ENOS

ENOS

Fílon: De Abrahamo Éditions du Cerf, les oeuvres de Philon d’Alexandrie n. 20, publiées sous le Patronage de l’Université de Lyon; Paris; 1966; 139 p.; sem ISBN; introduction, traduction et notes para Jean Gorez, edition bilingue (grec-français)

Contribuição e tradução anotada de Antonio Carneiro das pp. 25, 27 e 20.

“Première Triade”

Enosch, a Esperança

(7) E então, assim que o ponto é a esperança, e que este, como uma via de passagem, a alma virtuosa o transpassa e o abre, no su zelo de atingir a perfeição no sentido verdadeiro da palavra, aquele que primeiro amou a esperança foi chamado por Moisés "Homem" gratificado assim por um favor de escolha ao nome que é comum à toda raça. (8) Os Caldeus chamam o homem de Enosch com a ideia que o homem é em verdade o único que espera a felicidade e se baseia na esperança beneficente. Por aí verifica-se que Moisés considera aquele que desespera não como um homem mas como uma besta à figura humana, desprovida do que tem de mais próprio à uma alma de homem, a esperança. (9) Em seguida também, querendo altamente celebrar aquele que espera, diz de início que este colocou sua esperança no pai e criador do universo, e diz ainda mais sobre isso: “Eis o livro da gênese dos homens”, então que os pais e avós tinham já sido criados. Mas pensava que uns eram os fundadores da raça abastardada, e que este, Enosch, era da raça mais pura ainda, decantada, aquela que está bem, na realidade, razoável. (10) Pois assim como Homero e portanto existem milhares de poetas é dito o Poeta por excelência, que com o qual escrevemos e portanto todo o que não é branco é negro é dito o Negro, que em Atenas o epónimo, o primeiro dos noves arcontes, a partir de quem as datas são calculadas, é dito o Arconte, da mesma maneira Moisés nomeou o Homem por excelência aquele que espera, e não teve preocupação com a multidão dos outros, como se não fossem dignos de receber o mesmo título. (11) Teve razão, certamente, de dizer também o Livro da gênese do homem no verdadeiro sentido da palavra. Não faltou de propósito, porque aquele que espera é digno de ser inscrito e chamado, não sobre os pequenos pedaços de papiros que serão destruídos pelos vermes, mas na natureza imortal na qual as boas ações se acham como registradas por escrito.

(12) Se, de outro modo, faz-se um recenseamento após o primeiro homem nascido na terra, encontrar-se-á que aquele que se chama Enos entre os Caldeus, e homem em língua grega, é o quarto (13) Ora, entre os números, o quatro foi honrado por todos os filósofos que se ligaram às realidades incorpóreas e inteligíveis, e sobretudo por Moisés o perfeito sábio, que, glorificando o número quatro diz que é “santo e digno de louvor” (Lev 19, 24) Por quais motivos foi assim nomeado, está dito no tratado precedente. (14) Santo e digno de louvor é aquele que espera, como, ao inverso, criminoso e condenável é aquele que desespera e, em todas as coisas, faz do medo seu mau conselheiro. Diz-se, com efeito que nenhuma coisa se opõe à uma outra como a esperança ao medo, e o medo à esperança. E seguramente tem-se razão. Todos os dois são espera, mas uma de felicidade e outra de infelicidade; as naturezas não podem se conciliar nem de ir de par.

(15) É suficiente ter dito isto da esperança, que a natureza estabeleceu como um guardião das portas das virtudes reais que estão no interior do palácio; e não se pode aceder perto destas, sem ser de início diligenciados próximo dele. (16) Múltiplos esforços dos legisladores, múltiplos daqueles das leis, em todos os lugares, para acumular de esperança beneficente nas almas dos homens livres. Mas aquele que sem exortação longe de ter recebido a ordem é alcançado à esperança, aquela foi formada à esta virtude por uma lei não escrita e entretanto espontaneamente apreendida, que a natureza estabeleceu.