Prece Jesus Padres

A. e R. Goettmann — Prece de Jesus — Prece do Coração
Excertos do livro Prece de Jesus — Prece do Coração
A Prece de Jesus em nossos Padres
Referências em ordem cronológica
*St. Inácio de Antioquia
**Cartas aos Romanos
**Cartas aos Magnesianos
**Cartas aos Efésios
*Clemente de Alexandria
**”pois a gnosis é o conhecimento do NomeStromata 4 cap. 4
*Pastor de Hermas (c. 150)
**”Todos aqueles que pelo menos uma vez sofreram pelo Nome são gloriosos juntos à Deus…” Similitudes IX
*Origenes (+ 253)
**”Gostaria de portar o Nome de Jesus; gostaria de portar este Nome que é bendito sobre nossa terra; Eis meu desejo: que meu espírito como minhas obras me dêem o direito de ter por nome: cristão.” Contra Celso 1 c 7 — Origen Against Celsus.
*Ephrem, o sírio (+ 373)
**”Jesus, Nome digno de louvores, ponte invisível que faz passar da morte à vida. A ti cheguei e me contentei…” Da Fé


Este amor pelo Nome divino fundamenta e lança as bases espirituais da “Prece de Jesus” ou “Prece do Coração” (Kyrie Eleison). No Antigo Testamento ela se configurou sob diferentes formulações: “Piedade Yahweh por teu povo!” (Joel 2:17); “Ah Yahweh salva minha vida!” (Salmo 116/114); “Yahweh, Yahweh Deus de ternura!” (Exodo 34,6); “Senhor me salva em teu Nome!” (Salmo 54/53); ou simplesmente a repetição de “Adonai”, “Senhor”.

No Novo Testamento, ela se configurou no apelo do cego à beira do caminho: “Filho de David, tende piedade de mim!” (Mat. 9:27). E também do publicano: “O Deus, tende piedade de mim pecador!” (Luc. 18:13).

Algum tempo transcorreu até chegar a sua fórmula atual: “Senhor Jesus Cristo, filho de Deus, tende piedade de mim, pecador”. No amadurecimento desta forma de oração delineia-se a prática espiritual (praktike) de alguns Padres da Philokalia.

Cassiano foi primeiro a sistematizar uma forma de oração, ao compilar uma verdadeira Philokalia avant la lettre em 399. O primeiro versículo do salmo 70 é sua fórmula preferida: “O Deus, venha em minha ajuda, Senhor, apresse-se em socorrer-me!”

St. Antão o Grande, o “Pai do monaquismo”, utilizava também uma curta fórmula e aconselhava “ruminar” continuamente uma frase da Escritura. Como explica Hausherr esta ruminação “desperta em nós a piedade (pistis), faz vencer todas as tentações (peirasmos), combate todas as doenças da alma (pathe, vide pathos)”.

St. Arsênio, campeão do hesicasmo (hesychia), repete: “Senhor, conduza-me de maneira que eu seja salvo” ou “Deus não me abandone”. S. Macário por sua vez, não acha necessário pedir nada, pois Deus sabe o que é necessário, basta portanto dizer: “Senhor, socorro!”, ou em uma atitude de abandono “Seja feito como Tu queiras Senhor, e como Te apraz”. Quanto a Evagrio recomenda as orações jaculatórias (curtas) tiradas da Bíblia.

Lucius repete sem cessar o primeiro versículo do Salmo 51: “Senhor tende piedade de mim em tua grande misericórdia apague meus pecados!” Enquanto S. Nilo dirá que se deve combater (agon) os demônios (diabolos) pela “lembrança de Nosso Salvador, a fervorosa invocação do venerável Nome noite e dia, a ruminação das palavras inspiradas …” (vide Nome Jesus).

S. João Crisóstomo interpreta a injunção de Cristo de não orar como os pagãos, como um convite à “sobriedade mental” (nepsis), pois esta “que nos vale ao invés da multiplicidade de palavras. O Cristo nos ensinou aí uma medida de oração (euche). Ele nos comandou, assim como S. Paulo), a fazer preces curtas e freqüentes em pequenos intervalos … Fazendo assim, te será fácil permanecer desperto e farás tuas preces com muita presença de espírito.” De Octo Vitiis