Marcos Asceta Justificados Obras

Marcos o Asceta — JUSTIFICAÇÃO PELAS OBRAS
Daqueles que pensam ser justificados pelas obras. Duzentos e vinte seis capítulos.
1. Nos escritos que seguem, a má daqueles de fora será refutada por aqueles cuja é certa e que reconhecem a verdade.

2. Querendo mostrar que somos cobrados a observar todos os mandamentos, mas que a filiação adotiva é uma graça acordada aos homens pela efusão de seu próprio sangue, o Senhor diz: «Quando tiveres feito tudo que vos foi comandado, diga então: Somos servidores inúteis, fizemos o que devíamos fazer». Assim o Reino dos Céus não é o salário das obras, mas uma graça do Mestre preparada para os servidores fieis.

3. O servidor não reclama a liberdade como um salário. Mas lhe compraz ser devedor, e a recebe como uma graça.

4. O Cristo, diz a Escritura, morreu por nossos pecados, e àqueles que o bem servem concede a liberdade. Lhes diz com efeito: «Está bem, bom e fiel servidor. Fostes fiel em poucas coisas, te estabelecerei no muito. Entre na alegria de teu Senhor.

5. O servidor fiel não é aquele que se mantém ao simples conhecimento, mas bem aquele que pela obediência se confia ao Cristo que dá os mandamentos.

6. Aquele que honra seu mestre faz o que lhe é ordenado. Mas se está em falta, ou se desobedece, assume a responsabilidade do que lhe acontece.

7. Se amas o estudo, ama também a provação. Pois o simples conhecimento infla o homem.

8. As provações que nos chegam de improviso nos ensinam providencialmente a amar a pena, e mesmo se não o queiramos, nos conduzem ao arrepender.

9. As tribulações que sobrevêm ao homem são a progenitura de seus próprios erros. Suportemos na oração essas tribulações e reencontraremos o gozo do bem.

10. Alguns se comprazem nas louvações concedidas a sua virtude e têm por uma consolação o prazer de sua vanglória. Outros, culpados por seus pecados, estão em pena, e consideram que esta pena benfazeja é a obra do mal.

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