Tomás de Aquino — Summa theologica I.a II.ae, q. V, art. 8
TODO HOMEM DESEJA A FELICIDADE
Pode-se considerar a felicidade de duas maneiras: uma, segundo a razão comum de felicidade; e neste sentido, todo homem, necessariamente, deseja a felicidade. E a razão comum de felicidade é que seja o bem perfeito, como se disse. Mas sendo o bem o objeto da vontade, o bem perfeito de alguém consiste em que o satisfaça totalmente. De onde se segue que desejar a felicidade não é outra coisa que desejar que a vontade fique satisfeita, coisa que todo o mundo quer. Em outro sentido, podemos falar da felicidade segundo sua razão especial, quanto àquilo em que a felicidade consiste; e deste modo nem todos conhecem a felicidade, porque não sabem a que coisa convém sua razão comum; e, por conseguinte, quanto a isto, nem todos a desejam.