Isaac da Síria (Nínive) — Direções em Treinamento Espiritual
Curtos excertos traduzidos do livro “PRIMEIROS PADRES DA PHILOKALIA”
1. O medo de Deus é o começo da virtude; é o broto da fé e é plantado no coração, quando a mente é recolhida das distrações mundanas a fim de coletar seus pensamentos vagantes em uma meditação sobre a restauração futura.
2. A fim de assentar a fundação da virtude, é melhor para o homem manter-se separado dos afazeres mundanos e submeter-se à lei, que ilumina os caminhos santos da retitude, como o Espírito Santo demonstrou através do Cantor dos Salmos (Sl. XXII, 3; CXVIII, 3).
3. O começo do caminho da vida é sempre estar instruindo a mente nas Palavras de Deus e passar sua vida em pobreza. Ocupar-se com o primeiro ajuda a ganhar perfeição no outro. Se te ocupas com o estudo das Palavras de Deus, isto ajuda para o progresso em pobreza; e o progresso em não-aquisição te dá folga para fazer progresso no estudo das Palavras de Deus. Assim os dois se combinam para ajudar à rápida construção dede todo edifício de virtudes.
4. Ninguém pode aproximar-se de Deus sem retirar-se do mundo. Por retiro não quero dizer mudar de local de moradia física, mas retiro de afazeres mundanos. A virtude de retiro do mundo consiste em não ocupar tua mente com o mundo.
5. Quando a graça aumenta em um homem, então o medo da morte no caminho da retidão que ele deseja (ou em face dos obstáculos neste caminho) se torna sem importância para ele. Então ele descobre em sua alma muitas razões porque, por medo de Deus, ele deveria estar pronto para sofrer aflições como sendo algo necessário. Então todas as coisas desagradáveis para o corpo, e aptas a causar-lhe sofrimento, são como nada nos olhos de um homem, comparado como suas esperanças no futuro. Mas quando a graça diminui em um homem, tudo que nele e com ele acontece é o reverso; então, devido à investigação (que pode ser baseada só no tangível), conhecimento se torna para ele mais importante que fé, confiança em Deus não está presente em tudo que ele faz, e a Divina Providência EME relação ao homem é compreendida diferentemente. Tal homem é para sempre sujeito a medos, através das intrigas daqueles que escamoteiam-se para tingi-lo privadamente com suas flechas (Sl X, 3).
6. Um coração duvidoso faz a alma tímida; enquanto a fé pode fazer a vontade firme mesmo se os membros do corpo sejam cortados. Na medida que o amor da carne tenha o comando em ti, não podes ser audacioso e temerário em meio as muitas batalhas lutadas ao redor do objeto de teu amor.
7. Não é casto aquele em que pensamentos vergonhosos param em tempo de luta, trabalho e empreitada, mas aquele que pela veracidade de seu coração faz casta a visão de sua mente, não deixando ela estender-se para pensamentos iníquos. E enquanto a honestidade de sua consciência testifica, no que seus olhos veem, que ele é verdadeiro (à lei da pureza), o pudor se coloca como um véu no lugar secreto de seus pensamentos, e sua inocência, como uma virgem casta, é mantida inviolável para Cristo pela fé.
8. Para afastar as tendências errôneas previamente adquiridas pela alma, nada á mais útil que imergir a si mesmo no amor do estudo das Escrituras Divinas, e compreender as profundezas dos pensamentos que contêm. Quando os pensamentos se tornam imersos na delícia de perscrutar a sabedoria oculta das palavras, um homem deixa o mundo para trás e esquece tudo que ali está, em proporção à iluminação que retira das palavras. Mas mesmo quando a mente flutua somente na superfície das águas das Escrituras Divinas e não pode penetrar nas profundezas dos pensamentos contidos ali, mesmo então o próprio fato de que ele está ocupado com zelo na compreensão das Escrituras é suficiente para firmemente fixar seus pensamentos em ideias do milagroso apenas, e os impedir de sair em busca do material e do carnal.
9. Em tudo encontras-te com as Escrituras, esforças-te em descobrir o propósito da palavra, para penetrar na profundeza do pensamento dos santos e compreendê-lo mais exatamente. Aqueles cuja vida é guiada pela graça divina em direção a iluminação, sempre sentem como se algum raio de luz interior percorre-se sobre as linhas escritas e permite-se à mente discernir da palavras cruas o que é falado com grande pensar para a instrução da alma.
10. Se um homem lê linhas de grande sentido sem ir profundamente nelas, seu coração permanece pobre (não obtém alimento); e a santa força que, através da maravilhosa compreensão da alma, dá o alimento mais doce ao coração, enfraquece-se nele.
*§ 11-20
*§ 21-30