Sinal de Jonas (Mt XVI, 1-4; Mt XII, 38-42; Mc VIII, 10-13; Lc XI, 29-32; Lc XII,54-56; Jo VI, 30)

LOGIA JESUS — SINAL DE JONAS (Mt XVI, 1-4; Mt XII, 38-42; Mc VIII, 10-13; Lc XI, 29-32; Lc XII,54-56; Jo VI, 30)

EVANGELHO DE JESUS

1 Os Peroushîms e os Sadouqíms se aproximam para pô-lo à prova. Eles o interrogam: que ele lhes mostre um sinal dos céus! 2 Mas ele responde e lhes diz: «Vinda a noite vós dizeis: “Bom tempo! Sim, o céu está vermelho.” 3 E de manhã: “Hoje, a tempestade! Sim, o céu vermelho se torna sombrio.” As faces do céu, vós sabeis como interpretá-las; mas os sinais dos tempos, não podeis? 4 Geração criminosa e adúltera, que procura um sinal! Sinal não lhe será dado, a não ser o sinal de Iona.» Ele os deixa e se vai. (Chouraqui; Mt 16:1-4)

Outros versões: Mt 12:38-42; Mc 8:10-13; Lc 11:29-32; Lc 12:54-56; Jo 6:30


Roberto Pla: Evangelho de ToméLogion 90-91

Não, não há nenhum sinal, salvo o discernimento, que permita “des-encobrir” o Ser, o Cristo, oculto no interior do homem. Por isso se disse no segundo evangelho: “Nenhum sinal será dado a esta geração”. “Esta geração” não está formada pelos homens que viviam em tempos de Jesus ou pouco mais, senão significava Jesus toda a raça humana que ao nascer recebe a Palavra para que a ilumine com sua luz verdadeira e a permita mediante sua frutificação “fazer-se filhos de Deus”.

É certo que em outros lugares se falou do “sinal de Jonas”, mas este não é o sinal para descobrir mas o sinal para avisar a todos a ressurreição dentre os mortos, a ressurreição do espírito que se “levanta” antes de saborear a morte, é um acontecimento glorioso que está reservado ao homem que crê, segundo o plano divino.

A ressurreição do espírito acha seu cumprimento em todos que descobrem o Cristo oculto em si mesmo, como essência própria, como o verdadeiro “ser” de si mesmo, e logo atendem e regam diariamente para que dê seu fruto.

Ao “des-cobrir”, se chama sua “presença”, e ao “dar seu fruto”, maduro e logrado, se chama sua “Vinda”.

Paulo Apostolo disse tudo isto muito claramente, se atreveu a dizê-lo, embora com isto revelava o que naqueles primeiros anos judaico-cristãos, se considerava um mistério. Mas ainda hoje não foi bem entendido depois de muitos séculos de má tradução. O apóstolo disse: “Não morreremos todos, mas todos seremos transformados”.

Ser “transformado”, significa aqui que a ressurreição do Cristo interior, o levantamento do Ser puro, imaculado, de cada homem, deu seu fruto, que consiste em que o espírito do homem se fez “um” com ele. O que vem logo é não morrer, pois uma vez morto em Cristo tudo o que não é ele, já não resta no homem morte para morrer.

Isso quer dizer que aqueles que isto realizaram passaram pela morte de todos os conteúdos da alma, pela negação total de si mesmos, e “ao terceiro dia”, quer dizer, quando se cumpriu neles a obra designada ao homem “nesta geração”, ressuscitaram à luz.

Desde o interior da baleia de Jonas, “desde a paragem de sombras de morte em que habitam”, esses homens eleitos se levantarão como mortos ressuscitados à Vida.

Deles se pode dizer, em verdade, como do filho pródigo da parábola de Lucas: “Estava morto e voltou à vida” (FILHO PRÓDIGO).