LOGIA — FAZER EM SEGREDO (Mt VI, 1-8)
Jean-Claude Larchet: TERAPÊUTICA DAS DOENÇAS ESPIRITUAIS))
Al que está habitado por la cenodoxia ésta lo consagra a toda clase de males. Los que obran a fin de ser glorificados por los hombres ya han recibido su recompensa, dice Cristo1, por su parte, hace notar que los demonios toman, sobre todo, el amor por la gloria, como una ocasión para ejercitar su malicia y que por él «saltan en el alma como por una ventana oscura y la saquean».
Roberto Pla:2, oposição que atravessa todo o ensinamento do Cristo. Tal oposição, aquela da realidade, que se tem no “coração”, e da aparência, que é aquela do mundo, funda a “possibilidade” mesma da hipocrisia. Também está ela em obra na polêmica contra os3 o que ela é. Assim convém afirmar esta verdade a primeira vista perturbadora: no que concerne o homem, é em nossa subjetividade invisível que se mantém nossa realidade, nossa aparência exterior não é precisamente senão uma aparência. Esta tese insólita resulta da polêmica do Cristo contra a hipocrisia dos fariseus como de sua análise do mal. Quer se trate do jejum, da ((oração, da ação boa ou má, estas diversas atividades escapam ao mundo visível, se realizam aí onde elas habitam desconhecidas dos outros: no segredo.
(Mt 6,2) quien dirige también esta otra advertencia: «Desdichados de ustedes cuando todo el mundo hable bien de ustedes» (Lc 6, 26). «Dios ha disipado los huesos de los que complacen a los hombres» constata el salmista (Salmo 52, 6). «Sea en esta vida, sea en la otra, penas y sufrimientos siguen a la cenodoxia» escribe s. Máximo. S. Juan Crisóstomo señala que «los deseos de honores son la fuente de los más grandes males» y observa a propósito de la búsqueda de los primeros lugares bajo el impulso de la cenodoxia: «Esta pasión es extrañamente peligrosa». S. Diadoco de Foticé ↩
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Filosofia
Michel Henry: PALAVRAS DO CRISTOAtrás do caráter ético dos preceitos formulados, convém reconhecer a significação abissal desta resposta. “A relação entre o mundo e nossa própria vida aí se propõe sob a forma de uma oposição radical entre o visível e o invisível”. O mundo é o reino do visível, a vida aquele do invisível. Ao mundo pertence tudo aquilo que é suscetível de aparecer diante do olhar, de se dar em espetáculo em uma “luz” que é o mundo ele mesmo. Esta luz surge de um distanciamento das coisas em um “horizonte” de exterioridade sobre a tela da qual toda coisa aparece para nós — neste “fora”, neste “diante”, neste “diante de nós”, neste “diante dos homens” que é o mudo como tal. A luz deste horizonte de visibilidade é frequentemente denominada nos Evangelhos “a glória do mundo”, por oposição à revelação invisível da vida em nós, designada como “o segredo” — um segredo que nós somos nós mesmo por consequência — ou ainda nomeado “a glória de Deus”.
Ora esta divisão radical entre os dois reinos do visível e do invisível nos concerne, nós que pertencemos ao mundo tanto quanto à vida. Por um lado, o homem se mostra nos mundo sob o aspecto de um corpo objetivo similar àquele das coisas. É assim que ele se dá a ver aos outros homens assim como a ele mesmo. Quando este corpo age, sua ação reveste o aspecto de um deslocamento exterior, ela aparece objetiva como este corpo. Mas sabemos que o corpo só a aparência visível de uma carne vivente, se experimentando a si mesma na vida, invisível como ela. Só esta carne vivente, feita de nossas impressões, de nossos desejos, de nossos esforços para os satisfazer e assim de nossas penas e de nossas alegrias, constitui nossa realidade verdadeira, o coração e o segredo de nosso ser. Porque esta carne invisível define nossa corporeidade verdadeira, é nela também que se realizam todas as nossas ações consideradas em sua realidade efetiva da qual não apreendemos jamais senão uma aparência exterior, por assim dizer o envelope. Deste descolamento entre nossas ações reais e sua aparência nasce a possibilidade da hipocrisia que habita o mundo dos homens e da qual se vê aqui que ela não se limita de maneira alguma a suas palavras mas concerne também seus atos.
Na passagem de Mateus além de sua significação ética evidente, esta crítica da atitude que se constata frequentemente nos seres e que consiste a buscar no olhar dos outros uma justificação do que se faz e assim do que se é si mesmo — seu próprio “prestígio” — repousa na oposição crucial do visível e do invisível, do exterior e do interior ↩
fariseus dos quais este engano não é o menor defeito. Ela se encontra também na diatribe apaixonada do Cristo em (Mt 23,27).
A oposição do visível e do invisível — que é retomada e explicitamente formulada no credo cristão — tem uma amplitude filosófica decisiva. Ela não traça uma linha divisória entre o que humano e o que é divino, o invisível designando o “Céu” e se tornando como este último uma espécie de “mundo de trás” ou “além” mítico, objeto de ceticismo para todos aqueles que pretendem se ater ao que se pode ver e tocar. O invisível concerne o homem ele mesmo em sua realidade verdadeira. O homem é duplo com efeito, visível e invisível ao mesmo tempo. A análise de seu corpo só estabeleceu que este último se dá a nós de duas maneiras diferentes: por um lado, sob a forma de um corpo exterior visível, à maneira dos outros corpos do universo; enquanto, por outro lado, cada um vive interiormente seu próprio corpo sob a forma desta carne invisível, sofrente e desejante, com a qual se faz um.
Todavia, os dois termos que aprendemos a distinguir não se situam absolutamente no mesmo plano. Reduzido a seu aspecto objetivo, o corpo só seria uma representação entre todas as outras, uma espécie de imagem como aquela que se vê no espelho e da qual teria a leveza, a transparência, a irrealidade, a impotência. Este corpo representado, objeto proposto ao olhar, é em nossa carne invisível que retira sua realidade, a espessura impressível, dinâmica e patética que faz de nossa condição encarnada ↩