Se toda verdade concernente às coisas – e, por exemplo, ainda os manuscritos do Novo Testamento ou os acontecimentos que ele relata – remete a uma verdade prévia, à VERDADE fenomenológica absoluta que consiste no puro ato de se mostrar implicado em tudo o que se mostra, então é da mais alta importância saber em que consiste este ato de se mostrar, qual é a natureza da verdade original pressuposta por toda verdade particular. Foi a filosofia moderna, mais precisamente a fenomenologia de Husserl, que pôs pela primeira vez esta questão fundamental de maneira de todo explícita. Mas, porque a verdade fenomenológica precede e determina tudo o que é verdadeiro – qualquer que seja a natureza particular do que cada vez é verdadeiro: nuvens, círculos, manuscritos, acontecimentos históricos –, a questão da verdade nesse sentido radical devia ser posta e, para dizer a verdade, resolvida de modo no mínimo implícito pela filosofia desde sua origem. E talvez desde antes do nascimento de uma filosofia propriamente dita: pelo senso comum e sua linguagem mais imediata. MHSV: I