Phos Hilarion

PHOS HILARION
Introducción al Estudio de los Padres, período pre-niceno, Enrique Contreras O.S.B. — Roberto Peña O.C.S.O., Editorial Monasterio Trapense de Azul, Argentina, 1991, 327 p. , ISBN 950-99640-0-X.

Contribuição e tradução de Antonio Carneiro In: Capítulo Quarto — Apocrifos, Poesia, Epigrafia Cristianas. Hagiografia y Constituiciones Seudo Apostolicas, PP.130-132..

2. Poesia

O texto precedente já nos colocou em contato com a poesia cristã. No entanto, esta não se esgota com este exemplo. Devem-se mencionar também os hinos cristãos primitivos. Não sabemos muito deles no período pré-niceno, ainda que tenha-se certeza de sua existência e utilização, sobretudo, na liturgia (vide Ef 5, 1; Col 3,16). A novidade cristã reside no fato que os hinos, quaisquer que sejam suas formas, se dirigem para Cristo como Deus, com é o caso dos antiquíssimos hinos que foram assumidos no NT (Jo 1, 1-18; Fl 2,6-11; Col 1, 15-20; Ap 1, 5-6; Ap 5, 9-10; Ap 5, 12-13; ver também Tertuliano, “Apologeticum” 2,5: “ad canendum Christo ut deo” ). Esta afirmação verifica-se com força nos hinos mais antigos, como é o caso do denominado “ Phos Hilarion” (do século III?; vide CPG 1355):

“Luz serena da glória santa
do Pai eterno
Oh Jesus Cristo!
Tendo chegado o por-do-sol,
e vendo aparecer a luz vespertina,
louvamos ao Pai e ao Filho
e ao Espírito Santo de Deus.
É um dever louvar-te em todo tempo com santos cânticos,
Filho de Deus que deste vida:
por isso o mundo te glorifica”.
( tradução espanhola em J. Quasten, Patrologia, vol I, p. 156.).

O ingresso do hino cristão nas “normas” da poesia antiga está atestado na peça “Hino do São Salvador”, que se encontra no final do “Pedagogo” de Clemente de Alexandria:

“Rei dos Santos, Verbo Todo-poderoso do Pai,
Senhor Altíssimo,
Cabeça e Princípio da Sabedoria,
Alívio de toda Dor;
Senhor do Tempo e do Espaço,
Jesus, Salvador de nossa Raça”.
(“Pedagogo” III, 101,3; tradução espanhola em J. Quasten, Patrologia, vol I, PP. 155-156.).

Os hinos cristãos também serviram como um meio de propaganda teológica, e inclusive se conhecem certos hinos de inspiração heterodoxa que pretendiam o mesmo fim, fato que deve chamar a atenção sobre a relação existente sobre a hinódia e “kerygma” ( ver artigo “Inno/Innologia” em “Dizionario Patristico e di Antichità Cristiane” 2, Casale Monferrato, 1983-1988, PP.1781-1783; e também CPG 1357-1359).

Já no campo verdadeiro e próprio da poesia, além das mencionadas “Odes de Salomão” devem se ter em conta “Os Oráculos Sibilinos cristãos”. Esta obra em sua forma atual é uma compilação e uma mistura de materiais pagãos, judeus e cristãos, de caráter histórico, político e religioso. Os cristãos devem ter utilizados as profecias da Sibila já nos anos 177-178, pois Celso afirma que os oráculos haviam sido interpolados e tenta prová-lo (Orígenes, “Contra Celso” VII, 53; para as edições das “Odes de Salomão” e dos “Oráculos Sibilinos” ver CPG 1350-1353).

CPG: Clavis Patrum Graecorum, ed. M. Geerard, Turnhout, 1974 ss ( nossas referências enviam ao número da ordem que tem os escritos dos Padres).

VIDE
Extraits de “Prières des premiers chrétiens” Les Prières conservées par les papyrus et les tessons (IIIème et IVème siècles)

http://eocf.free.fr/livre_prieres_hamman.htm

http://eocf.free.fr/text_prieres_hamman_papy.htm

Prières des premiers chrétiens, A. Hamman O.F.M., collection Textes pour l’Histoire Sacrée choisis et presentés par Daniel Rops, Librairie Arthème Fayard,1952 puis Le Livre de poche chrétien, 1962.