Antigo Testamento

BÍBLIA — ANTIGO TESTAMENTO

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Segundo Willlis Barnstone (WBNT), podemos especular porque as epístolas e evangelhos do Novo Testamento escolheram não retomar o original hebraico do texto para as múltiplas referências ao Antigo Testamento que aparecem em quase todas as páginas do NT. Muitos podiam ler o hebraico, provavelmente tinham acesso a ele, no entanto preferiam citar a Septuaginta, a tradução grega da Bíblia judaica. Talvez o necessário distanciamento dos judeus que não aceitavam Jesus como o Messias e assim de sua Bíblia em hebraico, explique. Entretanto não justifica porque um dos maiores exegetas judeu, Fílon de Alexandria referia-se somente a Septuaginta em sua hermenêutica da Bíblia.

Depois da emergência da Vulgata em latim, para as áreas papais da Europa, os evangelhos em grego se tornaram secundários para a versão latina de Jerônimo. No Ocidente papal, a Vulgata latina era a verdadeira Bíblia, e o original grego do NT e do AT era secundário. Com desrespeito semelhante, a Ortodoxia Oriental, ignoravam a Vulgata latina e todos belos textos com iluminuras produzidos no Ocidente.

A história tradicional da Septuaginta, contada por Aristeas, é que setenta e dois escolásticos judeus traduziram a Bíblia hebraica em grego em setenta e dois dias no século III aC em câmaras separadas na ilha de Pharos em Alexandria. Depois deste período compararam as traduções e descobriram que todas eram idênticas. Entretanto, a tradução, que de fato começou no século II aC não III, realmente levou 115 anos para completar. A Septuaginta foi completada sob a regência de Ptolomeu II para atender aos judeus de Alexandria que não podiam mais ler a Bíblia em hebraico.

Os catorze livros do Apócrifo canônico, aceitos por judeus e cristãos ortodoxos e católicos como deuterocanônicos, aparecem na Septuaginta. São considerados “secundariamente” canônicos porque o original hebraico não foi encontrado nos textos hebraicos disponíveis. Desde a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, fragmentos da maioria dos Apócrifos foram descobertos, assim como várias versões completas de Tobias em hebreu e aramaico.

Quanto à antiguidade dos manuscritos que se dispõe, vale notar que a versão inglesa King James foi baseada em cópias datando do século XIII, enquanto recentes edições das escrituras em grego originam do século VIII dC, assim como a Torá (a Bíblia judaica que chamamos de Antigo Testamento). Quanto à Septuaginta encontram-se hoje em dia pergaminhos datando no mais tardar do século IV dC, precedendo portanto os pergaminhos disponíveis da Torá.

LIVROS DA BÍBLIA: TORÁ; PROFETAS; ESCRITOS; DEUTEROCANÔNICOS; NOVA ALIANÇA