PÁSCOA — RITOS
Unção.
Imposição das mãos. Depois do banho batismal procedia-se a uma unção seguida da imposição das mãos. S. Agostinho relaciona muitas vezes a «unção» do cristão, cuja signação de catecúmeno ou de fiel é já um sacramentum, com a unção sacerdotal e real de Cristo (cf. En. in Ps. 26, II, 2), pois todo o cristão é por definição um «ungido».
Mas a unção pós-batismal, a material, é posta em relação com o dom do Espírito. Neste sentido é que o S 227 explica a relação óleo-fogo-Espírito: a unção (chrisma) representa o fogo, «e efetivamente o azeite, que alimenta o fogo, é o sacramento do Espírito … portanto o Espírito Santo veio (sobre os recém-batizados), depois da água, o fogo».
O S 249, 3 alude à invocação que acompanhava a imposição das mãos: «Invoca-se o Espírito sobre os batizados para que Deus lhes dê, segundo o profeta, o espírito de sabedoria e de inteligência … etc.» Na verdade, já a imersão batismal santificava pelo Espírito que paira sobre as águas: é aplicado ao batismo o texto do Gênesis: «O Espírito de Deus pairava sobre as águas; os recém-batizados, que vedes aqui, desceram à água; sobre as águas andava o Espírito de Deus; foram expulsas as trevas dos pecados» (S 258, 2). Assim se renasce da água e do Espírito, ex aqua et spiritu, Jo 3, 5 (cf. S 71, 19).
Mas «uma coisa é nascer do Espírito, outra é alimentar-se do Espírito» e «a perfeita caridade é o dom perfeito do Espírito» (ibid.). Este perfectum donum spiritus sancti foi transmitido aos apóstolos pelo fogo do Pentecostes e aos recém-batizados pela unção do óleo, do ignis nutritor (fogo nutridor) (S 227).