::-=História Lausíaca — Carta a Lauso=-::
CARTA A LAUSO
(autenticidade contestada)
1) Aprovo o teu propósito. Ê justo começar por felicitações esta carta, porque, enquanto todos “buscam fantasias e constroem edifícios de pedra sem proveito algum, desejas aprender e edificar-te com santas palavras.
Na verdade, só o Deus do universo não precisa de ensinamentos, porque é ele mesmo o seu princípio e não ha ninguém antes dele. Os demais, por serem criaturas, devem ser instruídos. As primeiras ordens têm por mestre a1 suprema5 as segundas aprendem das primeiras e, assim por diante, até as últimas. Os mais adiantados por sua ciência e sua excelência ensinam os inferiores.
2) Assim, os que julgam não precisar de mestre ou recusam obedecer aos que os instruem com amor são doentes de ignorância e a ignorância gera o orgulho. Essa paixão foi que perdeu os primeiros a decair do paraíso celeste, “os demônios, que enchem os ares” (Ef 2,2), depois de terem fugido do Senhor dos céus.
O ensino não são palavras. Palavras, muitas vezes, os mais miseráveis as tem. O verdadeiro ensino são as obras: retidão, serenidade, coragem, intrepidez, calma e essa total sinceridade, que é fonte de palavras ardentes como chama.
3) Se não fosse assim, o Mestre não teria dito a seus discípulos: “aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11,12). Ele não convida os apóstolos a elegância de linguagem, mas à sabedoria do comportamento: em paz com todos, exceto com os que se opõem a Palavra e aos mestres. Quem se engaja no caminho de Deus deve aprender fielmente o que não sabe ou ensinar claramente o que sabe. Se recusa uma ou outra dessas coisas que estejam em seu poder, a loucura o perde. O desgosto pela doutrina e pela Palavra da qual sempre tem fome o que ama a Deus, isto é o começo da apostasia.
Sê, portanto, forte e corajoso. Desejo que passes bem. Que Deus te conceda a graça de atingir o conhecimento do Cristo.
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Trindade ↩