L’Évangile voie de la connaissance publicado pela Dervy em 1987
Cada vez que os discípulos cediam à tentação do devir messiânico, Jesus os reconduzia ao Reino interior acessível desde aqui-agora. Assim fazendo, nos aportava as chaves da Gnose, ocultadas por uma verdadeira psicose de eventos iminentes anunciadores dos fins últimos.
A mensagem evangélica foi no entanto recuperada por redatores de segunda mão e inscrita na trama apocalíptica da qual Jesus precisamente se dessolidarizava.
Uma nova leitura dos evangelhos é a princípio possível; melhor ainda, ela se impõe após a descoberta do Evangelho de Tomé.
A confrontação dos evangelhos canônicos com este texto essencial permite resgatar as palavras originais de Jesus, pelo menos aquelas que não sofreram tanto por serem inscritas em um contexto que lhes é por natureza estranho. Os ditos do mestre, assim destacados de um comentário que agiu como um prisma deformador, referem-se a gnose eterna, como atestam além do mais, as correspondências com outros ensinamentos tradicionais de mesma natureza. (adaptado da apresentação do livro)
Evangelho, via de conhecimento
Esquema-resumo sobre o qual estaremos aditando citações, excertos e comentários. Construído a partir do índice do original em francês, “L’Évangile voie de la connaissance”, de Émile Gillabert (Dervy-Livres, 1987).
- O Evangelho via do Conhecimento
- Diferentes estratos redacionais
- Texto original composto de ditos (logia) de Jesus
- Relatos de sua vida onde foram inseridos os ditos, retratam preocupações de lugar e época
- Evangelho de João rompe com os demais
- liberação no presente: Jo 5:24 Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida.
- reiteração da promessa de salvação: Jo 6:48 Eu sou o pão da vida.
- comer o pão da vida: Jo 6:51 Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne.
- Jo 6:54 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
- linguagem forte:
- Jo 6:60 Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?
- Jo 6:66 Por causa disso muitos dos seus discípulos voltaram para trás e não andaram mais com ele.
- Crítica dos comentadores que eventualmente inseriram suas notas nas transcrições dos evangelhos
- Recuperação do original graças aos evangelhos de Nag Hammadi
- O joio e o trigo
- No tempo da colheita o joio aparecerá; se arranca-lo-á e se queima-lo-á (Ev. de Tomé)
- Como liberar a palavra a fim de que possa realmente se tornar pão de vida?
- Como liberá-la para que possa me permitir acceder ao Reino?
- Dois níveis de consciência
- Lázaro está vivo
- Quem quer que viva e creia em mim não morrerá jamais
- Crítica severa as asserções de Paulo sobre uma escatologia coletiva
- Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá. Crês isto? (Jo 11:25-26)
- A vida eterna
- Jo 5:24 Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida.
- Jo 6:54 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
- Ressurreição é sinônimo de Vida eterna
- O termo “vida” aparece mais de 40 vezes em João
- Jo 3:36 Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém, desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.
- Os três sinópticos mais homogêneos e coerentes sobre fins últimos, ressurreição dos mortos e juízo final
- Os sinópticos levam a marca das afirmações de Paulo
- Uma vasta recuperação
- Se aqueles que vos guiam dizem: eis, o Reino está no céu, então, os pássaros do céu vos anteciparão (Ev. de Tomé)
- A fonte dos evangelhos
- A pedagogia dos Mestres
- O Buda
- Nascimento do mito
- Os três tipos de seres
- O mito de Sophia
- A mística
- O Ocidente e a não-dualidade
- As chaves dos evangelhos
- A visão
- A escuta
- O vazio
- A luz
- A pobreza
- A autoridade
- O Monakhos
- O sofrimento
- A vida
- A infância
- O andrógino
- A linguagem do corpo
- A humildade
- Conclusão