VIDE: CALIFA, CHAKRAVARTI, IBN ARABI
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Bernardo de Clairvaux: IN VIGILIA NATIVITATIS DOMINI (sermo III)
E contempla primeiro a criação, a posição e a disposição das coisas, a saber: quanto poder há na criação, quanta sabedoria em sua disposição, quanta benignidade em sua composição. Vê na criação quantas coisas e quão grandes o foram criadas poderosamente; na disposição, quão sabiamente todas estão colocadas; na composição, de que modo benigno estão unidas as coisas supremas e as ínfimas, com caridade tão amável quanto admirável. Pois a este barro terreno mesclou uma força vital, como nas árvores, de onde surge a beleza nas folhas, a formosura nas flores, o sabor e o remédio nos frutos. E não contente com isto, acrescentou ainda a nosso barro uma força sensível, como nos animais, que não só têm vida como também podem sentir, dotados de uma quíntupla sensibilidade. Quis honrar ainda mais nosso barro, e infundiu-lhe uma força racional, como nos homens, que não só vivem e sentem, como também discernem o agradável e o ingrato, o bom e o mau, o verdadeiro e o falso. Quis também sublimar nossa fraqueza com uma glória mais copiosa, e sua majestade reduziu-se, de modo que o melhor que possuía, isto é, ele mesmo, se unisse a nosso barro, e uniram-se em uma só pessoa Deus e o barro, a majestade e a fraqueza, tanta vileza e tanta sublimidade. Pois não há nada mais sublime que Deus, nada mais vil que o barro; e, no entanto, com tanta magnanimidade Deus desceu até o barro, e com tanta dignidade ascendeu o barro até Deus, que cremos que tudo o que Deus fez nele, o fez no barro; e dizemos que tudo quanto o barro realizou, Deus o realizou nele, em um mistério sacro tão inefável como incompreensível. E note que, assim como naquela singular divindade há Trindade nas pessoas e unidade na substância, assim nesta mescla especial há Trindade nas substâncias, unidade na pessoa; e assim como ali as pessoas não separam a unidade, e a unidade não diminui a Trindade, assim também aqui a pessoa não confunde as substâncias, nem as substâncias dissipam a unidade da mesma pessoa. Aquela Trindade suprema nos mostrou esta Trindade, obra admirável, obra singular entre todas, e superior a todas suas obras. Pois o verbo e a alma e a carne convieram em uma pessoa; e os três são um, e o uno três, não pela confusão da substância mas pela unidade da pessoa. Esta é a primeira e mais excelente mescla; e esta é a primeira entre as três1. Atenta, homem, para o barro que és, e não sejas soberbo; para o unido que estás a Deus, e não sejas ingrato.
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Antonio Orbe: ORIGEM DO CORPO
La idea, “el hombre — centro de la creación”, sensible en la Escritura y aun en la filosofía pagana, sobre todo estoica, se generalizó entre los eclesiásticos.
San Justino, y singularmente Teófilo Antioqueno2, la destacaron, haciendo del hombre terreno el motivo central de la creación sensible. No entraba en su pensamiento el mundo ideal (o kosmos noetos) ni el hombre intelectivo. La misma espontaneidad con que ideaban un Logos dios, anterior a la creación sensible con formas propias, llevóles a concebir siempre un anthropos material, vinculado al mundo sensible. Para ellos, tanto vale situar al hombre por fin y corona de la creación como definirle en su naturaleza corpórea por centro único de la universal creación.
San Ireneo discurre igual. Sus fórmulas se repiten con relativa frecuencia:
El mismo Dios que despliega el cielo como un libro y renueva la faz de la tierra hizo las cosas temporales a causa del hombre a fin de que madurando entre ellas fructifique la inmortalidad. Todas las tales cosas (¿temporales?) fueron hechas en favor del hombre destinado a la Salud: para madurar en orden a la inmortalidad lo que está dotado de propio arbitrio y potestad y disponerlo para Dios (haciéndole) más ajustado a la eterna sujeción. Y por eso la creación está consagrada al hombre, pues no se hizo el hombre por ella, sino la creación por el hombre.
A pesar de su mayor perfección natural — superior a la humana (‘sine carne enim angelisunt’) — y de su primigenia madurez, pues aparecieron adultos, los propios ángeles eran siervos de Adán. Dios le constituyó al hombre dueño de la tierra y aun de los ángeles, sus servidores.
Aquí se descubre el excepcional puesto asignado por Dios a la imperfecta natura humana, centro de la creación sensible, dueño de la tierra y aun de los propios ángeles no terrenos: por su destino a la maturación en carne ‘ad immortalitatem’, o simplemente por la Salud.
- As três mesclas que concorrem na Encarnação são a de Deus e o homem, a da mãe e a virgem e a da fé e o coração humano.[↩]
- Ad Autol. I 6; II 10: «Nada fue coetáneo con Dios. Antes, siendo El mismo su propio lugar y no teniendo necesidad ninguna y existiendo ante todas cosas, quiso hacer al hombre, de quien fuera conocido. Para éste, pues, dispuso de antemano el mundo. El hecho (= la creatura) es también necesitado; mientras el increado de nada necesita». Otros lugares, en Spanneut, o.c., 382.[↩]