ÍCONES DE JOÃO EVANGELISTA
Simbolismo
Richard Temple
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No ícone, a “energia” de Deus é indicada pela luz que se vê emanando do reino divino, cuja borda é vista no canto superior esquerdo: o mais alto “lugar” no universo. O ícone também enfatiza a caverna, ou o “mais baixo lugar” no universos, o qual, em contraste com a luz, é indicado como escuridão. Entretanto, a luz e a escuridão, ou o mais alto e o mais baixo, estão conectados um com outro de acordo com os princípios do Raio Divino. E vemos que o Evangelista e seu discípulo Prochorus são ligações significantes nele. Sem eles o mundo material não pode ser espiritualizado pela penetração da luz divina. Isto significa que o homem é uma ligação vital na cadeia de transmissão pela qual o mais baixo é iluminado e trazido à vida pelo mais alto. Assim aprendemos da responsabilidade cósmica do homem: se ele negligencia sua natureza espiritual, negligencia a verdadeira finalidade de sua existência que é “ajudar Deus” se tornando um canal para as emanações de sua energia.
Mas o homem deixa de preencher este mais alto sentido de sua existência porque espiritualmente cai na caverna a qual, como veremos na discussão do Ícone da Angustia do Inferno, é a prisão psicológica na qual ele cai quando é expulso do Paraíso. Ou podemos dizer é o lugar escuro onde Deus ainda não entrou.
A solo rochoso representa o nível material ou terrestre, e os pés simbolizam o ponto de contato que temos com o mundo material. Na arte sagrada estas imagens representam estados psicológicos do ser; assim certos detalhes, tais como os pés nus, ous os pés não não tocando o solo mas postos sobre escabelos, têm um sentido especial. Isto era familiar para o cristianismo alexandrino. Por exemplo, achamos Gregório de Nissa indicando que “pés calçados não podem ascender às alturas onde a luz da verdade é vista, mas… (sandálias) devem ser removidas dos pés da alma”. Isaque o Sírio, escrevendo no século VI, usa as mesma imagem quando diz,
Quando tua alma está próxima de sair da escuridão… seja diligente em teu trabalho, mantenha-se vigilante em guarda, que a graça possa aumentar em ti dia a dia. Mas até que vejas isto ainda não tens cumprido tua jornada nem alcançado a montanha de Deus.
Vemos que tanto São João quanto Prochorus já estão no nível mais alto que o plano material ou terrestre. Dos dois, pelo tamanho desproporcional, São João é o maior. O fato que ele esteja na montanha, que podemos tomar por sendo o que Gregório de Nissa chama a “montanha do conhecimento de Deus”, e que seus pés não tocam o solo, indica um nível de realização espiritual onde ele pode receber diretamente as influências divinas que são tipificadas no ícone como luz fluindo através do universo. Esta influência é passada para os discípulo Prochorus que, por sua vez, escrevendo em papel, pode ser visto como inscrevendo a palavra divina sobre a matéria. Este ícone é assim uma descrição do Raio Divino e um comentário sobre a transmissão do conhecimento divino de acordo com a Doutrina dos Graus.
O Mundo de Luz
O Firmamento
A Montanha
São João o Evangelista (Homem)
Prochorus (Homem)
O Livro
A Terra
A Caverna
O ícone nos mostra o ideal que almejamos. Ele só pode ser alcançado quando o homem encontra seu “lugar” próprio no universo. Vemos dois estágios na vida espiritual do homem onde ele realmente é homem como se tenciona que seja.
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