Gregorio Palamas

PHILOKALIA — GREGÓRIO PALAMAS (1296 — 1359)

Segundo a apresentação da versão francesa Gregório Palamas foi iniciado por Teoleptos e Nicéforo, sendo então apenas um monge como todos os hesicastas consagrado ao silêncio, á solidão, à edificação, a inteligência toda absorvida na oração do coração e na compaixão. Mas o hesicasmo foi atacado em sua linha de frente (Constantinopla, Monte Athos, e Tessalônica) pelos defensores de uma abordagem intelectual que rompia com a rede muito densa de referências e de reflexões tecida por dez séculos de tradição teológica e de exercício monástico. Gregório Palamas foi chamado a fazer face, na adversidade e na perseguição, como no reconhecimento e na responsabilidade eclesiais. Sua obra foi assim marcada em grande parte por uma controvérsia crucial sobre a relação do incriado e do criado, sobre o sentido da inteligência, sobre a compreensão de Deus, sobre o conhecimento do mundo, e finalmente sobre o curso e a finalidade da civilização: um debate críptico, mas fundamental, na aurora dos tempos modernos.

A Philokalia nos dá desta obra considerável uma mistura de textos onde se cruzam a edificação e a controvérsia.

Na Internet:

Decálogo das leis que deu o Cristo:
Faz remontar os mandamentos de Deus ao amor e à liberdade evangélicas. As leis de Moisés têm todas como primeiro mandamento: “Amarás o Senhor teu Deus”. Ora o Senhor é o Cristo. As interdições da lei só fazem portanto balizar a via estreita que leva a porta estreita: as leis têm seu fim no Cristo. Assim sendo a conduta cristã é menos guiada pela observância que pela “imantação”. A lei só foi dada para ser realizada no estado de graça. A exigência evangélica a leva assim além de seus próprios limites, aí onde ela não tem mais lugar de se impôr à vida. É a vida que por conseguinte toda consagrada a Deus na pessoa do Cristo. “Guarde os preceitos, diz Gregório, para depôr na alma os tesouros da piedade”.

Sobre os santos hesicastas:
Escrito por volta de 1338, trata do exercício da inteligência. Está no coração do debate entre Gregório e Barlaam. A inteligência humana se une à inteligência divina, à inteligência anterior, sem outro conhecimento que aquele do fogo, o qual Gregório diz ser o “retorno à origem”.

Sobre a oração e a pureza do coração:
As condições desta oração e desta pureza são a humildade e a compunção.

150 capítulos físicos, teológicos, éticos e práticos:
Redigido por volta de 1350 é a obra maior juntamente com as “Tríades para a defesa dos santos hesicastas”. Primeiros capítulos (1-33) consagrados ao conhecimento do mundo natural criado, conhecimento “parcial”, que passa pelo homem e finaliza no homem. O homem é assim chamado a se conhecer a si mesmo. Em seguida o homem é votado ao conhecimento de Deus, à teologia, e a sua consagração pessoal a Deus pela ética e a ascese (capítulos 34-63). No final da obra (capítulos 64-150) repreende palavra por palavra as controvérsias anteriores com Barlaam e outros adversários.

Tomo hagiorítico dobre os santos hesicastas:
Resposta às acusações de Barlaam, defendendo a posição dos hesicastas e o bem fundamentado da doutrina ortodoxa da osmose humana do incriado e do criado.


Excertos: