Bernard Gorceix — Chama e Agonia
A ignorância que se tem da mística alemã do século XVII é um fato fácil a estabelecer. Para maior parte dos historiadores sem qualquer dúvida: a brasa do grande fogo do século de ouro da mística alemã, o século XIV, aquele de Mestre Eckhart, de Johannes Tauler, de Heinrich Suso, continuava a “chocar”, através de obras menores, até o final do século da renascença e do humanismo. A Theologia Germanica e os tratados do saxão Valentin Weigel entre outros, estes à sombra do protestantismo militante, são recaídas vigorosas do incêndio dominicano. No século XVII no entanto, o terreno fermenta outras sementes; as chispas não incendeiam; elas liberam uma última chama, a chama da agonia, o Peregrino Querubinico, obra do “último místico alemão”, Johannes Scheffler. As pesquisas modernas refletem este abandono: enquanto que o estudos sobre os místicos andam bem, do mesmo modo sobre o fenômeno mesmo que sobre suas diferentes manifestações na história, mística cristã oriental, mística judaica, mística muçulmana, mística indicana, enquanto um bom número crescente de trabalhos redigidos por pesquisadores vindos de horizontes variados revelam paralelos e riqueza especulativa e metafórica da tradição contemplativa.
Razões do silêncio:
*vício da crítica que prefere os caminhos batidos
*concentração no século XIV por ser a primeira e grande escola mística europeia em língua nacional.
*no caso francês, dedicação à escola mística nacional do mesmo período: Pierre_de_Berulle, Francisco de Sales e Vincent_de_Paul.
Chama e Agonia. Místicos do século XVII alemão — resumo
*Introdução
*I As causas da chama
*II Mística, especulação e poesia em Daniel Czepko (1605-1660)
*III Mística, louvor, natureza e poesia em Friedrich Spee (1691-1635) e Catharina Regina von Greiffenberg (1633-1694)
**O jesuíta renano
**A protestante austríaca
*IV MÍSTICA, CHIALISMO E BOEMISMO: QUIRINUS KUHLMANN (1651-1689)
*V Os dois últimos testemunhos: Johannes Scheffler (1624-1677) e Johann Georg Gichtel (1638-1710)
**PRIMEIRA PARTE: JOHANNES SCHEFFLER, MÍSTICO QUERUBÍNICO E MÍSTICO SERÁFICO
**Segunda parte: Johann Georg Gichtel, Mística e Sofiologia
*Conclusão