Se a linguagem abençoa e amaldiçoa alternadamente o que é o Mesmo, o Senhor e sua imagem, Deus e seus filhos; se, por não penetrar no interior do que ela pretende dizer e, portanto, no louvor como na maldição, não pode senão amaldiçoar; se, pois, por si mesma ela é incapaz de dar acesso à realidade em geral, àquela de que se trata aqui e que é precisamente a verdade do cristianismo, então a relação da linguagem com essa verdade não deve ser invertida? Não é o corpus dos textos do Novo Testamento que pode fazer-nos ter acesso à VERDADE, a essa VERDADE absoluta de que ele fala; é essa, ao contrário, e somente ela que pode nos dar acesso a ela mesma e ao mesmo tempo a ele, permitir-nos compreender o texto onde ela é depositada, reconhecê-la nele. MHSV: INTRODUÇÃO