AS OITO ETAPAS DE CONTEMPLAÇÃO
As etapas de contemplação são, em meu parecer, oito em número. Sete pertencem a este éon, enquanto a oitava‚ é do tempo a vir, como diz o S. Isaac.
A primeira etapa, de acordo com St Doroteo é o conhecimento das tribulações e provações desta vida. Isto nos enche de aflição por todo o dano feito a natureza humana pelo pecado.
A segunda é o conhecimento de nossas próprias faltas e da generosidade de Deus, como S. João Climaco, S. Isaac e muitos outros padres a expressam.
A terceira é o conhecimento das coisas terríveis que nos esperam antes e depois da morte, como revelada nas Santas Escrituras.
A quarta é o profundo entendimento da vida conduzido por nosso Senhor Jesus Cristo neste mundo, e das palavras e ações de Seus discípulos e os outros santos, os mártires e os santos padres.
A quinta é conhecimento da natureza e fluxo de coisas, como o S. Gregório e S. João Damasceno expõem.
A sexta é a contemplação de seres criados, quer dizer, conhecimento e entendimento da criação visível de Deus.
A sétima é a compreensão da criação espiritual de Deus.
A oitava é o conhecimento relativo a Deus, ou o que chamamos teologia.
Estas são as oito etapas de contemplação. As três primeiras saõ próprias daquele ainda engajado na prática ascética, de forma que com muitas lágrimas amargas ele pode purificar sua alma de todas as paixões e pode ser concedido pela graça de Deus a proceguir para as etapas restantes.
As últimas cinco etapas pertencem ao contemplativo ou gnóstico. Através delas ele mantém uma vigilância cuidadosa sobre as atividades tanto do corpo como da alma, e as desempenha corretamente. Como um resultado ele é habilitado a apreender estas etapas posteriores de modo claro com seu intelecto.
Assim o homem engajado na prática ascética começa a entrar no caminho do conhecimento espiritual por meio das três primeiras etapas; e concentrando na sua tarefa e pela meditação nos pensamentos produzidos dentro dele, ele progride neles até que eles estejam estabelecidos nele. Deste modo a próxima etapa de conhecimento entra automaticamente em seu intelecto. O mesmo acontece com todas as etapas restantes.
Para tornar as coisas bastante claras, falarei, apesar de minha incompetência, sobre cada etapa de contemplação, e sobre o que é compreendido e dito em cada etapa. Deste modo nós podemos descobrir como deveríamos agir quando a graça começar a abrir os olhos de nossa alma e com surpresa compreendermos pensamentos e palavras que instilam em nós temor a Deus ou, em outras palavras, contrição da alma.