AGOSTINHO, Santo. A Natureza do Bem
O homem, não desejou nenhuma natureza má ao comer da árvore proibida, mas cometeu uma ação má ao renunciar ao superior, pois superior a todas as coisas criadas é o Criador, cujo mandado não devia ser descumprido para comer do proibido, ainda que fosse bom, porque renunciando ao superior, se desejava uma coisa boa, mas contra o mandado do Criador. (…) A árvore foi proibida a Adão não porque fosse má, mas porque era bom para o homem estar submetido a Deus. Proibira-o, com efeito, com a finalidade de demonstrar-lhe que a alma racional não tem por natureza ser independente, mas deve estar submetida a Deus e conservar, pela obediência, a ordem da sua salvação e não violá-la pela desobediência. Eis por que a árvore de que proibira comer Ele a chamou de a “árvore da ciência do bem e do mal” ( Gn 2,9 ), para que, quando o homem o fizesse contra a sua proibição, experimentasse a pena do pecado, e, assim, conhecesse a diferença que há entre o bem da obediência e o mal da desobediência.
AGOSTINHO, Santo. A Natureza do Bem, editora Sétimo Selo, p. 47.