Grande teólogo místico da ortodoxia moderna, como o qualifica Jacques Brosse. Abandonou o Seminário para se dedicar ao Marxismo mas acabou encontrando na obra de Soloviev estímulo para retomar seus estudos de teologia, se unindo a Berdiaeff e se ordenando padre. Banido da Rússia em 1923, acabou sediado em Paris onde assumiu a direção do Instituto de teologia ortodoxa, em 1925.
Escreveu desde então uma imensa obra espiritual muito controvertida, sendo acusado de heresia por suas meditações sobre a Sofiologia. Destacam-se os livros A sarça ardente, O Amigo do esposo, A Escada de Jacó, A Sabedoria divina e a teantropia, e suas interpretações sobre o Apocalipse.
Enquanto Vladimir Soloviev identificava a Sophia e o “eterno feminino”, conforme tradições não cristãs, Boulgakov a reintroduz na ortodoxia, enquanto desdobramento da natureza divina, a tornando elemento chave na solução de impasses teológicos. Deus participa do mundo que criou e assim vive no tempo se fazendo homem, Verbo divino não-criado, enquanto a Sabedoria divina se hipostasia no homem, que, por intermédio do Cristo, deve se tornar a imagem filial de Deus.
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