, mas concebe a si mesma em si mesma”. (Encarnação de CRISTO…, XXI. 1).
“A sabedoria coloca-se diante de Deus como um espelho ou reflexo, onde a Divindade vê seu próprio ser e todas as grandes maravilhas da eternidade, que não tem começo, nem fim, no tempo, cujo princípio e o fim são eternos. A sabedoria é uma revelação da Santíssima Trindade; isso não deve ser compreendido como se ela revelasse a si mesma à Deus, através de seu próprio poder ou escolha, mas o centro divino, o coração e essência de Deus, torna-se revelado nela. Ela é como um espelho da Divindade, e como qualquer outro espelho, simplesmente permanece quieta; ela não produz imagem alguma, mas simplesmente a concebe”. (Encarnação de CRISTO…, I, 1, 12).
“Sobre a eternidade não podemos falar de outra forma senão como de um espírito, pois tudo era espírito no princípio; mas esse espírito também tem se envolvido num ser, desde toda a eternidade”. (Encarnação de CRISTO… I 2).
“No princípio, a vontade é fraca como um nada; depois, ela deseja e aspira a ser algo e a manifestar-se. Esse nada faz com que a vontade entre num estado de desejo; esse desejo é uma imaginação. A vontade observando-se no espelho da sabedoria faz com que sua própria imagem apareça no não fundamento, criando o fundamento em sua própria imaginação”. (Encarnação de CRISTO…, II 1).
“Deus é desde a eternidade Poder e Luz, e é chamado Deus por causa disso, mas não de acordo com o espírito-ígneo. Quanto a esse, não falamos dele como Deus, mas como ‘a cólera de Deus’ e a parte de Seu poder que consome. A luz de Deus também possui a qualidade do fogo, mas em nela a cólera é transformada em amor; ódio e amargor doem numa humilde beneficência e doce desejo ou satisfação”. (Encarnação de CRISTO…, I 5-16).
“Quanto mais o primeiro princípio acumular sua aspereza, a fim de capturar o segundo princípio, maior a ação desse princípio, e mais forte é a fúria e a ruptura. O amargor recusa-se a ser subjugado, mas a vontade (de onde se origina) o aprisiona fortemente, impedindo-o de seguir seu impulso. Ele luta para subir, a vontade para descer, pois a adstringência puxa para dentro, e se torna pesada. Assim, um luta para surgir, no alto, o outro para mergulhar, em baixo, sendo que nenhum dos dois atinge seu objetivo; com isso a natureza eterna torna-se como uma roda giratória”. (Encarnação de CRISTO…, II. 4).
“Observe como toda vida, no mundo externo, atrai para si o seu alimento. Irás reconhecer como a vida origina-se da morte. Não pode haver vida sem que aquilo de onde a vida se expressa, surja em suas formas. Todas as coisas tem que entrar num estado de angústia para reter o raio de luz, e sem isso não haverá ignição”. (Encarnação de CRISTO…, II. 5).
“Nós, Cristãos, dizemos que Deus é ternário, mas um em essência; isso é mal interpretado pelo ignorante ou pelo mal informado, pois Deus não é uma pessoa, exceto em CRISTO. Deus é um poder gerado eternamente e o reino com todos os seres”. (Myst. Magn., VII. 5).
“Como é que Deus movimentou-se para produzir a criação, sendo Ele imutável, não se sabe, e qualquer tentativa de descobrir, só produziria confusão na mente”. (Encarnação de CRISTO…, I.2,5).
“Quando Deus criou os anjos, o príncipe do fogo e da luz se manifestou. Seu espírito ou vida-angústia (consciência) tem sua origem no fogo. Ele foi então passado pela luz, tornando-se ali a angústia do amor, através da qual a cólera foi extinta”. (Encarnação de CRISTO…, I 3-10).
“Os espíritos expulsos ainda se encontravam na qualidade do pai, e, portanto acenderam a qualidade da natureza através da imaginação, de modo que a substância transformou-se em terra e pedras, e o doce espírito da água num céu incandescente. Depois disso ocorreu a criação deste mundo”. (Encarnação de CRISTO…, I. 2-8).
“Quando observo a água exterior, sou forçado a dizer: ‘Aqui, na água de baixo do firmamento, está contida a água de cima do firmamento’. Mas o firmamento é o meio, a ligação (linha divisória) entre tempo e eternidade, de modo que nenhuma das duas é a outra. Aos olhos externos, ou deste mundo, só vejo a água abaixo do firmamento, mas a água acima do firmamento é aquela que Deus instituiu para o batismo da regeneração em CRISTO”. (Mysterium, XII. 26).
“No tempo da criação de uma nova luz, o sol foi despertado nesse mundo tornado corrupto por Lúcifer, o que afastou o esplendor do demônio. Ele foi enclausurado nas trevas como um prisioneiro, entre o reino de Deus e o reino deste mundo; ele não tem mais o que governar nesse mundo, exceto na Turba, onde a cólera e a fúria de Deus estão despertadas”. (Encarnação de CRISTO…, I. 2).
“Adão deveria ser um perfeito símbolo de Deus, criado da Magia eterna, a substância de Deus; ele era para ser algo feito do nada, do espírito — o ideal — para um corpo”. (Encarnação de CRISTO… I.5).
“O corpo de Adão (o corpo etéreo do homem aborígine) foi criado dos quatro elementos da natureza externa, e das estrelas (da essência das estrelas), por meio do Fiat eterno. Desta forma, ele estava em posse da essencialidade terrestre e divina; mas a terrestre estava na divina como que consumida ou impotente (latente). A substância ou a matéria da qual o corpo foi feito ou criado também continha o primeiro princípio em si, mas não estava em movimento”. (Encarnação de CRISTO…, I 3, 15).
“Simultaneamente à introdução de Sua divina imagem, Adão recebeu também a palavra viva de Deus (inteligência espiritual) para fornecer alimento à sua alma”. (Encarnação de CRISTO…, I 3 24).
“Sendo Deus um Senhor de todas as coisas, o homem no poder de Deus deveria ser o senhor deste mundo”. (Encarnação de CRISTO…, I 4, 7).
“Nenhum calor, frio, doença, acidente ou medo algum podia tocá-lo ou terrificá-lo. Seu corpo podia passar pela terra e pedras sem que nada fosse quebrado; pois um homem que fosse subjugado pela natureza terrestre, ou que pudesse ser quebrado em pedaços, não seria eterno”. (Encarnação de CRISTO…, I 2 13).
“Adão foi concebido no amor de Deus e nasceu neste mundo. Tinha posse de uma substancialidade divina e sua alma era de vontade, o primeiro princípio, a qualidade do Pai. Essa vontade deveria ser dirigida, juntamente com sua imaginação, no coração do Pai, ou seja, no Verbo e no Espírito do amor e da pureza. A alma humana reteria então, a substância de Deus no Verbo da Vida”. (Encarnação de CRISTO…, I 10 2).
“Adão também foi criado na qualidade externa, para manifestar em formas e executar em obras aquilo que havia sido percebido na sabedoria eterna”. (Encarnação de CRISTO…, I 4).
“O Homem foi criado no Paraíso, que brotou sobre a terra, e da terra do paraíso foi criado o corpo de Adão, pois ele era um senhor da terra; ele estava destinado a revelar as maravilhas da terra. Se esse não fosse seu propósito, Deus o teria dotado de um corpo angélico; mas nesse caso o ser substancializado com suas qualidades maravilhosas não seria revelado”. (Encarnação de CRISTO…, II 12).
“A Razão (o raciocínio do homem) diz: ‘Por que Deus permitiu que Adão extraísse a árvore da tentação da terra, através de sua imaginação?’ O CRISTO diz: ‘Se você tiver fé do tamanho de uma semente de mostarda, e disser à montanha: mova-se para o mar; assim será feito’. A alma-espírito (alma espiritual) foi produzida da onipotência divina, do centro da natureza eterna, onde todos os seres foram criados. Por que então não seria ela poderosa? Ela era uma centelha de fogo emanada do poder de Deus, mas depois de ter sido reunida num ser criado (individualizada como um organismo) deu passagem a seu próprio desejo egoísta, rompendo-se com o todo, causando corrupção em si mesma. O poder da alma, antes da invasão da vaidade, era tão grande que não podia ser subjugado a nada; o mesmo ocorreria agora, hoje mesmo, se a compreensão não tivesse sido retirada”. (Mysterium, XVII 41).
“Assim Adão tornou-se vítima da magia, e sua magnificência se foi. Sono significa morte e entrega. O reino terrestre o conquistou e o dominou”. (Encarnação de CRISTO…, I 5).
“Adão e Eva ainda tinham uma consciência paradisíaca, mas ela encontrava-se misturada com o desejo terrestre. Eles estavam nus, e tinham órgãos animais para procriação; mas eles não sabiam disso, nem tampouco se envergonhavam, pois o espírito do grande mundo ainda não tinha obtido o governo sobre eles antes de terem provado do fruto terrestre”. (Encarnação de CRISTO… I 6 15).
“Quando Adão e Eva encontravam-se no Paraíso como homem e mulher, ainda em posse de uma essência celeste, ainda que misturada (com materialidade), o demônio não podia suportar, pois sua inveja era grande. Então, depois que Adão foi trazido à queda e privado de sua forma Angélica e viu que Eva era sua esposa, o demônio pensou que eles pudessem gerar filhos no Paraíso e lá permanecerem. Ele se convenceu de seduzi-los a comer do fruto proibido, a fim de que com isso se tornassem terrestres”. (Encarnação de CRISTO…, I 7).
“O terceiro princípio, espírito e tormento deste mundo, estava oculto desde a eternidade na natureza eterna; ele foi revelado pelo espírito de luz-flamejante na sabedoria de Deus e na tintura divina. Então a divindade movimentou-se de acordo com a natureza da mãe produtiva, surgiu então, o grande Mysterium, contendo tudo que está no poder da natureza eterna. Isso, contudo, era apenas um Mysterium e não tinha semelhança a nenhum ser criado. Ali tudo estava junto (misturado), como uma nuvem de poeira”. (Encarnação de CRISTO… I I 10).
“O demônio reside neste mundo, infectando continuamente a natureza externa; mas ele tem seu poder somente na cólera, no desejo amargo”. (Encarnação de CRISTO…, I 2, 4).
“A consciência terrestre corrompeu a celeste, e a primeira tornou-se a Turba da última. Da mesma forma, o Fiat fez a terra e as pedras a partir da essencialidade eterna”. (Encarnação de CRISTO… I 9).
“A alma é per se um fogo-tortura, e contém em si o primeiro princípio, a acidez áspera, que tem por seu objeto o fogo. Se deste nascimento (evolução) for extraída da alma a humildade e o amor de Deus, ou se ela tornar-se fortemente contaminada pela matéria (desejo material grosseiro) ela permanecerá sendo uma dureza severa, consumindo-se e, no entanto, gerando continuamente nova ânsia em sua vontade própria”. (Encarnação de CRISTO…, I 2).
“É desnecessário saber se caso o homem tivesse permanecido em seu estado original, todos os (futuros) indivíduos seriam produtos de um indivíduo, ou se seriam produzidos uns dos outros; mas buscando na profundeza, no centro, penso que um surgiria do outro. No curso do tempo teriam diferido em qualidades; alguns cresceriam e chegariam a ser maiores que outros, como é o caso agora, em que os homens não são iguais, mas uns tem mais gênio e inteligência que outros”. (Encarnação de CRISTO…, I 5,4).
“Na medida em que cada um dos pais possui a essencialidade de Deus conectada em sua alma, a semente não será introduzida na Turba; pois o CRISTO diz: ‘Uma boa árvore não pode produzir maus frutos’.” (Quarenta Questões…, X 5).
“O elemento interno que sustenta todo o corpo deste mundo tornou-se o eterno corpo de CRISTO; pois, a Divindade em sua totalidade, na palavra e coração de Deus, penetrou ali na eternidade; e a mesma Divindade tornou-se um ser criado; mas tal criatura pode estar em todo lugar, como a própria Divindade”. (Princ. XXIII 20).
“Não havia outra salvação para a imagem divina no homem a menos que a divindade se movimentasse de acordo com o segundo princípio, ou seja, de acordo com a luz da vida eterna, e pelo poder do amor reascendendo a substancialidade (da alma) que estava aprisionada na morte”. (Encarnação de CRISTO…, I II 22).
“O nome de Jesus incorporou-se na tintura da alma no Paraíso, quando Adão caiu, e mesmo antes de Adão ser criado; como Pedro menciona em sua primeira carta (I.20), dizendo que nós havíamos sido beneficiados em CRISTO, mesmo antes da fundação do mundo” (Encarnação de CRISTO…. I 8 I).
“O nome Jesus foi incorporado na imagem da eternidade como um futuro CRISTO, a fim de que pudesse se tornar um redentor dos homens, e da morte da cólera pudesse regenera-los em puros seres do poder paradisíaco e divino”. (Cons. Stiefel…, II 74).
“A palavra que Deus pronunciou com relação ao poder que esmagaria a cabeça da serpente, era uma centelha de luz do divino coração de Deus, e ali o Pai, desde a eternidade, viu e elegeu a humanidade. Nesta centelha de luz–amor divino todo o mundo deveria viver, e Adão já se encontrava ali quando ocorreu sua criação, como foi expresso por Paulo (Ep. I 13), dizendo que o homem foi eleito no CRISTO antes que a fundação deste mundo fosse estabelecida”. (Três Princípios…, XVI 107).
“O CRISTO foi perpetuado em todos os homens como uma centelha brilhante da luz divina, de acordo com a qualidade da imagem verdadeira e como uma potencialidade (ou semente do ser imortal), mas, é claro que não na carne externa do mundo terrestre, mas dentro do segundo princípio”. (Cons. Stiefel…, II 318).
“CRISTO permaneceu em Adão e Eva como um mistério divino, e não tomou substância divina em neles. Ele permaneceu sem movimento até chegar o tempo (de Sua manifestação); só então Ele movimentou-se na semente da mulher”. (Cons. Stiefel…, 448).
“Com Sete, a linha do pacto foi perpetuada; nela o CRISTO viria a se manifestar com relação a árvore da humanidade”. (Mysterium, XXIX 26).
“Isaac não foi feito inteiramente de essência celeste, mas de ambas, ou seja, da essência Adâmica de Abraão e da palavra concebida da fé, ou a substância do CRISTO; mas Ismael tinha apenas a natureza própria de Adão, de acordo com a qualidade corrupta, e não da palavra concebida da fé, que estava atuando com força superior sobre Isaac”. (Mysterium, XL 13).
“De Esaú segue-se Jacó como a imagem do CRISTO, concebido na essência da fé e assegurando-se no calcanhar de Esaú. A imagem Adâmica criada por Deus havia primeiro que nascer e viver eternamente, mas não em seu estado animal e grosseiro de existência. Com a expressão ‘Jacó apegando-se ao calcanhar de Esaú’, está simbolizado que o outro Adão, ou seja, o CRISTO, deveria nascer depois do primeiro Adão, e alcança-lo por trás, atraindo-o de volta da direção de sua vontade própria para a primeira matriz, onde a natureza originou-se, a fim de que renascesse”. (Mysterium, LII 37).
“Os gentis não eram daquela semente de Abraão com a qual Deus fez um pacto; mas o primeiro pacto, a palavra pronunciada na misericórdia, era como uma fundação neles. Portanto, diz Paulo (Rom. IX 24), que Deus não havia chamado e eleito meramente os Judeus em seu pacto, mas também os gentis no pacto de CRISTO, e que Ele chamou de “Meu Povo” e Meus “Bem-amados” aqueles que não O conheciam, e que, não O conhecendo, não eram seu povo num sentido externo. A proposição da graça, que havia se incorporado através do pronunciamento no Paraíso, após a queda, estava contida neles, e por causa disso Deus os chamou de bem amados. Somente os filhos da cólera podem ser exceção, porque neles a incorporação do nome de Jesus não ocorre, somente a incorporação da cólera. Essa, no entanto, nunca estende-se sobre a totalidade das raças, mas meramente sobre aqueles indivíduos entre elas que são como a praga entre o milho”. (Grace, X 24).
“Antes da encarnação de CRISTO a humanidade redimia-se através da palavra incorporada em nome de Jesus. Aqueles que direcionavam sua vontade em Deus e para Deus receberam a palavra da promessa, porque a alma foi aceita. Assim, toda a lei relacionada ao sacrifício nada mais é do que um antítipo da humanidade de CRISTO. Aquilo que o CRISTO fez como homem, quando através de seu amor reconciliou a cólera divina, foi feito (simbolicamente) através do sangue dos animais. A palavra da promessa estava no pacto, e no meio tempo Deus concebeu uma figura (símbolo), e pelo poder do pacto fez com que fosse reconciliado simbolicamente, pois o nome de Jesus estava no pacto, e através da imaginação reconciliou a fúria e a cólera da natureza do Pai”. (Encarnação de CRISTO…, I 7 12).
“Havia uma qualidade animal, a alma animal, originária dos planetas, anexada à mente do homem, em consequência da qual sua vontade e oração não eram puras diante de Deus, portanto o fogo-cólera de Deus consumiu esta vaidade animal dos homens através do sacrifício; mas a concebida imagem da graça seguiu com a oração para o fogo santo. Assim, os filhos de Israel foram reconciliados com Deus e libertados de seus pecados de forma espiritual, e com relação a futuros, porque o CRISTO estava por vir, tomar o estado humano e penetrar em Deus como um sacrifício para o Seu fogo-cólera, transformando a cólera em amor”. (Baptism, II 25).
“Deus desejou cheirar (durante o sacrifício) nada além do que a vontade do homem, ou seja, a vida humana, a qual, antes do tempo deste mundo encontrava-se dentro da palavra de Deus — não ainda como um ser criado, mas como um poder, soprado na imagem criada. Isso é o que foi “cheirado” por Deus através do sacrifício e na essência de CRISTO ou a graça, comunicada ao homem e foi o que reajustou a vontade por meio da graça no fogo resultante da combinação do fogo-vida humano e do fogo-amor divino, constituindo assim um verdadeiro sacrifício do pecado e da restituição, porque o pecado foi sacrificado ao fogo da cólera divina, para que ali fosse consumido”. (Communion, I 32).
“A alma, ou seja, a boca da fé dentro da alma, provou a doce e divina graça na hora do sacrifício, não como uma substância, mas no poder (espiritualidade) e no conhecimento antecipado de realizações futuras, quando aqueles poderes se tornariam manifestos na carne. Assim, o corpo comeu do pão e da carne abençoados, onde encontrava-se o poder da graça, ou seja, a imaginação do pacto. Desta forma, os “Judeus” comeram da carne de CRISTO e beberam Seu sangue, simbolicamente, pois o poder ainda não havia se tornado carne e sangue; mas eles desfrutaram da palavra da graça que mais tarde tornou-se humano”. (Communion, I 34).
“O CRISTO é maior do que todos os anjos do céu, porque Ele possui um corpo humano celestial; Ele possui também a noiva celestial eterna, a virgem da divina sabedoria, e, finalmente, a Santíssima Trindade em Sua possessão. Em verdade, podemos afirmar que Ele é uma individualidade na Santíssima Trindade no céu, um verdadeiro homem no céu, e um eterno rei neste mundo, um senhor do céu e da terra”. (Three Princíples, XXII 86).
“Alguns afirmaram que a virgem Maria não era um ser terrestre, nem filha de Joaquim e Ana, porque o CRISTO é denominado a semente da mulher, portanto, teria que ter nascido de uma completa virgem celeste. Se assim o fosse, de nada serviria para nós pobres filhos de Eva, já que somos terrestres e carregamos nossas almas em tabernáculos terrestres”. (Encarnação de CRISTO…, I.8 I).
“Dizem que Maria era uma virgem eterna da Santíssima Trindade, e que dela nasceu o CRISTO; pois, segundo Seu próprio testemunho, Ele não veio da carne e do sangue, mas do céu. É verdadeiro o que nosso Senhor disse, que veio de Deus e a Deus retornaria, e que ninguém iria para o céu exceto o Filho do Homem, vindo do céu e estando no céu; mas assim dizendo, falava, evidentemente, de Seu aspecto humano, e não meramente de Sua divindade; pois o Deus eterno não poderia ter sido Filho do Homem, nem um filho do homem poderia surgir da Trindade; foi possível redimir o homem através de uma alma alheia, trazida do céu, onde se satisfez a necessidade da penetração e crucificação de Deus em nossa forma (humana)”. (Três Princípios…, XXII, 6I).
“Não é verdade, como dizem alguns, que o CRISTO tenha tomado uma alma para Si do Verbo na eterna virgem Maria, de modo que CRISTO viria de Deus e a alma em Sua natureza humana tivesse um princípio”. (Mysterium, LVI 19).
“O CRISTO não é só uma semente que veio do céu, sem possuir nenhuma outra qualidade recebida do homem exceto uma cobertura humana (corpo). Se Ele não possuísse uma natureza humana, não seria o Filho do Homem, nem seria meu irmão”. (Tilk I. 245).
“A alma de CRISTO é uma criatura como a nossa própria alma, e Ele a recebeu da humanidade e no corpo de Maria. Portanto, nos regozijamos eternamente de que a alma de CRISTO seja nossa irmã e de que o corpo de CRISTO seja nosso corpo no homem regenerado”. (Three Princípios, XXIII 30).
“O que me ajudaria se CRISTO houvesse trazido com Ele uma alma estranha? Nada! Mas regozijo-me de que Ele tenha introduzido minha alma no santíssimo Ternário. Posso dizer, verdadeiramente: ‘A alma de CRISTO é minha irmã, e o corpo de CRISTO o alimento de minha alma’”(Três Princípios…, XXII 78).
“O CRISTO disse aos Judeus: ‘Eu sou de cima, mas vocês são de baixo; Eu não pertenço a este mundo, mas vocês pertencem a este mundo’. Se Ele houvesse se humano num tabernáculo terrestre, e não numa virgem casta, celestial e pura, tal como Maria se tornou em consequência de ter sido abençoada, Ele seria deste mundo”. (Encarnação de CRISTO…. I 9, 20).
“Tudo o que nasce da carne e do sangue deste mundo é impuro, e uma virgem pura não pode nascer nesta carne e sangue corruptos; mas o CRISTO foi recebido e nasceu sem pecado, de uma virgem pura”. (Three Princípios, XXII 36).
“Maria, em quem o CRISTO tornou-se homem, foi verdadeiramente a filha de Joaquim e Ana, segundo a carne externa, gerada a partir de suas semente; mas quanto a vontade, era a filha do pacto da promessa, o objeto do pacto, onde o mesmo se realizou”. (Encarnação de CRISTO…, I 8 2).
“O Verbo da promessa, que era para os judeus uma espécie de antítipo, ou como uma imagem no espelho, onde o pai colérico imaginou e onde extinguiu Sua cólera, começou a se movimentar essencialmente, como se não tivesse se movimentado desde a eternidade; pois, quando o anjo Gabriel trouxe a Maria a mensagem de que teria um filho, e quando ela expressou seu desejo dizendo: ‘Que seja feita a tua vontade’, o centro da Santíssima Trindade movimentou-se; isso quer dizer que, a virgindade eterna perdida por Adão, se abriu nela, no Verbo da vida. O fogo do amor divino no ser de Maria, na essência virginal corrompida em Adão, fora novamente restaurado”. (Encarnação de CRISTO…, I 8, 3. 4).
“O verdadeiro ser da humanidade, que havia morrido e desaparecido (tornou-se latente) em Adão, despertou-se novamente para a vida em Maria; ela tornou-se altamente exaltada, como o homem antes da queda. Nada disso ocorreu por seu próprio poder, mas pelo poder de Deus. Se o centro de Deus não houvesse se movimentado dentro dela, ela não teria sido diferente de todas as outras filhas de Eva”. (Encarnação de CRISTO…, I 8. 5).
“A primeira coisa que uma criança (no ventre) recebe é a tintura de sua mãe. O mesmo aconteceu com o CRISTO. Quando o anjo anunciou à Maria a futura encarnação de CRISTO, foi a vontade da mãe, e a tintura que receberam o Limbus de Deus que a impregnou e passou a lhe pertencer. Se, então, a alma da criança está na Santíssima Trindade, não pensam vocês que sua luz gloriosa ilumina maravilhosamente a mãe, e que esta mãe coloca, corretamente, seus pés sobre a Lua, ao ser exaltada acima de tudo o que é de natureza terrestre? Ela deu à luz o Redentor do mundo sem nenhum contato carnal, e dela originou-se o corpo que atraiu todos os membros, ou seja, os filhos de Deus em CRISTO, os filhos da Luz”. (Três Princípios…, XVIII 93-98).
“A virgem Maria alcançou uma grande perfeição, como a estrela da manhã, que é mais gloriosa que as outras estrelas. Ela alcançou a perfeição e a beleza através de seu Filho, Jesus CRISTO”. (Três Princípios…, XVIII 88).
“A virgem Maria não se tornou deidificada. O próprio CRISTO diz: ‘Ninguém vai para o céu exceto o Filho do Homem, que veio do céu e está no céu’. Todos os outros devem alcançar o céu através dele. O CRISTO é o seu céu, e o Pai é o céu de CRISTO”. (Três Princípios…, XVIII 89).
“A virgem continha o CRISTO, assim como uma mãe contém seu filho. Ela lhe deu as essências naturais, assim como havia herdado de seus pais; O CRISTO recebeu as essências de sua carne e de seu sangue no elemento, e tornou-se ali uma alma viva”. (Três Princípios…, XVIII 90).
“A vida de CRISTO não começou a se movimentar imediatamente, no momento da concepção, nem de qualquer forma sobrenatural, isso ocorreu no momento natural apropriado, da mesma forma que os filhos de Adão. Em nove meses cresceu para ser um ser humano completo, e nasceu como todos os outros filhos de Adão. Ele poderia ter nascido magicamente, mas se isso tivesse ocorrido ele não estaria neste mundo de forma natural”. (Encarnação de CRISTO…, I 10).
“CRISTO em Maria aceitou os três princípios, mas em ordem divina, e não misturados, como foi o caso de Adão, quem, através da imaginação, introduziu o reino externo no reino interno, na alma-fogo, em consequência do que a luz foi extinta. Ele (CRISTO) tinha em Si a alma-essência, ou o primeiro princípio, a substância da imagem do segundo princípio, e finalmente a forma externa, ou seja, o terceiro princípio”. (Tilk I 336).
“O CRISTO tomou de Maria a semente interior, enfraquecida em Adão, e à ela foi anexada a semente externa da carne, mas elas não se misturaram, nem estavam separadas; mas eram, uma para a outra, como Deus, que habita na terra, ainda que o mundo não seja Deus”. (Cons. Stiefel…, II 204).
“O CRISTO não produziu através de seu corpo externo pecado ou desonra. Não, isso não pode ser; mas Ele tomou para Si, como um peso, o pecado que herdamos de Adão, e o qual Ele carregaria como se fosse Adão, ainda que não fosse Adão”. (Cons. Stiefel…, II 499).
“Deus revelou-se na semente externa (princípio) de Maria, pois o CRISTO não se diferenciou, enquanto esteve sobre a terra, de outros seres humanos, em forma, substância ou aparência externa. Naquela semente externa Ele não tomou a divindade; Sua forma externa era mortal, e através disso ele anulou a morte”. (Cons. Stiefel…, II 203).
“O CRISTO atraiu verdadeiramente para Si as essências humanas enquanto no corpo da virgem Maria, e desta forma tornou-se nosso irmão. Mas as essências humanas não podem apreender Sua divindade eterna; só o novo homem, nascido em Deus, é disso capaz, assim como o corpo apreende a alma”. (Três Princípios…, XXII 48).
“Enquanto o CRISTO viveu sobre a terra Sua forma externa era limitada como nossos próprios corpos, mas o homem interno era imensurável”. (Três Princípios…, XXIV 88).
“Todo o mundo angélico é a substancialidade do CRISTO segundo Sua essencialidade celeste, ‘criada’ segundo a personalidade da humanidade, mas fora disso Ele é incriado e eterno”. (Cartas, XII 56).
“A Razão diz: ‘O corpo de CRISTO está em um lugar; como poderia estar em todo lugar? Trata-se de uma criatura, e uma criatura não pode estar em todo lugar ao mesmo tempo’. Ouça, cara Razão: ‘Quando o verbo de Deus tornou-se um ser humano, no corpo de Maria, não estava ele, ao mesmo tempo, acima das estrelas? Enquanto estava em Nazaré, não estava também em Jerusalém e em todo lugar? Ou pensas que Deus, enquanto Se fez homem, tenha ficado confinado à sua forma humana?’ Isso constitui uma impossibilidade e assim, enquanto Deus se tornou homem, Sua humanidade encontrava-se em todo lugar em que Sua divindade existisse”. (Três Princípios…, XXIII 8).
“O CRISTO não se tornou homem apenas no corpo (terrestre) da virgem Maria, como se Sua divindade ou essencialidade divina tivesse sido capturada, aprisionada ou permanecida ali. Assim como um pouco de Deus, que é a plenitude de todas as coisas, reside em apenas um lugar, pequeno foi o movimento de Deus, em uma pequena porção (a do Verbo); pois Ele não é diferenciado, mas em todo lugar é um e o todo, e onde quer que se torne manifesto ali é Ele manifestado como um todo. Nem Deus é mensurável, nem há lugar em que habite, a menos que Ele estabeleça para Si mesmo tal morada em uma de Suas criaturas; mas, mesmo assim Ele permanece um todo à parte e além de todo ser criado”. (Encarnação de CRISTO…. I 8).
“Podemos comparar o sol à CRISTO em Seu aspecto de ser criado, e toda a profundidade do espaço pode ser comparada ao Pai. Se observarmos então, que o sol brilha na total profundidade do espaço, enviando seu calor e poder a todo lugar, não podemos dizer então, que na profundidade o poder e a luz do sol estejam fora do corpo do sol; pois se a luz e a substância do sol não estivessem em toda parte, o espaço não receberia o poder da luz do sol. Dois poderes ou princípios de uma natureza similar são necessários para serem receptivos um ao outro. A profundeza (do espaço) contém sua luz de forma oculta (latente). Pela vontade de Deus, toda a profundidade seria sol”. (Menschwerdu, I 8).
“Como o sol brilha por todo o mundo externo, fazendo com que todas as coisas se tornem mais poderosas e férteis, sem deixarem de ser distintos entre si (em seus centros corporais), do mesmo modo, o CRISTO, como um Sol manifestado, brilha de Iahweh ou Jesus (da profundeza de), na humanidade criada de CRISTO. Iahweh é o Sol divino e eterno, e dentro deste Sol encontra-se oculto de todas as criaturas o grande Amor-Sol de CRISTO, como um coração no centro da Santíssima Trindade; mas pelo movimento da Divindade Ele se revelou como um Sol santo do amor divino”. (Cons. Stiefel…, II 422)
“O CRISTO veio para curar o dano que Adão sofreu quando morreu para o reino celeste; para despertar o homem interior, desaparecido em Adão; para regenerá-lo em Seu poder; para esmagar, para sempre, a cabeça da serpente, cheia de ira e falsidade, (ou seja), para matar a vontade terrestre (egoísta)”. (Cons. Stiefel…, II 168).
“Os piedosos se revestiram em CRISTO antes de Sua encarnação, no pacto da promessa, não em substância, mas meramente em poder; não na carne, mas meramente no espírito”. (Cons. Stiefel…, II 442).
“Como nos afastamos da liberdade do mundo angélico e adentramos a tortura escura, o poder e o verbo da luz tornou-se homem, e nos conduziu para fora das trevas, através da morte no fogo para a liberdade da vida divina, na essencialidade divina. O CRISTO tinha que morrer e penetrar a essencialidade divina através do inferno e através da cólera da natureza eterna, para abrir um caminho para a nossa alma através da morte e através da cólera, onde devemos entrar com Ele pela morte, na vida divina”. (Encarnação de CRISTO…, I 3, 7).
“Quando os dois reinos, a cólera de Deus e o amor de Deus estavam lutando um contra o outro, o CRISTO surgiu como herói. Desejando render-Se à cólera (ao sofrimento causado pelos princípios baixos despertados para a consciência em consequência do pecado), Ele a extinguiu com Seu amor. Ele veio de Deus para este mundo e tomou nossa alma para Si, a fim de poder nos tirar do estado terrestre para Si próprio e nos conduzir à Deus. Ele nos regenerou em Si próprio, para que fossemos capazes de viver novamente em Deus, e para que pudéssemos colocar nossa vontade Nele. Com Ele fomos conduzidos ao Pai, à nossa primeira morada, ou seja, ao Paraíso, o qual Adão havia deixado”. (Encarnação de CRISTO…, I II 6).
“O Verbo tomou nossa própria carne e sangue na essencialidade divina, e quebrou o poder que nos mantinha aprisionado na cólera da morte e fúria. Ele quebrou aquele poder na Cruz, ou seja, no centro da natureza (a quarta forma natural, cujo símbolo é a Cruz), e inflamou novamente em nossa alma (que havia se tornado trevas) um fogo-luz branco e ardente”. (Encarnação de CRISTO…, II 6 9 ).
“Adão deveria tomar posse do trono real de Lúcifer, pois este havia se voltado contra Deus. Daí resulta a grande inveja e rancor do demônio contra a humanidade. Dai origina-se também a tentação de CRISTO no deserto, porque o CRISTO deveria tomar posse do trono que o demônio exigia, para quebrar seu poder, e se tornar o juiz que o rejeitaria eternamente”. (Grace, VI 13).
“Quando o CRISTO resistiu à tentação, no lugar de Adão, o recém introduzido Ens celestial quebrou a espada na morte do corpo externo de CRISTO; através da santa substância Ele trouxe o corpo externo, tomado da semente de Maria, para o estado santo, pela espada da cólera Neste mesmo poder o corpo externo surgiu da morte, conquistando tanto a morte como a espada ígnea”. (Mysterium, XXIV 24).
“Depois que a alma de CRISTO recebeu o pão celeste, era preciso observar se ela se manifestaria no poder do fogo da vaidade, ou, se plena de humildade, se manteria unicamente no coração e na vontade de Deus, entregando Sua alma e se tornando um anjo da humildade. Nota-se aqui, a astúcia do demônio, pois ele toma as Escrituras e diz: ‘Os anjos irão conduzi-lo sobre suas mãos’. Esta passagem tem sido mal aplicada, pois não se refere ao corpo físico, mas à alma. Isso ele quis introduzir no orgulho, para que se confiasse em ‘ser carregado pelos anjos’; mas o Redentor disse: ‘Também está escrito: Tu não tentarás o Senhor teu Deus’. Desta forma, ele venceu o orgulho do demônio para penetrar a humildade e o amor de Seu Pai celestial”. (Três Princípios…, XXII 108).
“Após o demônio ter falhado por duas vezes, ele se aproximou com a última e poderosa tentação (dizendo) que lhe daria todo o mundo se ajoelhasse e o adorasse. Adão já havia estado ansioso pela possessão deste mundo; ele desejou torná-lo seu; mas ao proceder desta forma, Adão afastou-se de Deus e foi capturado pelo espírito deste mundo. Agora, o segundo Adão havia que se submeter à essa tentação do primeiro Adão. Havia que ser testado se a alma permaneceria com o homem novo, santo e celestial, vivendo na graça de Deus ou no espírito deste mundo. Mas a alma de CRISTO disse ao demônio: “Afasta-te de mim, Satã! Pois está escrito: ‘Deves adorar ao Senhor teu Deus, e Servir à Ele unicamente!’. Assim, o valente guerreiro conquistou, e o demônio teve que partir; tudo o que é terrestre foi superado pelo CRISTO. Agora o Senhor está acima da lua, e tem todo o poder no céu e no inferno; Ele é Mestre da vida e da morte. Ele deu início ao Seu reino sacerdotal com sinais e milagres. Ele transformou a água em vinho, tornou são o doente, fez com que o cego enxergasse, e o coxo andasse e até despertou o morto para a vida. Ele se sentou na cadeira de Davi e passou a ser o verdadeiro sacerdote na ordem de Melquisedeck”. (Três Princípios…, XXII 3).
“Na carne externa do Redentor encontrava-se a parte demoníaca, aquela que surgiu em Adão ao morrer para Deus. Ora, esse produto tinha que ser novamente recebido no amor de Deus, como Isaias afirmou sobre o CRISTO: ‘Ele tomou todos os nossos pecados para Si’. O Adão amaldiçoado ficou pendurado na Cruz, como uma maldição, mas o CRISTO o redimiu pela dor do sofrimento inocente e pelo derramamento de Seu sangue. O corpo de Adão morreu na Cruz e CRISTO, nascido de Jesus e da semente santificada da mulher, o tingiu (abençoou) com Seu precioso sangue de amor”. (Cons. Stiefel…, II 494).
“CRISTO, o homem interior, tomou nossos pecados para Si, e deixou o corpo, no qual havia derramado a maldição de Deus, pendurando na Cruz como uma maldição de Deus. Assim Ele morreu, e em Sua morte espalhou Seu sangue, o sangue do homem santo, na essência do homem externo, onde reside a morte. Mas quando seu sangue santo penetrou a morte (com a essência externa), então a morte se tornou terrificada diante da vida santa, e a cólera, terrificada diante do amor, e caiu em seu próprio veneno, como que morta ou aniquilada”. (Cons. Stiefel…, II 205).
“Quando o Verbo pronunciado de Deus na qualidade humana aprisionou-se no Redentor, a essencialidade que havia morrido em Adão, mas que se tornou novamente viva em CRISTO, clamou juntamente com a alma: ‘Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonastes?’ Isso significa que a cólera de Deus havia penetrado, através da qualidade da alma, a imagem da essencialidade divina, e que havia absorvido a imagem de Deus, porque era essa a imagem da serpente na alma ígnea, a cabeça da cólera de Deus, para transformar seu poder ígneo na vida-sol eterna. Como uma vela se extingue ao queimar-se, e assim como desta morte surge a luz e o poder, da mortificação e da morte de CRISTO havia que surgir o sol divino e eterno na qualidade humana. Assim, havia que morrer, neste caso, não só o egoísmo da qualidade humana, ou seja, a vontade-própria da alma com relação à (seu desejo pela) vida no poder do fogo, e se perder na imagem do amor; mas, essa mesma imagem do amor havia que penetrar a cólera da morte, a fim de que tudo mergulhasse na morte e através da morte e da humildade perfeita, e na vontade e misericórdia de Deus, surgisse novamente na substancialidade paradisíaca, a fim de que o espírito de Deus pudesse ser tudo em tudo”. (Assinatura…, XI 87).
“A humanidade de CRISTO se entregou como sacrifício à cólera do Pai, penetrando inteiramente em Seu fogo-essência; o amor-espírito de Deus venceu a essência colérica do fogo, de modo que esta não pode consumir a humanidade (a qualidade humana). Ele simplesmente retirou da humanidade sua vontade-própria, trazendo-a novamente para a vontade universal primordial, de onde a vontade foi originalmente concedida ao homem. A vontade humana veio novamente ao encontro da vontade do Pai, como se estivesse em sua primeira raiz (fonte ou origem)”. (Mysterium, XXXIX 24).
“A crença de que o CRISTO teve uma morte natural em Sua qualidade humana não deve ser compreendida como se Sua alma criada houvesse morrido, e menos ainda que Ele houvesse perecido em Seu aspecto de ser divino, ou com relação à Sua essencialidade celeste e tintura celeste. Ele morreu unicamente com relação à Sua egoidade, ou seja, com relação à vontade e regime do mundo externo que governava no homem. Ele morreu com relação à vontade própria e aos poderes próprios da egoidade criada. Ele entregou tudo isso inteiramente nas mãos do Pai, o fim da natureza, o grande mistério do Pai; mas não para que isso fosse a morte, mas para que o Espírito de Deus estivesse ali, com toda a sua vida, e o poder divino existisse na personalidade de CRISTO”. (Assinatura…, XII I).
“Quando o CRISTO morreu, Ele não jogou fora o corpo que havia estado em Sua possessão sobre a terra, nem o deixou ser consumido pelos quatro elementos, mantendo (ou tomando) um corpo totalmente estranho (para a forma terrestre); Ele simplesmente repousou o sofrimento (a consciência exterior) deste mundo, e Se revestiu da imortalidade, a fim de que Seu corpo pudesse viver no poder divino, e não no espírito deste mundo”. (Três Princípios…, XXV 53).
“De fato, o CRISTO assumiu a substância terrestre, mas em Sua morte, ou seja, como Ele superou a morte, o ser divino fez com que o estado terrestre desaparecesse tirando dele a sua supremacia. Não que o CRISTO tenha colocado algo de lado (o que Ele não fez), mas aquele ser externo fora conquistado, e por assim dizer, consumido”. (Encarnação de CRISTO… I 8 II).
“A verdadeira essencialidade em CRISTO não afastou a consciência terrestre, mas a penetrou como senhor e conquistador. A verdadeira vida deveria ser a primeira a ser conduzida à morte e à cólera de Deus. Isso ocorreu na Cruz, ocasião em que a morte foi destruída e a cólera aprisionada e extinta pelo amor, consequentemente conquistada”. (Encarnação de CRISTO…, IX 16).
“Quando o CRISTO derramou Seu sangue celestial, o desejo ígneo aceso na humanidade transformou-se em desejo-amor, e da angústia da morte nasceu a alegria e a força do poder divino”. (Assinatura…, XI 5).
“Quando o Filho de Deus derramou Seu sangue santo em CRISTO, o veneno da cólera na carne, alma e espírito de Adão, que tomou para Si, foi santificado e transformado em amor. Assim, a inimizade cessou e Deus tornou-se Emanuel; ou seja, homem com Deus e Deus com o homem. Então a carne de Adão foi tingida e preparada para a ressurreição”. (Cons. Stiefel… II 209).
“É errôneo supor que a alma de CRISTO havia deixado o corpo e descendido ao inferno, e que ali, havia, no poder divino, atacado os demônios, atando-os com correntes, destruindo com isso o inferno. É melhor compreender que no momento em que o CRISTO prostou o reino deste mundo, Sua alma penetrou a morte e a cólera de Deus, e com isso a cólera foi reconciliada no amor. Os demônios e todas as almas descrentes na cólera foram aprisionadas em si mesmas, e a morte foi rompida; mas a vida floresceu através da morte”. (Três Princípios…, XXV 76).
“A morte estava lutando com o homem externo (com a vida do), pensando que agora, a alma deveria permanecer na Turba; mas havia um forte poder na alma, ou seja, o Verbo de Deus. Esse verbo capturou a morte e a destruiu, extinguindo a cólera. Trava-se de um grande veneno para o inferno quando a luz o penetrou, e o Espírito de CRISTO aprisionou o demônio, conduzindo-o da alma-fogo para as trevas, trancando-o ali, na dureza colérica e no amargor”. (Quarenta Questões…, XXXVII 13 — 15).
“A alma de CRISTO veio com a luz de Deus para a cólera, e os demônios tremeram; pois a luz aprisionou a cólera, e Sua alma tornou-se um paraíso, enquanto que a cólera permaneceu no inferno. A luz encerrou o princípio do inferno, de modo que nenhum demônio tem a permissão de aparecer na luz. Mas isso ele também não vê, e a luz é seu terror e sua vergonha”. (Tree Princípios, XXV79).
“Os santos, que colocaram sua fé no Messias, receberam então o elemento puro para um novo corpo, de acordo com a promessa. Pois, como o herói prometido penetrou a morte através da vida, suas almas se revestiram do corpo de CRISTO, como num novo corpo, e viveram Nele através de Seu poder. Eram eles os santos patriarcas e profetas, que neste mundo foram ungidos no poder do Verbo de Deus, esmagando a cabeça da serpente e quem, pelo poder do Verbo havia profetizado e realizado milagres. Eles tornaram-se vivos no poder de CRISTO”. (Três Princípios…, XXIV 52).
“Os patriarcas judeus não conheceram o CRISTO na carne, mas apenas em seu protótipo, e se revestiram unicamente do poder que possuíam, procedente do primeiro pacto incorporado e verbo; mas agora se revestiram em Sua substância, pois todos aqueles que colocaram sua fé Nele e se revestiram do pacto no espírito, nestes o pacto fora preenchido com substância celestial. Portanto, muitos se elevaram com Ele após a sua ressurreição, e se fizeram visto em Jerusalém, para testemunharem de que foram elevados em CRISTO”. (Grace, X 45)
“Como as prisões do mundo de trevas deveriam ser destruídas na morte de CRISTO, a terra tremeu e o sol se tornou negro, simbolizando que, como a luz eterna havia renascido, a luz temporal havia que deixar de existir”. (Grace, VII 8).
“Quando a terra recebeu o sangue de CRISTO, tremeu e chacoalhou, pois a cólera de Deus fora conquistada, e nela penetrou o sangue vivo, procedente do céu e da substancialidade de Deus”. (Encarnação de CRISTO…, I 10).
“A cólera do pai havia que consumir a vida de CRISTO, na morte; mas quando a cólera engoliu a vida na morte, a vida santa do mais profundo amor de Deus movimentou-se na morte e na cólera, engolindo a cólera. Então a terra começou a tremer, as pedras rolaram e as tumbas dos santos foram abertas”. (Mysterium, XXVIII 123).
“O corpo no qual o CRISTO surgiu dos mortos não podia ser detido por pedras ou lápides. Ele passa por todas as coisas sem nada quebrar; ele se apodera deste mundo, mas este mundo não pode apreendê-lo. Nada o pode fazer sofrer, pois nele encontra-se toda a plenitude da Divindade”. (Três Princípios…, XXV 87).
“Não havia necessidade de remover uma pedra para liberar o corpo do Senhor da tumba. Isso ocorreu unicamente para mostrar aos judeus a tolice de imaginarem poder brecar Deus, e também para os discípulos de pouca fé, para que pudessem ver que CRISTO havia verdadeiramente se elevado”. (Três Princípios…, XXV 85).
“Embora o CRISTO nem sempre caminhava visivelmente entre os discípulos, Ele frequentemente se mostrava visível, tangível e substancialmente a eles, na forma do corpo que havia ocupado sobre a terra, e o qual o novo corpo havia absorvido, tendo o poder de representar novamente”. (Três Princípios…, XXIV 97).
“O fundamento mais interno no homem é CRISTO; mas não de acordo com a natureza humana do homem, mas segundo a natureza de CRISTO, a qualidade divina em Sua essência celestial, a qual Ele regenerou. O segundo fundamento é a alma, ou seja, a natureza eterna, onde o Crksto (a luz) se revelou; e o terceiro fundamento é o homem exterior, proveniente do limus da terra com as estrelas e os quatro elementos. No primeiro fundamento está a vida ativa do amor divino; no segundo fundamento está a vida-fogo natural da alma criada, onde Deus é chamado de Deus ígneo; e no terceiro, está a criação de todas as qualidades nas quais Adão permaneceu na temperatura, e que foi objetificada na queda”. (Grace, IV 37).
“’CRISTO significa um penetrador; o ato de afastar o poder da cólera; a iluminação das trevas pela luz; a transmutação (na alma do homem), pela qual a satisfação do amor rege sobre o brilho do fogo em seu aspecto colérico; a superioridade da luz sobre as trevas”. (Assinatura…, VII 32).
“É evidente, e não necessita de mais provas o fato de que somos todos feitos de carne e sangue, e que somos mortais. No entanto, nos é ensinado que somos templos do Espírito Santo, que habita em nós. Também nos é ensinado que o CRISTO deve tomar forma em nós, e que Ele nos dará a Sua carne como alimento e o Seu sangue como bebida. Ele diz que aquele que não come da carne do Filho do Homem não terá a vida eterna. Portanto, devemos refletir seriamente que tipo de homem há dentro de nós mesmo, similar a Deus e capaz de tornar-se divino”. (Regeneração, I).
“Pois, aquilo que é feito de carne mortal irá retornar a terra. Nela reside a vaidade deste mundo. A carne deseja o que não é de Deus, e não pode ser considerado um Templo do Espírito Santo. Muito menos pode ocorrer ali uma regeneração espiritual da carne terrestre, porque ela morre e se dissolve, e é morada dos pecados. Mas o verdadeiro Cristão nasce de CRISTO, e aquele que é regenerado é um templo do Espírito Santo que habita em nós”. (Regeneração, I).
“Para se produzir um verdadeiro Cristão, não basta satisfazer-se com uma crença meramente histórica e científica, no Filho de Deus, que um dia viveu sobre a terra. Não seremos recompensado por uma espécie de Deus externo, que nos atribuirá retidão, por conta de nossa confissão em tal crença; mas, o reconhecimento da verdade divina deve nascer e ser recebida dentro de nós de forma pueril. A carne está condenada à morte, e temos que nos tornar como uma criança que nada sabe, mas que se apega (instintivamente) a mãe que lhe deu à luz. Da mesma forma, a vontade do Cristão deve morrer para a sua vontade própria e auto afirmação, tornar-se como uma criança em CRISTO. Então, se a vontade e o desejo da alma é dirigido unicamente à sua fonte, irá surgir do espírito de CRISTO uma nova vontade e obediência na justiça divina, a partir da morte da vontade-própria; não mais será uma vontade pecadora”. (Regeneração, I).
“Deus habita no mundo e preenche todas as coisas; no entanto, Ele nada possui. A luz habita nas trevas, mas não a possui; o dia habita na noite e a noite habita no dia, o tempo na eternidade e a eternidade no tempo; o mesmo ocorre com o homem. Ele próprio é o tempo, e vive com ele segundo seu aspecto externo; é desta mesma forma que o mundo externo existe no tempo; mas o homem interior é eternidade, mundo e tempo espiritual, tal como é criado na luz, de acordo com o amor de Deus, e nas trevas de acordo com Sua cólera. Seu espírito vive naquele princípio que nele está manifestado, seja nas trevas, seja na luz. Cada um deles habita em si mesmo; nenhum deles possui o outro; mas, se um penetra o outro e deseja possuí-lo, este o outro irá perder sua supremacia e poder. Se a luz se manifesta nas trevas, então as trevas deixam de ser trevas; e se as trevas surgem na luz, então a luz e seu poder serão extintos. As trevas eternas da alma constituem o reino do inferno; a luz eterna na alma é seu céu. O homem, portanto, é criado e vive nos três mundos. Um é o mundo das trevas eternas que surge do centro da natureza — natureza eterna — onde nasce o fogo como o tormento eterno; o outro mundo, é o da luz eterna, onde reside a alegria e o Espírito de Deus. É neste mundo de luz que o espírito de CRISTO assume substancialidade humana. O terceiro mundo onde vive o homem, e do qual foi gerado, é o mundo visível externo, com seus quatro elementos, e as estrelas visíveis”. (Regeneração, I).
“A regeneração espiritual, não depende de aprendizado ou conhecimento científico; é preciso haver uma intensa e poderosa sinceridade, uma grande fome e sede pelo Espírito de CRISTO. A ciência pura não é fé; a fé é uma intensa fome e sede por aquilo que desejo, de modo que se forma numa imagem dentro de mim, e pela avidez de minha imaginação torna-se minha propriedade. Essa fome e desejo moldam a substância de CRISTO, sendo ele a substância celestial, na imagem enfraquecida, onde a palavra do poder de Deus é a vida ativa”.
“Enquanto o CRISTO se alimenta da fé e da oração de nossa alma, a fé humana, juntamente com a oração e o louvor a Deus, torna-se corporal na palavra do poder; esse novo ser passa a ser um com a substância da corporeidade celestial de CRISTO, o corpo eterno de CRISTO”. (Mysterium, LXX).
“A pobre alma aprisionada, encerrada nas trevas da morte, é um fogo mágico faminto, que atrai da encarnação de CRISTO, a substancialidade reaberta de Deus, e deste engolir ou nutrição, produz um corpo similar ao da Divindade. Assim, a pobre alma será revestida com um corpo de luz, comparável ao fogo de um pavio”. (Cartas, XI 21).
“Se uma pessoa está na ansiedade do inimigo, e a picada da morte e da raiva move-se dentro dele, tornando-o avarento, invejoso, raivoso e irritável, não se deve permanecer na essência maligna; é preciso parar, considerar e atrair (da fonte eterna) uma outra vontade, ou seja, a vontade de sair da malícia e penetrar na liberdade de Deus, onde há perpétuo repouso e paz. Se sua angústia provar da liberdade, então a tortura da angústia ficará terrificada, e neste terror de morte, será destruída; pois esse terror serve de grande satisfação e consiste num assassinar a vida de Deus. Por esse intermédio, o ramo de pérolas aparece, e o homem permanece numa alegria trêmula, mas também em grande perigo, pois a morte e a tortura da angústia são sua raiz; do mesmo modo, a angústia na natureza externa possui a qualidade que sai do demônio, ou seja, da angústia nasce grande vida. Da natureza, por exemplo, um belo ramo verde cresce, tendo, é claro, uma constituição, um odor e um estado diferente (de vida) daquele que o produziu” (Encarnação de CRISTO…, XI 8).
“A pobre alma está tão cega que nem mesmo reconhece as pesadas correntes às quais está atada. Todo o mundo está cheio de armadilhas arrumadas pelo demônio, com o propósito de capturá-la. Se o homem exterior tivesse seus olhos (espirituais) abertos, ficaria aterrorizado. Tudo o que o homem vê ou toca, ali há uma armadilha do demônio, e se o Verbo do Senhor, tendo se tornado humano, não estivesse ocupando o meio, o demônio capturaria e devoraria todas as almas”. (Encarnação de CRISTO…, XI 6).
“Enquanto o homem terrestre viver a alma estará em contínuo perigo, pois o demônio tem uma inimizade com ela, lançando seus raios com uma falsa imaginação no espírito das estrelas e dos elementos; ele alcança, assim o fogo-alma, e deseja envenená-la com um desejo terrestre e demoníaco. A nobre imagem deve, neste caso, (na consciência interna do homem) levantar-se em defesa; muita luta pela coroa dos anjos se faz necessária, e sempre surge ali, dentro do velho Adão, dúvidas e descrenças”. (Encarnação de CRISTO…, XI. 6).
“Que ninguém pense que a árvore da fé Cristã possa ser vista ou conhecida no reino deste mundo. O homem externo não a reconhece, e mesmo que o Espírito Santo se manifestasse no espelho exterior, a vida externa tornar-se-ia satisfeita e tremeria de prazer, e pensaria ter recebido o convidado esperado; ela então acreditaria, ainda que não ocorra ali uma duração perfeita; o Espírito de Deus não permanece constantemente na mente terrestre. Ele quer ter um vaso limpo, e sempre que retorna a seu princípio — sendo este a verdadeira imagem — o ser externo torna-se duvidoso e cheio de medos”. (Encarnação de CRISTO…, CXI 8).
“Há dois tipos de vontade a serem distinguidas na constituição do homem. Uma surge com o lírio e cresce no reino de Deus; a outra afunda nas trevas da morte e desejos pela terra, sendo ela sua mãe. Essa irá lutar contra o lírio, constantemente, e o lírio voa para longe de sua aspereza. Um broto cresce da terra, e assim a substância da qual é formada voa da terra e é atraída para a luz do sol até se tornar uma planta ou uma árvore. Então o Sol divino atrai o lírio humano, ou seja, o novo homem em seu poder, fora da substância do demônio, até que ele finalmente se torne uma árvore no reino de Deus. Ele deixa a árvore má ou a casca cair na terra, sua mãe que tanto busca, para deixar crescer a nova árvore”. (Encarnação de CRISTO…, XI 8).
“Na pedra bruta pode-se encontrar o ouro precioso em crescimento, e a aspereza da pedra auxilia o seu crescimento, embora a aspereza não seja como o ouro. Do mesmo modo, o corpo terrestre deve auxiliar na geração do CRISTO em si, mesmo que aquele corpo não seja o CRISTO, e nunca será o CRISTO na eternidade”. (Grace, VIII 94).
“Somos de natureza terrestre, mas também possuímos uma existência celeste dentro da terrestre. Durante nossa vida temporal, uma se mistura à outra, mas não atuam uma na outra; cada uma é meramente a habitação da outra, assim como no caso do ouro na pedra. A pedra não é o ouro, simplesmente seu veículo. A aspereza da pedra não é o que produz o ouro, o que é feito através da tintura do sol atuando ali”. (Encarnação de CRISTO…, I 14).
“Estamos sempre expostos às tentações, mas podemos ser vitoriosos em CRISTO, o conquistador, pois Sua alma é nossa alma e Sua carne é nossa carne, provando que nele confiamos e a Ele nos entregamos inteiramente, assim como o CRISTO rendeu-Se totalmente a Seu Pai”. (Quarenta Questões…, I 10).
“Devemos morrer continuamente em CRISTO e continuamente matar o homem do pecado dentro de nós, a fim de que o novo homem possa viver; mas não podemos destruir completamente o primeiro; podemos meramente mantê-lo aprisionado, derramando sobre sua essência ígnea água da humildade de Deus”. (Cons. Stiefel…, I 63).
“Mesmo que o CRISTO nasça em nós, não podemos dizer: ‘Eu sou o CRISTO’, pois o homem externo não é o CRISTO. Honestamente só podemos dizer: ‘Estou em CRISTO, e CRISTO tornou-Se humano em mim’”. (Cons. Stiefel…, I 54).
“Nossa vida deve ser um arrependimento constante, pois é também uma contínua corrente de pecado. Na verdade, o nobre ramo de lírios, recém nascido em CRISTO, não peca; no entanto, o homem terrestre peca em corpo e alma, e busca destruir a nobre flor”. (Cons. Stiefel…, XI 537).
“Ninguém deve querer conhecer seu estado de santidade enquanto viver neste mundo, mas continuar extraindo a seiva de CRISTO de sua própria árvore, permitindo que ela dê os ramos ou brotos que escolher”. (Cons. Stiefel…, CXI 345).
“Um Cristão sincero, nada quer saber sobre sua própria santidade; ele só vê suas imperfeições, nas quais o demônio batalha contra ele. Suas imperfeições estão sempre diante de si, mas sua santidade ele não conhece enquanto viver nesta terra. Essa santidade encontra-se oculta pelo CRISTO, aos pés de Sua Cruz, a fim de que o demônio não a perceba”. (A Vida Tríplice…, XV).
“Sempre que Deus conduz seus filhos para a turbulência e a angústia, eles ali estão para produzirem um novo ramo na árvore da fé. Sempre que o Espírito de Deus aparece apresenta um novo crescimento, do qual a nobre imagem é extremamente satisfeita”. (Encarnação de CRISTO…, CXI 8).
“Não me alegro por viver em meu próprio senso do eu, mas porque no meu eu estou na morte de CRISTO e estou morrendo perpetuamente, e desejo morrer inteiramente com relação ao meu egoísmo, e viver inteiramente em Deus, a fim de nada ser, senão um instrumento de Deus, e não querer saber mais nada sobre meu eu (separado)”. (Cons. Stiefel…, XI 527).
“Por teu próprio poder não há como manter a tranquilidade, que nenhuma criatura pode alcançar. Deves te entregar completamente à vida de nosso Senhor Jesus CRISTO, oferecendo a Ele toda tua vontade própria e desejo, a fim de que não desejes nada fora Dele. Estarás então neste mundo e em suas qualidades, no que concerne ao teu corpo. Com tua vontade estarás nos pés da Cruz de CRISTO, e com tua vontade irás caminhar no céu, no ponto de onde surgem todas as criaturas, e para onde todas retornarão”. (Vida Suprasensual…, IX).
“A alma propriamente dita não é nada corporal; mas o corpo na tintura cresce tanto celestial como infernal. Não é um corpo tangível, num aspecto externo, mas um corpo de poder; o corpo de Deus; o corpo celeste de CRISTO”. (Quarenta Questões…, VII 18).
“Observe o que você é. Pó da terra; um corpo. Tua vida está sujeita às estrelas e aos elementos. São eles que te governam segundo suas qualidades, dotando-o de talentos e ciências; mas quando o tempo e constelação sob os quais foi concebido e nascifo chega ao fim, então eles irão te abandonar”. (Encarnação de CRISTO…, XI 6).
“Se durante sua vida terrestre, não iluminastes tua alma e o espírito eterno dado a ti pelo bem supremo, na luz de Deus, a fim de que o espírito renasça naquela luz, na substancialidade divina, então a alma no Mysterium irá retornar ao centro da natureza, e penetrar na qualidade da angustia das quatro formas inferiores da natureza eterna. Ali ela estará na companhia de todos os demônios, e será obrigada a devorar aquilo que movimentou”. (Encarnação de CRISTO…, XI 6).
“A alma é como uma pessoa que sonha estar em grande angústia e tortura, buscando alguma coisa que a alivie, sem poder encontrar. Ela então se desespera, e não encontrando saída rende-se ao seu condutor (ao impulso interior que a conduz), para que este faça com ela o que quiser. Assim, a alma abandonada cai no poder do demônio, onde não pode, e nem lhe é permitido seguir suas inclinações; mas o que quer que o demônio faça, ela também é compelida a fazer. É desta forma que ela se torna um inimigo de Deus, e facilmente ergue-se ali o orgulho e o fogo sobre o trono principesco dos anjos. Na terra e em seu corpo físico ela se fazia de tola; agora, ela continua sendo tola e traquina, e seja qual for a bobagem que cometeu na vida, é o que agora passará a representar. A própria tolice é seu tesouro, e isso é, como diz o CRISTO, seu coração e sua vontade”. (A Vida Tríplice…, XVIII 10).
“Aquelas almas sinceras que operaram as maravilhas de Deus em Sua vontade aos pés da Cruz, tendo recebido o corpo de Deus, ou seja, do CRISTO, e que caminharam ali em justiça e verdade, todos os seus feitos também o seguirão, em sua forte vontade e desejo, e experimentam um enorme prazer no amor e misericórdia de Deus, pelos quais estão continuamente rodeados. As maravilhas de Deus são seu alimento; elas vivem na glória, poder, força e majestade além de qualquer descrição”. (A Vida Tríplice…, XVIII 12).
“Aquele que ajuda o degradado abençoa a si próprio, pois ele deseja tudo de bom, e ora à Deus para abençoá-lo em corpo e alma. Assim seu desejo e benção retornam a quem doou no Mysterium, ele é por elas rodeado e seguido, como uma boa obra nascida em Deus. Esse é o tesouro que o homem leva com ele; seus tesouros terrestres ele terá que deixar para trás”. (Encarnação de CRISTO…, CXI 4).
“O homem é seguido por todas as suas obras, ele as tem eternamente diante de seus olhos e vive ali, a não ser que da malícia e falsidade nasça novamente pelo sangue de Jesus CRISTO. Se isso ocorrer, ele rompe a imagem terrestre e infernal para penetrar uma imagem Angélica, vindo para um novo reino, ao qual suas imperfeições não podem acompanhá-lo, e assim a imagem de Deus será restaurada, a partir da forma infernal e terrestre”. (Três Princípios…, XVI 47).
“Aquelas almas felizes que repousam no seio de Abraão, no CRISTO, ou seja, na essencialidade celeste (Devachan) — não podem ser perturbadas por ninguém, a menos que queiram, caso estejam favoravelmente inclinadas a uma alma particular em harmonia consigo mesma. Elas não se incomodam com assuntos terrestres, a menos que seja pela glória de Deus. Neste caso serão infatigáveis em revelar coisas de forma mágica”. (Quarenta Questões…, XXVI 22).
“Voz perguntais por coisas sobre as quais não posso saber, para isso eu mesmo deveria estar entre as almas que partiram, e o espírito da alma deveria estar comigo; mas, como todos nós temos um corpo e um espírito em CRISTO, portanto, todos nós devemos ver no CRISTO em um espírito e desfrutar Seu conhecimento. Assim, nossa alma estará relacionando-se com as almas dos mortos. Elas não podem vir até nós, mas nós podemos penetrá-las”. (Quarenta Questões…, XXV I).
“O CRISTO diz: ‘Onde estiver o seu tesouro, ai está seu coração’. Almas infortunadas reaparecem em suas comunidades e pedem auxílio através da oração, e fantasiam que desta forma poderão ser aliviadas. Fatos como este deram início à doutrina do purgatório”. (A Vida Tríplice…, XII 24).
“Sabemos que a comunidade de CRISTO tem grande poder de redimir uma alma, por fazerem seu trabalho sinceramente, como se fazia entre os primeiros Cristãos, quando ainda eram pessoas santas e sacerdotes santos em existência. Eles, com certeza, tinham sucesso, mas não aqueles que afirmam possuir as chaves e que poderiam libertar as almas do purgatório, segundo a sua vontade e segundo a quantidade de dinheiro que recebem por isso. Para tais pessoas, seria melhor que nunca recebessem dinheiro algum, para que não se apegassem à ele com seu Desejo”. (Quarenta Questões…, XXIV 12).
“A oração dos vivos para os mortos são úteis na medida em que os que oram sejam verdadeiros Cristãos (em seus corações), num estado de regeneração. Se a pobre alma não se tornou inteiramente brutalizada num verme ou animal, mas se ela ainda penetra em Deus com seu desejo, estando, portanto conectada à Ele pelo fio da regeneração, e se a alma-espírito daqueles que oram, juntamente com a pobre alma volta-se para Deus em fervoroso amor, então a primeira irá auxiliar a segunda no combate contra os elementos das trevas e romper as correntes do demônio. Isso é especialmente possível na hora”da separação do espírito do corpo, e eminentemente no caso de pais, filhos ou parentes de sangue; pois entre aqueles que estão ligados entre si pelo sangue as tinturas entram mais facilmente na harmonia necessária (co-vibração), e então o espírito fica mais propenso a entrar na batalha, havendo mais facilidade de conquistar do que se apenas estranhos estiverem presentes. Tudo isso é porém inútil, a menos que estas pessoas estejam, elas próprias num estado de regeneração, pois um demônio não pode destruir a outro. Se a alma do moribundo está inteiramente separada daquilo que a liga a CRISTO, e se ela não alcança por seus esforços próprios está ligação. as orações dos outros não valem de nada”. (Três Princípios…, XIX 55).
“A vontade de Deus está aberta a todos os homens, seja qual for o nome que o homem é designado… De que vale crenças e opiniões para aqueles que alcançaram o auto conhecimento? Opiniões não constituem o Espírito de CRISTO, que dá a vida, mas o Espírito de CRISTO dá testemunho ao nosso espírito, de que somos filhos de Deus. Ele está em nós, e não precisamos busca-Lo em opiniões”. (A Vida Tríplice…, XI 82).
“Não é preciso ir a lugar algum para encontrar o Espírito Santo; pois, desde o nascer e do brilho do sol, até o seu pôr, o CRISTO brilha em todos os lugares e em todos os países, onde quer que o homem e a mulher evitem o pecado e penetrem a vontade de Deus”. (A Vida Tríplice…, XI 88).
“CRISTO” significa o Caminho e a Verdade; significa VIDA ETERNA para a humanidade e para cada indivíduo. Ninguém deve jamais pensar em procura a fonte de sua própria vida em outro lugar exceto em sua própria alma interior, pois a vida universal o aguarda somente se estiver ativo em si mesmo.
“O Homem-Cristo (aquele que se tornou um CRISTO pelo CRISTO que se faz homem) é Senhor de todas as coisas, e compreende em Si mesmo a totalidade da existência divina. Não há, portanto outro lugar onde reconhecer a Deus, exceto na substância de CRISTO (em nós), porque Nele reside a substancialidade a plenitude da divindade”. (Questions, I 153).
“Não há mais do que dois reinos movendo-se no homem. Um é o reino de Deus, onde está o CRISTO, desejando-o; o outro é o reino do inferno, onde está o demônio, desejando-o também. A pobre alma terá que batalhar, pois está no meio. CRISTO oferece a ela o novo manto, e o demônio as roupas do pecado; sempre que o homem tem um bom pensamento ou desejo por Deus, desejando entrar em verdadeira sintonia (tornar-se um com o Divino), esse pensamento, com certeza, não vem dele, mas do amor de Deus, e a nobre virgem o chama para que venha, e para que não desistas de seus esforços. Mas, se neste caminho, o homem se depara com seus grandes pecados, que tentam dete-lo como montanhas, de modo que não encontra paz em seu coração, isso é, com certeza obra do diabo, que o faz pensar que Deus não quer ouvi-lo. Nestes momentos não deixe que nada te detenha ou te terrifique; pois o demônio é teu inimigo. Está escrito que se os pecados dos homens fossem vermelhos como sangue eles se arrependessem verdadeiramente, os mesmos se tornariam brancos como a neve”. (Princípios, XXIV 34).
“O mundo externo ou a vida externa não é um vale de sofrimento para aqueles que o aproveitam, mas apenas para aqueles que conhecem uma vida superior. O animal desfruta da vida animal; o intelectual desfruta do reino intelectual; mas aquele que penetrou a regeneração reconhece sua existência terrestre como um peso e uma prisão. Com esse reconhecimento, toma para si a Cruz de CRISTO”. (Epistles. Ii 34).
“O corpo animal não é seu lugar de origem, próprio dele, onde está em casa; o verdadeiro homem, regenerado e recém-nascido em CRISTO, não está neste mundo, mas no paraíso de Deus; e embora o corpo animal morra, nada acontece ao novo homem, que surge da vontade contrária e da casa do tormento para o seu lugar de origem. Não há necessidade de remoção para qualquer lugar ou distância, pois Deus encontra-se revelado em nele, por toda parte”. (The Epistles, XXV 13).
“O CRISTO é aquele que se regenerou da qualidade humana; a mãe da regeneração, o ungido”. (Veja, Stief. 19).
“Se te dizes um Cristão, por que então não acreditas nas palavras de CRISTO, quando diz: ‘Eu estarei contigo até o final do mundo’; diz ainda que Ele nos dará seu corpo por alimento e Seu sangue como bebida. Tu perguntas: ‘O CRISTO foi para o céu, como poderia estar neste mundo?’ Talvez concordes com o fato de que Ele esteja presente conosco em Seu espírito Santo. Mas o que seria do homem recém-nascido em ti, se fosse alimentado unicamente pelo espírito, sendo esse unicamente alimento para a alma? Cada vida alimenta-se de sua própria mãe. A alma é espírito, como do alimento espiritual; o homem recém-nascido prova do elemento puro, e o homem externo daquilo que provém dos quatro elementos”.