Opõe-se ao abstrato; as definições dadas deste último conceito, podem aplicar-se mediante inversão, ao primeiro. Como o abstrato é posto de parte (abstraído) para o considerar separadamente, o concreto não é posto de parte: é o que é na sua realidade completa e atual. O concreto identifica-se amiúde com o particular e o individual, enquanto o abstrato se identifica com o geral e o universal. O termo “concreto” aplica-se também àquilo que se experimenta como efetivamente real, mas como “efetivamente real” pode definir-se de vários modos, alguns pensadores consideram que deve limitar-se ao sensível, ao físico, etc.. Esta última proposição não é, contudo, tão clara como parece. Com efeito, as qualidades, enquanto são experimentadas sensivelmente, podem considerar-se como concretas, mas ao mesmo tempo pode dizer-se que as qualidades são universais. Por isso o concreto identifica-se amiúde com algo composto. Fala-se também de concreto (que designa um atributo enquanto pertence real ou efetivamente a um sujeito) e de termo concreto (que designa um sujeito, ou uma forma enquanto se encontra num sujeito). A tendência para considerar o concreto como o objeto próprio da reflexão filosófica surgiu diversas vezes no decurso da história da filosofia. Essa tendência manifesta-se amiúde na forma de uma reação contra o chamado “predomínio do abstrato”. (DF)