Segundo Relato: Gn 3,7

(Gen 3,7) E seus olhos de todos os dois se abriram, e souberam — pois estando nus coseram folhas de figueira e dela se fizeram tangas.

Segond traduziu «conheceram que estavam nus» como se os hóspedes do Éden descobrissem subitamente seu estado natural. Curioso contrassenso na medida que descobrem justamente que não mais estão em seu estado natural, que a Realidade do Éden na qual viviam «naturalmente» se desmoronou neles e ao redor deles. Na Realidade do Éden «todos os dois estavam nus sem vergonha» Gen 2,25. Agora não perderam sua inocência, como se diz, mas «sabem» que não são mais o que eram, ou melhor, o que são ainda em alguma parte» — senão como o «saberiam? » Eles o sabem porque estando nus — como sempre estiveram — experimentam subitamente a necessidade de se vestir. Menos por reflexão sem dúvida do que por raciocínio. Seus olhos «se abriram» sobre a irrealidade do conhecimento desprendido da vida, anunciado pela serpente, e da vida desprendida do Conhecimento, fantasmado pela Mulher. Conhecimento doravante conjectural, vida doravante precária. Mas ao mesmo tempo disto se acomodam.