Escola de Alexandria

A mais famosa de todas e a que melhor conhecemos é a de Alexandria, no Egito. Essa cidade, fundada por Alexandre em 331 a. C, era centro de uma brilhante vida intelectual muito antes do cristianismo. Foi onde nasceu o helenismo: a fusão das culturas oriental, egípcia e grega deu origem a uma nova civilização. Nesta cidade, compôs-se a obra que constitui o início da literatura judaico-helenística: A tradução dos Setenta (Septuaginta). E nessa cidade viveu o melhor representante dessa cultura: Fílon.

Sob o nome de “padres alexandrinos” ou “escola teológica alexandrina”, formou-se um grupo de teólogos cristãos que se destacaram em Alexandria entre os séculos II-V d.C. Os nomes mais destacados desta escola são: Panteno, seu fundador (200 d.C), Clemente (150-215 d.C), Orígenes (186-255), e, mais tardiamente, outros como Santo Atanásio, São Cirilo etc.

A Escola de Alexandria é o centro mais antigo de ciências sagradas na história do cristianismo. O ambiente em que se desenvolveu imprimiu-lhe os traços característicos: a) marcante interesse pela pesquisa metafísica do conteúdo da ; b) preferência pela filosofia de Platão; c) interpretação alegórica das Sagradas Escrituras; d) concepção do ideal cristão como uma verdadeira gnose, iluminada pela cristã, que antecipa as coisas invisíveis; e) concepção do ideal místico como deificação com base bíblica e neoplatônica; f) aceitação na ascese da apatheia estoica e da providência, às quais se dá um sentido cristão.

A escola alexandrina influiu decisivamente no pensamento e na mística cristã dos primeiros séculos. (Santidrián)