::-=História Lausíaca=-::
ISIDORO
1) Quando cheguei, pela primeira vez, a Alexandria, na época do segundo consulado de Teodosio, o grande imperador, que está agora no céu por sua fé no Cristo, aí encontrei um homem admirável por sua vida e ciência, o sacerdote Isidoro, então administrador do hospital da Igreja de Alexandria. Ele havia travado seus primeiros combates da juventude no deserto e, pessoalmente, vi a sua cela na montanha da Mítria. Quando, porem, o reencontrei era um ancião de 70 anos, que viveu ainda 15, antes de terminar seus dias na paz.
2) Ate a morte, ele nunca se vestiu de linho, exceto um turbante na cabeça, não tomou banho nem comeu carne. A graça que o fortalecia dava ao seu corpo um tal aspecto que, os que ignoravam seu regime, imaginavam que ele levava uma boa vida. Faltar-me-ia o tempo para detalhar suas virtudes. Era tão benevolente, tão pacífico, que até os seus adversários sem fé o veneravam por sua doçura e extrema bondade.
3) Tinha um tal conhecimento das Santas Escrituras e dos mandamentos de Deus que, muitas vezes, mesmo durante as refeições comunitárias, seu espírito se evadia e ele silenciava. Os irmãos insistiam para que revelasse seu êxtase: “Meu pensamento se foi”, dizia ele então, “arrebatado por uma visão”. Muitas vezes eu o vi chorar à mesa e, perguntando a causa de suas lagrimas, respondeu-me “Tenho vergonha de comer o alimento dos animais destituídos de razão, eu, que, sendo um ser racional, sou destinado pela graça de Cristo, a conhecer um paraíso de delícias.
4) Era conhecido de todo o Senado e das mulheres dos altos dignitários do Império, desde que fora a Roma, primeiro com o bispo Atanasio e, depois, com o bispo Demétrio. Embora possuísse uma enorme fortuna, não fez testamento ao morrer e não deixou dinheiro nem objetos para suas irmãs, que eram monjas. Confiou-as, porém, a Cristo, dizendo: “Aquele que vos criou terá cuidado de vos, como fez comigo”. Ora, a comunidade de suas irmãs contava com 70 monjas.
5) Muito jovem ainda, fui a ele e pedi que me admitisse entre os monges. Nessa idade ardente, eu não tinha necessidade de discursos, mas de subjugar meu corpo. Perito domador de poldros, conduziu-me a 5 milhas da cidade, ao lugar que se chamava Desolação.
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