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Pla
Jesus disse: O reino do Pai é semelhante a uma mulher que leva uma jarra cheia de farinha. Enquanto anda por um caminho distante, a asa da jarra quebra e a farinha se derrama atrás dela sobre o caminho. Não se dá conta e não descobre a desgraça. Quando chega a sua casa põe a jarra no solo e a encontra vazia.
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Roberto Pla
A parábola ilustra o mistério do pão da vida, o alimento que permanece para a vida eterna e que só vem do Filho do homem. A mulher, a alma, leva consigo quando vem ao mundo, uma jarra cheia de farinha, o que deve entender-se como a matéria prima, indispensável, para que toda alma que creia no Filho — o qual é sua essência, o Eu de seu eu — e vá a ele, tenha o pão que necessita para acalmar sua fome e sua sede de vida.
- Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que me buscais, não porque vistes sinais, mas porque comestes do pão e vos saciastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; pois neste, Deus, o Pai, imprimiu o seu selo. (Jo 6,26-27)
Mas a alma da parábola anda “por um caminho longe”. Não se diz de onde é longe este caminho, mas não é difícil supor que está longe do Reino do Pai e nenhum caminho nessa direção é adequado para ir ao Filho e receber dele o alimento que ele dá.
A ruptura da asa da jarra, talvez seja “figura” da perda da faculdade de fazer uso da farinha, a “carne”, em parábola, do Filho. A partir de então o caminho pelo qual transita “esta mulher”, se distingue, como tantos outros caminhos humanos, pela dissipação cotidiana do tesouro de Vida depositado em cada alma ao nascer.
A desgraça que supõe o manter esta atitude inconsciente “natural”, este “não dar-se conta”, ao tempo de dar cada passo, do desperdício do caudal próprio, é o que costumam descobrir poucas almas.
Só quando se chega ao final do caminho, quando a jarra já está na mão, senão no solo, é seguro que todas as almas “consintam” em olhar a jarra. Mas então a jarra está vazia.
A parábola descreve um acontecimento habitual, conhecido, mas não menos certo e penoso por isto. No entanto, no evangelho de João se diz:
Esta é a vontade de meu Pai: que todo o que veja ao Filho e creia nele,
tenha vida eterna, e que eu o ressuscite no último dia.
”Ver” ao Filho é discernir o Ser interior e reconhecer que realmente é o “Filho” enviado ao homem pelo Pai, com sua Glória e poder.