JERÔNIMO — CARTA 36 — A DÁMASO
Contribuição e tradução da Carta 36 por Antonio Carneiro
Epistolario, San Jerónimo, I, Biblioteca de Autores Cristianos, serie BAC normal n° 530, Madrid, 1993, 911 p., edición bilingue, traducción, introducciones y notas por Juan Bautista Valero, ISBN 84-7914-080-1 (páginas 313 até 320)
RESPOSTA À TRÊS DAS QUESTÕES
Esta será a resposta quase imediata de Jerônimo. “Quase” , porque o ditado da carta ficaria interrompido, logo no começo, pela visita de um judeu romano que, a escondidas, lhe levava toda uma série de rolos que havia pego emprestado da própria sinagoga. O próprio Jerônimo havia buscado previamente esta cumplicidade. Diante de uma oportunidade tão excepcional não cabia senão empregar todos os efetivos disponíveis para copiar rapidamente os manuscritos. As consultas do papa poderiam esperar. Delas, duas ficariam descartadas, porque já haviam tratado em parte Tertuliano e Novaciano e em parte Orígenes e Dídimo. Deste último, Jerônimo estaria traduzindo o Tratado sobre o Espírito Santo1 de Jerônimo dedicada a seu irmão mais moço Pauliniano. O original grego se perdeu, Jerônimo havia começado a tradução em Roma em 384 e terminou depois de 386. Entre os anos 387-390 a publicou em Belém. Pelo teor da carta prólogo que precede a tradução da obra, a finalidade da tradução e edição é muito variada: homenagem póstuma ao papa Dámaso, petição provável de seu irmão Pauliniano e de sua amiga Paula e seu amigo Eustóquio, e finalmente para desmascarar as pretensões literárias de Ambrósio de Milão. Esta última intenção, ainda que nada limpa, nos obriga a pensar que Jerônimo teve que se esmerar na realização da tradução. Do contrário, o primeiro a jogar-lhe na cara teria sido Rufino que conhecia a tradução2, e pensava dedicá-lo à Dámaso: “ para não pensar que não faço nada senão dormir”.)) de Jerônimo. Ainda que não teria nada de estranho — os estudiosos modernos parecem estar de acordo com isso — que Jerônimo não tenha traduzido com precisão e fielmente a terminologia trinitária de Dídimo.
CARTA 36 — A DÁMASO
NOTAS:
Existe tradução espanhola:“ Tratado sobre el Espíritu Santo, Dídimo el Ciego, introducción, traducción y notas de Carmelo Granado, S.J., Ciudad Nueva: España, Madrid, 1997, 206 p. ISBN: 84-89651-19-1, colección Biblioteca de Patrística n° 36.” Na página 20 da introdução encontra-se o seguinte texto: “De Spiritu Sancto”
Conserva-se na tradução latina ((Acessível na recente edição crítica de Didyme l’Aveugle, Traité du Saint Esprit, introduction, texte critique, traduction, notes et index par L. Doutreleau (SC 386), Du Cerf, Paris 1992. Para a tradução nos servimos desta obra, da que só nos afastamos no § 120 tal como indicamos na nota 295. Não se pode por em dúvida nem a paternidade didimiana nem o título da obra. Repetidamente lhe recordam Jerônimo, Epist. 36 ad Damasum; Epist. 71 ad Luc.; De viris ilustribus 109, 135; Adversus Rufinum II 16, 18-19; Agostinho, Quest. in Hept. 2,25. ↩
Apologia 2, 26-28 ” ↩