Gen 3,13 E Deus disse à Mulher: porque fizestes isso? e a Mulher disse: a serpente me seduziu e comi.
As questões Deus coloca não são acadêmicas. São verdadeiras questões. Mesmo se disto duvida, Deus não sabe se o Homem «comeu da árvore» ou não, quando lhe demanda. Aqui não sabe de modo algum porque a Mulher fez o que o Homem acaba de dizer que ela fez. A Mulher responde sem contorno e reconhece que foi «seduzida» por seu espírito lógico. Ela parece mas pronta que o Homem a voltar atrás mas não são os argumentos de seu espírito lógico que a seduziram, é o espírito lógico ele mesmo, a maneira pela qual consegue se exteriorizar e se dirigir a ela, como uma terceira parte, como um mestre. A alegoria da «serpente» faz parte da alucinação da Mulher. Ela vê seu próprio intelecto como um poder independente dela mesma, ao qual ela não poderia resistir. Quem lhe daria a facilidade de obedecer. De não mais decidir livremente. A «tentação» é aquela da autoridade. Deus põe em guarda não comanda. A «razão» se quer soberana como a «necessidade» do «fruto» já inscrita no grão, na árvore, na flor. Deus se dirige então à Mulher através deste fantasma da «serpente» que ela alimenta e que a obscurece. Certamente ele não coloca questões a este personagem imaginário mas ele rebaixa sua soberba para ensaiar dele liberar a Mulher e a ajudar a se levantar contra ele.