Orígenes — COMENTÁRIO AO EVANGELHO DE MATEUS
(15,22-23; P.G. 13, 1319s — tradução Cirilo Folchs Gomes)
Batismo e Escatologia
Os que seguirem ao Salvador estarão sentados sobre doze tronos, julgando as doze tribos de Israel: um poder que receberão no momento da ressurreição dos mortos. É esta a “regeneração”, que constituí o novo nascimento, quando serão criados o novo céu e a nova terra para os que foram renovados, e quando se dará a neva aliança e seu cálice. O início desta regeneração é o que Paulo chama o “banho da regeneração” e a nova condição resultante de tal banho, no que se refere à renovação do espírito. Porque, sem dúvida, na (primeira) geração ninguém está livre do pecado, nem mesmo se vive apenas um dia, por causa do mistério segundo o qual todo homem, ao nascer, pode fazer suas as palavras de Davi: “fui concebido no pecado”. Na regeneração pela água, todo homem, engendrado a partir do alto na água e no Espírito, se terna livre do pecado e — ouso dizer — puro, ao menos “em espelho e enigma”. Mas na outra geração, quando o Filho do homem aparecer sentado no trono de sua glória, todo aquele que tiver obtido tal regeneração em Cristo estará frente a ele, “face a face”, absolutamente puro do pecado; e a esta regeneração se chega passando pelo batismo da regeneração.