Quadros de Fayum

ICONOGRAFIA — QUADROS DE FAYUM


Simbolismo
Richard Temple
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Possíveis precursores dos ícones, são os também chamados Retratos de Fayum. Muitas centenas destes existiam desde que foram descobertos por Sir Flinders Petrie no século XIX. São datados de aproximadamente entre os séculos I e IV. Eles frequentemente têm grande beleza e curadores do museu por muito tempo buscaram adquiri-los, embora principalmente por razões históricas e arqueológicas. O que é talvez surpreendente é que tão pouco deles se conheça. Só um livro foi escrito sobre eles e nele os autores se queixam que depois de aproximadamente um século desde que os retratos de Fayum foram trazidos à luz quantas questões permanecem sem respostas! Eles devem ser designados à tradição celebrada por [wiki base=”pt”]Plínio[/wiki], ou são eles mais relacionados ao sabor de um rico educado de uma província longínqua? Quem eram os pintores do oásis de Fayum? De onde vieram? Quais eram sua filosofia e crenças?

Dada a localização geográfica assim como o fermento espiritual dos séculos II e III, pareceria razoável supôr que o oásis de Fayum era o centro de uma comunidade espiritual ou escola psicológica-religiosa. O deserto egípcio é conhecido por ter hospedado essênios, terapeutas, gnósticos, as comunidades monásticas cristãs e outras escolas esotéricas.

Os retratos de Fayum são o resultado dos mais sutis meios artísticos, assim mesmo seu efeito é surpreendentemente natural e não afetado. Aparentemente naturalidade, esta ausência de mundanidade e pretensão é central ao significado das imagens que nos apresentam jovens e de ambos sexos livres de negatividade, falso sentimento e paixões mundanas; eles aprecem diante de nós revelando seus eus mais íntimos e verdadeiros. Nem anjos, nem santos, eles são pessoas que se tornaram capazes de ser elas mesmas. Tal autorrealização, que as tradições esotéricas consideram ser o último limiar do mistério espiritual, parece aqui ser simples e natural. Por uma vez a cortina que oculta o segredo inescrutável foi posto de lado, e o que era desconhecido é para sempre conhecido; é o si mesmo eternamente contemplando a si mesmo. E na confrontação destes retratos, no encontro entre “Eu” e “Tu”, desperta em mim o que até agora dormia de modo que eu também, por um momento, “conheço”, assim como “sou conhecido”.