Um dos termos-chave no rico vocabulário do desapego é gelâzenheit, no alemão moderno Gelassenheit. Encontraremos esta palavra em outro contexto, mas seu significado principal é moral. Designa precisamente a atitude de um ser que já não olha os objetos e acontecimentos segundo a sua utilidade, mas que os aceita na sua autonomia. Essa atitude faz renunciar às influências e proporciona equanimidade da alma. Esta palavra também pode ser traduzida como “resignação infinita” e “serenidade”. Ambas as traduções falam do desacostumo de possuir coisas e de possuir a si mesmo. Lâzen, lassen, significa “deixar”, “restituir a liberdade”, “desamarrar”. Só secundariamente significa “abandonar”, “rejeitar” ou mesmo “ignorar”. Aquele que aprendeu a «deixar-ser» restitui todas as coisas à sua liberdade original, devolve todas as coisas a si mesmas. Desaprendeu a escravizá-las aos seus projetos, despojou-se de toda autoafirmação onde a curiosidade e a ambição combinadas o inibem.
Serenidade (Gelassenheit) [RSME:40-41]
- “O olho que Deus me vê é o olho que O vejo” [MEHT:126-127]
- « N’éteignez pas l’esprit »
- «Apathie» et connaissance
- A base do platonismo
- A Caridade Profanada [JBCP]
- A confusão do psíquico e do espiritual [JBCP]
- A Consciência de Existir [PNHI]
- A Criação em Deus [LSCD]
- A cura do filho lunático (Mt 17,14-21)
- A esperança cristã da imortalidade na eternidade [VPRJ]