Nome Jesus Eucaristia

O NOME DE JESUS COMO EUCARISTIA

46. Nossa alma é também uma sala, onde uma Ceia invisível do Senhor pode ser celebrada a qualquer momento. Nosso Senhor nos diz secretamente como o fez então: “Desejei ardentemente comer esta páscoa convosco…” (Lc 22,15). “Onde está a sala em que comerei a páscoa com meus discípulos?” (Lc 22,11). “… preparai ali” (Lc 22,12).

Estas palavras não se aplicam unicamente à Ceia do Senhor visível. Elas se aplicam também à sua Eucaristia interior que, embora apenas espiritual, é muito real. Na Eucaristia visível, Jesus é oferecido sob as espécies do pão e do vinho. Na Eucaristia que tem lugar em nós Ele pode ser significado e designado apenas por seu Nome. Dessa forma convertemos a invocação do Santo Nome em Eucaristia.

A Comunhão espiritual do divino pão da vida, do Corpo e Sangue do Salvador, é mais fácil quando expressa através do Santo Nome, recebendo do Nome de Jesus sua forma, sua estrutura e apoio. Podemos pronunciar o Nome de Nosso Senhor com a intenção especial de nele alimentar nossa alma, ou melhor, no Corpo Sagrado e Sangue precioso, dos quais tentamos nos aproximar por seu intermédio. Esta comunhão pode ser renovada sempre que desejarmos. Longe de nós o erro de tratar superficialmente ou diminuir a estima pela Ceia do Senhor como se pratica na Igreja. Espera-se, entretanto, que todo aquele que seguir o caminho do Nome possa experimentar que o Nome de Jesus é um alimento espiritual que transmite às almas famintas o pão da vida. “Senhor, dá-nos sempre deste pão” (Jo 6,34).

A Eucaristia é uma antecipação do reino eterno. O uso ” eucarístico” do Nome de Jesus leva-nos a seu uso “escatológico”, isto é, à invocação do Nome em conexão com o “fim” e com a Vinda de Nosso Senhor. Cada invocação do Santo Nome deveria ser uma ardente aspiração à nossa reunião final com Jesus em seu reino celestial.
Tal aspiração está relacionada com o fim do mundo e com a vinda triunfal do Cristo, porém, possui uma relação mais estreita com as ocasionais irrupções de Cristo (que deveríamos pedir serem mais e mais freqüentes) em nossa existência terrena, com suas maravilhosas e violentas aparições em nossas vidas diárias e, mais ainda, com a vinda de Cristo a nós por ocasião de nossa morte. Há uma forma de dizer “Jesus” que é uma preparação para a morte, uma aspiração à morte concebida como a aparição longamente esperada do Amigo, o qual “embora não o tenhais visto, amais” (lPd 1,8), um chamado para este encontro supremo, e desde já um lançar de nosso coração para além da barreira. Nesta maneira de dizer “Jesus” estão implícitos a exclamação ardente de Paulo: “Quando Cristo, que é nossa vida se manifestar…” (Cl 3,4) e o grito de João: “Vem, Senhor Jesus” (Ap 22,20).