Exercícios Espirituais — Gênesis Interior dos Exercícios
GÊNESE INTERIOR DOS EXERCÍCIOS
Sem se preocupar mais com as “fontes”, pode-se seguir a gênese interior dos Exercícios Espirituais e tirar desse estudo ensinamentos preciosos.
Duas verdades são notadas: Inácio de Loyola começou desde sua estada em Manresa a redação de seu tratado e não cessou de retocá-lo até a aprovação pontifícia que Paulo III lhe deu pelo breve Pastoralis Officii à vista do manuscrito em latim, no dia 31 de julho de 1548., Mesmo após a publicação deste manuscrito, em setembro do mesmo ano, Inácio quis ainda melhorar seu texto: descobrem-se retoques, posteriores a 1548, na versão espanhola, dita autografa.
Os exegetas descobriram etapas, aperfeiçoamentos sucessivos. Parece que Santo Inácio concebeu o essencial do trabalho em Manresa e que os enriquecimentos tiveram em seguida como dupla fonte de um lado sua experiência apostólica, de outro sua formação propriamente teológica, adquirida em Paris, depois em Veneza. Outra verdade: Os Exercícios Espirituais traduzem experiências místicas que Santo Inácio teve. É uma espécie de diário íntimo, assim como o Diário Espiritual ou a Narrativa de um Peregrino. Todos esses escritos registram em benefício de todo aquele que quiser conhecer, por sua vez, os desígnios de Deus a seu respeito, as etapas de um itinerário espiritual, no fim do qual virá a descoberta do gênero de vida que deve adotar.
Deve-se agora seguir, passo a passo, os Exercícios e constatar, conhecendo o mais exatamente possível as atitudes que eles traduzem e sugerem a outrem, a originalidade de Santo Inácio, mestre da oração.