Isaac Sirio Tratados Misticos 12

ISAAC O SÍRIO — TRATADOS MÍSTICOS

Traduzidos para o inglês por A. J. Wensinck, publicada em 1923 (livro raro)

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XII QUE NÃO É BELO PARA O SERVO DE DEUS QUE RENUNCIOU O MUNDO E AVANÇOU EM BUSCA DA VERDADE, POR MEDO DE NÃO ENCONTRAR A VERDADE DESISTIR DE BUSCÁ-LA OU DO FERVOR QUE NASCEU O DESEJO DAS COISAS DIVINAS, OU DA INQUIRIÇÃO DE SEUS SEGREDOS MÍSTICOS QUE SÃO DESCRITOS MISTERIOSAMENTE. QUE, POR ESTA BUSCA, A MENTE PODE DESISTIR DA DISTRAÇÃO MALÉFICA E RECORDAÇÕES DE AFECÇÕES

Tradução de Izabel Carneiro da edição revisada

Existem três graus que constituem todo o caminho do homem: o grau de noviciado, o do meio, e o da perfeição. E, embora a mente do primeiro esteja voltada — com todas as suas ocupações e recolhimentos — para a excelência, ainda assim, ela está conectada com as afecções.

O segundo grau, o do meio, fica entre o estado de afecção e o espiritual. Deliberações da mão direita e da esquerda ficam nele igualmente agitadas. Ademais, nem a fonte de luz nem a das trevas deixará de fluir ao seu lado, como já foi dito. Se (o solitário) cessa, mesmo que por um curto período de tempo, de meditar sem descanso sobre os escritos espirituais, ou de pensar em coisas divinas até inflamar-se como fogo por sua atração em direção à verdade, — junto com a exigência externa tão rigorosa quanto possível, o que inclui prudência interior e obras suficientes — então, ele será varrido para o lado das afecções.

No entanto, se ele aumenta seu calor natural na forma mencionada, sem desistir de buscar e inquirir, e se ele segue estas coisas de longe, sem as ver, com exceção de suas designações nas Escrituras, e se ele multiplica suas deliberações e domina-as por aquelas que não se inclinam para o lado esquerdo, e não recebe qualquer semente de fantasias proveniente dos demônios em vez da verdade, mas, ao contrário, está desejoso, anseia e protege a si mesmo, e suplica a Deus em oração fervorosa e persistente — então, tão logo agrade a Deus concedê-lo, Ele abrirá Seu portão diante dele. Especialmente, devido a sua humildade, pois aos humildes os mistérios são revelados.

Se ele morre, no entanto, nessa expectativa, sem ter visto aquele país a uma curta distância, acho que a sua herança será como a dos antigos justos, que esperavam a perfeição, segundo a palavra do Apóstolo, mas não a viram, no entanto, trabalharam nesta expectativa toda sua vida e partiram. Agora, o que podemos dizer, se alguém não alcança (o grau que o habilita) para entrar na terra prometida, que é o estágio do perfeito, e não encontra a verdade olho no olho, na medida em que a natureza seja capaz disso? Deverá ele então renunciar a isso (e permanecer) naquele estágio inferior que está totalmente ligado ao do lado esquerdo? Ademais, porque não encontrou toda a verdade, deverá ele permanecer nesse estagio baixo que nem sequer sabe desejar essas coisas ou deverá ele elevar-se até o estágio intermediário mencionado, embora ele não olhe, por assim dizer, num espelho, mas o espere à distância, e nesta expectativa será reunido a seus pais?

Mesmo que ele não seja considerado digno da plenitude da graça aqui, ainda assim, ele deverá ocupar sua mente por intermédio de relações com a graça, à distância, e por sua influência estimulante ao longo de sua vida, ele deverá eliminar e afastar-se de más deliberações. Nesta esperança, estando seu coração repleto de Deus, ele deverá partir deste mundo.