Os métodos da indução não são senão a parte central do método experimental. Este último pretende ditar regras sobre o conjunto dos processos que utilizam as disciplinas que se fundamentam sobre a experiência, enquanto que o primeiro só diz respeito à passagem lógica do particular ao universal. Os principais problemas colocados pela metodologia das ciências experimentais, sem contar os da própria indução, parecem ser o do papel da hipótese na pesquisa e o das relações da indução e da dedução no método. Uma exposição geral destes problemas será encontrada em Les théories de l’induction et de l’expérimentation de Lalande, e na obra clássica de Claude Bernard: Introduction à l’étude de la médecine expérimentale.
Apêndice. – Observe-se simplesmente que o raciocínio por semelhança pode ser encarado como um processo racional no qual, de um ou de vários fatos, se infere um outro fato particular. Exemplo:
Pedro, Paulo, Tiago foram curados por tal remédio . . .
Logo, João será igualmente curado por esse remédio.
Tal raciocínio pode ser figurado analiticamente por uma indução que seria seguida de uma dedução:
Pedro, Paulo, Tiago foram curados por tal remédio . . .
Logo, todo homem é curado por esse remédio
Ora, João é homem
Logo, João será curado por esse remédio.
O exemplo que Aristóteles considera como a forma retórica da indução, não é senão um esboço de indução destinado a tornar mais acessível ou mais sensível uma verdade. (Gardeil)