Pseudo Simeão

Philokalia — Pseudo Simeão

Aqui reúnem-se escritos atribuídos a S. Simeão o Novo Teólogo mas que a pesquisa atual reconhece não ser desta procedência, mas ainda não identificou a quem cabe a redação, embora reflitam em grande parte o pensamento de S. Simeão.

Segundo Jean Goulliard:

Doravante, é impossível reivindicar para o grande místico o Método da santa oração e atenção. A tradição manuscrita e a inspiração opõem-se a isso. O opúsculo bem poderia ser contemporâneo do de Nicéforo, se não for do mesmo autor, como inclinam-se a pensar I. Hausherr e J. Darrouzès. O opúsculo descreve sucessivamente as três formas de atenção e de oração: contemplação imaginativa preocupada em figurar, ao passo que é precisamente necessário excluir figuras, formas e conceitos, conforme o bê-a-bá da ortodoxia evagriana; luta contra os “pensamentos” em lugar de eliminação dos pensamentos; enfim, a verdadeira guarda do coração com suas condições prévias — obediência, etc. — e o exercício da técnica respiratória. O autor justifica, numa segunda parte, a insuficiência e o valor relativo das primeiras formas, ao mesmo tempo em que considera pormenorizadamente as transições do crescimento espiritual.

A Patrologia Grega incluiu o texto do Método sob a forma de metáfrase neo-grega de que se reveste na Philokalia (P.G. t. 120, cc. 701s). I. Hausherr fez uma edição crítica desse texto, acompanhada de uma tradução e de uma introdução considerável. Ela continua sendo a condição de todo estudo proveitoso do opúsculo (La méthode d’oraison hésychaste, Orientalia Christiana, vol. IX, n? 36, 1927).

Segundo a versão francesa da Philokalia, um dos documentos mais famosos atribuídos a Simeão o Novo Teólogo, o “Discurso sobre os três modos da oração”, seria todavia obra de Nicéforo o Solitário, datando provavelmente do século XIV. O texto no entanto segue o pensamento de Simeão, e é muito importante por sua apologia e análise crítica da oração: um caminho atento entre o estado da perdição e o estado de graça.

Não se poderia orar de verdade sem estar atento à tonalidade e a amplitude da oração. Donde para toda tradição hesicasta, a estreita conexão que lembra o Discurso, entre oração e atenção (favorizada pela quase similitude das palavras: proseuche e prosoche). A atenção precede e permite a oração, a qual se desenvolve segundo três modos complementares. O primeiro prepara o segundo, o segundo o terceiro, os três modos formando assim um conjunto indissociável. Se os dois primeiros cessam de visar o terceiro e se dobram sobre si mesmos, levam à perdição.

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