Adin Steinsaltz (Adin Even Yisrael): A ROSA DE TREZE PÉTALAS. Maayanot, 1992. [SRTP]
O mundo físico onde vivemos, o universo que nos rodeia, observados objetivamente, são apenas uma parte de um sistema de mundos de uma vastidão inimaginável. A maioria desses mundos são espirituais em sua essência; são de uma ordem diferente do nosso mundo conhecido. O que não significa necessariamente que existam em algum outro lugar, mas que existem em dimensões diferentes do ser. Mais ainda, os diversos mundos interpenetram-se e interagem de modo tal, que podem ser considerados contrapartidas entre si, cada um refletindo ou projetando-se no de baixo ou no de cima, com todas as modificações, mudanças e inclusive distorções que são resultado dessa interação. A soma dessa troca infinitamente complexa de influências avançando e retrocedendo entre as diferentes esferas de ação é que abrange o mundo específico da realidade que experimentamos na nossa vida diária.
Ao falar de mundos superiores ou inferiores, não tenho a intenção de descrever uma relação física real; porque no campo de ação do espiritual não há tal divisão, e as palavras “alto” e “baixo” referem-se somente ao lugar de qualquer mundo particular, na escada da causalidade. Chamar um mundo de mais alto, significa que ele é mais primário, mais básico em termos de estar mais próximo de uma fonte de influência primordial, enquanto um mundo inferior seria um mundo secundário — em certo sentido, uma cópia. Porém, a cópia não é apenas uma imitação e sim um sistema completo, com vida própria mais ou menos independente, sua própria variedade de experiências, características e propriedades.