Apóstolo e evangelista. Em Mt 10 é apontado como “publicano”. Foi chamado por Cristo ao apostolado (Mt 9,9). No evangelho de Mc e de Lc chamam-no Levi. Não se pode identificar o autor do primeiro evangelho com a pessoa do apóstolo Mateus. Papías, no entanto, afirma que Mateus fez uma coletânea das palavras de Cristo em hebraico. Tradicionalmente vem sendo identificado com o autor do primeiro evangelho sinóptico.
A data de composição do evangelho de Mt é calculada entre os anos 80-90.0 destino do mesmo é uma comunidade de língua grega e de maioria judaico-cristã. Provavelmente foi composto em Antioquia por um judeu-cristão de língua grega, com possível formação rabínica, que redigiu as palavras de Jesus, aproximando-as de sua mentalidade, proclamando-o ao mesmo tempo Messias para todas as nações.
Mateus apresenta o Messias vindo a seu povo, porém este o repele. A mensagem de Jesus, no entanto, é destinada a todos os homens. As promessas feitas a Israel no Antigo Testamento estenderam-se à humanidade inteira. A figura de Jesus é a do Messias Salvador enviado por Deus. Ele é intérprete da lei divina, e a interpreta de uma forma radical, libertando-a da tradição que a sufocava, e colocando em destaque sua única exigência profunda, o amor ao próximo. O confronto contínuo com os letrados e fariseus quer livrar os cristãos de qualquer tentação de volta à observância e às instituições judaicas.
BIBLIOGRAFIA: P. Bonnard, El evangelio según san Mateo. Tradução de Pedro R. Santidrián, Cristíandad, Madrid 1975; J. Mateos, El evangelio de Mateo. Leitura comentada, Madrid 1981. (Santidrián)
EVANGELHOS PERSONAGENS — MATEUS
André Chouraqui: MATYAH
Quem era Mateus? Os três primeiros evangelhos citam um apóstolo com esse nome: Matatyah, Matanyah (ou seu diminutivo Matyah), em aramaico Mati ou Matai, transformado em Mateus através do grego e do latim. A Igreja primitiva identificava Matyah com Levi, o publicano (Mt 10,3), mas alguns críticos põem em dúvida essa identificação e até a atribuição do evangelho ao apóstolo de quem tem o nome. No início do segundo século, Pápias, bispo de Hierápolis, na Frigia, sugeria que “Mateus reuniu as palavras em língua hebraica; cada um as interpretou como podia” (Eusébio, História Eclesiástica, III, 39,6). Este testemunho, ao qual não faltam ambiguidades, está na origem de uma reflexão cujas conclusões atuais tendem a afirmar um laço de parentesco entre Mateus e o primeiro evangelho; os exegetas divergem, contudo, sobre a natureza desse laço. Supõe-se que a partir dos textos hebraicos e aramaicos o último redator do livro em grego assumiu suas responsabilidades de autor encobrindo sua identidade por trás do nome de Matyah. Alguns vêem neste livro um trabalho de escola, a dos discípulos de Matyah.
Para começar, há uma possibilidade de que os Evangelhos não tenham sido escritos por testemunhas oculares. Chamamos estes livros de Mateus, Marcos, Lucas e João porque receberam o nome de dois discípulos diretos de Jesus — Mateus, o cobrador de impostos, e João, o discípulo amado — e de dois companheiros próximos de outros apóstolos — Marcos, o secretário de Pedro, e Lucas, o companheiro de viagem de Paulo. No entanto, os livros de fato foram escritos anonimamente — os autores jamais se identificaram — e circularam por décadas antes que alguém afirmasse que foram escritos por essas pessoas. A primeira atribuição confirmada desses livros a esses autores é de um século após terem sido produzidos. [BEJD]
Nas escrituras, os cobradores de impostos judeus que trabalham especificamente para os romanos são apresentados nas parábolas e em outros incidentes como humildes e bons, em contraste com as autoridades judaicas, os sumos sacerdotes e seus estudiosos, que são arrogantes e perversos. Essa é a coloração predominante de judeus e romanos nos evangelhos. Em Mateus 10.3, o cobrador de impostos é Mateus. Em Marcos 2.13-14 e Lucas 5.27-28, o mesmo coletor de impostos é chamado de Levi. O fato de Mateus e Levi serem a mesma pessoa (a visão tradicional) não é claro, e também não é clara a visão tradicional de que o cobrador de impostos Mateus é Mateus, o evangelista. Embora os nomes reais dos evangelistas possam ser atribuições posteriores, é muito claro que a figura de um coletor de impostos chamado Mateus, tradicionalmente identificado com o evangelista autoral de mesmo nome, é retratado não apenas como um homem bom, mas também como bom o suficiente para ser um evangelista. [WBNT]
Apóstolo e evangelista. Em Mt 10 é apontado como “publicano”. Foi chamado por Cristo ao apostolado (Mt 9,9). No evangelho de Mc e de Lc chamam-no Levi. Não se pode identificar o autor do primeiro evangelho com a pessoa do apóstolo Mateus. Papías, no entanto, afirma que Mateus fez uma coletânea das palavras de Cristo em hebraico. Tradicionalmente vem sendo identificado com o autor do primeiro evangelho sinóptico.
A data de composição do evangelho de Mt é calculada entre os anos 80-90.0 destino do mesmo é uma comunidade de língua grega e de maioria judaico-cristã. Provavelmente foi composto em Antioquia por um judeu-cristão de língua grega, com possível formação rabínica, que redigiu as palavras de Jesus, aproximando-as de sua mentalidade, proclamando-o ao mesmo tempo Messias para todas as nações.
Mateus apresenta o Messias vindo a seu povo, porém este o repele. A mensagem de Jesus, no entanto, é destinada a todos os homens. As promessas feitas a Israel no Antigo Testamento estenderam-se à humanidade inteira. A figura de Jesus é a do Messias Salvador enviado por Deus. Ele é intérprete da lei divina, e a interpreta de uma forma radical, libertando-a da tradição que a sufocava, e colocando em destaque sua única exigência profunda, o amor ao próximo. O confronto contínuo com os letrados e fariseus quer livrar os cristãos de qualquer tentação de volta à observância e às instituições judaicas.
BIBLIOGRAFIA: P. Bonnard, El evangelio según san Mateo. Tradução de Pedro R. Santidrián, Cristíandad, Madrid 1975; J. Mateos, El evangelio de Mateo. Leitura comentada, Madrid 1981. (Santidrián)