PAIXÃO — PRENÚNCIOS (Mt 17,22-23; Mt 16,21-23; Mt 20,17-19; Mc 8,31-33; Mc 8,31-33; Mc 10,32-34; Lc 9,22; Lc 18,31-34; Lc 24,6-7)
EVANGELHO DE JESUS: Mt 17,22-23; Mt 16,21-23; Mt 20,17-19; Mc 8,31-33; Mc 9,30-32; Mc 10,32-34; Lc 9,22; Lc 18,31-34; Lc 24,6-7
Segundo Joachim Jeremias (Teologia do Novo Testamento), os evangelhos sinóticos narram repetidas vezes que Jesus teria anunciado aos discípulos, expressis verbi, a sua paixão e ressurreição. Isto, sem levar em conta, primeiramente que o próprio andamento de sua atividade, seja interior ao homem enquanto Filho do homem, seja exterior enquanto Rabi, só poderia levá-lo à morte. Sem levar em conta também, que não apenas estes anúncios expressis verbi constituem apenas um excerto de uma grande quantidade de ditos que têm por objeto um sofrimento futuro de Jesus. De modo que o curso do ministério de Jesus, assim como sua ideia de história da salvação, falam contra a concepção de que ele não fez nenhum anúncio da sua paixão. O seja, os anúncios expressis verbi não seriam inclusões aos evangelhos, praticadas pelos escribas ex eventu.
Dois aspectos devem se levados em conta na meditação sobre os anúncios: primeiro, a necessidade de que o grão morra para que haja o nascimento no Reino de Deus, próximo dentro de nós, mas somente alcançado quando o Filho do homem se reconhece Filho de Deus, morre em sua humanidade e tem sua ressurreição em sua divindade, finalmente alcançando a semelhança de Deus, por já deter a imagem de Deus. Este passo decisivo, é anunciado, no sentido de afirmado por Jesus, mas incompreendido por seus discípulos.
Segundo Roberto Pla, a expressão « ao terceiro dia »:
Grande é sem dúvida, o significado da expressão « ao terceiro dia » porque nela se anuncia a Paixão, isto é, a morte psíquica e as vezes também terrena, não sem padecimento, e o ressurgir posterior que esperam a todo homem. Como paradigma para toda a geração humana, não duvidou Jesus em anunciar três vezes a entrega, morte e ressurreição do Filho do homem que ele consentiu docemente.
É importante observar que não só anunciou Jesus sua própria consumação ao terceiro dia, senão a de toda a geração humana. Jesus anunciou o único sinal que aos homens será dado: o do profeta Jonas, para que ninguém o perguntasse mais qual era o sinal, posto que disse: « Porque da mesma maneira que Jonas esteve no ventre do cetáceo (no mundo) três dias e três noites, assim também o Filho do homem estará no seio da terra (cativo em nós, em nossa consciência terrena), três dias e três noites ».
Em verdade, tal como disse o autor das Lamentações, no que respeita ao terceiro dia: « Este é o dia que esperamos. Já o alcançamos, já o vemos! » (Lm 2,16)
Roberto Pla: Evangelho de Tomé – Logion 79; LOGION 113
Grande é sem dúvida, o significado da expressão “ao terceiro dia” porque nela se anuncia a Paixão, isto é, a morte psíquica e às vezes também terrena, não sem padecimento, e o ressurgir posterior que esperam todos homens. Como paradigma para todo a geração humana, não duvidou Jesus em anunciar por três vezes a entrega, morte e ressurreição do Filho do Homem que ele consentiu docemente.
*Primeiro anúncio:
**Desde então começou Jesus Cristo a mostrar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse a Jerusalém, que padecesse muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes, e dos escribas, que fosse morto, e que ao terceiro dia ressuscitasse. (Mt 16:21)
**Começou então a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem padecesse muitas coisas, que fosse rejeitado pelos anciãos e principais sacerdotes e pelos escribas, que fosse morto, e que depois de três dias ressurgisse. (Mc 8:31)
**e disse-lhes: É necessário que o Filho do homem padeça muitas coisas, que seja rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e escribas, que seja morto, e que ao terceiro dia ressuscite. (Lc 9:22)
*Segundo anúncio:
**Ora, achando-se eles na Galileia, disse-lhes Jesus: O Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens; e matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressurgirá. E eles se entristeceram grandemente. (Mt 17:22-23)
**Depois, tendo partido dali, passavam pela Galileia, e ele não queria que ninguém o soubesse; porque ensinava a seus discípulos, e lhes dizia: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens, que o matarão; e morto ele, depois de três dias ressurgirá. Mas eles não entendiam esta palavra, e temiam interrogá-lo. (Mc 9:30-32)
**E todos se maravilhavam da majestade de Deus. E admirando-se todos de tudo o que Jesus fazia, disse ele a seus discípulos: Ponde vós estas palavras em vossos ouvidos; pois o Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens. Eles, porém, não entendiam essa palavra, cujo sentido lhes era encoberto para que não o compreendessem; e temiam interrogá-lo a esse respeito. (Lc 9:43-45)
*Terceiro anúncio:
**Estando Jesus para subir a Jerusalém, chamou à parte os doze e no caminho lhes disse: Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas, e eles o condenarão à morte, e o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem; e ao terceiro dia ressuscitará. (Mt 20:17-19)
**Ora, estavam a caminho, subindo para Jerusalém; e Jesus ia adiante deles, e eles se maravilhavam e o seguiam atemorizados. De novo tomou consigo os doze e começou a contar-lhes as coisas que lhe haviam de sobrevir, dizendo: Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas; e eles o condenarão à morte, e o entregarão aos gentios; e hão de escarnecê-lo e cuspir nele, e açoitá-lo, e matá-lo; e depois de três dias ressurgirá. (Mc 10:32-34)
**Tomando Jesus consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém e se cumprirá no filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito; pois será entregue aos gentios, e escarnecido, injuriado e cuspido; e depois de o açoitarem, o matarão; e ao terceiro dia ressurgirá. Mas eles não entenderam nada disso; essas palavras lhes eram obscuras, e não percebiam o que lhes dizia. (Lc 18:31-34)
É importante observar que não só anunciou Jesus sua própria consumação “no terceiro dia”, senão a de toda geração humana. Jesus anunciou o único sinal que aos homens será dado: a do profeta Jonas, para que ninguém o perguntasse mais qual era o sinal, posto que disse: “Porque da mesma maneira que Jonas esteve no ventre do cetáceo (no mundo) três dias e três noites, assim também o Filho do Homem estará no sei da terra (cativo em nós, em nossa consciência terrena), três dias e três noites” (Mt 12, 39-40).
Em verdade, tal como diz o autor das Lamentações, no que respeita o terceiro dia:
“Este é o dia que esperamos,
já o alcançamos, já o vemos!” (Lamentações 2,16)