Hurtak Gnosticismo

James Hurtak — Gnosticismo

Segundo Hurtak, as principais fontes para se conhecer o gnosticismo podem ser divididas em duas categorias: o que sobreviveu à destruição promovida pela Igreja dos escritos dos próprios gnósticos e, a representação de seu pensamento oferecida pelos primeiros heresiólogos, dentre os quais se sobressaem Irineu e Hipólito. Ambas as fontes muito problemáticas. A primeira pela linguagem saturada de mitos, simbolismo e termos difíceis, a tornando quase impenetrável à leitura nos nossos dias. A segunda carregada de um viés crítico, hostil, mal intencionado e mal informado.

Não há um único sistema gnóstico mas uma pletora de sistemas ditos gnósticos, constituindo seitas regulares, ou apenas movimentos de alguns expoentes. Hans Jonas demonstrou que existem, no entanto, atitudes e pressupostos básicos que caracterizam o Gnosticismo., permitindo designar estes sistemas por um único nome.

O que dificulta ainda mais a abordagem do Gnosticismo é que este não tinha uma organização como a Igreja, mas se constitui e se institui como pequenas seitas, comunidades e grupos operando dentro e fora da Igreja, segundo lideranças que despontam durante os primeiros 300 anos após a morte de Jesus.