John Pordage

JOHN PORDAGE (1607-1681)

A consiste em uma versão moderna de duas obras publicadas em inglês: Um Tratado da Natureza Eterna com Sete Formas Essenciais (1681) e Theologia Mystica, ou A Divindade Mística dos Invisíveis Eternos, viz., o Arquétipo Globo (1683). O Tratado da Natureza Eterna oferece uma introdução ao conceito de Natureza Eterna, o “primeiro fundamento original e verdadeiro de todas os seres criados e assim de todo conhecimento verdadeiro” (prefácio da obra). Do lado de fora, a natureza física, então, tem sua origem em um reino puro, arquétipo, de “Natureza Eterna” similar ao reino platônico das Ideias ou Formas. Assim a Natureza Divina está “oculta na Natureza, como uma joia em um armário”; está manifesta nas Sete Formas Essenciais, e tem sua origem no Nada Abissal, que é o “fundamento de todas as Essências”, e no entanto “nenhuma Essência a ser vista nele”, a “frutífera Mãe de todas as Coisas”. No tratado de Pordage, então, vemos uma hierarquia visionária ou ascensão do mundo natural ao arquetípico, às Sete Formas Essenciais (as qualidades informando a existência), até o Nada Abissal de Deus Ele mesmo.

Quando olhamos as obras de Pordage e Bromley, como a toda a a literatura teosófica inglesa, fica claro que estes autores estão se referindo a um processo iniciático teosófico que acarreta a abertura da visão interior e acesso ao que Pordage chama Sophia, uma “terra mágica”, e que Bromley descreve quando “nosso Olho interno está mais desbloqueado, para contemplar o Mundo paradisíaco, com aqueles Objetos luminosos e Habitantes que que nele estão”. A “terra mágica” vista na visão espiritual é precisamente o que Henry Corbin chamou um mundus imaginalis, ou reino imaginal: representa um estado intermediário entre a dualidade da vida terrestre e a realização unitiva inexprimível da transcendência total.

O reino visionário nem pertence ao reino do subjetivo (fantasia) nem ao do objetivo (observador científico), mas representa um reino no qual sujeito e objeto refletem-se um ao outro e ultimamente são indivisíveis um do outro. No relato de Pordage, por exemplo, o iniciado (sujeito) percebe o objeto divino (se assim pode-se dizer) como presença bem-aventurada — como presença plena de deliciosos sabores, sensações, odores, etc. Os limites entre eu e outro são dissolvidos, não somente aqui, no reino visionário, mas também no círculo iniciático teosófico também. Cada indivíduo é capaz de perceber as alegrias e tristezas dos outros mesmo à distância porque as divisões habituais em eu e outro são transcendidas. (excertos de apresentação de Versluis à obra “”)

Escritos na Internet
Theologia Mystica

Excertos: