Escola de Antioquia

Antioquia foi a capital da Síria, fundada perto do ano 500 a.C. Segundo Atos 11,19-26, nesta cidade começaram a chamar-se “cristãos” os “seguidores do caminho” ou “discípulos de Cristo”. Na segunda metade do séc. I de nossa era, Antioquia foi o ponto de apoio da atividade missionária da primitiva Igreja (At 13,1-3).

Antioquia também foi famosa por sua escola teológica, denominada “escola antioquena”. Desabrochou entre os séculos III-V. Seus mestres mais importantes foram Inácio, Policarpo, Luciano de Samosata, Ario, São João Crisóstomo, e muitos outros.

A escola antioquena apareceu como rival e diferente da alexandrina. Centrava cuidadosamente a atenção no próprio texto e encaminhava seus discípulos para a interpretação literal e para o estudo histórico e gramatical da Escritura. Consequentemente, essa escola: a) cultivou a catequese e a exegese bíblica, dando-lhe um sentido literal, não simbólico nem espiritual; b) a escola antioquena tratou de resolver os problemas colocados pela heresia sobre a pessoa e natureza de Cristo; c) contrariamente à escola alexandrina, a antioquena baseou-se numa filosofia realista de caráter aristotélico, portanto, racionalista.

Essa escola foi o berço de uma grande tradição exegética. Alcançou seu apogeu sob a direção de Diodoro de Tarso, nos finais do séc. IV, que foi mestre de São João Crisóstomo. Dela saíram homens extremistas como Teodoro de Mopsuéstia e Ario. Sua tendência racionalista foi a causa de se converter em foco de heresias. (Santidrián)