Eis a razão pela qual o Verbo tomou uma carne finita como a nossa: porque esta se tinha tornado presa do pecado e da morte. A carne, com efeito — como longamente o mostramos — abre o dimensional em que, produzindo sobre si mesmo, na relação tocante-tocado, as sensações de seu desejo, o homem tem o poder, que ele se atribui a si mesmo, de se tornar e de se fazer ele mesmo como o quiser. E, assim, de se adorar duplamente a si mesmo, tanto nesse pretenso poder como em seus prazeres. É essa adoração de si que conduz à morte, uma vez que o que é adorado — esse pretenso poder ou as sensações que ele produz — não tem, precisamente, o poder de se dar a si mesmo, de se dar a vida. E assim, adorando-os, é sua própria impotência o que o homem adora, é à sua finitude e à sua morte que ele se confia. (Michel Henry MHE)
finitude
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