Grande matemático — cf. as tábuas de Pitágoras e o teorema de Pitágoras—, Pitágoras considerava o número, equivalente de harmonia, como princípio universal e dava uma extrema importância à mística dos números. «Todos os seres da natureza podem ser simbolizados por números» enuncia uma máxima que lhe é atribuída. Pitágoras admitia também a metempsicose (migração das almas). Os discípulos de Pitágoras aplicaram a sua teoria dos números a todos os domínios: cosmologia, teologia, psicologia e moral.
O principal representante do neopitagorismo é Apolônio de Tiana. Fílon sofreu igualmente influências desta corrente de pensamento.
Quanto a Platão, é a partir das ideias de Sócrates, das quais aplica o método, que chega à noção de mundo das ideias, formas inteligíveis, eternas, perfeitas, arquétipos das coisas sensíveis que são o reflexo imperfeito. A ideia mais elevada é a do Bem, origem do ser e do conhecimento. O esforço do Homem deve dirigir-se em primeiro lugar no sentido de «se tornar semelhante a Deus».
Os meios de que o Homem dispõe no seu esforço de aperfeiçoamento espiritual, são a dialéctica e a reminiscencia (intuição direta), que é como que a soma das experiências feitas pela alma no decurso das existências anteriores e das quais o homem, chegado a um nível intelectual superior, pode recordar-se graças ao amor.
Os neoplatonistas preconizavam uma «filosofia de inspiração divina», permitindo aos seus adeptos elevarem-se a um mundo de realidades inteligíveis e participar deste modo na vida divina. O neoplatonismo conheceu igualmente o seu maior progresso em Alexandria, com Plotino, Jâmblico e Pórfiro.
A mística judaica sofreu mais particularmente a influência do neoplatonismo, por um lado, através dos intérpretes desta tendência, tais como Salomão ibn Gabirol e Abraão bar Hiyya; por outro lado, pela via de pseudo-epígrafes neoplatônicas de origem árabe. (CTJ)