Livros Canônicos

Bíblia — Livros Canônicos da Bíblia

VIDE: Apócrifos

Excertos da introdução do livro “Fragmentos dos Evangelhos Apócrifos” do Pe. Lincoln Ramos

A Bíblia, também denominada Bíblia Sagrada, Sagrada Escritura, Livros Santos, compõe-se de 73 livros. São chamados canônicos, porque formam o cânon ou lista oficial dos livros que a Igreja considera como inspirados e que servem, portanto, de norma para a e para a prática religiosa.

Dividem-se em dois grupos, tradicionalmente intitulados Testamentos ou Alianças.

Os 46 primeiros constituem o Antigo Testamento. São os livros inspirados, anteriores ao nascimento de Cristo. Referem-se à antiga aliança de Deus com o povo, antes da vinda do Salvador. Além da lei mosaica, o Antigo Testamento encerra livros históricos, proféticos e sapienciais. Em sua quase totalidade foram escritos em hebraico.

Os outros 27 formam o Novo Testamento. São os livros inspirados da Nova Aliança, posteriores ao nascimento de Cristo.

O Novo Testamento compõe-se de escritos históricos (Evangelhos e Atos dos Apóstolos), doutrinários (Cartas dos Apóstolos) e um livro profético (Apocalipse). Foram todos escritos em grego.

O adjetivo “canônico”, que qualifica os livros da Bíblia, provém do substantivo “cânon” (kanon), palavra grega que abrangia, na língua clássica, diversas acepções e que assumiu, no grego eclesiástico, um sentido restrito e específico.

A princípio cânon designava um objeto próprio para medir: uma cana, uma vara. O termo é de provável origem semítica, pois o hebraico qanéh tem a mesma significação.

Daí passou naturalmente a significar qualquer medida ou qualquer coisa medida, tanto em sentido material como moral. Tornou-se sinônimo de norma, modelo e também conjunto ou lista destas normas e destes modelos.

Entre os gramáticos alexandrinos indicava as obras ou a lista de obras literárias que podiam servir de modelo, correspondendo ao que hoje chamamos de “clássicos”.

No grego eclesiástico revestiu-se de caráter religioso, designando os livros indicados pela Igreja como inspirados e como normativos para a vida dos cristãos. Os livros incluídos nesta lista, ou cânon, organizada pela Igreja desde o início, receberam e conservam a denominação de canônicos.

A respeito de alguns houve dúvidas, durante certo tempo. Hoje, a lista se encontra oficializada pelas prescrições do Concílio de Trento (séc. XVI) e pelo Concílio Vaticano (séc. XIX). São os 73 livros que compõem a Bíblia.