paradoxo cabalístico

Para escapar ao perigo de prejudicar o princípio estrito do monoteísmo, admitindo uma multiplicidade de «emanações divinas», a Cabala subtrai o princípio divino primeiro a toda a especulação e a toda a investigação ao designá-lo por En-Sof ou ‘Ayin, sem contudo resolver de uma maneira verdadeiramente satisfatória o problema da possibilidade de um ato criador que, em última instância, deve, todavia, remontar a En-Sof.

A mesma constatação de aparente incoerência pode ser feita a propósito de um grande número de outros detalhes do raciocínio cabalístico. É necessário, contudo, sublinhar que o acesso do cabalista às realidades espirituais passa menos pelo raciocínio do que pela especulação e pela intuição mística, que obedecem a critérios inteiramente diferentes. [CTJ]