Menandro

ESCOLAS GNÓSTICAS — MENANDRO (séc. I-II)


Werner Foerster
Menandro é de Kapparetaia na Samaria, passando a predicar na Antioquia. Afirmava que seus aderentes não morreriam, pelo batismo que os dava. Seus aderentes se dispersaram, dado que seu trabalho estava diretamente ligado a sua pessoa, como o de Simão Samaritano.


Garcia Bazan
Justino e Irineu apresentam Menandro como discípulo de Simão Samaritano. As semelhanças entre ambos são bem assinaladas por R.M.Grant: crença em Sophia, atribuição de práticas mágicas, segundo Bazan, o conteúdo material dos testemunhos, as ideias de emanação e criação do mundo pelos anjos.

As figuras do mito monista que expressam sua doutrina gnóstica são:
*exposição do tema do salvator salvandus, contida em sua missão salvadora e que implica o desenvolvimento e a auto-manifestação do Si mesmo com suas notas de conhecimento salvador, revelado, imediato, esotérico. Aspectos que são por sua vez confirmados:
**uma representação do agnostos theos que implica na ruptura ontológica e gnoseológica entre o que é o Deus que não é
**identificação do mundo invisível e do Enviado
**emanações sucessivas: deus, Pensamento, anjos
**atitude dualista refletida na oposição dos anjos ao Salvador e na vinda deste, que implica em uma queda anterior
**o símbolo da ressurreição, sinônimo de gnose salvador; a ressurreição que outorga a perdurabilidade é para Menandro o resultado de uma graça sacramental recebida pelo batismo que ele outorga; mas não se deve entender este batismo como outorgando uma vida material perdurável (EXCERTOS DE TEODOTO, “além disso não somente o banho que é liberador, mas também o conhecimento”); cabe lembrar que Inácio de Antioquia chama a eucaristia de “remédio de imortalidade e de antídoto da morte”.


Mircea Eliade
Outro samaritano, Menandro, introduziu o gnosticismo em Antioquia. Apresentava-se como o Redentor descido do Céu para salvar os homens (Irineu, Adversus Haereses, I, 23, 8). Os que eram por ele batizados tornavam-se superiores aos anjos.